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Susana Pinto

Cartões de participação de casamento, por A Pajarita

Continuamos a partilhar o série “Preparar o caminho descomplicando-o“, criada pela Alexandra Barbosa, de A Pajarita, e publicada no seu site todas as semanas.

 

Hoje a Alexandra Barbosa fala-nos sobre os cartões de participação de casamento, um objecto caído em desuso nos últimos anos, mas que encontra agora uma nova vida e utilidade, ao encolhermos forçosamente o número de convidados para o grande dia.

 

Os cartões de participação de casamento

Março chegou cheio de incertezas, a primavera lá fora florescia numa paisagem atípica.

Começou uma nova época, a da resiliência. As portas e janelas fecharam-se, nós ficámos confinados, os negócios estagnaram e os sonhos foram suspensos e adiados.

 

O casamento foi um dos planos que mais vi ser repensado e a palavra de ordem era: não cancelar, adiar. Na verdade, o sonho tem de ser adiado, pelo bem de todos. Queremos casamentos vividos em plena alegria e com gestos sem restrições. Queremos receber aquele abraço emocionado de quem nos conhece desde sempre, aquele beijinho repenicado de quem nos viu crescer, queremos saltar, dançar ou simplesmente partilhar a mesa (ou as mesas) com quem mais amamos.  De momento, não o podemos nem o devemos fazer, pelo nosso bem e pelo bem daqueles que fazem parte da nossa felicidade.

 

Cartões de participação de casamento A Pajarita

Vivemos um tempo de incerteza, um tempo novo e ainda muito desconhecido.

Não sabemos ainda quando ou como poderemos voltar a juntar-nos e, por isso, a maior parte de vocês decidiu adiar o casamento para 2021. Outros, mais optimistas, empurraram para o inverno o seu sonho de casar com uma grande festa.

 

Mas tudo continua envolto num enorme ponto de interrogação. Ainda assim, não se deixem guiar pela ansiedade, não se desgastem com detalhes e foquem-se no que é mais importante: vocês e as vossas pessoas. Por agora, outras soluções criativas se proporcionarão para quem não quer deixar o dia, que escolheu como seu, passar em branco.

 

Nesta data, no vosso dia, reservem o tempo e o foco para vocês e dêem um passeio juntos ou planeiem um jantar romântico em casa (aproveitem para dar suporte ao vosso restaurante favorito ou para experimentar um novo, encomendando um take away sofisticado e saboroso). Preparem uma mesa bonita, ponham uma música a tocar baixinho, acendam umas velas para criar uma atmosfera intimista e recordem o que vos une, visitem as vossas memórias mais bonitas.

 

Cartões de participação de casamento A Pajarita

Se pretendem dar mais ênfase ao momento, podem, por exemplo, fazer uma troca de votos num sítio bonito e que tenha um significado especial. A ideia é criar um marco e se não pensaram na troca de votos para o vosso casamento, esta pode ser a motivação para o fazer. Longe da pressão adicional do olhar dos muitos convidados, podem trocar juras amor eterno, usando palavras que vêm do coração e que somam tudo o que viveram, separados e juntos, o que vos liga e vos expande, o que vos define como par e como unos.

E saibam que este momento pode ser integrado nas memórias registadas do vosso casamento.

 

Materializem os vossos votos na mesma linha gráfica do estacionário de casamento, vistam uma roupa bonita, alegrem o vosso look com algumas flores e deixem-se levar pelo momento.  Para finalizar, cortem e deliciem-se com um bolo em vossa homenagem (encomendem um mini-bolo, ao vosso fornecedor do bolo dos noivos, mais um pequeno negócio que ficou suspenso e agradece a vossa compra), ou façam um piquenique ao pôr-do-sol. Não precisa de ser nada complicado, apenas contemplem e desfrutem o vosso momento de forma genuína e à vossa imagem.

 

As bonitas imagens registadas vão dar um toque especial ao vosso álbum de recordações num época que será parte da nossa história. E se o fizerem ao ar livre, de forma segura e sensata, poderão ter também um fotógrafo (o vosso fotógrafo de casamento!) a captar algumas imagens. Porque não mostrar aos vossos convidados quando celebrarem o vosso casamento? Tenho a certeza que despertará todo um conjunto de emoções fortes e bonitas!

 

Cartões de participação de casamento A Pajarita

Os mais resilientes, os impacientes ou aqueles para quem, legalmente, casar é um assunto premente, podem optar por fazer uma mini-cerimónia, seja civil ou religiosa, ou, quem sabe, casar sem convidados, em segredo. Porque não?

Mais tarde, quando todo o contexto for outro, poderão fazer a grande festa com que sonharam, juntar os vossos entes queridos e amigos, e celebrar com a intensidade que vocês merecem, sem restrições nem medos.

 

Casar e mais tarde festejar pode ser uma solução para os casais que não querem abdicar do seu dia, por ser uma data única e um marco na sua relação.

Neste cenário, pode ser interessante enviar algo que se foi deixando de usar: os cartões de participação de casamento.

Os cartões de participação de casamento são uma peça informativa e têm como função comunicar à família e amigos que casaram. Neste cenário, podem indicar uma data definida para festejar ou simplesmente avisar que festejarão mais tarde, quando for seguro para todos e que estão ansiosos pelos seus abraços. Se tiverem nova morada, não se esqueçam de a incluir, as vossas pessoas podem querer felicitar-vos e responder ao bonito cartão que enviaram.

 

Cartões de participação de casamento A Pajarita

Apesar da incerteza se ter instalado, nada justifica o cancelar a celebração do vosso amor.

 

As vossas famílias e amigos vão compreender a escolha que fizeram para marcar a data tão especial, seja adiando, seja celebrando a dois. Não se deixem levar pela ansiedade, olhem para o copo meio cheio, nem tudo é mau. Têm a oportunidade de dar ao vosso dia mais bonito uma intensidade extra que nenhum casamento teve até então – o desejo genuíno de estarmos juntos. Estamos todos em pulgas para voltar a abraçar, sentir e encurtar distâncias, desvanecendo a saudade e voltar a estar com a família toda junta. É neste ambiente de união e amor, mais desejado que nunca, que o vosso dia vai ser festejado.

 

O amor merece sempre que esperemos por ele!

 

Este post foi originalmente publicado em A Pajarita.

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