Uma caixa para o vestido de noiva
As coisas preciosas querem-se bem guardadas e foi isso mesmo que a Alexandra pensou em relação ao seu vestido de noiva. Daí ter contactado a Sílvia Pontes para saber se era possível fazer uma caixa para o efeito. Foi um desafio para a Sílvia, habituada a trabalhar com medidas bem mais reduzidas; mas depois de se certificar que o seu equipamento lhe permitia alguma margem de manobra, abraçou a proposta com entusiasmo.
Trata-se de um vestido pouco volumoso mas, ainda assim, a base da caixa ficou com 60x60x20cm. Para tornar a estrutura de cartão mais resistente, já que tem de perdurar o máximo possível no tempo, optaram por contra-colar 2 cartões de 3mm. Após medir, cortar e unir todas as partes, faltava lixar as arestas – e só este processo demorou mais de uma tarde a completar.
«Nem sempre inicio e termino uma encomenda de seguida», conta-nos a Sílvia. Depende do estado de espírito, dos contratempos, ou dos vários trabalhos que temos em agenda e que vamos fazendo em simultâneo. Neste caso, foi preciso deixar a caixa respirar uns dias em cima da mesa para lhe voltar a pôr a mão, já que sai do padrão standard e precisamos de extrema calma e paciência para fazê-la no dia certo, com concentração, para que fique o melhor possível à primeira. Sobretudo, é algo que tem de ser aprimorado com prazer – e claro, com boa música sempre de acompanhamento.»
Desenrolar o tecido e cortá-lo inteiro na máxima largura requer muito espaço, e embora o atelier tenha mesas grandes de corte, pareceu tudo pequeno na hora de riscar e cortar. «Às tantas tínhamos quatro mãos, duas já não chegavam, com os braços emaranhados dentro da caixa a acertar, esticar e a colar o tecido. Foi giro.»
A máquina de tipos que Sílvia utiliza para este detalhe tem um prato de 30x30cm, por isso em vez de timbrar o texto depois do tecido estar colado, fez-se o inverso. Timbrar primeiro o tecido e depois colar sobre o cartão. É preciso alguma perícia para a esquadria bater certo no fim.
Visualmente é uma peça simples, mas o processo exige raciocínio e muita paciência pela dimensão que apresenta.
Para tornar a caixa única e com aquele toque especial, timbraram o nome e a data do casamento em tom cobre sobre um linho rosa blush, escolhido pela Alexandra.
Resultado final elegante, discreto e intemporal.
«Foi uma excelente oportunidade de concretizar algo que tinha imaginado há muito tempo e de poder registar alguns momentos com a câmara, ainda que de telemóvel, na hora de embalar para enviá-la pela transportadora. Demorámos cerca de 45 minutos a protegê-la com plástico de bolha de ar para chegar imaculada ao destino.»
E que bom terá sido para a Alexandra receber esta obra de arte em casa!
Não deixem de ler mais artigos sobre o maravilhoso trabalho da Sílvia Pontes – e falem com ela, contem-lhe as vossas ideias, que ela faz o impossível para torná-las realidade. Sempre com muita classe!
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