Fernanda + Joaquim, amor e um passeio pelo Porto
Retomamos a rotina semanal das histórias de amor à sexta feira, com o casamento da Fernanda + Joaquim, fotografado pela dupla Menino conhece Menina, estreantes nesta rúbrica, cá em casa.
Fiquem com as imagens bonitas e uma história empolgante e muito diferente do habitual.
Se a vida te dá limões… junta os amigos e família, e faz uma limonada!
Como foi o teu pedido de casamento?
Se eu começar por dizer “quando” foi, fica fácil perceber que foi completamente fora do convencional! Depois de tudo tratado para o grande dia, o pedido oficial foi exactamente quatro dias antes do casamento. Talvez tenha sido o noivado mais curto da história, mas valeu a pena!
Na verdade, foi tudo muito simples, sempre soubemos que queríamos estar juntos. Assim, a decisão de nos casarmos foi natural, sem grandes cerimónias ou formalidades, da mesma forma que “juntámos os trapos” pouco tempo depois do início do namoro.
A parte logística de uma relação intercontinental também pesou na decisão. Apesar de Portugal e Brasil serem países irmãos, ajuda sempre ter duplo passaporte, e o Joaquim tinha emigrado para o Reino Unido no início do ano.
Inicialmente a ideia era apenas fazer uma simples cerimónia civil, uma vez que o plano era eu mudar-me para Inglaterra com o Joaquim em Maio, e não acreditávamos que houvesse tempo para preparar um casamento religioso. Mas quando pensámos na nossa família, e em como seria importante para eles celebrarmos este momento de uma forma um pouco mais tradicional, resolvemos oferecer-lhes este presente e tentar bater o recorde do casamento organizado no mais curto espaço de tempo.
Por coincidência, os meus pais estavam a programar uma visita a Portugal no meu aniversário, e foi assim que decidimos marcar o casamento para Abril. Teríamos pouco mais de 2 meses para organizar tudo, mas sabíamos que ia valer a pena, até porque seria uma oportunidade do Joaquim rever toda a gente depois de alguns meses isolado na ilha.
E o pedido de casamento foi sendo adiado…
Tudo levava a crer que o casamento iria realizar-se sem noivado, mas no último jantar de família antes do grande dia, eu fui oficialmente surpreendida com o pedido! Na verdade, tratou-se de uma tentativa trapalhona do Joaquim convencer o sogro de que seria o homem certo para me fazer feliz.
Ele deixou um cartão de parabéns pelo ‘Fim da Vida de Solteira’ em cima da mesa com uma orientação sobre o que viria a seguir.
O verdadeiro pedido encontrava-se sobre a cadeira onde me iria sentar, com uma carta linda e, fugindo do tradicional, ofereceu-me um delicado cordão com uma peça em cristal em forma de coração. Seguiram-se as brincadeiras e os “discursos” familiares, e estávamos oficialmente (e finalmente!) noivos! Quase na véspera do casamento, mas ainda a tempo de ser especial!
Como te organizaste? Por onde começaste, com que antecedência?
Pela descrição do processo de pedido de casamento já dá para imaginar que foi uma correria para organizar tudo. Ainda mais porque o Joaquim estava longe, o que dificultava fazer escolhas e tomar as decisões que tínhamos que tomar ‘juntos’. Sabia que antes de qualquer coisa, teríamos que providenciar os documentos necessários, e que por eu ser brasileira isso poderia levar a algumas exigências extra (o que acabou por acontecer!).
Sendo eu brasileira, a organizar um casamento em Portugal, a dificuldade em planear o casamento foi ainda maior, dadas as naturais e óbvias diferenças culturais. Senti-me completamente perdida, nem sabia por onde começar. Comecei a pesquisar em sites especializados em orientações para os noivos e a maioria deles propunha utilizarmos um cronograma de “o que fazer” com pelo menos um ano de antecedência! Um ano! Doze meses! Nós nem três meses tínhamos…!
Enquanto isso, o Joaquim continuava no Reino Unido a preparar o nosso primeiro lar pós casamento. Já sabíamos que ele só poderia vir para Portugal entre 2 a 5 dias antes do casamento. Na verdade, exactamente 2 semanas antes da data marcada, ele começou um novo trabalho, e a primeira notícia que deu aos seus novos colegas foi precisamente a de que se iria casar… “Será que da para tirar uma semana para dizer ‘I DO’?”.
Confesso que cheguei a desesperar, mas a vontade de viver este momento era maior que tudo. Lembrei-me então de pedir umas dicas a uma amiga que se tinha casado há pouco tempo. Ela sugeriu alguns sites (Simplesmente Branco incluído!) e partilhou um pouco a história dela, o que me foi muito útil. Outra amiga partilhou relatos de amigas que estavam casando ou que já haviam casado recentemente. A irmã do Joaquim, também me foi ajudando bastante, tendo sido inexcedível. Na ausência do noivo, a Clara foi uma companhia perfeita para o substituir.
Que ambiente quiseste criar? Como o fizeste?
Eu imagino que muitas noivas e noivos quando se decidem casar têm uma ideia muito clara do que querem em função dos seus gostos e possibilidades financeiras (o tipo de lugar e ambiente que querem criar, o número de convidados), e do tempo que precisarão para organizar esta festa de sonho.
Nós não tínhamos nada pensado, nada sonhado, apenas sabíamos o que não queríamos, o que já e um começo. Teríamos que criar uma imagem nossa, é óbvio, dentro do orçamento definido, e sabendo de antemão que não seria fácil encontrar muitos espaços disponíveis em um prazo tão curto.
A escolha da igreja foi óbvia e não poderíamos imaginar melhor cenário para o casamento. O Joaquim é de Grijó, e sua família tem uma relação muito forte com o Mosteiro. O facto de ser um lugar lindo com uma forte ligação emocional associada tornou a decisão muito fácil. Eu, como arquitecta, fiquei absolutamente encantada com a possibilidade de me casar numa igreja tão antiga e linda!
A partir daí tínhamos que escolher um local para a festa. Ao mesmo tempo que queríamos algo íntimo para conseguirmos conviver com toda a família e amigos, infelizmente, tivemos mesmo que optar por limitar o número de convidados, o que nos impossibilitou de partilhar este dia com muitas outras pessoas que adoraríamos que tivessem estado presentes.
Tivemos que levar em conta também a possibilidade de chover, coisa não muito rara na linda cidade do Porto. Acima de tudo, queríamos um espaço que tivesse a ver connosco, com a nossa história, com o nosso amor, que fosse confortável, e claro, que ficasse bonito nos registos que guardaríamos para a posteridade.
Definimos um limite de 50 convidados, porque achamos que assim conseguiríamos ter todos confortáveis e bem servidos e, ponto importante, não abusar demais do limite orçamental. Esta decisão era também importante no que diz respeito a configuração do espaço escolhido. Muitos lugares não aceitam menos de 100 ou 80 convidados, enquanto outros são pequenos demais para mais de 40, e com esses limites em mente fizemos uma selecção dos possíveis locais para a festa.
Na grande maioria dos lugares que mais gostamos, há uma lista de espera com festas marcadas com mais de dois anos de antecedência! Quando eu dizia que o casamento era no dia 20 de Abril ouvia regularmente como resposta uma enorme interrogação “deste ano????” “É muito em cima, não temos disponibilidade”. Outros que se encaixavam na nossa caixa de sonhos e que estavam disponíveis eram totalmente proibitivos em termos de preço.
Um dos primeiros lugares escolhidos, e que se encaixaria na perfeição com aquilo que poderíamos esperar de um lugar ideal para nossa festa, era o Grande Hotel do Porto (GHP), mas este também não estava disponível para a data que havíamos escolhido. Contudo, sorte nossa, depois de já estarmos cansados de ver outras opções, eis que com muito chorinho e disponibilidade da parte deles para alterarem o evento que estava marcado para a data, eis que o GHP torna-se nosso! Foi um alívio e uma felicidade, porque viabilizaria uma série de outros sonhos! Estando no Baixa, poderíamos mais facilmente dar seguimento à festa na noite do Porto, e assim nos juntarmos com outros amigos.
As restantes decisões se fizeram daí! Tínhamos uma igreja super antiga e um hotel com muita história como espaços; tínhamos o contexto da mudança para a Inglaterra e de nossas próprias mudanças pessoais como pontos marcante, tínhamos o Porto (esta cidade que nos encontrou e onde nos encontramos um ao outro) disponível para nós! Quisemos celebrar a cidade e a mudança ao mesmo tempo! E assim foram sendo feitas as escolhas que criaram o nosso ambiente: espaços lindíssimos por si só, um salão de festas com o tamanho perfeito para o nosso número final de convidados (que acabou por ser pouco superior a 70!) e a possibilidade de nos despedirmos do Porto em grande e com um toque muito nosso!
A opção “feito por ti” surgiu porquê?
Tínhamos orçamento e tempo demasiado apertados para deixarmos as decisões serem tomadas por outras pessoas! Sentimos que apesar dos possíveis transtornos que isso nos poderia causar (a mim principalmente, que praticamente tive que estar 100% voltada para isso), não havia outra opção. A decisão estava tomada e era necessária total dedicação a esta tarefa. Além da própria organização do casamento e da festa, eu também acabei inventando de fazer eu mesma alguns elementos de decoração, primeiro porque não tínhamos tempo para ficar com idas e vindas de correcções de produção, mas também porque ficava muito mais barato desta forma (mesmo eu estando longe de ser uma designer gráfica, ainda consigo traçar uma linha ou duas)!
Tiveste ajuda?
Certamente! Seria impossível fazer tudo sozinha, ou mesmo só com o noivo que ia ajudando a decidir as coisas por meio cibernético – emails, skype, links! Nem imagino como teria sido se não tivéssemos tido outras pessoas envolvidas de alma e coração desde o começo! As duas famílias, além do apoio normal que poderiam dar numa situação dessas, tomaram para si algumas responsabilidades e assim aliviaram-nos também bastante. Os padrinhos do casamento, especialmente, foram impecáveis e fomos presenteados por alguns amigos com ofertas que nos ajudaram imenso!
Um amigo, que por sorte também é um óptimo DJ, ofereceu-se para cuidar da música da festa e tratou de tudo, de um casal amigo recebemos as ofertas para os convidados, por um outro amigo foi possível fazermos o caminho até a igreja e daí para festa num lindo Fiat 850 vermelho que era a nossa cara, as mães das meninas das alianças trataram da escolha das suas roupas e acessórios, vários amigos iam dando uma força aqui ou ali… e os padrinhos todos fizeram jus ao título e foram incansáveis disponibilizando tempo, combustível e muita paciência a ver opções de lugar, roupa, decoração… Enfim, seria impossível ter feito tanto em tão pouco tempo sem toda esta ajuda preciosa!
O que era mais importante para ti?
O mais importante era que o casamento fosse a nossa cara, sem grandes extravagâncias, e que nos permitisse usufruir do momento de uma forma descontraída (o noivo sempre repetia isso para não nos esquecermos!). Não era importante ter mais ou menos uma mesa de frios, se tinha mais ou menos um jogo de luz, taças de cristal ou pedestais de bronze. Acima de tudo, queríamos proporcionar um ambiente confortável que representasse da melhor forma a felicidade do momento de uma forma simples.
E secundário?
Tudo o que se mostrasse trabalhoso ou ostensivo demais! Não tínhamos nem tempo para ficar inventando demais, nem dinheiro para investir em coisas que não fossem absolutamente necessárias. Apesar disso demos muita atenção à qualidade de tudo o que escolhemos, procurando pagar por isso os preços justos, sabendo que muitos deles eram mais altos do que normalmente aceitaríamos, mas que naquele momento e com aquele prazo não haveria alternativas razoáveis.
Onde gastaste mais dinheiro?
Creio que como todos os que optam por um casamento que envolva mais do que simplesmente a família mais próxima, não seja feito em casa, nem seja completamente alternativo (como a possibilidade de um pic-nic no Parque da Cidade, que inicialmente foi ponderada mas rapidamente descartada), também nós acabamos por pagar mais no serviço da festa.
Onde gastaste menos?
Talvez nas flores. E não por ser um serviço secundário ou porque não déssemos importância para sua qualidade. Pelo contrário, tentámos encontrar várias opções a um preço justo e acessível, mas sempre que a palavra “casamento” ecoava dos meus lábios, os preços triplicavam.
Optei pelo simples, e pelo que estivesse disponível na época, porque sabia que isso ajudaria bastante a baixar o custo final. Assim, na igreja, quem fez os arranjos foi a florista que já está acostumada com aquele ambiente, e que colocou apenas o que precisava, em tons neutros, que são mais fáceis de encontrar e combinar (escolha e orientações muito bem feitas pela minha sogra!).
Para decoração do salão da festa também não tive que me preocupar muito, porque o salão em si é muito bonito, então as flores seriam apenas para preencher um pouco as mesas (e nisso foram perfeitas, dando uma alegria extra ao espaço, e combinando com o meu ramo)!
Para os ramos eu queria manter o tom dos meus sapatos (coral) e dos vestidos que acabamos por escolher para as meninas (rosa forte, porque são as duas muito branquinhas, e também para fugir um pouco ao tradicional), mas sempre na condição de não ter que encomendar daquelas “flores que só nascem durante 2 semanas por ano e são raríssimas de encontrar”! Defini com a florista os tons e um limite de preço e fomos vendo dentro das opções disponíveis na época que flores funcionariam melhor.
O que foi mais fácil?
Escolher o fotógrafo. Tínhamos uma visão muito clara do que esperar da fotografia desse momento, e sabíamos que não queríamos perder tempo de convívio fazendo pose para as fotos. Optámos por procurar apenas fotógrafos que fizessem uma cobertura mais próxima do registo jornalístico, mas que tivessem a sensibilidade de captar aqueles momentos mais delicados, dando a importância que eles merecem, segundo o nosso gosto.
Para além disso, temos aquelas coisas que foram resolvidas pelos nossos amigos e padrinhos, e que foram certamente as mais fáceis para nós, especialmente porque não tínhamos que nos preocupar com elas, e confiávamos nas escolhas deles! Mas acho que entre essas se destaca uma.
Não tínhamos escolhido ainda o que fazer para oferecer de lembrança aos convidados. Não queríamos uma coisa banal, ou impessoal. Sabíamos então que o que quer que escolhêssemos daria trabalho ou poderia sair muito caro! E chegámos a pensar em algumas coisas, mas nada do que gostávamos se mostrava exequível. Até que um dia fui almoçar com um dos amigos convidados e ele disse “ e se nós vos oferecêssemos as lembranças do vosso casamento?”. Eu tinha certeza que dali só podia sair ideia boa! E foi óptima! Eles fazem cabazes para eventos, com rótulos personalizados e produtos caseiros, e o que ele propôs foi que escolhêssemos um produto e eles tentariam utilizar uma foto tirada no próprio casamento (coisa que eles nunca haviam feito antes!), e ter os produtos rotulados e personalizados com aquele momento! Achamos fantástico, e assim foi! Acho que todos gostaram da ideia do rótulo, além de o conteúdo estar delicioso (bem, para eles deve até ter sido bem trabalhoso, mas funcionou na perfeição, e para nós foi uma ajuda e uma prenda fantástica! Nem imagino a logística de todo o processo, mas para eles não deverá ter sido fácil.
O que foi mais difícil?
Mais difícil foi conseguir conjugar tempo/dinheiro/gosto. Acho que tudo teve seu grau de dificuldade nesse sentido. Além da dificuldade do local, a escolha do vestido também não foi fácil: era mudança de colecção e muitos modelos não estavam disponíveis em loja para experimentar e não havia tempo de pedir um exemplar para prova, e tudo parecia ser caro demais para o que era; também por ser mudança de colecção foi difícil encontrar sapatos que não fossem os clássicos de noiva ou sapatos pesados e escuros de inverno (eu queria alguma coisa colorida, porque já me bastava estar vestida de noiva, não conseguiria me imaginar de sapatos brancos!). O noivo também não queria o tradicional fato preto, e sim um mais claro, preferencialmente com uma camisa de cor forte, cujo tom parecia impossível de encontrar!
As duas meninas das flores têm idades muito diferentes, foi difícil encontrar um modelo de vestido que ficasse bem nas duas e ressaltasse suas personalidades, cada item a resolver era uma pequena batalha, não tanto pela dificuldade da escolha em si, mas mais porque não havia tempo para corrigir se uma determinada decisão não se mostrasse boa o suficiente.
O que te deu mais prazer criar?
Assim como tudo teve seu grau de dificuldade, acho que também cada decisão teve seu grau de felicidade e contentamento! Tudo esteve interligado. Não havia tempo para dizer “ok, isto está bem, vamos passar para aquilo”, em função de uma lista predefinida de tarefas.
Apesar de termos uma lista de prioridades, tudo foi acontecendo meio que ao mesmo tempo. Eu já tinha na manga uns 5 ou 6 modelos paras coisas gráficas que tinham que ser feitas, para poder escolher em função do tipo de festa que fosse acontecer e dependendo do lugar. Quando tudo tem que ser decidido ao mesmo tempo isso não é possível. E também é difícil criar tudo do zero! Nestes casos é sempre bom e mais fácil partir de alguma referência, e alguns sites apresentam ideias muito boas que, com um pouquinho de jeito, são fáceis de executar. Assim foi com o convite. Gostei de vários exemplos feitos em modelo de “cartão de embarque” de avião. Um deles em especial vinha com um envelope desdobrável com o mapa do local do casamento dentro. Achei perfeito, e decidi que se adequava lindamente à nossa história.
O convite foi um cartão de embarque com o envelope e alguns detalhes nossos, uma fotografia, um pequeno texto com momentos pessoais, uma breve descrição dos locais escolhidos para a cerimónia e festa (e, especialmente porque muitos convites iam para o Brasil), criei um “dois em um”, formado por um cartão postal para ser enviado de volta aos noivos com mensagens, e um íman com o “save the date” para ficar com o convidado.
Fiz os marcadores de mesa com postais antigos do Porto, e o cake topper com um avião que encontrei por acaso e achei que tinha a ver com a ocasião, completando com mais umas bandeirinhas com nossas iniciais e as cores do Brasil e de Portugal, muito discretamente sugeridas.
O casamento que planeaste é a vossa cara, ou foste fazendo cedência pelo caminho?
Acho que por causa de todas as cedências que fizemos pelo caminho, e só por causa delas é que conseguimos fazer desse casamento a nossa cara! Talvez se tivéssemos desde o início uma ideia fixa do que seria o casamento, e não nos deixássemos levar um pouco pelo vento das opções que tínhamos, podíamos não ter ido a lado nenhum! Conseguimos conjugar bem o que queríamos com o que tínhamos disponível. Foi o casamento possível, mas podemos dizer que não poderia ter sido mais perfeito!
Um pormenor especial?
Acho que tivemos dois grandes pormenores especiais e muito exclusivos. Um deles foi a forma escolhida para nos despedirmos do Porto. Numa das conversas com os fotógrafos, íamos definir o roteiro do dia: aquele normal de “casa do noivo, casa da noiva, igreja, festa”. Nós não tivemos oportunidade de fazer fotos nossas antes do casamento, como gostaríamos de ter feito, porque o Joaquim não chegaria a tempo, por isso resolvemos fazer mais algumas fotos só do casal no próprio dia. Junto com os fotógrafos, pensamos então sobre o assunto e chegamos à conclusão que poderíamos aproveitar o Porto, a nossa cidade de encontro, para registarmos esse momento.
Pensámos em alguns lugares que sempre fizeram parte da nossa rotina na cidade, algumas ruas, a estação de comboios, mas também não era muito prático ficar estacionando o carro nas ruas do Porto enquanto a festa tinha um cronograma mais ou menos definido para acontecer e que não contava que nós ficássemos horas fora. Mas – “e se fôssemos de metro? Olha que pode ser uma ideia!” Definimos então um trajecto que nos fizesse chegar ao nosso destino a tempo, e ao mesmo tempo nos permitisse (como disse alguém depois) “espalhar nossa alegria pela cidade”! E assim fomos de São Bento para Trindade, tendo o mítico Bolhão como paragem final. Durante todo o trajecto, como óptima representação do povo tripeiro, fomos recebidos com abraços, palmas, cantorias, lágrimas e sorrisos de pessoas desconhecidas! Foi divertido e delicioso.
Outro momento foi a nossa segunda festa. Como infelizmente não podíamos convidar todos os amigos, mas ao mesmo tempo queríamos estar com todos eles, pensámos juntar toda a gente num outro lugar depois da festa “oficial”. Sabíamos que muitos não iam de uma festa para outra, por isso não nos preocupámos em reservar outro local só para nós, pelo contrário, queríamos levar a nossa festa para outra festa rotineira do Porto, e por isso não podia ser uma coisa muito combinada. Mais uma vez, ter a festa no GHP permitiu que fizéssemos isso! Pensamos em locais ali perto onde pudéssemos marcar com o pessoal, e foi a rápida a escolha depois de sabermos que no vizinho ‘Maus Hábitos’ havia uma festa de Lindy Hop. Apesar de ter sido o Forró que nos juntou, foi com o Lindy que assumimos a nossa veia dançante.
Basicamente, foi juntar “a fome com a vontade de comer”, como diríamos na minha terra! É o tipo de música e ambiente que adoramos, que nos aproximou ainda mais, que tem um público frequente e amigo. E foi delicioso fechar a festa com mais uma festa! Eu estava exausta de toda a preparação anterior e do próprio dia inteiro em actividade… mas acho que a festa não seria completa se não tivéssemos tomado essa iniciativa!
Agora que aconteceu, mudava alguma coisa?
É claro que depois de acontecer, revive-se muita coisa e pensa-se no que se podia ter aproveitado mais, no que se podia ter feito mais rápido ou mais devagar, no que podia ter ficado mais à direita ou à esquerda… mas depois lembramo-nos de que cada momento foi vivido dentro daquela realidade e que só fazia sentido daquela maneira e ali… mesmo o que não correu tão bem, fica para ser contado como história! Não acho que mudava alguma coisa, dentro do que foi possível e impossível, não poderia ter sido mais perfeito.
Algumas words of advice para as próximas noivas?
Divirtam-se! Compartilhem o momento! É um momento importante, que pode ser muito stressante, mas que é acima de tudo um momento de alegria e partilha! Então mais do que tudo, divirtam-se! Ainda mais se tiverem tempo e orçamento um pouco mais flexíveis que o nosso! E se não tiverem, também, não há problema! Eu e o Joaquim, com a ajuda que tivemos, conseguimos organizar um casamento que ficou lindo (pelo menos eu acho, o noivo acha, e creio que a maioria dos familiares e demais convidados também devem ter achado!), que não custou um absurdo (se considerarmos a urgência com que tudo foi tratado), e que foi super divertido e original! Não ter ideias iniciais fixas ajudou muito; ser flexível foi super importante; ser criativo foi essencial! Mesmo assim… o que importa menos, no final, é o quanto custam as alianças, as flores, o salão, o vestido, o fato… importante é ter ficado feliz com as escolhas que foram feitas, sejam elas quais forem, e aproveitarem ao máximo!
Lembrem-se de cada momento, mesmo os que correram menos bem, com o maior dos carinhos. E claro que todos gostamos de registar este dia da melhor maneira possível, da forma mais marcante e linda, mas mais importante é a emoção com que vivemos todo o processo. E acima de tudo, nunca se esqueçam do motivo que vos levou a dar este passo.
No nosso caso, tivemos a sorte de ter usufruído de um dia inesquecível! Mas mais inesquecível ainda tem sido tudo o que temos vivido, antes e ainda mais depois da festa (o melhor exemplo disso é a deliciosa e recente surpresa de já termos nosso primeiro rebento a caminho!).
Os nossos fornecedores:
convites: Busílis da Comunicação
local e catering e bolo: Grande Hotel do Porto
fato do noivo e acessórios: fato DKNY, ténis Converse All Star
vestido de noiva e sapatos: vestido, véu e bolero Aire Barcelona, sapatos Made In
maquilhagem e cabelo: Lim Cabeleireiros e Estética
flores: Lírio Flores
ofertas aos convidados: Le Gôut
fotografia: Menino conhece Menina
vídeo: Adérito Pinto
luzes, som e Dj: Ricardo Almeida
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gostei muito! tenho acompanhado o vosso site, e ainda não tinha visto esta reportagem, não conheço o Joaquim, mas tive o praser de conhecer a Fernanda e de a ajudar a ter os convites+save the date(RSVP)+envelope de sonho, fico feliz por saber que correu tudo bem, as fotos estão muito bonitas,
beijinho,
Eliana
Obrigado, Eliana!
Obrigado Eliana,
Os convites e os “save the date” e os envelopes são mesmo muito bonitos, e nós também tivemos direito a um 😀
Parabéns Fernanda e Joaquim.
Foi bom fazer parte da vossa história.
Alfredo, busílis da comunicação