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Susana Pinto

À conversa com: Sóanimarte – animação para casamentos

Hoje conversamos com o Tiago Simões, da Sóanimarte – animação para casamentos.

Começo por dar os parabéns, bem alto, a esta equipa que leva mais de uma década de actividade! É coisa de gente valente e representa muito sangue, suor e lágrimas, e muitas alegrias também.

 

De seguida, falamos sobre o percurso deste grupo, a forma como procuram inspiração e como constroem os seus serviços e, sobretudo, sobre a importância da animação num casamento. No meio está a virtude e o Tiago explica porquê e como se prepara a animação perfeita para o mais bonito dos dias – o vosso!

Estudamos o casal com quem estamos a trabalhar, idealizamos o tipo de animação que pretendem e como podemos dar o nosso cunho à mesma. Seja levando um bocadinho do circo (do bom circo, entenda-se!), seja tornando o dia o mais simples e elegante de todos, sem nunca descurar a animação que ele merece.

 

Contem-nos um pouco da vossa viagem profissional até ao universo dos casamentos.

A nossa viagem profissional começa por ser uma viagem apenas, sem nenhum objectivo profissional. Sendo nós uma equipa de animação, a arte circense está sempre presente e foi por aí que começámos. Ainda novos, na escola, e por sermos de uma terra riquíssima em artes de rua, com o é Santa Maria da Feira, fomos tomando o gosto por manipular objectos e criar performances. Algum tempo depois, não muito, começámos a levar para os palcos (quer de anfiteatros, quer de rua) as nossas criações. Daqui até ir fazer a festa de aniversário do filho de uma amiga e começar a fazer casamentos, foi um pulo. Um pulo daqueles que damos na adolescência e nos apercebemos que rapidamente passamos a ser adultos.

 

Há quanto tempo trabalham neste mercado? E porque escolheram trabalhar em casamentos?

Eu, Tiago, trabalho na área desde 2004. A Joana, minha companheira, desde 2007. A empresa (ou equipa, como lhe gosto de chamar) começou em 2009 e fazemos 10 anos precisamente este mês de Maio. Trabalhar em casamentos nunca foi uma escolha ao início do projecto. Tínhamos tantas ideias na cabeça que criámos quatro grandes áreas de intervenção: infantil – para aniversários; noite – para discotecas e clubes; performance de rua – onde podíamos ser mais criativos, e, claro, casamentos. Mas ao longo dos tempos começámos a aperceber-nos de que os casamentos eram realmente o palco onde nos sentíamos bem. Mais próximos das pessoas e mais envolvidos na emoção que dias como esse acarretam.

 

Qual é a vossa assinatura, o trabalho que mais vos define e separa da concorrência?

No seguimento da história que vos contava na pergunta anterior, percebemos cedo que para sermos quem sempre sonhámos ser – aquela equipa criativa e cheia de ideias –, tínhamos de levar um bocadinho dessa génese para os casamentos e essa é a nossa assinatura. Estudamos o casal com quem estamos a trabalhar, idealizamos o tipo de animação que pretendem e como podemos dar o nosso cunho à mesma. Seja levando um bocadinho do circo (do bom circo, entenda-se!), seja tornando o dia o mais simples e elegante de todos, sem nunca descurar a animação que ele merece.

 

Sóanimarte - animação para casamentos Sóanimarte - animação para casamentos
Animação para casamentos no Porto: Só Animarte

Existem fórmulas vencedoras que aplicam, ou cada evento é pensado totalmente de raiz?

É comum achar-se que existe essa fórmula vencedora e muitos trabalham arduamente para a encontrar e a poder aplicar nos eventos seguintes, tornando assim tudo mais fácil. Mas, na verdade, que piada tem se isto for tudo mais fácil? Para nós, os eventos devem ser sempre pensados de raiz e para aquele casal em particular. Não quer isto dizer que a nossa experiência não nos sirva como base para sugerir aos noivos o que consideramos mais eficaz para um resultado ultra-positivo, mas não queremos confundir experiência com fórmula vencedora.

 

Onde buscam inspiração para cada nova temporada de trabalho?

Sempre na temporada actual ou anterior. As tendências mudam e baseiam-se em paletas de cores, tipos de letra, cenários específicos. No nosso caso, na animação, há uma barreira que nos impede de aproveitar esse sumo para ser criativo, porque sejamos sinceros, apenas na música as tendências são evidentes, no resto das acções de animação temos sempre a tela em branco para poder criar, logo, durante as temporadas passadas estivemos atentos ao que nos dizia o mercado, o convidado, o noivo e, do nada, vão surgindo novas ideias. É um bocadinho como as bandas que andam na estrada em tour com um novo álbum, mas a aproveitar essa experiência para escrever um álbum novo que sairá dois anos depois.

 

Quando precisam de fazer reset, para onde olham, o que fazem?

Fazemos uma pequena introspecção. Tentamos perceber se nos sentimos bem a fazer o que fazemos nesse momento ou se precisamos de mudar. Somos um equipa numerosa, com ideias vincadas e onde todos temos uma opinião valiosa: colocamos essas opiniões em cima da mesa e de forma descontraída, estudamos o que devemos fazer. Se o resultado tiver de ser uma mudança radical, viajamos e, no regresso, metemos mãos à obra.

 

Sóanimarte - animação para casamentos Animação de casamentos no Porto: Só Animarte Animação de casamentos no Porto: Só Animarte

Qual é a importância da animação na grande lista de itens e tarefas que compõem o casamento?

Logicamente, para nós, tem sempre uma importância acrescida, mas de forma genérica consideramos que há três grandes itens que fazem toda a diferença no casamento: o local/catering, os fotógrafos/videógrafos e a animação. Se alguns deste itens falha, torna-se logo um marco nesse casamento. Contudo, a animação está a passar por um processo de difícil entendimento no mercado nos casamentos, isto na minha modesta opinião. Existem, felizmente, inúmeras empresas de animação, de diversos estilos diferentes, mas se bem analisarmos os casamentos em Portugal (e não só), há dois pólos: os que têm animação do início ao fim, o que se torna massacrante; e os que têm apenas DJ (ou banda) porque não querem correr o risco de aborrecer o casamento. O meio-termo não existe, é logo excluído. O nosso trabalho tem sido mostrar a todos que esse meio-termo é talvez a melhor opção de todas: animação, q.b..

 

Qual é o vosso processo de trabalho, como acontece a ligação ao cliente?

Do mais simples que pode existir, sem barreiras linguísticas, burocráticas ou sociais. O casamento é uma festa que envolve um grupo de pessoas próximas do casal, que nós não conhecemos ou com quem não temos qualquer relação. O nosso processo de trabalho é conhecer os noivos, de forma a podermos estar incluídos nesse grupo e esse grupo aceitar a nossa adição. Só assim os podemos animar a todos, de forma simples, personalizada e eficaz. Não queremos nunca que os noivos sintam que não nos conhecem.

 

Qual é a melhor parte de trabalhar em casamentos? E o mais desafiante e difícil?

A melhor parte é, sem dúvida, conhecer pessoas, viver e experienciar essa emoção e partilhá-la num dia que é sempre vivido intensamente. De tal forma que se constroem amizades que duram uma vida (há uma bela percentagem do nosso grupo de amigos, que foram em tempos nossos noivos). A mais difícil é combater por um mercado mais justo, quer aos olhos dos noivos quer aos olhos das restantes empresas. Fazer entender a nossa posição/visão sem parecer presunçoso torna-se desafiante!

 

Escolham um momento ou serviço favorito, e contem-nos porquê :

 

Existem tantos momentos favoritos que é difícil escolher um, mas se há história que gosto de contar é aquela que melhor se identifica com quem nós somos e como gostamos de estar. Em 2013 decidimos organizar um desfile de moda performativo, a convite de uma colega do grupo. Nesse mesmo desfile tratámos da produção toda, incluído castings de manequins e afins. Após 3 meses de preparativos, a colega que nos convidou para organizar apaixonou-se por um dos manequins. Cinco anos depois decidem casar, organizámos a festa e está estampada na minha cara (como podem ver na foto, o barbudo), a felicidade de tal momento. Como fica sempre, de evento para evento, de casal para casal, de amigos para amigos. Resumindo: o nosso momento favorito é sempre que vemos todos assim: emocionalmente sorridentes!

 

 

Contactem a Só Animarte, através da sua ficha de fornecedor. Espreitem as galerias e entrem em contacto com o Tiago Simões, directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem e, na volta do correio, terão uma resposta simpática.

 

 

Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!

Susana Pinto

À conversa com: Monte do Ramalho – espaço para casamentos no Alentejo

Sentamo-nos à conversa com a Manuela Estevinha, do Monte do Ramalho, um espaço para casamentos no coração dourado e manso do Alentejo.

Há qualquer coisa de muito mágico nesta paisagem sossegada, no calor que sobe do chão e no céu estrelado que não tem fim. O Monte do Ramalho mantém essa pureza natural, sem deixar de estar totalmente preparado para receber uma bela festa – a vossa!

Deixem-se encantar!

Ter o controle das decisões não é importante, isto é, deixamos praticamente tudo na mão de quem nos procura, sejam noivos, wedding planners, empresas de decoração, cedemos o espaço aos nossos noivos e apresentamo-lo como sendo a sua casa. Aqui podem idealizar o dia da forma que sonharam, não impomos formatos nem fornecedores. O que mais nos interessa é acompanhar o processo, orientando, discutindo ideias e criando juntamente com quem nos procura.

 

Contem-nos um bocadinho do vosso percurso, como vieram parar ao universo dos casamentos?

Éramos apenas uma quinta de turismo rural, quando em 2013 fomos descobertos por um casal, ela de Lisboa e ele de Itália. Adoraram o espaço e principalmente o facto de nunca termos tido nenhum casamento, foram os nossos primeiros noivos. O evento aconteceu em Junho de 2014, totalmente ao ar livre, com a nossa iluminação de arraial e mesas corridas, tudo no exterior. Não tínhamos espaço para plano B e felizmente o bom tempo ajudou. Ainda no mesmo ano, recebemos outro casamento no início de Setembro, e para que se pudesse realizar, fizemos obras numa das nossas salas, porque a existência de um plano B era condição para que o nosso espaço fosse escolhido. Foi também nesta data que o colocámos em prática, choveu torrencialmente no dia do casamento. Em 2015 voltámos a fazer obras no espaço para podermos receber os casamentos com melhores condições, e desde aí até agora, temos vimos em crescendo.

 

Casamento no Alentejo, no Monte do Ramalho, com fotografia de Madalena Tavares Casamento no Alentejo, no Monte do Ramalho, com fotografia de Madalena Tavares

A imagem de marca do Monte do Ramalho é, na minha opinião, um estilo rústico, descontraído e romântico. Concordam com esta definição?

Totalmente. E pudemos ainda acrescentar: puro e genuíno.

 

Esta assinatura faz parte do ADN do espaço, ou é algo que escolheram como tendência e tema para este ano? Porquê?

Faz parte do ADN do espaço, não fizemos nenhuma alteração ao que já existia. É a simplicidade que o torna diferente dos demais. A nossa praia é um olival a perder de vista, devemos ser dos poucos que nos podemos orgulhar disso!

 

As tendências da estação… são um assunto de trabalho ou apenas fait-divers?

São apenas fait-divers, acompanhamos as tendências mas deixamos este assunto nas mãos dos demais.

 

Casamento no Alentejo, no Monte do Ramalho, com fotografia de Madalena Tavares

Ter o controle das decisões é importante? Têm uma perspectiva perfeccionista e específica sobre o resultado e a forma como querem que o vosso espaço e trabalho sejam mostrados e vividos, ou é o prazer discutir ideias, de criar e acompanhar o processo, que vos interessa mais na relação com cada projecto, cada cliente?

Ter o controle das decisões não é importante, isto é, deixamos praticamente tudo na mão de quem nos procura, sejam noivos, wedding planners, empresas de decoração, cedemos o espaço aos nossos noivos e apresentamo-lo como sendo a sua casa. Aqui podem idealizar o dia da forma que sonharam, não impomos formatos nem fornecedores. O que mais nos interessa é acompanhar o processo, orientando, discutindo ideias e criando juntamente com quem nos procura.

 

Onde buscam inspiração para cada nova temporada de trabalho?

Não buscamos. Procuramos manter o espaço tal e qual como é. As tendências vêm com os nossos noivos e fornecedores por eles escolhidos.

 

E nos momentos de fadiga criativa, como refrescam a mente e o olhar?

Não temos fadiga criativa, temos apenas fadiga mental! Refrescamos a mente e o olhar em cada novo casamento que acolhemos no nosso espaço.

 

Casamento no Alentejo, no Monte do Ramalho, com fotografia de Madalena Tavares

Casamento no Alentejo, no Monte do Ramalho, com fotografia de Madalena Tavares

Como é o vosso processo de trabalho, como criam uma ligação aos vossos clientes?

Para além da importância que tem o nosso espaço e da preocupação que temos em mante-lo o mais natural possível, acompanhamos e ajudamos os nossos noivos a concretizarem o seu dia especial, deixando-os sonhar.

 

Qual foi o casamento em que mais gostaram de trabalhar? Porquê?

Todos são diferentes, relembramos um em que o plano B foi accionado duas horas antes do início da cerimónia. Também, de certa forma, os casamentos religiosos, porque são realizados ao ar livre e têm todo um ambiente especial.

 

Escolham uma imagem favorita do seu portefólio e contem-nos porquê:

A escolha foi difícil, no entanto escolhemos uma imagem das mesas colocadas para o jantar no exterior debaixo das nossas amoreiras. A imagem lembra as maravilhosas noites de verão que temos no Alentejo, sob um céu estrelado.

 

 

Este sítio deixa-me sempre a suspirar…! Espreitem os casamentos bonitos que aconteceram no Monte do Ramalho, e se ficarem a suspirar como eu, não deixem de fazer uma visita!

 

Os contactos detalhados do Monte do Ramalho estão na sua ficha de fornecedor. Visitem a galeria, feita de imagens maravilhosas, e contactem a Manuela Estevinha directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.

 

Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!

Susana Pinto

À conversa com: Inspirarte – decoração e styling para casamentos

Esta semana, a conversa é com a Susana Abreu, da Inspirarte – decoração e styling para casamentos.

 

Acompanho o trabalho da Susana há mais de uma década – ainda o Simplesmente Branco nem estava no horizonte, já tínhamos trocado uns emails simpáticos, a propósito de um DIY coleccionável que eu fazia na altura, e a consistência que atravessa estes 10 aos de trabalho é, de facto, a sua melhor assinatura.

 

O trabalho da Susana é sempre, indiscutívelmente, bonito, mas não é apenas isso – é actual, é completo (há sofás, há candeeiros e abat-jours, há mesinhas de apoio, molduras e almofadas, plantas, pontos de luz) e é impecavelmente profissional, sem nunca deixar de ser elegante, confortável e apelativo ao olhar. A visão que tem para o vosso evento não se reduz à mesa dos noivos e restantes convidados, mas sim ao espaço total do evento, ao ambiente de toda a festa. Isso é um feito, e a linha que de facto separa um verdadeiro profissional do resto dos fornecedores, nunca duvidem.

 

Hoje comunica-se demasiado através do email e de outras plataformas digitais. Por vezes contactam-me apenas para pedir um orçamento sem querer agendar uma reunião presencial. Na minha opinião, é uma forma bastante redutora de fazer uma triagem. Tem que haver empatia, tem que se “captar” a essência do projeto que está a ser proposto, tem que se gostar dos materiais que o profissional tem disponíveis… Acima de tudo, tem que se perceber o que é que realmente esse profissional poderá oferecer. E isso não se consegue por email.

 

Como é que nasceu a Inspirarte?

A Inspirarte nasceu da identificação de várias oportunidades, sendo que a principal foi mesmo a de dar uma resposta às necessidades que existiam no mercado da decoração de eventos e dos casamentos em particular. Há 10 anos a oferta era insuficiente, tanto em quantidade como em qualidade. Tinha nessa altura uma loja de decoração de interiores e algumas das minhas clientes, que começavam a tratar dos pormenores do seu casamento, pediam-me frequentemente sugestões. Comecei a interessar-me por esta área, fiz algumas formações essenciais para quem quer ser profissional e avancei. Surgiu a Inspirarte!

 

Como defines a assinatura da Inspirarte?

Os meus projetos de decoração são pensados e personalizados ao pormenor. Se tivesse de escolher duas características, diria que simplicidade e elegância são, sem dúvida, a assinatura da Inspirarte. O lema “menos é mais” enquadra-se em tudo que faço! Alguém dizia que o maior sinal de qualidade era a inexistência de sinais de não qualidade. Esse é, do princípio ao fim de tudo o que faço, o meu maior objectivo. A delicadeza dos pormenores faz parte da essência da Inspirarte e assina claramente todos os projetos.

 

Esse estilo faz parte do ADN da marca ou é algo que escolheste como tendência e tema para este ano? Porquê?

A simplicidade e a elegância são intemporais! As tendências são importantes e inevitáveis, acabando muitas vezes por dar o tom à inspiração para novos projetos. Pensando em cores e tons, e utilizando um exemplo básico, recordo-me que há 10 anos os dourados raramente eram utilizados – e quando o eram serviam essencialmente para ilustrar uma decoração de gosto duvidoso… Imaginem só nos dias de hoje, gostando-se mais ou menos do tom, as decorações maravilhosas que se fazem com dourados!

 

 

Inspirarte - decoração de casamento

 

Inspirarte - decoração de casamento

 

As tendências da estação… são um assunto de trabalho ou apenas fait divers?

Noivos audazes querem propostas novas, diferentes, inovadoras… vão a0 encontro das tendências e modas, e gostam de surpreender no seu casamento. Como na moda, há quem só vista básicos e há quem esteja sempre em cima da última coleção. As tendências da estação, geralmente mais breves e passageiras, refletem a necessidade de apresentar alternativas para consumo imediato. Tal como a moda, a indústria dos casamentos não está imune a esse fenómeno. Ter flexibilidade para dar resposta a estas tendências, diferencia-nos enquanto profissionais.

 

Ter o controle das decisões é importante? Tens uma perspectiva perfeccionista e específica sobre o resultado e a forma como queres que o teu trabalho seja mostrado e vivido ou é o prazer discutir ideias, de criar e acompanhar o processo, que te interessa mais na relação com cada projecto, cada cliente?

Ter uma “linha” definida e mais ou menos rígida para a decoração de um casamento é essencial. Essa é para mim a essência do styling – a coerência. Mas para funcionar, e porque é para os noivos que tem que funcionar, só discutindo, simulando, formulando e reformulando é que as coisas farão sentido.

Em jeito de desabafo, entristece-me que por vezes esse esforço não seja compreendido, não seja valorizado. São dias que se investem neste “fine tunning” para que o resultado seja maravilhoso, e por vezes percebes que o “modelito”, a “chapa 5” vista neste ou naquele blog teriam chegado. Recuso-me, desde o primeiro dia, a copiar ou a adaptar trabalhos de outros. O que me move é criar. Não é, nem nunca será, replicar. Felizmente que a grande maioria dos noivos que me procura sabe que esta é a minha postura e porque quase todos estão a casar pela primeira vez e não têm noção do que resulta ou não resulta, acabo por ter uma grande liberdade criativa. Ao fim de umas centenas de casamentos, o know how que tenho soluciona-me muitos problemas e dissipa muitas dúvidas e receios. Fazer os meus noivos entenderem que por vezes as ideias que têm em mente não resultam, e demonstrar-lhes isso, é dos desafios mais interessantes do meu trabalho. Digo-lhes sempre que quando procuram um verdadeiro profissional desta área têm de se sentir confiantes – porque 1) sabemos o que estamos a fazer e porque 2) mais do que ninguém, queremos que o resultado do nosso trabalho seja fantástico aos olhos de todos! Discutir ideias é ótimo e enriquecedor para ambas as partes, criar um projeto a partir das ideias discutidas e ver o resultado final é o auge de tantas horas de trabalho!

 

Existem fórmulas vencedoras ou cada projecto de decoração é pensado totalmente de raiz?

Todos os projetos são pensados de raiz. Por vezes sou procurada por noivos a dizerem-me que viram um casamento meu publicado aqui ou ali e que querem um igualzinho… Explico-lhes que é impossível, que tal como a decoração não existem casais nem circunstâncias iguais. Não temos “packs”, aliás muitas das vezes, de um ano para o outro, já nem tenho determinado material ou acessório porque já o usei de variadíssimas formas e chego à conclusão que a sua substituição é necessária.

 

Inspirarte - decoração de casamento

 

Inspirarte - decoração de casamento

 

Inspirarte - decoração de casamento

 

Onde buscas inspiração para cada nova temporada de trabalho?

Basicamente em tudo que me rodeia! Preciso e gosto de ter noção das tendências. Começo sempre pela decoração de interiores e tento aplicá-las nos eventos. Mas consulto blogs, como todas as profissionais da área, vejo revistas, viajo, passeio e observo.

 

E nos momentos de fadiga criativa, como refrescas a mente e o olhar?

Acho que criar faz parte de mim. O meu dia devia ter 48 horas para poder criar mais do que consigo, criar tudo o que tenho alinhavado nos meus esboços. Mas quando estou sem ideias basta um passeio pela cidade, visitar certas lojas de decoração, conversar com pessoas que me inspiram… a minha cabeça já vem a fervilhar para o atelier!

 

Como é o teu processo de trabalho, como crias uma ligação com os vossos clientes?

Sobretudo através da comunicação presencial. Hoje comunica-se demasiado através do email e outras plataformas digitais! Por vezes contatam-me apenas para obter um orçamento sem querer agendar uma reunião presencial. Na minha opinião, é uma forma bastante redutora de fazer uma triagem. Tem que haver empatia, tem que se “captar” a essência do projeto que está a ser proposto, tem que se gostar dos materiais que o profissional tem disponíveis… Acima de tudo, tem que se perceber o que é que realmente esse profissional lhes poderá oferecer! E isso não se consegue por email!

 

Inspirarte - decoração de casamento

 

Inspirarte - decoração de casamento

 

Inspirarte - decoração de casamento

 

Qual é a melhor parte de decorar um casamento? E o mais desafiante e difícil?

Chegar a um espaço que não tem nada e transformá-lo num ambiente perfeito é qualquer coisa de fenomenal! O desafio é mesmo esse, que às vezes é muito difícil de conseguir!

 

Qual foi o casamento em que mais gostaste de trabalhar? Porquê?

Para quem faz o que gosta, esta pergunta é muito difícil de responder. Saio sempre de um evento com a sensação de “missão cumprida”. Empenho-me em todos os projetos da mesma maneira e acreditem que o friozinho na barriga não é só para os noivos! Mas é extremamente gratificante, no dia seguinte, os noivos telefonarem-me a dizer que adoraram, que estava maravilhoso! É, sem dúvida, uma das coisas que me dá vontade de fazer mais e ainda melhor…

 

Escolhe uma imagem favorita do teu portfolio e conta-nos porquê:

A reacção da noiva quando entrou no espaço! São momentos espontâneos como este que me fazem adorar o que faço!

 

Inspirarte - decoração de casamentos

 

Os contactos detalhados de Inspirarte estão na sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria, feita de imagens maravilhosas, e contactem a Susana Abreu directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.

 

Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!

 

Susana Pinto

À conversa com: A Pajarita, convites de casamento

Hoje sentamo-nos a conversar com a Alexandra Barbosa, que assina como A Pajarita, convites de casamento.

E que bonito e incrivelmente delicado é o trabalho da Alexandra! Já o vi ao vivo várias vezes e já visitei a Alexandra no seu belíssimo estúdio na Póvoa do Varzim: conversamos sempre sobre o seu trabalho de gravura e o nosso fascínio pelos papéis artesanais.

É sempre um prazer perceber as técnicas, processos e acabamentos destas peças tão singulares e femininas, de uma beleza discreta e intrigante.

Venham conhecer A Pajarita!

Acredito que cada casal é uma fórmula. Se pensarmos nas pessoas, não há duas iguais. Quando conheço um casal, conheço duas pessoas diferentes e é a soma deles que eu tenho de calcular para lhes puder apresentar uma fórmula que respeite quem são juntos. É nessa comunhão que nasce a fórmula que retrata o casal. Se não há duas pessoas iguais, não há duas somas iguais, logo não há duas fórmulas iguais.

Conte-nos um pouco da sua viagem profissional, das artes plásticas para o universo dos casamentos. Foi um caminho natural ou uma situação específica que o apontou?

Sou artista plástica e especializei-me em gravura e produção artística.

Terminada a licenciatura, parti para Espanha onde estudei e trabalhei, e acabei por ficar por lá cinco anos. A minha vida profissional era partilhada pela docência e pelo desenvolvimento da minha investigação e trabalho artístico (e por consequência concursos, bienais e exposições).

Regresso a Portugal e começo a dar aulas e a criar peças personalizados num atelier: foi aí que conheci uma noiva, que acabei por ajudar, ao criar detalhes que ela idealizava e não tinha conseguido encontrar.

Esta experiência despertou algo em mim. A alegria dela foi contagiante, e desafio tinha sido estimulante. Como gosto de desafios e de fazer coisas sempre diferentes (a monotonia desconcerta-me!), a ideia foi amadurecendo e ganhando forma e, assim, “nasceu” A PAJARITA.

 

Há quanto tempo trabalha nesta área? E porquê este universo dos casamentos?

Desde Dezembro de 2014.

O universo dos casamentos, tal como eu o encaro, é estimulante, cheio de desafio e aventuras. Não é estático nem monótono. É algo contagiante e que me faz levantar de manhã cheia de energia e de vontade de trabalhar.

 

EStaionário de casamento A Pajarita Convites de casamento em papel artesanal e aguarela, desenhados por A Pajarita Livro de votos em papel artesanal e aguarela, desenhado por A Pajarita

Como define o seu trabalho e como construiu essa assinatura?

É um trabalho feito de raiz, a medida de cada casal e tem como base a partilha. Tudo é pensado e desenhado com base no que os noivos partilham comigo: os seus gostos, expectativas, histórias, interesses, viagens…

 

Esse estilo faz parte do ADN da marca ou é um conceito que escolheu para explorar e trabalhar este ano? Porquê?

É, sem dúvida, o ADN. O fascinante é começar do zero. O caminho estimulante do processo ao produto final. Se deixar de existir, A PAJARITA não tem fundamento, não tem razão para existir.

 

As tendências da estação… são um assunto de trabalho ou apenas fait divers?

É sempre importante conhecer e debater as tendências, mas não serão um caminho a seguir se não se enquadram com a personalidade dos noivos dessa estação.

 

Boas-vindas ao Outono, por A Pajarita (26) Boas-vindas ao Outono, por A Pajarita (17) Boas-vindas ao Outono, por A Pajarita (22)

Ter o controle das decisões é importante? Tem uma perspectiva perfeccionista e específica sobre o resultado e a forma como quer que o seu trabalho seja consumido ou é o prazer de discutir ideias, de criar, que lhe interessa mais na relação com cada projecto, cada cliente?

Tenho de controlar a qualidade da execução, sou perfecionista, cada detalhe conta. Os materias são fundamentais e gosto de ter o controlo dos materiais usados e a sua qualidade. O processo criativo em si é muito orgânico, e parte sempre das conversas que tenho com cada casal. É delas que vou extrair os pormenores, as subtilezas em que me vou basear para criar os protótipos que lhes irei apresentar posteriormente.

 

Existem fórmulas vencedoras que aplica, ou cada convite, produto ou serviço é pensado totalmente de raiz?

Fórmulas vencedoras? Eu acredito que cada casal é uma fórmula. Se pensarmos nas pessoas, não há duas iguais. Quando conheço um casal, conheço duas pessoas diferentes e é a soma deles que eu tenho de calcular para lhes puder apresentar uma fórmula que respeite quem são juntos. É nessa comunhão que nasce a fórmula que retrata o casal. Se não há duas pessoas iguais, não há duas somas iguais, logo não há duas fórmulas iguais.

 

Onde busca inspiração para cada nova temporada de trabalho?

Para além de me inspirar na singularidade e personalidade de cada casal, busco-a nas exposições, nos filmes, na moda…

 

Convites de casamento artesanais, feitos por A Pajarita

Quando precisa de fazer reset, para onde olha, o que faz?

Faço coisas simples, mergulhos nos livros, foco-me na minha família, perco-me nas risadas do Vasquinho e na tranquilidade do bebé Gustavo (os meus sobrinhos e afilhados), vou ouvir o mar, desenho casas (que é uma forma simplista de descrever o meu trabalho artístico).

 

Qual é a importância do convite de casamento (e respectivo conjunto de estacionário), na grande lista de itens e tarefas?

Normalmente é encarada como uma tarefa secundária, e, a meu ver, erradamente. É a primeira impressão do dia que estamos a preparar. O convite é a imagem do nosso dia, logo, a nossa. Daí trabalhamos para que o feedback do convidado seja sempre: “o convite é mesmo a tua/vossa cara”.

 

Qual é o seu processo de trabalho, como acontece a ligação ao cliente?

Primeiro é necessário perceber se sou o fornecedor ideal. Se for, preciso de conversar com eles, perceber quem são, o que perspetivam. Seja pessoalmente, por videoconferência ou por email, quanto mais informações me derem, mais matéria prima tenho. Mostro exemplos, acabamentos, papéis para ir percebendo as preferências. As conversas costumam ser amenas e muito interessantes. Posteriormente, apresento-lhes um protótipo. Ele sofre o processo necessário de forma a responder às expectativas, e só depois passa para a produção.

 

Estacionário em papel artesanal e aguarela, desenhado por A Pajarita

Estacionário em papel artesanal e aguarela, desenhado por A Pajarita

Livros de votos desenhado por A Pajarita

Qual é a melhor parte de criar convites de casamento, ser o primeiro capítulo visível da história que leva ao grande dia? E o mais desafiante e difícil?

O melhor é não termos limites nem condicionantes estabelecidos pelo trabalho já desenvolvido e conhecermos pessoas novas. O que se torna desafiante, é o facto de se começar do zero, encontrar a imagem do casal sem usar recursos evidentes. O difícil, que é diferente de desafiante, a meu ver, é não ficar empolgado com os projetos e dizer aos noivos que a A PAJARITA não é o seu fornecedor ideal (acontece quando procuram convites padronizados).

 

Escolha o convite de que mais gosta no vosso portefólio, e conte-nos porquê:

É difícil escolher, mas os que mais me empolgam são os convites com intervenção manual, sem dúvida! O facto de cada um ser inevitavelmente diferente do outro, esse cunho pessoal e irrepetível desperta aquele brilhinho no meu olhar.

 

Marcador de mesa de casamento desenhado por A Pajarita Estacionário de casamento desenhado por A Pajarita Estacionário de casamento desenhado por A Pajarita

Os contactos detalhados de A Pajarita, estão na sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria, feita de imagens bonitas, e contactem a Alexandra directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.

O trabalho da Alexandra Barbosa não se fica pelos convites: das suas mãos sai tudo o que é papel e também belas flores: bouquet de noiva, flor de lapela, pulseira para as madrinhas e outras delicadas maravilhas. Sigam tudo aqui!

 

Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!

Susana Pinto

À conversa com: João makes photos, fotografia de casamento

Hoje a conversa é com o João Pedro Correia, que assina como João makes photos – fotografia de casamento.

Conhecemo-nos por acaso, como tantas vezes acontece neste universo digital: uma referência num site que linka para outro site e tropeço no site do João makes photos. E mais do que as imagens, prenderam-me as palavras com que se apresentava. Iniciámos a nossa conversa e após longo namoro por escrito – porque estas coisas têm o seu momento certo -, demos as boas-vindas ao João Pedro aqui no Simplesmente Branco.

Gosto de conversar com o João, mesmo que falemos pouco. Gosto de o ouvir, tem voz de rádio (foi profissional da Renascença), gosto de o ler e gosto muito do seu trabalho, que é, da mesma forma, claro, conciso, articulado, nítido. Tal como uma boa história deve ser contada.

 

Porque, especificamente nos casamentos, uma boa parte do que fazemos é isso: oferecer aos casais uma herança visual.

 

Conta-nos um pouco da tua viagem profissional até aqui, à fotografia de casamento.

Fui jornalista durante dez anos, nos quais a fotografia foi uma segunda profissão. Mas, na verdade, o que sempre fui foi fotógrafo: fiz-me jornalista porque queria ser fotojornalista. Só que algures nesse percurso também gostei de contar histórias pelas palavras, e a imprensa e a rádio meteram-se no meu caminho.

 

Há quanto tempo fotografas? E porquê casamentos?

Há onze anos, com especial enfoque nos casamentos há seis anos. Os casamentos chegaram como acho que acontece a muitos de nós: um amigo pediu-nos para fotografar o seu dia. E aí percebi que podia aliar à fotografia o meu interesse por contar histórias e envolver-me com pessoas, que é o que mais gosto nesta área da profissão: o contacto com os casais, e a abordagem à fotografia do seu casamento como uma experiência que lhes proporciono ao longo do tempo, desde a sessão de namorados, à reportagem do dia do casamento, ao trabalho final.

 

Casamento na Quinta do Hespanhol, com fotografia de João makes photos

Nestes tempos globais, em que as imagens circulam a uma velocidade vertiginosa e todos temos acesso a tudo, a qualquer hora, onde vais buscar inspiração?

Uso um conjunto de fontes para me inspirar. Primeiro, ver o que me rodeia com um novo olhar todos os dias — a vida é muito curta, e acredito que se nos sentirmos agradecidos pelo privilégio que é viver em paz, com condições de subsistência, e ainda por cima num país com muita luz e um oceano a duas horas de distância, essa abordagem transforma o mais horrível dos cenários num mundo de novas perspectivas.

De seguida, através de um consumo disciplinado. Explico: adoro ver o trabalho de todos os meus colegas fotógrafos, e a Internet é essencial para os acompanhar. Mas as verdadeiras fontes de inspiração, para mim, estão na “fotografia de velocidade lenta”, isto é, nos livros. Consumo livros com fotografias e sobre fotografias e fotógrafos. Faço o mesmo com pintura, design e arquitectura. Dir-me-ás: mas de que formas usas essas referências quando fotografas um casamento? Poderei não as usar, mas educo-me para ter referências mais diversas, que estimulam a capacidade de abstracção.

Por fim, procuro inspirar-me no que é diferente do que vejo todos os dias, e para isso viajo. Não preciso de ir ao Índico ou ao Pacífico, posso muito bem ir a Trás-os-Montes ou ao Alentejo, caminhar e falar com pessoas. O que quero dizer é que é preciso — e gosto muito de — sair regularmente do local onde passamos a maioria do tempo, e mudar de ares. Acho que ninguém discorda disto.

 

Como construíste essa tua assinatura, como a defines?

O JOÃOMAKESPHOTOS, o João que faz fotografias e conta histórias, é a junção destes dois indivíduos: o curioso que se fez jornalista, o documentarista que anseia registar momentos e ajudar a criar uma herança visual. Porque, especificamente nos casamentos, uma boa parte do que fazemos é isso: oferecer aos casais uma herança visual.

 

Quando precisas de fazer reset, para onde olhas, o que fazes?

Como disse anteriormente: olho para fora da minha bolha. E neste momento olho para Lisboa. É que após mais de uma década a viver no centro da cidade mudei-me para a outra margem do rio, e do local onde estou agora vejo o Tejo e as sete colinas por inteiro a todas as horas do dia. Estar fora do bulício onde vivi durante mais de uma década está a ser revigorante.

 

Casamento na Quinta do Hespanhol, com fotografia de João makes photos

De Lisboa para o mundo, ou Portugal de lés a lés: fotografar estrangeiros é diferente de fotografar casamentos nacionais?

É diferente porque há menos tempo para me relacionar com os casais, que é um aspecto essencial na minha abordagem à fotografia de casamento. Eu procuro não ser um mero prestador de serviço, eu quero estar envolvido na história do dia e para isso preciso de tempo para entrar nesse círculo. Com casais estrangeiros há menos tempo para conseguir fazê-lo. No restante, é absolutamente igual: fotografamos pessoas apaixonadas que juntaram num dia os amigos e a família mais próximos, com tudo o que isso traz de boas energias.

 

Para todos os que ficam, de facto, interessados em ter-me como o seu fotógrafo eu procuro de imediato que nos conheçamos e nos sentemos a conversar. Uma boa ligação entre o fotógrafo e o casal é essencial, e eu procuro conhecer e dar-me a conhecer.

 

Qual é o teu processo de trabalho, como acontece a ligação com os teus clientes?

A maioria dos meus casais encontram-me de duas formas: através da recomendação de clientes anteriores, ou através da Internet: sobretudo o Simplesmente Branco e as redes sociais.

Para todos os que ficam, de facto, interessados em ter-me como o seu fotógrafo eu procuro de imediato que nos conheçamos e nos sentemos a conversar. Uma boa ligação entre o fotógrafo e o casal é essencial, e eu procuro conhecer e dar-me a conhecer.

 

Casamentos grandes ou pequeninos, nacionais ou estrangeiros, cerimónias emotivas, festas de arromba – qual é o tipo de festa que mais gostas de fotografar?

Eu gosto de todos os tipos de festa. A minha perspectiva é simples: os casamentos são as pessoas, e se todos se permitirem expressar os seus sentimentos — dos noivos aos convidados, da família aos celebrantes — o dia será repleto de boas energias e de boas recordações. Nós, fotógrafos, só temos de conseguir envolver-nos e tornar-nos parte, e estar atentos para captar isso.

 

Qual é a melhor parte de ser um fotógrafo de casamento? E o mais desafiante e difícil?

É o privilégio de ser escolhido para registar momentos de intimidade, e para criar uma herança visual.

O mais desafiante é sempre o que está relacionado com as condições para fotografar: é um dia que passa a correr, com espaços e iluminações imprevisíveis, com a meteorologia que pode não colaborar, etc., e para tudo isso nós, fotógrafos, temos de encontrar soluções e conseguir, ainda, usar da nossa criatividade para, nos momentos que são mais do que documentais, criar imagens únicas para os nossos clientes.

 

Escolhe uma imagem favorita do teu portfolio e conta-nos porquê:

Uma das minhas imagens favoritas é uma fotografia que imediatamente após tê-la registado pensei “isto parece um momento Steve McCurry”. Explico: é uma fotografia vertical do conjunto de madrinhas a abraçar a noiva, escondendo-a no meio do turbilhão; os sapatos coloridos desarrumados na relva; estão todas de costas para mim; e uma brisa que soprou naquele momento. Essa fotografia assemelha-se a uma das minhas preferidas do Steve McCurry: a de um conjunto de meninas com vestes coloridas que, no meio de uma tempestade de areia, penso que na Índia, se abrigam juntado-se e abraçando-se. Foi pura coincidência, mas é uma imagem de que gosto muito, mais ainda pela comicidade que essa mesma comparação João/Steve McCurry suscita.

 

 

Os contactos detalhados do João makes photos, estão na sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria, cheia de imagens bonitas e contactem-no directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.

 

As imagens que escolhi para acompanhar esta conversa com o João Pedro Correia, são do belo casamento da Joana + Hendrik, na Quinta do Hespanhol. Vão lá espreitar o resto!

 

Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!

 

Susana Pinto

À conversa com: Quinta da Quintã – espaço para casamentos

Hoje conversamos com a Joana Coelho, da Quinta da Quintã – espaço para casamentos.

E que bela conversa esta, como vão descobrir.

 

Conheci a Joana quando visitei uma das edições do seu Wedding Weekend, há uns anos largos. Fiquei impressionada com tudo o que vi – o investimento real, palpável, da apresentação da Quinta da Quintã aos seus potenciais clientes (flores frescas e bonitas, estacionário variado e completo, cocktail gostoso e acabado de confeccionar, bolos dos noivos para ver e para provar), o gosto nos detalhes, a qualidade e atenção do e no serviço.

 

Mantive o contacto e o namoro, e fiquei muito feliz quando decidiram juntar-se ao Simplesmente Branco e a nossa relação já vai longa. Porque prestam um serviço de excelência e têm um trabalho óptimo, e porque olhamos para muitas coisas (as fundamentais), da mesma forma.

No último ano temos conversado bastante sobre isto de trabalhar no mercado de casamentos, sobretudo nos dias de hoje, e vamos partilhando as nossas reflexões. Ler, com detalhe, sobre o caminho que percorreram, as escolhas que fazem e o que os move e entusiasma, é abrir a porta de uma casa de sonhos, a Quinta da Quintã, e uma bela lição de profissionalismo.

 

Sabermos ler bem o nosso cliente, estabelecermos com ele esta relação de grande empatia e confiança, e, até, sabermos antecipar as limitações com que nos vamos deparar no futuro para conseguirmos concretizar esta ou aquela visão que ele nos traga, são valências essenciais no nosso trabalho. Conseguirmos manter-nos à tona, com a frescura e o tempo que a relação com cada cliente exige, em tempos em que os eventos se sucedem rapidamente, são desafios diários que procuramos vencer com uma organização e uma cadência de comunicação eficientes.

 

Vem de uma área criativa e está à frente deste projecto ambicioso e de imensa qualidade que é a Quinta da Quintã. O que a trouxe até aqui?

A Quinta da Quintã é uma quinta que está na minha família há muitos anos. A quinta original foi totalmente restaurada e ampliada para acolher a realização de eventos, projecto encabeçado pela minha mãe durante os primeiros anos. A dada altura eu e o João, que vimos ambos de áreas criativas, fomos desafiados pelos meus pais a integrar a equipa, a trazermos eventualmente uma abordagem refrescante a um projecto grande, num mercado imenso e cada vez mais exigente. Na altura tínhamos um atelier de design e outros projectos paralelos, também relacionados com as nossas áreas de estudo – eu tenho formação em design nas Belas Artes e o João em marketing e publicidade – e admito que foi uma decisão difícil, a de darmos este mergulho numa área que nos era um pouco estranha, o mercado dos eventos, e mais propriamente dos casamentos (na verdade, apesar de estarmos juntos há muitos anos, nem sequer éramos casados na altura). Mas o convite soou-nos a desafio, a mergulharmos juntos numa aventura nova – quase sempre trabalhámos juntos, curiosamente -, numa plataforma onde poderíamos aprender coisas, aplicar conhecimentos, dar asas à criatividade e trabalhar com amor, o Amor. Aqui podemos ser tantas coisas, podemos desenhar, esculpir, ilustrar, criar, conhecer pessoas, inspirar, concretizar visões e sonhos, sempre no plano do Amor. E assim foi: viemos já há uma boa dúzia de anos e foi-nos impossível não ficar.

 

Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography

Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography

Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography

A imagem de marca da Quinta da Quintã é, na minha opinião, um estilo moderno, elegante, muito romântico e versátil. Concorda com esta definição?

É muito interessante ouvir esta definição, vinda de alguém que respeitamos muito. A questão da definição de um estilo e de uma visão que oriente o nosso percurso é uma discussão muito interessante e que sempre me preocupou, quer no meu trabalho enquanto designer, quer no meu trabalho de organização e styling de eventos. Eu e o João conversamos bastante sobre esta dualidade que sentimos na decisão de manter um estilo definido ou de ir ao encontro das pretensões do cliente neste trabalho que, além de ter uma forte componente criativa, serve o propósito de uma outra pessoa que não o próprio criativo. É um facto que trabalhamos e criamos para alguém. Mas também é facto que em primeira instância trabalhamos para nós, construímos o nosso percurso, e temos de ser fiéis ao nosso estilo, à nossa verdade.

 

Só assim conseguimos distinguir-nos como “marca”, afirmarmos a nossa identidade num mercado tão saturado e nos oferecermos como uma alternativa para quem procura algo especial.

Dito isto, creio que os conceitos de elegância, romantismo e versatilidade definem muito bem o que procuramos oferecer em todos os eventos que criamos. São conceitos base, e de natureza abrangente, sobre os quais assentamos e concretizamos a visão de quem nos procura, obtendo neste diálogo resultados muitas vezes surpreendentes.

 

Esta assinatura faz parte do ADN do espaço, ou é algo que escolheram como tendência e tema para este ano? Porquê?

Creio que já faz parte da natureza do espaço, que se impõe muitas vezes como a base de construção do próprio evento, mas sem esquecer que o espaço também tem, ele próprio, vindo a evoluir, resultado da nossa leitura das tendências e da nossa própria evolução. Conhecemos intrinsecamente o que temos e sabemos o que não temos ou o que não queremos ter – não temos um celeiro em Inglaterra, nem uma esplanada na praia, pelo que não temos o objectivo irreal de oferecer todas as propostas, mesmo que estas surjam como tendências. Queremos que o nosso espaço surja como uma bela tela sobre a qual o cliente consiga projectar a sua visão e que, a par do espaço, o cliente encontre em nós os parceiros ideais e a inspiração para levá-lo ainda mais além.

 

As tendências da estação… são um assunto de trabalho ou apenas fait-divers?

As tendências são, sem dúvida, um assunto de trabalho. Cada vez mais, e ainda bem, eu diria. A área dos casamentos tem vindo a evoluir vertiginosamente ao longo dos últimos anos e muito por responsabilidade da democratização e crescente acesso à informação e às ditas tendências. Hoje estamos a um “clique” do que se faz hoje do outro lado do mundo. Estamos dentro das salas mais requintadas, assistimos aos eventos mais intimistas, aos mais glamourosos, e aos mais radicais. Isto ensina-nos coisas, faz-nos pensar nelas, abrir o nosso leque de possibilidades e, em última instância, refinar a nossa própria visão. Dá-nos muito mais trabalho, mas é um trabalho mais interessante, mais desafiante. Abre-nos mesmo a possibilidade de sermos, nós próprios, definidores das tendências. Nós e o que projectamos do nosso trabalho, fruto da relação e do diálogo com os noivos. Naqueles momentos mágicos em que se alinham perfeitamente os gostos e as vontades, a nossa verdade, a visão e a capacidade de execução, alguma liberdade e em que todos os elementos se conjugam num resultado capaz até de nos surpreender, a nós, os intervenientes desta criação, surge algo incrível e digno de ser considerado como definidor de tendência, e está ao nosso alcance ocupar esse espaço.

 

Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography

Ter o controle das decisões é importante? Tem uma perspectiva perfeccionista e específica sobre o resultado e a forma como quer que o seu espaço e trabalho sejam mostrados e vividos, ou é o prazer discutir ideias, de criar e acompanhar o processo, que lhe interessa mais na relação com cada projecto, cada cliente?

Tenho alguma dificuldade em dar uma resposta simples a esta pergunta. Se por um lado, a Quinta da Quintã sempre se posicionou no mercado como um espaço em que o convite feito aos noivos é o de personalizarem – definirem como querem que seja a relação e o percurso connosco, escolherem as equipas com que querem trabalhar, terem um voto sobre a maioria dos aspectos do nosso trabalho, desenharem connosco o seu dia à sua imagem – e que surge ele próprio como o resultado de um diálogo constante entre mim e o João, e entre nós e os outros, tenho uma tendência perfeccionista e de controlo e sinto, admito, dificuldade em assumir as cedências a que esta flexibilidade que oferecemos nos obriga por vezes. É certo que nem sempre nos identificamos com esta ou aquela escolha dos noivos, mas acredito que nos cabe a nós dirigir esta relação de forma a encontrar o equilíbrio entre os dois universos, sempre que eles se desencontram. É aqui que reside o maior desafio do nosso trabalho e é neste equilíbrio que nos conseguimos afirmar como uma alternativa distintiva, na qual a relação com o cliente é primordial.

 

Não posso, porém, deixar de admitir que uma das nossas vontades neste momento é dirigir o projecto Quinta da Quintã para uma posição em que alcancemos o melhor dos dois mundos: chegar cada vez mais aos clientes com que mais nos identificamos, aqueles que partilham a nossa visão, o gosto e o estilo que temos traçados para o futuro da Quinta da Quintã e com eles viver esta experiência de discutir, crescer e aprender ainda mais sobre o que queremos para este projecto. Fazer cada vez menos cedências, estreitar cada vez mais as escolhas, obter resultados cada vez mais diferenciadores e uma identidade cada vez mais coesa.

 

Onde busca inspiração para cada nova temporada de trabalho?

Sempre fui uma pessoa muito distraída dos detalhes do que me rodeia mas ao longo do tempo fui-me forçando a prestar-lhes mais atenção. Pode parecer uma afirmação idílica ou cliché, mas a natureza é uma grande fonte de inspiração, se soubermos como olhar. Os quadros naturais oferecem-nos imagens incríveis, ao nível da combinação de cores e da composição, por exemplo. Muito do que se faz e do que está na moda não são mais do que reinterpretações interessantes do que nos rodeia, aplicadas a diferentes contextos e em diferentes locais. Além disso devoro imagens, novas propostas, o que se faz bem, lá fora e cá dentro, – o Simplesmente Branco é um excelente exemplo disso – quer no âmbito dos casamentos, quer noutras áreas artísticas. Inspiro-me no trabalho dos meus amigos, no design, na moda, na arquitectura, na modelação de espaços. Inspiro-me nos clássicos, que correm sempre bem e que perduram no tempo. Inspiro-me nas minhas conversas com o João. E por último, e não menos importante, inspiro-me nos meus noivos, no que me trazem de novo, nas suas ideias mais pessoais. Gosto de percorrer lojas, de procurar novidades e de encontrar soluções para materializar essas ideias.

 

E nos momentos de fadiga criativa, como refresca a mente e o olhar?

Não é fácil desligar-me do trabalho, já que quase tudo à minha volta parece estar ligado a este mundo dos casamentos. Trabalho com o meu marido, o João, com a Tânia – minha cunhada e melhor amiga -, com a minha irmã Diana. A minha outra irmã, Ana, e o meu cunhado Zé, têm um projeto de vídeo também ligado à mesma área. O espaço tem ligações inegáveis à família. A própria equipa QQ já vem, quase na íntegra, dos primeiros tempos do projecto, pelo que é quase uma segunda família. Mantenho relações de amizade com muitos dos meus clientes. Mas é muito importante para mim conseguir por vezes desligar esta ficha. Viver a minha filha. Viver o meu marido. Viver os meus amigos. Conviver, sair, conhecer sítios novos, ter experiências diferentes, envolver-me em projectos noutras áreas, com outras pessoas, continuar o trabalho como designer gráfica, desenhar.

 

No fundo parar, fazer coisas que nada (e tudo) tenham a ver com este universo, ajuda-me a voltar mais leve, com uma ideia mais clara do que pretendo fazer aqui, e a regressar sempre a esse caminho das intenções, do qual às vezes nos desviamos por força da intensidade do trabalho. Mesmo no que respeita à Quinta enquanto espaço físico, optamos por parar todos os anos durante uns meses de forma conseguirmos um distanciamento que nos permita lançar um olhar crítico e limpo sobre o espaço e a imagem. Paramos, pensamos e agimos em conformidade com o que pretendemos obter no espaço, isto sob a forma de pequenas (ou grandes) remodelações e alterações. Este sistema permite-nos assegurar uma evolução constante e refrescar a nossa própria experiência, que é por vezes demasiado intensa.

 

Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography 

Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography

Como é o seu processo de trabalho, como cria uma ligação aos seus clientes?

Quem conhece a forma de trabalharmos, sabe que uma das componentes mais importantes e substanciais da nossa afirmação como equipa, é a relação que desenvolvemos com os noivos. Isto vale desde a primeira abordagem, feita pelo João, que recebe tão bem todos os clientes e potenciais clientes, e que acaba por ser o nosso rosto, a primeira impressão que a Quinta da Quintã deixa em quem nos procura; passa pelo acompanhamento dos noivos, organização e styling do evento, a meu cargo e da Tânia Almeida, pelos elementos que integram as nossas equipas de apoio comercial, manutenção, decoração e cozinha – tão importante -, e culmina na relação que os nossos colaboradores de sala estabelecem com noivos e convidados no dia do evento. Somos um espaço absolutamente aberto a todas as pessoas e procuramos desenvolver uma relação próxima com quem nos procura para realizar um dia tão importante na sua vida, e que acaba por acontecer de forma muito natural. Compreendo quem opte por manter a ligação com o cliente numa esfera mais profissional, mas nós não somos assim. Nós queremos sentir-nos próximos. Esta é uma área de actividade muito intensa e exigente, quer física, quer emocionalmente, em que o nível de drama é sempre muito elevado.

 

Em boa verdade, estamos sempre a trabalhar para o dia mais importante da vida de alguém e essa carga é incontornável. Um relacionamento de proximidade atenua esta dimensão, anula eventuais barreiras e traz uma excelente energia ao trabalho. Sabermos ler bem o nosso cliente, estabelecermos com ele esta relação de grande empatia e confiança, e, até, sabermos antecipar as limitações com que nos vamos deparar no futuro para conseguirmos concretizar esta ou aquela visão que ele nos traga, são valências essenciais no nosso trabalho. Conseguirmos manter-nos à tona, com a frescura e o tempo que a relação com cada cliente exige, em tempos em que os eventos se sucedem rapidamente, são desafios diários que procuramos vencer com uma organização e uma cadência de comunicação eficientes. No final de contas, podemos orgulhar-nos de dizer que já fizemos muitos e bons amigos junto dos nossos noivos, e creio que esta afirmação será mútua.

 

Qual é a melhor parte de decorar um casamento? E o mais desafiante e difícil?

Para mim é o processo de pegar num fio que nos é dado pelos clientes e desenrolá-lo com mestria até onde conseguirmos, com vista a um resultado surpreendente. É juntarmos um conjunto de ideias e elementos e construirmos algo coeso, bonito, uma imagem, um ambiente, a base para uma festa de sonho. É a reacção dos noivos quando chegam e vêem o nosso trabalho. É o telefonema que recebemos no dia seguinte. É a nostalgia boa que fica. E é percebermos que o nosso trabalho toca a vida de muitas pessoas de uma forma boa, bela. Que ajudamos a criar dias únicos, irrepetíveis, marcados por muita cumplicidade e amor. O mais difícil é contornar as limitações que o mundo real impõe, conseguir o equilíbrio entre o que é instagrammable e o casamento real, com um serviço real e muito sério, com convidados reais e um mundo de detalhes e esforços que têm de fluir e funcionar.

 

Qual foi o casamento em que mais gostou de trabalhar? Porquê?

Acho que é impossível destacar um só casamento. Ao longo destes anos houve muitos e maravilhosos eventos que me marcaram pelas mais variadas razões. Ou pelos noivos que conhecemos por aqui – temo-nos cruzado com pessoas verdadeiramente surpreendentes ao longo do nosso percurso na QQ – ou pelos que já conhecíamos – tivemos o privilégio de participar no casamento de grandes amigos e de alguns familiares queridos – ou por ter sido um evento difícil, com um nível de exigência mais desgastante, e que correu tão bem, ou por ter sido um projecto desafiante, em que conseguimos fazer algo realmente diferente, genuíno, marcante na nossa história.

  Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography

Escolha uma imagem favorita do seu portfolio e conte-nos porquê:

A ter de escolher uma imagem, escolho esta fotografia do João Almeida, porque é bonita e homenageia de forma singela alguém muito especial, de quem nos lembramos sempre. Este foi um dia feliz.

 

Quinta da Quintã - espaço para casamentos

Os contactos detalhados da Quinta da Quintã estão na sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria, feita de belas imagens, e contactem o João Carvalho de Almeida directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.

 

Espreitem também o  mais bonito dos dias da Bruna + Diogo, que publicámos recentemente: que festaça nos belos jardins!

 

 

Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!

 

Susana Pinto

À conversa com: Hello Twiggs – fotografia de casamento

Hoje conversamos com a sempre simpática e bem-humorada Cláudia Casal, fotógrafa de casamento, que assina como Hello Twiggs.

Conhecemo-nos há vários anos e temos sempre assunto para longas conversas, que incluem sonoras gargalhadas e sítios giros. Gosto muito da luz que a Cláudia tão bem capta, e, sem supresas, é dela a fotografia da capa do nosso livro “Queres casar comigo? – guia prático para um dia muito feliz”.

Querem conhecê-la?

As pessoas que tenho à frente para fotografar são na sua maior parte a fonte de inspiração, porque o que me dão de si influenciará, sem dúvida, o que lhes irei entregar. É uma troca que fazemos… eles deixam-me entrar no seu mundo e eu tento entregar-lhes em imagens um bocadinho do mundo deles.

Conta-nos um pouco da tua viagem profissional até aqui, à fotografia de casamento.

Ora bem, é uma viagem um pouco longa, porque só perto dos trinta é que percebi o que queria fazer da vida… e na altura apenas percebi que tinha a ver com a fotografia no geral. Era um mundo onde me perdia durante horas e me fazia sonhar, abrir os olhos para tudo à minha volta que sempre lá tinha estado. Até lá chegar, passei por um curso superior em Psicologia Social e das Organizações, por estar ligada à área da Psicologia Educacional e finalmente trabalhei quatro anos em Consultoria numa das maiores multinacionais. E aqui foi quando quis mesmo dar o salto. Percebi que queria mais da minha vida e que queria algo mais criativo.

 

Hello Twiggs - fotografia de casamento

Hello Twiggs - fotografia de casamento

Hello Twiggs - fotografia de casamento

Há quanto tempo fotografas? E porquê casamentos?

Este é o nono ano… e tem sido uma viagem absolutamente maravilhosa. Sinto que consigo atrair os clientes com os quais me identifico mais, com os dias de casamento bonitos que me dão mais prazer fotografar e que consigo fazer o trabalho que me dá imenso prazer. A fotografia de casamento surge pelo meu amor às memórias em família e porque o amor é o que mais importa nas nossas vidas. Por isso, estar lá para registar um dia tão especial para aquelas pessoas, que estão rodeadas pelas melhores pessoas das suas vidas… é para lá de especial. Poder entregar-lhes um legado que vai passar de geração em geração, é uma honra e um prazer.

 

Nestes tempos globais, em que as imagens circulam a uma velocidade vertiginosa e todos temos acesso a tudo, a qualquer hora, onde vais buscar inspiração?

Onde sempre fui… à natureza, às mudanças na natureza a cada estação que chega, e à luz bonita do nosso país. E, claro, as pessoas que tenho à frente para fotografar são na sua maior parte a fonte de inspiração, porque o que me dão de si influenciará, sem dúvida, o que lhes irei entregar. É uma troca que fazemos… eles deixam-me entrar no seu mundo e eu tento entregar-lhes em imagens um bocadinho do mundo deles.

 

Como construíste essa tua assinatura, como te defines?

Identifico-me mais com as emoções das pessoas que tenho à frente e o local que nos rodeia, do que propriamente com o criar imagens que me pareçam diferentes apenas pela diferença. A diferença está nas pessoas e na forma como as pessoas irão rever-se naquelas imagens e o sítio que escolheram. Converso sempre com os clientes antes de começar a fotografar, para que percebam o que pretendo deles, que é tão simplesmente que sejam eles próprios. Deixem-se ir e eu faço o meu trabalho. Vamos passear e eu vou conversando com eles. A partir daí desenvolver-se-á sempre uma história, vamos encontrar certamente detalhes bonitos no nosso passeio para serem incorporados naquela história, cores bonitas que pedem para entrar, ou uma luz bonita que tem de ser registada naquela história.

 

Hello Twiggs - fotografia de casamento

Hello Twiggs - fotografia de casamento

Hello Twiggs - fotografia de casamento

Achas que o ponto de vista feminino, os detalhes que escolhes fotografar e como o fazes, a narrativa que constróis, é diferente das escolhas que vês num trabalho de um profissional masculino?

Não linearmente… Mas acima de tudo, acho que cada um de nós põe um bocadinho de si naquela história, independentemente de termos um ponto de vista feminino ou masculino. Haverão detalhes que para mim serão sempre incorporados, porque são importantes para mim, porque eu gostaria de os ver registados se fosse eu a parte central daquela história. Haverão emoções que procuro sempre registar porque conheço a importância das mesmas, e que eventualmente me comovem também.

 

Quando precisas de fazer reset, para onde olhas, o que fazes?

Saio de casa todos os dias para passeios longos com o meu cão… isto ajuda-me imenso no meu dia-a-dia. Faça chuva ou faça sol, vou à rua, vejo tudo ao meu redor, estou próxima da água, reparo nos detalhes do meu bairro, na natureza… não deixo de fotografar coisas que já fotografei mil vezes, porque gosto de registar a minha própria história. E claro, longe ou perto, durante dois dias ou duas semanas, tento fazer férias frequentemente ao longo do ano. Sinto necessidade de ver outras paisagens, de fotografar sem ser pela profissão que tenho. E sinto que isto me ajuda muito!

 

O mundo em Lisboa ou Portugal de lés-a-lés: fotografar estrangeiros é diferente de fotografar casamentos nacionais?

É muito diferente. São culturas que nos trazem tradições diferentes, são detalhes diferentes, pessoas com uma perspectiva diferente do que deverá ser o dia de casamento. E acaba por ser sempre uma lufada de ar fresco. Mesmo quando apenas um deles é estrangeiro, é um acolher estas pessoas e falar-lhes do nosso país com um enorme orgulho, de como são as nossas tradições… Adoro fotografar em Portugal, seja onde for. E prefiro ir para fora para viajar por lazer, do que profissionalmente. Prefiro fotografar estrangeiros por cá e guardar outras paragens para as minhas viagens pessoais.

 

Hello Twiggs - fotografia de casamento

Hello Twiggs - fotografia de casamento

Hello Twiggs - fotografia de casamento

Qual é o teu processo de trabalho, como acontece a ligação com os teus clientes?

A primeira reunião, presencial ou por Skype é quase sempre o ponto de partida e como tenho uma vertente social bastante marcada é fácil estabelecer uma ligação com as pessoas que tenho à minha frente. Mas começo sempre por lhes pedir que sejam eles a começar, a contar a história deles e o caminho que os trouxe até aqui, a planear um casamento. E depois vou eu partilhando um bocadinho do que sei, dos anos de experiência que tenho para que o dia deles possa ainda ser melhor, mais bonito e acima de tudo descontraído e à imagem deles. Adoro histórias de amor e é importante para mim saber a história daquelas pessoas.

 

Casamentos grandes ou pequeninos, nacionais ou estrangeiros, cerimónias emotivas, festas de arromba – qual é o tipo de festa que mais gostas de fotografar?

Casamentos mais intimistas, com nacionais ou estrangeiros, cerimónias emotivas e festas de arromba no sentido da diversão, e não da pompa e circunstância. É absolutamente delicioso quando os convidados estão a divertir-se tanto como os noivos e genuinamente felizes por estarem ali, e porque aquelas duas pessoas se estão a casar. Isto envolto numa festa bonita, num espaço bonito com carácter e personalidade, só pode resultar num dia muito especial. Os casamentos mais bonitos que fotografei foram os que foram pensados e planeados exactamente à imagem das pessoas que casaram, independentemente de terem sido numa tenda de circo numa aldeia, num bonito solar de família ou no pomar dos pais da noiva.

 

Qual é a melhor parte de ser um fotógrafo de casamento? E o mais desafiante e difícil?

A melhor parte é fazer parte daquele dia tão importante para aquelas pessoas, e não falo apenas dos noivos. As famílias e amigos mais chegados estão radiantes e orgulhosos e isso é bonito de sentir e de registar. Estar lá para isso é um enorme prazer. É o dia em que estas pessoas têm à sua volta as pessoas mais importantes das suas vidas, família e amigos. E habitualmente só temos uma destas partes à vez… O mais desafiante é sem dúvida ser capaz de tecnicamente acompanhar as alterações que existem nestes dias, de luz, de local, de pessoas… e ainda estar sempre atento a tudo o que se passa à nossa volta durante horas e horas consecutivas, e claro conseguir antecipar momentos.

 

Escolhe uma imagem favorita do teu portfolio e conta-nos porquê:

Adoro esta fotografia… E à partida poderia parecer uma imagem construída de propósito, mas não. A história deles começou numa adega no Alentejo… fomos até Grândola para a sessão de namoro precisamente por esse motivo. O casamento aconteceu numa quinta vinícola, e estávamos no início de Setembro, com as vinhas a ganhar as mais bonitas cores. A cumplicidade e o amor deles era palpável e estiveram sempre descontraídos durante toda a sessão… passeámos por todos os recantos da quinta, de tão bonita que era e com o pôr-do-sol a brindar-nos da melhor forma. Terminámos aqui na vinha… e num instante ele decidiu tirar um cacho de uvas e brincaram, porque tinha tudo a ver com a história deles.

 

Fotografia de casamento em Grandola

Os contactos detalhados da Hello Twiggs estão na sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria, feita de belas imagens, e contactem a Cláudia Casal directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.

 

Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!