Sílvia Pontes Encadernação Personalizada X Paulo Castro Photography

Uma das virtudes desta casa sempre foi juntar pessoas, lançar a faísca que inicia a conversa e dar suporte à criação conjunta. A soma de talentos diversos e complementares é sempre uma fantástica história.

 

O que vos mostramos hoje é exactamente isso: damos luz a um projecto que juntou a Sílvia Pontes, que cria artesanalmente álbuns fotográficos e todo o tipo de arquivos de memórias, e o Paulo Castro, fotógrafo de casamentos e não só.

 

A Sílvia explica-nos as imagens poderosas e magníficas que vamos ver:

“A ideia principal do Paulo incide no retrato, fazendo sobressair o resultado do meu trabalho como autora e artista, e, simultâneamente, mostrando quem está por trás deste projecto e de cada peça, que merece de ser reconhecido, valorizado e distinguido das grandes produções massificadas e industriais.

É também uma forma de unirmos valências como artistas e profissionais, e levar a mensagem mais longe, sensibilizando o público para uma abordagem mais pessoal e intimista, preservando de forma única os registos de momentos e sentimentos especiais que um dia destes transporta.”

 

Na sua essência, esta é uma sessão de retrato de artista, por um fotógrafo profissional. Mas quando acrecentamos uma camada de leitura, que é o contexto em que uma história é criada, o que estamos a ver é elevado para outro patamar de valor, tal como quando fazemos uma visita a um museu e somos acompanhados por um guia que nos desvenda os segredos de uma pintura abstracta.

 

“As imagens foram concebidas na casa dos avós paternos da noiva Joana, onde foi celebrada a cerimónia do seu casamento.

Depois do mais bonito dos dias da Joana + André, reuni com eles para encontrarmos uma solução para guardar algumas fotografias soltas, postais e pequenas lembranças que faziam questão de manter junto do álbum de fotografias do casamento. Traziam também um tecido utilizado em pormenores do dia, que decidimos enquadrar no interior da caixa do álbum.

Foi um projecto que se fez com calma, por todos os detalhes emocionais que contém e pelos pormenores técnicos que implica e foram necessários alguns testes durante o processo, de forma a encontrarmos a solução perfeita.

Mais tarde, depois das fotos impressas e montagem do álbum terminada, o Paulo achou que o resultado merecia uma atenção mais singular e decidiu fotografá-lo no ambiente da casa, onde tinha sido a cerimónia de casamento.”

 

“Marcámos a sessão num final de tarde de verão. Imperava uma luz quente e dourada, numa atmosfera envolvente, que nos levou a viajar até à década de 50/60. Esta casa é um lugar mágico, onde ainda permanece a essência viva dessa época. É um museu familiar, que nos faz recriar imagens e imaginar como teria sido viver naqueles tempos. Existem memórias em todos os recantos do edifício e é uma descoberta a cada esquina que se dobra.

Deixámo-nos guiar pela intuição e pelos sentidos, de forma autêntica e livre, enquanto seguíamos de frame para frame. O olhar do Paulo, a cada disparo da câmara, procurou a luz, por vezes difusa, chegada de pequenas frestas que entravam pelas vidraças.

A sessão foi decorrendo de forma espontânea e cada momento foi acontecendo até ao último raio de sol, num resultado incrivelmente inesperado!”

 

Gosto muito destas imagens, que são dramáticas e felizes, cheias de força.

São também, para quem a conhece, um claríssimo e fiel retrato da Sílvia Pontes, pessoa e artista. O Paulo Castro, com o seu ponto de vista puro e focado, captou a essência e a alma da Sílvia.

Estas são experiências ricas e marcantes na troca de serviços que elevam os seus interlocutores, quem vê e quem é visto, a um plano superior, onde tudo flui numa simbiose de talentos!

E é também uma de muitas outras histórias que nos fazem vibrar e relembrar de bons e belos momentos que vivemos. A melhor forma de as eternizar é preservá-las, materializando-as num suporte, à medida do sonho de cada um.

 

Espreitem o trabalho bonito da Sílvia Pontes, contem-lhe os vossos desejos, sonhos e memórias e ela criará a arca do tesouro para os guardar. E falem com o Paulo Castro, se estão pelo norte (ele é de Guimarães), para vos retratar, sejam artistas, profissionais ou um cidadão comum. Um retrato é um momento de descoberta mútua, em que nos disponibilizamos para ser vistos por quem nos quer ver, como somos, de corpo e alma. É muito especial.