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Mónica Aragão

Se eu me casasse… por Rita Cordeiro

Rita Cordeiro é Designer de Comunicação Visual e Editora de Social Media. Fotografa compulsivamente e vive com banda-sonora, o que resulta numa playlist visual que pode ser acompanhada na sua conta de Instagram. É também a autora das marcas cooler e wooler, onde cria as suas peças de joalharia têxtil e dá vida ao seu amor pela lã. Hoje revela-nos como seria se resolvesse casar…

 


 

Não fui a menina que sonhava com vestidos de princesa, nem nunca sonhei casar-me. É a mais pura das verdades e acho que isso nem sequer tem a ver com o facto de sempre ter sido meia maria-rapaz, mas sim com o barulho de luzes que os casamentos geralmente têm, que a mim, pessoa tímida e reservada q.b, sempre pareceu um exagero para uma coisa tão simples: a celebração de um amor para a vida.

 

Com o passar dos anos e com a actualização, simplificação e diversificação das cerimónias à medida de cada um e, principalmente, depois de ter começado a trabalhar neste ramo e de lidar diariamente com o amor e a felicidade de muitos casais, dei por mim a encarar o assunto de outra forma e, hoje em dia, consigo imaginar como seria o meu dia: simples, despretensioso e, principalmente, totalmente à minha medida, apenas com família e amigos muito próximos.

 


Não usaria o clássico vestido de noiva branco: ao fim de 18 anos com o noivo e com uma filha de 10, não faria sentido para mim, e também porque o branco não é definitivamente a minha cor de eleição. Daí que este vestido, que vi há umas semanas num manequim de uma loja Adolfo Dominguez e que a minha filha apontou com um “mamã, olha ali aquele vestido tão lindo!”, fosse o escolhido. É que quando olhei para ele, vi O MEU VESTIDO e consegui imaginar-me nesse dia e, ainda por cima, dentro do vestido mais lindo que a minha filha já tinha visto. Não podia ser mais perfeito!

 

Confesso que também vi nele o pretexto, também ele perfeito, para ter finalmente estes sapatos maravilhosos da Repetto os quais, apesar de sapatólica, o bom senso me impede de comprar desde que os vi, mas que o dia do meu casamento mais do que justificaria! Agrada-me também muito a ideia da possibilidade de voltar a usar ambas as peças no meu dia-a-dia, o que aconteceria com toda a certeza.


Como prezo mesmo a simplicidade, tanto o cabelo como a maquilhagem seriam também segundo essa premissa: o cabelo, que ultimamente uso mais curto, solto e apenas parcialmente entrançado e a maquilhagem, o mais natural e luminosa possível.

Na minha opinião o “look fresco e lavadinho” é o que mais se adapta à minha personalidade, pouco dada a produções na vida diária, mas nesse dia usaria alguns truques especiais.

Apesar de nunca ter investido muito em jóias, gosto mesmo muito das poucas que tenho e este colar de franjas e este anel, pela sua simplicidade, beleza e originalidade seriam, definitivamente os escolhidos para assinalar o dia.

Adoro flores e se pudesse viveria permanentemente rodeada delas. Para o meu dia escolheria um ramo de flores campestres, não propriamente um bouquet, mas um ramo de flores frescas, apanhadas e reunidas num ramo.


A cerimónia civil teria lugar na minha varanda favorita de sempre, a varanda do Castelo de Leiria. Imagino que isso implicasse grandes autorizações especiais, mas acredito que seria possível!

 

A festa teria uma banda sonora elaborada por nós, ambos melómanos inveterados, com todas as músicas que nós e os nossos amigos adoram. Uma espécie de “memory lane” que poria um sorriso na cara de cada um de nós e nos faria dançar até ao final da festa.

As fotografias do dia seriam deixadas a cargo não só dos convidados, a quem seriam distribuídas polaroids e também do meu amigo e fotógrafo maravilha, Ricardo Graça. Criaria também uma hashtag de partilha no Instagram, que no nosso caso seria: #oscorderosacasaram, numa brincadeira com os nossos 2 apelidos (Cordeiro e Rosa) e é claro que eu também não resistiria a tirar umas fotos para ir publicando na minha galeria!

 

E agora vem a parte melhor, a lua-de-mel! Por muito irresistível que fosse apenas um destino tropical, sei que ao fim de uma semana, tanto eu como o rapaz já deitaríamos praia pelos olhos… Por isso, faria uma lua-de-mel de 4 semanas, que ao fim de 18 anos de vida em comum uma pessoa merece comemorar em grande, não é?

 

A 1.ª semana seria passada num qualquer resort, daqueles em que se passa o tempo entre o mergulho e a toalha e o spa. Mas com a possibilidade de passear pela cidade, se nos apetecesse, em caso da overdose iminente de praia acontecer inesperadamente. E depois, já com a fotossíntese em dia, começaria a viagem de sonho ao Japão durante 3 semanas inteirinhas.

 

E depois éramos felizes para sempre.

(E agora que leio esta última frase, e que me dou conta de que escolhi casar-me num castelo, apercebo-me de que se calhar afinal sempre acredito mais em princesas e em príncipes encantados do que admiti ali em cima!)

 

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