Ana + Gonçalo, uma festa popular
Hoje trazemos a festa da Ana + Gonçalo, discretos e tranquilos, com início em Nova York e continuação bem lisboeta.
O cenário bonito é o Palácio da Cruz Vermelha, de seu nome oficial Rocha de Conde d’Óbidos, e os preparativos aconteceram no magnífico Pestana Palace.
As fotografias são do Miguel Ribeiro Fernandes.
Desfrutem!
Como foi o teu pedido de casamento?
Cheguei a casa e a sala estava transformada no observatório do Empire State Building, tudo com mil pormenores. Nessa altura começou a música e um pequeno filme feito pelo Gonçalo. Tive um ataque de riso à medida que ia vendo que cada detalhe e tentava perceber o que se estava a passar… e que se transformou numa choradeira quando recebi um bouquet às cores, feito de doces, que no meio tinha o anel. Acho que já nem ouvi bem a pergunta. O enquadramento tem uma explicação: uns meses antes, numa viagem pelos Estados Unidos eu tive alguma resistência em descer do Empire State Building, até que confessei que achava que o pedido ia ser ali. Bem, na verdade quando imaginava esse dia, eu sabia que seria um momento só nosso, o mais discreto possível, mas deixei-me contagiar pela magia de Nova York. Afinal, o Gonçalo conseguiu unir os dois contextos e não podia ter sido mais perfeito.
Como te organizaste? Por onde começaste, com que antecedência?
Organizámos o casamento em 8 meses. E pelo meio, uma mudança de país e de casa!
15 dias depois do pedido marcámos o Palácio da Rocha de Conde d’Óbidos, era um sítio que eu adorava há anos e cheio de potencial para criar a festa que imaginávamos. Não vimos muitos mais sítios, felizmente tínhamos muito claro o que procurávamos e o que queríamos evitar, o que permitiu filtrar a escolha em relação a cada um dos fornecedores a contratar. Acho que esta abordagem ajudou muito a que nos divertíssemos com a organização do casamento.
Que ambiente quiseste criar? Como o fizeste?
Pretendíamos essencialmente criar um ambiente divertido, despretensioso, propício a festejar não só o nosso amor mas também a reunião das nossas famílias e amigos. Acho que sempre tivemos presente que seria uma festa de todos e não apenas o nosso dia. Sendo ambos entusiastas dos Santos Populares – embora cada um festeje o Santo António e o São João com uma intensidade diferente – e perante a perspectiva de um terraço sobre o Tejo e uma noite de Verão, decidimos ter alguns apontamentos de arraial: os leques com o Santo António, as ementas em formato de sardinha, os manjericos, as mesas com os nomes de bairros…
Tudo culminou com uma das surpresas que os nossos padrinhos prepararam, os arcos enfeitados com os quais fizemos uma verdadeira marcha!
A opção “feito por ti” surgiu porquê?
Por uma conjugação de factores: porque me dava imenso gozo, porque sempre gostei de imaginar pormenores para dias de festa, e muito sinceramente, também precisava de distrair a cabeça com algo que atenuasse as saudades (nos 4 meses antes do casamento o Gonçalo já não estava em Portugal) e me fizesse abstrair de todos os desafios da mudança que estava em curso.
E para ser rigorosa, acabou por ser um “feito por nós”, nos dias antes do casamento ambos cortámos todas as sardinhas, ambos colámos leques, fizemos a organização das mesas, o estendal de Polaroids, as garrafas das mensagens. Acabou por ser muito divertido partilhar também esses momentos com o Gonçalo.
Tiveste ajuda?
E não foi pouca! Fui super mimada nos meses antes do casamento, tive muita ajuda dos meus pais, amigas, irmão, da minha tia Bé e da Susana Almeida – que dada a paixão pelo tema casamentos conseguia estar tão entusiasmada quanto eu e foi essencial para dar forma a cada uma das ideias que eu tinha mas que não sabia se funcionavam, tal como a fazer sugestões muito úteis e originais. Todos os dias recebia dezenas de emails das minhas madrinhas com ideias, sugestões, propostas, programas para fazermos, sítios para irmos. Foram incansáveis a ajudar a levar a bom porto cada uma das ideias e pormenores, nunca disseram “não vamos conseguir”. Agora que penso bem no assunto nem devo tê-las ocupado tanto assim pois ficaram com bastante tempo livre para preparar várias surpresas com os padrinhos!
O que era o mais importante para ti?
A cerimónia em si, porque era a essência do sacramento que estávamos a celebrar. Mas toda a sequência de momentos que compõem o dia do casamento acaba por ser muito emotiva por isso tudo era importante na sua dimensão.
E secundário?
Nada foi totalmente secundário na organização do casamento. Mas sim, houve aspectos em que relaxei mais, em que pensei que se não fosse de uma forma seria de outra, estava decidida a não stressar nem perder o foco do que era realmente essencial.
Onde gastaste mais dinheiro?
No catering.
Onde gastaste menos?
Melhor ainda… “onde não gastei nada”? Tivemos a sorte do material gráfico ter sido um presente da minha tia Bé, que me deu a conhecer a Susana e quis oferecer-nos depois todo o material. Já o meu véu e um saiote lindíssimo com bordado da Madeira, foram empréstimo da minha querida amiga Andreia Mendonça.
O que foi mais fácil?
Escolher as flores, os sapatos, a decoração, a roupa das crianças… mais do que fácil, tudo deu um enorme prazer, principalmente porque cada um dos momentos foi partilhado com diversas pessoas.
O que foi mais difícil?
Dois desafios:
O vestido – não adorava nada do que via, e durante umas semanas vivi na dúvida entre comprar ou fazer. Acabei com uma solução intermédia: um vestido simples da Penhalta transformado em 2 modelos, um para a igreja, outro para o jantar.
Sentar os convidados – ainda para mais porque tínhamos que gerir as mesas por duas salas, íamos ficar com pouca visibilidade para a segunda sala e não queríamos melindrar ninguém. Penso que chegámos a um bom equilíbrio na distribuição pelas salas e mesas.
O que te deu mais prazer criar?
A dança para abrir a pista… a dois dias do casamento decidimos que queríamos surpreender os nossos convidados apesar da falta de jeito e de sermos muito discretos. Também nos deu imenso gozo fazer os vários pormenores da decoração.
O casamento que planeaste, é a vossa cara, ou foste fazendo cedências pelo caminho?
Nem sei se chamo cedências, fomos deixando cair o que era acessório e chegámos ao resultado que tínhamos imaginado. Houve sempre muita sintonia na organização de ideias, não houve assim nenhum tema “fracturante”.
Um pormenor especial?
Os manjericos de loiça com quadras das madrinhas e padrinhos. Já fazem parte da nossa casa. E uma ilustração nossa em tamanho real, oferecida também por eles.
Agora que já aconteceu, mudavas alguma coisa?
Só uma…. Fazia um fim-de-semana inteiro de festa porque o dia voou e eu não vi nada, não comi quase nada, não disfrutei da companhia de todos os convidados, não dancei todas as músicas que queria, não brindei nem abracei todas as pessoas. Mas adorei cada um dos minutos desse dia.
Algumas words of advice para as próximas noivas?
Relaxar. O dia passa a correr e há sempre imprevistos, é impossível controlarmos tudo e há que saber geri-los descontraidamente e não deixar que perturbem a felicidade desse dia. Também é importante ter presente o que gostamos, o que faz sentido para nós, com o que é que nos identificamos mesmo e não embarcar em modas, palpites e todas as opiniões que possam fazer resvalar a nossa festa para algo que não seja a nossa cara. Apesar do resultado ser um dia de todos, na organização é fundamental saber para onde queremos ir e se for preciso ser assertivo na última palavra. Não interessa o que toda a gente faz, não interessa o que é suposto ter/fazer, o que interessa é ambos estarmos confortáveis. O que é suposto, é ser um dos dias mais felizes das nossas vidas!
Os nossos fornecedores:
convites e materiais gráficos: Susana Almeida
local: Palácio da Rocha do Conde d’Óbidos
bolo e catering: Morgadio Real
fato do noivo e acessórios: Sacoor
vestido de noiva e sapatos: vestido Penhalta (com transformação imaginada pela noiva), sapatos Fátima Alves
maquilhagem: Cátia
cabelos: Ana Domingos
flores: Martins Alves
fotografia: Miguel Ribeiro Fernandes
luzes, som e Dj: Hugo Pena
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