“Simplesmente Branco é…”
Esta semana (e este mês, que será de novidades boas) começa com algo diferente, fortíssimo. Por isso mesmo, deixo-vos uma breve apresentação primeiro, para que se maravilhem com o que se segue, em toda a dimensão que merece.
Aos 65 anos, Marina Abramovic, artista sérvia residente em Nova Iorque, auto-intulada ‘a avó da arte performativa’, ofereceu-se aos visitantes do MoMA repartida em minutos. Um minuto para cada pessoa que quisesse sentar-se à sua frente e, em silêncio, olhos nos olhos, comungar consigo daquela fracção fugaz de vida, irrepetível.
De entre as 736 horas e meia de partilhas, há um minuto em particular que anda pelas redes sociais a distribuir espanto e emoção e que me chegou através do Paulo Galindro, ilustrador extraordinaire. O minuto em que Ulay, o ex-companheiro de Marina, quebrou uma promessa com 22 anos, firmada a meio da Muralha da China, onde os então amantes se encontraram para se despedir.
É um minuto em bruto, inesperado e perturbador. É um reencontro. É um amor em estado puro.
httpv://www.youtube.com/watch?v=OS0Tg0IjCp4
Não se quebra tamanha promessa levianamente; quebra-se porque, citando Roland Barthes em Fragmentos de um Discurso Amoroso, “… nada tenho para te dizer a não ser que este nada é a ti que o digo.”
O artigo de hoje foi gentilmente editado pela Marta Ramos. É uma das coisas muito boas de que falaremos durante esta semana.
Não podíamos ter começado de maneira melhor!
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Lindo:)))..obrgada “SIMPLESMENTE BRANCO”
não precisamos saber o que disseram, seria até um roubo, mas o amor pairou por ali e foi muito forte – como sempre aliás deve ser. Um momento forte e doce.
Tão forte que me fez chorar. O amor.
Lindo…