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Susana Pinto

Helena + Lino, o amor é paciente

Hoje trazemos a festa da Helena + Lino, com fotografia da Hello Twiggs, o nome artístico da Cláudia Casal.

Chegar a este dia não foi fácil, a Helena é de Curitiba e o Lino, da Madeira, e por muito tempo, houve um oceano a intrometer-se pelo meio. Mas o amor é paciente e tudo vence.

Deixem-se levar por toda esta doçura e se quiserem, depois, espreitem o vídeo da dupla Maria Imaginária, que já publicámos por aqui.

 

 

 

 

 

Como foi o teu pedido de casamento?

Nosso primeiro beijo foi na paragem do autocarro em frente ao Mosteiro dos Jerônimos. E foi lá que ele me pediu para casar com ele. Foi em Novembro de 2010. Em um mês eu voltaria para o Brasil para acabar de escrever a minha tese de mestrado e ficaria mais ou menos um ano por lá. Não sabíamos se ficaríamos juntos este tempo todo afastados e foi um período confuso por não saber como ficaria a nossa relação.

No dia do pedido fiquei fazendo pesquisa na faculdade e ia me encontrar com o Lino na baixa de Lisboa para jantarmos. A sobremesa seria nos Pastéis de Belém, mas quando descemos do autocarro não fomos para lá. Sentámos na paragem do Mosteiro e ele disse que a relação entre portugueses e brasileiros começou há muito tempo com as caravelas e que eu e ele deveríamos ficar juntos para sempre para dar continuidade. Ele ficou vermelho e envergonhado, como não é costume, e fez o pedido com um anel que tirou do bolso. Aceitei na hora!

 

 

 

 

Como te organizaste? Por onde começaste, com que antecedência?

Como fui para o Brasil logo depois e não tinha previsão de voltar para Lisboa, comecei a ver algumas coisas de forma genérica, pois não sabia se a festa seria aqui ou em Curitiba, minha cidade natal. Vim para Lisboa no fim de 2011 para apresentar a tese e fiquei até ao começo de 2012, procurando emprego. Como não consegui, voltei para o Brasil.

Lá comecei a trabalhar e a procurar alguns fornecedores, mas sem muito empenho, porque ainda não tínhamos decidido se o casamento seria aqui ou lá. O tempo foi passando e tínhamos de decidir o que fazer. Em meados de 2013 decidimos que seria em Lisboa. Procurávamos juntos na internet algumas opções e depois o Lino ia visitar. Tinha que ser um lugar onde coubessem 50 pessoas e não fosse muito grande para deixar a festa mais aconchegante. De preferência com um espaço exterior e tinha que ser em Lisboa, porque queria facilitar a logística de transporte dos convidados, já que a maioria era do Brasil e da Madeira.

Optamos pela Estufa Real, no Jardim Botânico da Ajuda mesmo sem eu ter visto o espaço ao vivo. O lugar é lindo, pelo tamanho e estrutura era perfeito para a festa que tínhamos em mente. Tem uma vista linda para a ponte 25 de Abril e para o Tejo, e os pavões que ficam nos jardins davam um charme a mais. Fomos lá algumas vezes para tratar dos detalhes da festa e vimos os pequeninos (pavões), que andavam sempre atrás da mãe, crescerem. Foi muito giro!

Mandei fazer os convites em Curitiba, entreguei para os mais próximos e os demais deixei prontos para a minha mãe entregar mais perto da data. Mudei-me para Lisboa em maio de 2014 e o casamento foi em Setembro.

Não tinha ideia de fornecedores e o que eu encontrava na internet não me agradava. Isso me deixou um pouco nervosa porque não queria contratar ninguém. Isto tudo seria muito mais fácil em Curitiba, porque eu já sabia quem fazia o que eu gostava, da decoração aos doces. Com a ajuda da Guiomar e da Orlanda, da Estufa Real, e depois de achar o Simplesmente Branco, a esperança voltou. Vi que quem fazia parte destes sites tinha um trabalho alinhado com o nosso gosto e que faria um trabalho do jeito que queríamos.

 

 

 

 

Que ambiente quiseste criar? Como o fizeste?

Queria um casamento pequeno, para os mais próximos, e com quem realmente esteve presente nas nossas vidas. Decidimos que seriam 50 pessoas. Fazer esta lista foi difícil e convidámos 130 pessoas. Por ser um casamento que implicava em viagem, muitos não puderam vir e foram exactamente 50 pessoas que estiveram no dia connosco.

A ideia era ter um ambiente aconchegante e deixar as pessoas à vontade, sem as formalidades habituais. Queria uma grande mesa comprida para que todos pudessem se conhecer e interagir. Por causa do espaço fizemos duas mesas e não estabelecemos lugares para justamente as pessoas se misturarem. Acho que a ideia deu certo.

 

 

 

 

A opção “feito por ti” surgiu porquê?

Não foi extamente uma festa DIY, pois tivemos um mini DIY com as lembranças, mas amigos participaram ativamente em diferentes partes do processo.

Queríamos uma cerimónia simples, mas charmosa. Pequena, para termos junto de nós quem realmente convivia connosco. Era importante podermos conversar com todos os convidados e fazê-los se sentirem numa festa casual e se divertirem.

Como casámos no civil em Maio e não somos religiosos, um amigo nosso fez a cerimónia. Ele é repórter de TV no Brasil, então tem desenvoltura e texto muito bons, era a pessoa perfeita para a função.

Meu vestido foi desenhado por uma amiga minha de infância e a costureira era a mãe de uma amiga da minha mãe.

O bouquet foi feito por uma amiga da família que mora em Lisboa.

Uma amiga minha do Brasil fez um caderno personalizado para os convidados escreverem e colocarem as fotos que tiraram na hora. Ficou a nossa cara porque os detalhes dos desenhos da capa remetiam para a nossa relação.

Para as lembrancinhas queríamos algo que ficasse mesmo na memória e não guardado no fundo da gaveta. Decidimos fazer caixinhas com ovos moles de Aveiro. Brasileiros e portugueses adoraram!

Fiz um carimbo com os nossos nomes, comprei papel e com um cortador fiz as etiquetas. Minha mãe comprou as caixinhas no Brasil e trouxe uns dias antes do casamento. Eu e a minha madrinha montámos as caixas, colocámos os doces dentro, amarrámos e colocámos os raminhos de oliveira, que o Lino tinha colhido. Foi um momento divertido! Os raminhos também foram para a decoração da mesa. Resolvemos colocar um em cada guardanapo.

 

 

 

 

Tiveste ajuda?
Sim. Como os convites e vestido foram feitos no Brasil, minha mãe ajudou e deu palpites. Aqui em Lisboa, o Lino foi ótimo, principalmente quando procurou sózinho os lugares. E na semana antes do casamento, na correria para ter tudo pronto.

 

O que era o mais importante para ti?

O mais importante era estar com quem gostamos. Já estávamos casados há alguns meses, mas queríamos que os amigos e a família também partilhassem da nossa felicidade. Tenho como a imagem disso a minha avó, de 80 anos, dançando muito na pista com um amigo meu!

Queríamos que fosse tudo como idealizámos e a decoração da mesa era algo que transmitiria o cuidado que tivemos para recebê-los. Mas também queríamos poder recordar daqui a alguns uns anos com fotos e vídeo bonitos.

 

 

 

 

E secundário?

Papelaria. Acho lindo e adoro! Mas optámos por não ter save the date, menu impresso, etiqueta com nome dos convidados, etc.

 

Onde gastaste mais dinheiro?

Foi nao espaço e no jantar. Mas ter uma comida boa e o lugar bonito era fundamental para termos a festa que queríamos.

 

 

 

 

 

Onde gastaste menos?

Na papelaria.

 

O que foi mais fácil?

Decidir as lembrancinhas.

 

 

 

 

 

O que foi mais difícil?

Decidir o lugar da festa sem eu ter visitado.

 

O que te deu mais prazer criar?

Fiz um board no Pinterest com as ideias que gostava. Como demoramos três anos para concretizar a festa, as ideias que antes eram brilhantes passaram a não ser mais. Definir a decoração foi muito bom, mas tivemos também que adaptar de acordo com o que os fornecedores tinham disponível.

 

 

 

 

 

 

 

O casamento que planeaste, é a vossa cara, ou foste fazendo cedências pelo caminho?

Foi a nossa cara e também fizemos cedências, tanto por causa do orçamento quanto pelo que os fornecedores tinham ou deixavam de ter. Queria mesas de madeira de demolição, bem rústicas com pratos com cara de antigos. Como não tinham as mesas, escolhemos toalhas de linho cru e adorámos.

 

 

 

 

 

Um pormenor especial?

Deixamos uma máquina fotográfica instantânea junto com o caderno para os convidados escreverem e colarem as fotos. Uma amiga fez este caderno personalizado para nós e é muito bom ter esta lembrança. O cuidado do caderno em si, as fotos e mensagens que as pessoas nos deixaram. Hoje continuamos a colar nossas fotos, agora como casados.

 

 

 

 

 

Agora que já aconteceu, mudavas alguma coisa?

Me preocuparia menos na semana anterior.

 

Algumas words of advice para as próximas noivas?

Muita gente vai dizer como deve ou não fazer seu casamento. Faça de acordo com as ideias do casal, mas claro que deve levar em consideração alguns fatores como orçamento, principalmente se você tem ajuda de outras pessoas. Casar exige diplomacia.

 

 

 

 

 

Os nossos fornecedores:

 

convites e materiais gráficos: PG Convites (Curitiba-Brasil)

local, catering e bolo: Estufa Real

fato do noivo e acessórios: Zara

vestido de noiva e sapatos: desenho de Maria Júlia Cançado Kac e executado por Elina Ogrodovski. Sapatos Santa Lola. Detalhe do cabelo Ayajewellery (no Etsy). Jóias de família

maquilhagem e cabelo: Natural Hair SPA

flores: Decoflorália e bouquet de Jacqueline Daher, amiga da família

ofertas aos convidados: ovos moles de Aveiro

fotografia: Hello Twiggs

video: Maria Imaginária

luzes, som e Dj / Francisco Herédia

assessoria, decoração e aluguer: Festa Aluga

 

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