Created with Sketch.
Marta Ramos

Wise words: noivas plus size

A ideia surgiu ao ler o blogue The Paper and Ink, a casa virtual de Joana Cardoso para assuntos variados, mas sobretudo para falar de moda, com especial foco no estilo com formas generosas. Acontece que a Joana é fotógrafa e trabalha também na área dos casamentos, pelo que nos pareceu a pessoa indicada para nos ajudar a preparar um artigo de wise words dedicado às noivas plus size.

«Penso que cada vez mais o mercado da moda responde às exigências da mulher real, ou seja, aquela que tanto veste um 34 como 54», diz-nos Joana Cardoso. «Claro que os modelos base são sempre pensados numa silhueta mais estreita, mais conforme os parâmetros dos desfiles de moda, mas quase todas as lojas e grande parte das marcas e estilistas acabam por, na área de vestidos de noiva, ter à disposição uma maior variedade de tamanhos. Há modelos que assentam melhor numa mulher mais magra, enquanto outros são escolhas mais seguras para mulheres com mais curvas – mas a verdade é que já encontramos uma boa variedade de vestidos em diversos tamanhos.»

Desafiámos a Jo (como é mais conhecida) a imaginar que estava de data de casamento marcada. Por onde começaria as suas pesquisas de vestidos de noiva? «Acho que sou aquele tipo de mulher que já tem uma ideia bastante fixa do que quer usar e procurar, mas mesmo assim acredito que muitas vezes somos surpreendidas por aquele vestido ou corte que nunca nos passaria pela cabeça. Sem dúvida que o meu primeiro instinto seria procurar inspirações em sites do género do Pinterest ou até mesmo no Instagram. Faria pesquisa online nas lojas multimarca mais conhecidas e também por pequenas boutiques e designers independentes, algo que começa a ser bastante comum nos dias que correm. Acho que tudo depende do nosso gosto e orçamento, mas acredito que a pesquisa deve ser extensa e termos a certeza de onde estamos a comprar e de realmente escolhermos algo que nos faz feliz. No Porto, onde resido, não perderia as lojas físicas como a Rosa Clará, a Pronovias, Jesus Peiro, Gio Rodrigues ou a Penhalta Novias.
É sempre mais difícil comprar um vestido de noiva online, mas ainda assim pesquisar também lá fora é uma óptima ideia para encontrar marcas e designers que trabalham com tamanhos grandes, sendo que há a possibilidade de algumas lojas em Portugal receberem artigos de marcas internacionais com essa especificidade, como a Kenneth Winston ou a Laure de Sagazan

Para a Joana, a regra número um será fugir aos cortes comuns, isto é, ao estilo princesa, com grandes saias, vestido com decotes cai-cai, alças muito finas. Muitas vezes os modelos mais justos e até estruturados acabam por cair muito melhor num corpo mais volumoso, fazendo sobressair uma maravilhosa forma ampulheta. Cada pessoa tem as suas características, mesmo que duas mulheres vistam o mesmo tamanho isso não significa que tenham a mesma forma. Daí que não pode haver uma fórmula para vestir todas as noivas plus size. «Não tenham medo de experimentar um corte sereia, ou um corte fit and flare, ou algo que nunca vos passaria pela mente sequer. Pensem no tom do vestido, no tecido em si – adoro rendas e sedas ou cetins mais estruturados – e combinem todos os pormenores de modo a ter um vestido coeso, no qual se sintam bem e bonitas. Por vezes os vendedores têm a melhor intenção possível mas acreditem que a decisão final deve ser sempre vossa e se se sentirem bem é o que importa. De que vos vale todos dizerem que estão lindas se não gostam do vestido? O dia é vosso, mantenham isso em mente.»

Quanto a acessórios, a preferência da Jo recai sobre os toucados, embora reconheça que os véus têm um efeito fotogénico muito especial. Uma bonita pulseira, um anel de família ou uns brincos simples são as suas apostas em termos de jóias (sobretudo, em vestidos muito complexos ou com decotes altos). E quanto a sapatos? Elegância, claro, mas conforto, sempre. Se não resistem a uns saltos super altos para arrasar, contemplem a hipótese de ter um segundo par de sapatos para as horas mais agitadas da festa. Podem ser igualmente bonitos e vocês agradecerão muito terem-se lembrado disso, depois de várias horas em pé. E para conselhos sobre lingerie, recomendamos o nosso artigo de wise words com o contributo da Dama de Copas.

 

 

 

 

 

 

 

É então que chega o grande dia, em que a noiva é o centro das atenções, com câmaras apontadas para si a toda a hora. «O modo como nos vemos é sempre diferente daquele que é retratado, temos tendência a ver coisas a mais ou a menos, a fazer poses que resultam bem ao espelho mas que são impossíveis de replicar fotograficamente. Também o ângulo da fotografia nunca será o mesmo de quem se olha a si mesma num espelho. Enquanto que eu olho de cima para baixo num espelho, com a altura dos meus olhos a cerca de 1,60m do chão, já a partir de uma lente o ângulo é posicionado mais abaixo ou mais acima, e a própria abertura angular da lente faz com que pequenas deformações existam o que leva a que acabemos por parecer ou mais gordinhas ou mais magras.»

A verdade é que um bom fotógrafo, quer seja no casamento ou numa sessão, irá ajudar-vos a encontrar o ângulo certo, especialmente se já vos conhecer e tiver trabalhado convosco – algo que acredito ser sempre muito benéfico – e assim dar-vos uma fotos de sonho que vos irão fazer ver o quão bonitas realmente são, algo que nem sempre conseguimos apreciar em nós mesmas.

Um dica da Jo que vale mesmo a pena pôr em prática: experimentem ter uma amiga a tirar-vos fotos na prova dos vestidos, de vários ângulos, sentada, em pé, a andar, e assim conseguirão ter uma melhor percepção de como tudo irá correr no dia e se o vestido fica tão bem – ou não – como vos parece quando se vêem ao espelho.

«Se não gostam de ver os braços nus, optem por um vestido com manga. Se não querem realçar a barriguinha, optem por usar uma cinta modeladora ou um vestido em que o corte não evidencie a zona abdominal. A verdade é que, como mulher e fotógrafa, ouço clientes dizer que não gostam disto ou daquilo nas suas silhuetas e, no dia do casamento, aparecem com vestidos que evidenciam todos essas partes que menos apreciam. Pedem-nos “milagres”, pedem-nos Photoshop – não é viável editar 1000 fotos de um casamento de modo a dar uns braços mais magros, uma barriga mais definida. Isto não é de todo uma crítica, é mesmo um conselho, como fotógrafa e como mulher plus size que começou a perceber os truques que a roupa nos permite fazer.»

A confiança também é dos pontos mais importantes. Se uma mulher se sente bonita, sem medos, sem preocupações estéticas face ao seu corpo e ao que veste, isso transparece. A confiança é uma base importante da beleza. «Para as pessoas mais tímidas, acreditem que nós – fotógrafos – temos a nossa maneira de vos deixar mais à vontade. Eu, pessoalmente, adoro conhecer os meus clientes antes, talvez até fotografar com eles antes do casamento para entender toda a nossa dinâmica. Não tenham medo de dizer aquilo de que gostam, não gostam, o que querem ou não querem.»

Da minha parte, eu vou tentar fazer-vos rir, pedir para olharem um para o outro e dizerem o motivo que vos levou a amar, que vos levou àquele dia, e é a partir desses momentos que os olhos brilham, os abraços surgem, os beijos acontecem e eu consigo captar a essência do vosso amor, de modo muito natural, puro e sem grandes poses. O amor torna tudo mais bonito, incluindo as pessoas.

Obrigada, Jo! Não deixem de acompanhar o blogue The Paper and Ink e coloquem as vossas dúvidas à Joana Cardoso, que terá muito gosto em aconselhar-vos.

Fotos: casamento da plus size blogger Callie Thorpe, fotografado por Kirsty Mackenzie.

Marta Ramos

Wise words: transportar e conservar o vestido de noiva

Na semana passada falámos aqui de como se deve cuidar do fato do noivo para que esteja impecável no dia do casamento e para que se mantenha no seu melhor por muito tempo. Esperamos que os nossos conselhos vos sejam úteis. Hoje as nossas wise words são dedicadas ao mesmo assunto, mas desta feita no feminino. Depois de cumprida a missão de escolher o vestido de noiva perfeito, há que ter certas precauções para que chegue no seu máximo esplendor ao grande dia – e que assim se mantenha para sempre!
Vamos então falar-vos de como deverão transportar e conservar o vestido de noiva – e, para nos ajudar, nada melhor que uma especialista no assunto: a Sara Silva, da Vestidus.

Primeiro passo, o transporte do vestido de noiva da loja para casa: «Na Vestidus, o vestido vai acondicionado num saco próprio, com cabide, pelo que é muito fácil pendurá-lo na pega que se encontra por cima do vidro traseiro do carro e deitá-lo ao longo do banco. Ao chegar a casa, deverão colocar o vestido – ainda dentro do saco – pendurado num local alto e seguro, como no varão do cortinado ou na ombreira da porta. São de evitar suportes frágeis, como candeeiros, por exemplo, que poderão não aguentar o peso extra.»

É importante manter o vestido fechado dentro do saco para que fique protegido do pó ou de algum insecto que possa sujá-lo. Tenham especial atenção aos vossos animais de estimação, sobretudo aos gatos, que adoram explorar as novidades que encontram por casa – nestes casos, é preferível manter o quarto onde penduraram o vestido fechado. Caso o vosso vestido tenha uma cauda comprida, deverão dar-lhe espaço para que não fique amachucada. O ideal será, depois de pendurarem o cabide num suporte alto e seguro, colocarem um lençol branco por baixo do saco e abrirem o suficiente para que a cauda fique estendida. Atenção a um pormenor muito importante: deverão ter sempre cuidado ao abrir o saco, colocando a mão entre o fecho e o vestido, para garantir que nenhum tecido fica preso.

Cumprindo estas recomendações, sobretudo se o trajecto entre loja e casa for pequeno, é muito provável que o vestido esteja perfeito para o vestir no dia do casamento. «Engomar o vestido deve ser feito apenas em último caso, como tendo viajado longas distâncias (por exemplo de avião)», recomenda a Sara. «Se não tiverem oportunidade de entregar esse serviço às mãos de um profissional (que recomendamos sempre!), tenham o cuidado de nunca colocar o ferro directamente sobre o tecido, utilizando um lençol branco entre ferro e vestido. O vapor deverá estar no mínimo nos tecidos mais finos, como chiffon, organza, crepe, georgette ou renda chantilly. Vapor médio apenas para tecidos mais estruturados, como cetim ou mikado. O movimento deverá ser suave e sempre, sempre, com o lençol branco entre o ferro e o vestido, para não danificar o tecido.»

Chegámos ao vosso grande dia. O vestido de noiva deve ser a última coisa a vestir. Façam a maquilhagem e o penteado antes, coloquem o perfume antes e, se não tiverem ajudantes para calçar os sapatos, façam-no antes também. Vão usar saiote? Exactamente, vistam-no antes do vestido.
Se for preciso retocar cabelo ou maquilhagem depois de estarem completamente vestidas, coloquem uma toalha em volta dos ombros para se protegerem de manchas.

Et voilá, estão prontíssimas!

 

 

 

 

E depois da festa? «O primeiro passo para uma boa conservação do vestido de noiva será enviá-lo para limpeza profissional a seco numa lavandaria, logo após o casamento. Ainda subsistem algumas superstições, como a de não limpar o vestido até ao primeiro aniversário do casamento, mas a verdade é que após a grande festa (que queremos que seja bem celebrada!) o vosso vestido pode ficar irreconhecível. Entre suor, maquilhagem, comida, relva, são várias as nódoas que se podem fixar nos tecidos e instalar-se permanentemente, se o vestido não for limpo de imediato. No caso de não o poderem enviar logo para uma lavandaria, mantenham-no no saco próprio, que não deve ser de plástico para que os tecidos possam “respirar” adequadamente.»

Esta recomendação contra o uso de plástico é muito importante – não se esqueçam de, no regresso da lavandaria, retirarem o vestido do saco em que será lá colocado e devolvê-lo ao seu saco próprio. Está agora na altura de escolher o melhor lugar para guardarem este tesouro. Três palavras-chave: resguardado, fresco e seco. Mantenham o vestido afastado de outras roupas, para evitar contacto com tecidos que possam tingir, com o passar do tempo, e afastado da luz, que amarelece os tecidos. Evitem sótãos ou arrecadações. A humidade, os insectos ou mesmo o calor podem ser prejudiciais. Mantê-lo dentro do saco próprio num roupeiro fechado que não se use com frequência será a melhor opção.
Lembram-se da magnífica caixa que a Sílvia Pontes fez para guardar um vestido de noiva? Também pode ser uma ideia interessante, leiam o artigo e falem com ela.

E depois? «Será importante rever o vestido uma vez por ano, por exemplo, no dia do aniversário do casamento. Procurem vestígios de manchas, humidade, desgaste ou envelhecimento do tecido. Poderão, caso necessário, levá-lo a recuperar numa lavandaria especializada ou numa cerzideira.»

 

Obrigada, Sara!
Se tiverem alguma questão adicional, contactem a Vestidus – e vale a pena navegar por todos os artigos que já publicámos sobre este nosso fornecedor seleccionado. Só coisas bonitas e conselhos valiosos!

Marta Ramos

Wise words: o bolo dos noivos

Começamos a semana em modo doce, com um artigo dedicado ao bolo dos noivos. Para vos explicar tudo sobre o processo e vos ajudar a tomar as melhores decisões, temos connosco a Cláudia Almeida, a cake designer por detrás da Pitada d’Amor, apaixonada pela doçaria mas com um fraquinho especial pelos casamentos – provavelmente por ser uma romântica incurável!

Bem, começando pelo início: quando devem os noivos começar a pensar no bolo para o casamento? Segunda a Cláudia, logo que tenham marcado a data e definido o espaço onde irão celebrar o vosso dia. É frequente que este assunto seja um pouco descurado, mas a verdade é que um bom cake designer costuma ter a agenda bastante preenchida: no caso da Pitada d’Amor, há marcações feitas com um ano de antecedência – o que significa que a agenda para 2019 já começa a compor-se.

Lembram-se de vos termos já falado, nesta nossa rubrica de wise words, sobre como escolher os melhores fornecedores para o vosso casamento? Esse é um dos artigos que deverão ter sempre à mão. Também aqui será importante passar os olhos pelas orientações que lá vos deixámos, para que processo de escolha do vosso cake designer seja produtivo – e divertido. A partir do momento em que passarem à fase de contactos e pedidos de orçamentos, tenham presente que, para calcular um valor, é importante saber o número de pessoas que o bolo deve servir, a massa e recheio que preferem, e ainda o tipo de decoração que gostariam de ver no vosso bolo. Todos estes elementos podem fazer o valor variar muito.

Os cake designers não fazem orçamentos por kg (ou, pelo menos, não devem fazer). Estes bolos são obras de arte e o tipo de trabalho, as horas dedicadas, as técnicas aplicadas variam imenso. É possível um bolo para 50 pessoas ser mais caro do que um bolo para 80 pessoas, porque um pode ser todo trabalhado com flores de açúcar, com pintura manual, e o outro ser um simples naked cake. O valor é completamente personalizado e ajustado a cada caso. – Cláudia Almeida

O tamanho do bolo decide-se em função do número de fatias que deve servir: «Em termos de design, há quem prefira bolos mais altos e mais estreitos, enquanto que outras pessoas escolhem bolos mais baixos e mais largos… o importante é irmos de encontro aos seus gostos», lembra a Cláudia. «Acontece muito pedirem-me bolos de esferovite, em que só andar de cima é verdadeiro.
Em termos de sabores, gosto que os noivos façam prova para ambos concordarem quanto ao que pretendem. Quando querem um sabor mais fresco ou mais requintado eu faço as minhas sugestões, mas prefiro sempre que sejam os clientes a tomar a decisão final. O bolo deve reflectir a personalidade do casal, não só visualmente mas também no seu interior.»

 

 

 

 

Já que falamos de sabores e de preferências, aproveitamos para lembrar uma questão muito importante e que, muitas vezes, é subvalorizada: a adequação dos ingredientes do bolo ao clima. A Pitada d’Amor recebe muitos pedidos de bolos red velvet com recheio de queijo creme e cobertura de pasta de açúcar. Ora, o queijo creme, tal como a fruta fresca, necessita de frio, mas o uso de pasta de açúcar impede que seja conservado no frigorífico, o que torna esta combinação desaconselhada. De qualquer modo, lembrem-se de que se o bolo vai estar ao ar livre (sobretudo em dias de muito sol), o ideal é que seja mantido durante o máximo tempo possível no interior, num local fresco.

Apesar de ser normal que tenham as vossas ideias sobre aquilo que gostariam de ter no bolo do vosso casamento, é importante que ouçam os conselhos dos profissionais. A Cláudia Almeida, por exemplo, prefere não correr riscos com sabores ou ingredientes que não lhe sejam familiares: «Tenho primeiro de ter 100% certeza e confiança que é bom e que resulta. Faço primeiro, provo e os noivos provam também para me darem a sua opinião. Só quando todos concordam é que sigo em frente.»

Isto não quer dizer que os vossos pedidos não sejam tidos em conta: «Lembro-me de uns noivos que me pediram bolo de laranja com curd de laranja e ganache de chocolate branco. Fiquei petrificada, tenho a certeza que foi essa a expressão que fiz! Disse-lhes que tinha de provar primeiro para ter a certeza e fiquei deslumbrada com o sabor. Não era de todo uma combinação que pensasse possível!»

Pode haver especificidades que vos obriguem a estreitar as opções do vosso cake designer – mas não temam, que um bom profissional saberá sempre como obter o melhor resultado possível dentro do universo em que estiver a trabalhar. Um exemplo disso é a alimentação vegan. A Cláudia Almeida costuma fazer pesquisa e testar receitas vegan, para ter a certeza de que estará preparada se alguém lhe pedir um bolo de casamento livre de ingredientes de origem animal.

Outro caso é o das intolerâncias alimentares ou alergias. «Esta é uma situação extremamente delicada», salienta a Cláudia. «É importante saber se estamos perante uma leve alergia ou uma intolerância grave. No caso da doença celíaca, por exemplo, o cake designer tem que garantir que o seu espaço está isento da contaminação com glúten. Todos os utensílios terão de ser exclusivos para o manuseamento de produtos sem glúten. O forno deve ser exclusivo também, caso contrário ocorre uma contaminação cruzada. Pode parecer exagero, mas o bem-estar do cliente é o mais importante. A segurança alimentar sempre em primeiro lugar!»

Definidos os sabores, passemos agora à decoração do bolo. Se há casos em que é válida a expressão “os olhos também comem”, certamente que o do bolo dos noivos é um deles!  «Geralmente os noivos trazem muitas ideias, sobretudo coisas de que gostaram num bolo ou noutro. Aviso sempre que nunca copio bolos, dou sempre o meu toque pessoal o que torna cada bolo único. Procuro perceber exactamente o que lhes agrada, conhecer um pouco da sua história, dos seus interesses. E depois tento chegar a um projecto harmonioso.»  

É sempre um bocadinho de mim que está naquele bolo. Dos melhores elogios que já tive foi quando me disseram que olham para um bolo e não precisam de ver a imagem do logótipo para saber que é uma criação minha. Acho que qualquer artista gostaria de ouvir estas palavras. É como se tivesse a minha assinatura e isso deixa-me extremamente feliz. – Cláudia Almeida

Uma questão com que a Cláudia Almeida se debate constantemente é o uso de flores verdadeiras e não comestíveis nos bolos. Muita gente não saberá, mas em Portugal é proibido usar flores naturais nos bolos, com excepção das certificadas para consumo – todas as outras são tóxicas e tornam o bolo tóxico. «Para mim não há nada como as flores de açúcar que são feitas à mão, pétala a pétala. Revelam imensa arte e, quando bem conservadas, duram muito tempo, servindo de recordação do dia do casamento.»

 

 

 

 

Já aqui dissemos mais de uma vez que é comum os noivos terem algumas ideias acerca do que pretendem para o seu bolo. Mas e se não tiverem nenhuma? Tudo bem na mesma: «Procuro entender aquilo de que o casal gosta, muitas vezes peço para ver os convites, o tipo de decoração que irão ter, qual o espaço, a paleta de cores. Inspiro-me em todos esses pormenores e mostro as minhas ideias. É um processo que demora um pouco, mas o bolo deve ser a caracterização dos noivos, de todo o seu amor e união. Deve reflectir a personalidade e identidade do casal.»

Quando se chega à forma e ao sabor final, está o assunto tratado – pelo menos, até à data do casamento. Porque no grande dia há outra questão muito importante que se levanta: o transporte: «Aviso sempre os noivos de que os bolos de casamento têm de ser montados no local», lembra a Cláudia Almeida. «O transporte é um enorme desafio, e o melhor caminho é transportar o bolo em partes e montá-lo já no espaço onde decorrerá a festa. Muitas vezes, a decoração também só é feita no momento, como é o caso de peças em glacé real.»
Todos os cake designers têm um “kit de emergência” para o caso de ser necessário algum retoque de última hora. Como já aqui referimos, o bolo deve ficar num local fresco e seco até ao momento do corte. Para que tudo corra na perfeição, deverá existir uma boa comunicação entre o cake designer e os elementos do espaço do vosso casamento – por isso, assegurem-se de que fazem as devidas apresentações e de que não há qualquer tipo de mal-entendido. Normalmente, os profissionais de catering sabem como cortar um bolo de casamento, mas a Cláudia Almeida procura sempre mostrar o seu esquema de corte: «Há bolos que são muito altos, com 15cm de altura ou mais, e não se cortam da mesma forma que um bolo com 7cm de altura.» 

Depois de garantido o transporte, o acondicionamento adequado e a melhor técnica para o corte, a missão do cake designer está cumprida.

Tenho consciência que que os bolos de casamento são os que mais gosto de fazer. Já me disseram que o auge do meu trabalho são os bolos de casamento. Gosto que o cake design transmita emoções. É tão bom marcarmos a vida das pessoas desta forma! Se posso fazer os outros um pouco mais felizes, então eu sou, sem dúvida, uma pessoa muito feliz. – Cláudia Almeida

Esperamos ter-vos despertado o apetite. Agora começa o vosso trabalho de pesquisa. Informem-se bem, contactem os profissionais com que mais se identificarem e sigam os conselhos de quem mais sabe deste assunto. Assim se reúnem os ingredientes para um doce resultado!

Marta Ramos

Wise words: catering consciente para um casamento sem desperdício

A organização do casamento vai levantar muitas questões e obrigar-vos a fazer muitas escolhas. Há uns tempos, escrevemos aqui sobre 5 pequenos passos para um casamento sustentável, com o objectivo de vos ajudarmos a fazer escolhas sustentáveis para que o vosso dia feliz seja também leve, em termos ambientais. Estamos todos muito conscientes do impacto que as nossas acções têm no planeta e todos os gestos, por mais pequenos que possam parecer, são importantes.

Mas nem só vocês, os noivos, estão atentos a estas mudanças de paradigma. Também os nossos fornecedores seleccionados se preocupam cada vez mais com os desperdícios (tão associados a este tipo de celebrações) e procuram formas de evitá-los. Para as nossas WISE WORDS de hoje, consultámos a Silva Carvalho Catering para sabermos mais sobre as estratégias da empresa no sentido de prestar um serviço tão eficiente quanto consciente.

Uma das maiores preocupações da Silva Carvalho Catering, como empresa socialmente responsável, é a de diminuir os excedentes de alimentos confeccionados nos eventos. Mas, ainda assim, acontece sobrar comida que não chega a ser consumida. Nesses casos, a nossa prioridade é encaminhar essa comida, que continua em perfeitas condições, para quem dela mais necessita.

Ou seja: para combater o desperdício alimentar, há que começar pelo início, isto é, produzir menos. É certo que, em dias de festa, e num casamento, sobretudo, gostamos de ver mesas bonitas e recheadas – a abundância está muito enraizada na nossa mentalidade como sendo condição sine qua non para que os convidados se sintam bem recebidos. «Há ainda alguns noivos que ficam receosos quanto à quantidade de comida», confirma Cristina Barros. «Este receio prende-se, sobretudo, com a ideia de que os bons anfitriões põem mesas fartas. Mas fará sentido aumentar as quantidades para lá do que se sabe que será, efectivamente, consumido, sabendo de antemão que grande parte do que esteve exposto irá para o lixo? Valerá a pena?»

Na nossa opinião, não – e acreditamos que concordam connosco. Tendo em conta que o catering corresponde à maior fatia do vosso orçamento para o casamento, vale a pena ponderar bem este assunto e fazer escolhas informadas e sensatas. Gastar dinheiro a mais e deixar que se desperdice comida são duas coisas a evitar.

Como é que a Silva Carvalho Catering vos pode ajudar a evitá-las? «Começamos por apresentar um aperitivo (volante e buffet) em que apostamos na variedade e na quantidade calculadas em função do número de pessoas esperado. Fazemos os cálculos internos com base num rácio de cerca de 12 peças (unidades ou gramas) por pessoa. Uma vez que apostamos num bom aperitivo, sugerimos um menu com uma entrada de peixe, um prato principal e o bolo dos noivos como sobremesa. Não nos parece necessário mais , temos buffets de frutas, queijos e doces de seguida e uma ceia para os mais resistentes! Não pode faltar bebida… et voilá: um casamento sem sobras!»

Exactamente porque produz q.b., a Silva Carvalho Catering tem conseguido evitar sobras exageradas nos seus serviços. No entanto, e porque ainda acontece restar alguma coisa (sobretudo, doces do buffet), existem algumas práticas a serem adoptadas, mas sempre com muito rigor, pois estamos a falar de alimentos, com tempos de exposição e intervalos de temperatura a cumprir.
Por exemplo, se os clientes quiserem levar consigo o que sobrar no final da festa, são convidados a fazê-lo, desde que tratem dos recipientes e assinem um termo de responsabilidade: «Somos uma empresa certificada em HACCP e não nos podemos responsabilizar pelo acondicionamento que noivos ou familiares farão dos produtos que recolherem.»

 

 

 

 

Quando há comida a sobrar e ninguém para a levar, então a estratégia da Silva Carvalho Catering passa por contactar uma instituição que possa fazer a recolha em boas condições e dar-lhe utilidade junto das populações mais carenciadas. Às vezes é possível prever isso bem cedo, quando há faltas de convidados (não é tão frequente nos casamentos, mas nos congressos, por exemplo, acontece com regularidade). Actualmente, a instituição com que trabalham é o Coração da Cidade.

E assim se consegue que tudo esteja bem quando acaba bem! A sugestão deixada por Cristina Barros para quem está agora a planear o casamento é a de que abordem este assunto junto das empresas de catering que contactarem. Acrescentem a preocupação com o desperdício à vossa lista de requisitos. Enquanto cidadãos, a nossa melhor ferramenta para melhorar o mundo é esta, precisamente: a de consumirmos com responsabilidade, privilegiando produtos e empresas conscientes.

Não deixem de ler o nosso artigo de wise words sobre a ementa do casamento e de conhecer os 5 pequenos passos para um casamento sustentável que já aqui vos sugerimos. E partilhem connosco as vossas ideias, também: boas ideias nunca são demais!

Marta Ramos

Wise words: vantagens de contratar um bridal advisor

Em Fevereiro deste ano, conhecemos a Margarida Dimas Folosa e o seu projecto de personal styling Above my Skin. Foi no evento ‘Queres Casar comigo?’ que pudemos conversar um pouco com a Margarida e perceber quão variados são os seus serviços. Claro que ficámos particularmente interessadas na sua oferta como bridal advisor – e é precisamente sobre isto que falam as nossas wise words de hoje.

Então, o que é um bridal advisor? Eu acho que vos ajudará a perceber se pensarem num wedding planner mas dedicado apenas à noiva. Um gestor de tudo aquilo que a noiva tem que preparar, escolher, planear para estar no dia do seu casamento no seu melhor.

«Na generalidade, o personal styling é um processo personalizado desenvolvido a par com o cliente, com o objectivo de encontrarmos a sua melhor performance», explica-nos a Margarida. «Juntos definimos metas e estratégias (na imagem e estilo). Queremos ajudar o cliente na sua descoberta pessoal, criando uma ligação entre o seu interior e a sua imagem exterior, de forma a alcançar a sua própria harmonia.»

No caso dos casamentos, queremos garantir que a noiva tenha um dia tranquilo, que tudo esteja absolutamente perfeito. Para isso cabe ao bridal advisor tomar as melhores decisões no que diz respeito à imagem e ao estilo da noiva – sempre em estreita colaboração com a cliente.

O que é que faz parte das atribuições de um bridal advisor? Bem, isso depende dos serviços que a noiva lhe solicitar, mas podemos dar-vos uma ideia da abrangência do apoio que poderão encontrar na Above my Skin. Para começar, assistência na escolha do modelo de vestido de noiva mais adequado ao vosso biótipo e ao vosso rosto. Isso pode começar pela análise de cor personalizada: «Branco, pérola, champanhe, ou outros tons – a cor do vestido de noiva tem de ser escolhida em consonância com o tom de pele, para não se comprometer o brilho do rosto e tirar o máximo partido das fotografias desse dia tão especial.» A escolha do tecido adequado ao tipo de cerimónia é outro aspecto importante. Depois há as marcações das provas e o acompanhamento a cada uma delas. A importância da lingerie é outro assunto sobre o qual o vosso bridal advisor vos aconselhará, assim como a escolha de todos os acessórios (véus, sapatos, jóias, bouquet) e a definição do penteado e da maquilhagem mais adequados ao vosso rosto e ao vosso estilo. Poderão querer ter este acompanhamento mesmo durante o dia do casamento, para terem alguém que supervisione todos os vossos preparativos, que não deixe nenhum detalhe de fora, que vos ajude a manter a calma e as ideias no lugar. Uma verdadeira fada-madrinha. Soa bem, não soa?

Estilo, conforto, preço, tudo isso são factores que pesam na hora de fazer escolhas. É importante criar harmonia com a cerimónia. E por se tratar de um dia muito intenso, cheio de grandes emoções (e cansativo), é fundamental a noiva sentir-se confortável. Mas tudo é possível conjugar-se para um resultado feliz, elegante e, sobretudo, fiel à pessoa em questão.

Se a ideia vos agrada, saibam que deverão contratar um bridal advisor com pelo menos 10 meses de antecedência em relação à data do casamento. Na opinião da Margarida, existem muito bons profissionais – a vossa escolha deve recair, sobretudo, em alguém com formação adequada.

 

 

 

 

Tudo começa numa primeira entrevista, para que o profissional possa conhecer a noiva, perceber o orçamento que pretende gastar, saber qual o seu vestido de sonho (que pode não ser o adequado ao seu biótipo), se tem alguma marca de preferência, tirar algumas medidas, recolher informações acerca do local da cerimónia e das características da festa… ou seja, todo um dossier com o vosso perfil e do vosso grande dia, para servir de base de trabalho. «Depois de reunida toda a informação, cabe ao bridal advisor fazer uma consulta prévia em ateliers ou lojas de acordo com o pretendido da noiva (estilo de vestido e orçamento) e seleccionar o que irá mais ao seu encontro. Esta é uma forma de deixar a noiva mais tranquila e confortável na procura do seu vestido.»

Insistimos com a Margarida nesta questão do ‘vestido de sonho’, pois sabemos que por vezes aquela ideia formada no imaginário da noiva depois, na realidade, não é a que mais a favorece. E como lidar com estas frustrações? «É normal a noiva já ter sonhado com algo. Nesse caso, no que diz respeito ao vestido, no meu entender, esse modelo tem que ser o primeiro a ser experimentado, pois se não estiver de acordo com o seu biótipo e não ficar bem, a própria noiva percebe. Há que ver logo outros que se adequem mais a si para apagar essa ideia.»

E quais são as regras de ouro para escolher o vestido de noiva perfeito? Segundo a Margarida, são, pelo menos, sete: escolham o vestido de acordo com a vossa personalidade; percebam a forma do vosso corpo; escolham cuidadosamente o tecido para que seja confortável e que condiga convosco; prestem atenção ao tom do vestido e à sua harmonização com o tom da vossa pele; escolham o vestido em função do vosso corpo actual e não esperem vir a ganhar ou perder volume até à data; experimentem o vestido em movimento, sentem-se, mexam-se, de modo a perceber como se sentem de verdade; e, por último mas não menos importante, levem apenas uma ou duas pessoas convosco às provas.

Na verdade, porque o serviço de um bridal advisor assenta, sobretudo, na personalização, o melhor que têm a fazer é falar com a Margarida, colocar-lhe todas as questões que vos surjam, e perceber de que formas é que uma parceria com um bridal advisor vos poderá ajudar no planeamento do vosso casamento. Não há necessidade de se sentirem sobrecarregadas com responsabilidade. Procurem ajuda quando sentirem que precisam dela, e tudo correrá sobre rodas.

 

Fotos: Nuno Guerra Fotografia

Marta Ramos

Wise words: o fato do noivo

Hoje falamos para eles. O dia do casamento é a grande oportunidade de estarem no vosso melhor, de usarem o melhor fato de sempre, que vos assente que nem uma luva e que vos faça sentir fantásticos. Se ainda não começaram a tratar deste assunto e têm casamento marcado para este ano, então está na altura de meter mãos à obra.

Para ajudar na tarefa de escolher o fato do noivo, inspirámo-nos nos conselhos de um especialista na matéria, a Bespoke Edge, uma empresa familiar do estado norte-americano do Colorado que reúne o muito experiente pai, Ron Wagner, e os seus dois filhos empreendedores, Ryan e Brett Wagner, num negócio totalmente dedicado à personalização do vestuário masculino. No ano passado, depois dos casamentos do seu irmão e do seu melhor amigo, Ryan Wagner decidiu que fazia falta um guia para planear o casamento dirigido aos noivos. Reuniu informações e testemunhos e acabou por publicá-lo no blog da empresa – podem lê-lo aqui. E um dos assuntos a que se dedica é, claro, o do fato do noivo, ou não fosse esse o negócio da sua família.

A ideia central é a de que, independentemente do estilo escolhido, todos os noivos podem (e devem) estar elegantes no dia do casamento. O segredo está nas medidas.

 

 

 

 

No que diz respeito às calças, o comprimento deverá ser ajustado de modo a que não haja folga nenhuma no cair do tecido. Qualquer centímetro de tecido a mais junto aos sapatos está ultrapassado, e fará com que pareçam mais baixos do que são na realidade.

Falando agora da camisa – não é uma peça de vestuário que normalmente se pense em ajustar à medida. No entanto, na mente de um alfaiate nada fica de fora até que o resultado seja como que uma segunda pele para o cliente. E a camisa não é excepção. Um dos pormenores a ter em conta será eliminar o excesso de largura, para que a camisa assente bem, sem ficar folgada, assim como acertar devidamente o comprimento da manga. Ainda nas mangas, os punhos duplos ou franceses são sempre uma escolha garantidamente elegante – mas convém praticarem a dobra do punho e a colocação dos botões de punho algumas vezes, para que não seja uma fonte de stresse no grande dia.

Ora bem, estamos então a assumir que vão usar um fato ou um smoking. Outras hipóteses serão abordadas em futuros artigos de wise words, mas por hoje foquemo-nos nas escolhas mais tradicionais. Está então na altura de falarmos do casaco. Esta é ‘a’ peça do vosso look, aquela que vai definir o resultado final, e é fundamental que esteja completamente ajustada à vossa fisionomia. Um casaco largo ou comprido arruína qualquer tentativa de ficar bem na fotografia! O comprimento do casaco não deverá ultrapassar os primeiros nós dos vossos dedos, quando estenderem os braços ao lado do corpo. As mangas deverão deixar ver no máximo um centímetro do punho da camisa: é esse pormenor que dará o enquadramento perfeito com o lenço a espreitar do bolso.

Quando o botão de cima estiver apertado, a lapela do casaco não deverá ter tendência a abrir ou dobrar, mas sim manter-se bem direita, junto ao peito. E a prova final: coloquem-se em frente ao espelho, de casaco apertado e braços estendidos ao lado do corpo. Se conseguirem ver um pequeno intervalo entre o tecido das mangas e o tecido do corpo, na zona da cintura, então o vosso casaco está decididamente a cumprir a missão.

 

 

 

 

A decisão final: gravata ou laço? Há duas ideias que actualmente pendem a favor do laço – a de que esse é o acessório mais elegante e a de que está na moda. Mas pensem bem antes de escolher o laço, sobretudo se não costumam usá-lo. Na verdade, a elegância tem muito mais a ver com sentirem-se bem do que com ideias pré-concebidas. Não tentem começar a usar laço no dia do vosso casamento. Se optarem por usá-lo, então garantam que aprendem a dar o nó correctamente.

Para um toque extra de formalidade, um pequeno quadrado impecavelmente branco no bolso do casaco é garantido. No entanto, se optarem por cores ou padrões, poderão obter um resultado igualmente charmoso. A regra de ouro – nunca escolher um lenço de bolso com o mesmo padrão da gravata. Procurem coordenar, ou apostar numa das cores da gravata, e pronto. Prevejam também, atempadamente, se haverá uma boutonnière à vossa espera (um pequeno apontamento floral na lapela, a condizer com o bouquet da noiva).

E pronto. Quando a medidas, estamos conversados. Com estas pequenas directrizes já serão capazes de avaliar os trabalhos de ajustamento que forem feitos no vosso fato. Claro que quanto mais experiente for o profissional a que recorrerem, melhores resultados obterão. E não se inibam de fazer perguntas e pedir segundas opiniões: afinal, a classe está nos pormenores!

Marta Ramos

Wise words: como escolher a decoração do casamento

Já escolheram o espaço para o vosso casamento? Muito bem, agora falta torná-lo ‘vosso’. Esse é o trabalho do decorador, e o temas das nossas wise words de hoje.
Quando se contrata um profissional, contrata-se mais do que apenas o serviço de execução e a logística; são ideias, conceitos e criatividade, é experiência e conhecimento, capacidade de execução e de vos levar do ponto A (um espaço “qualquer”) ao ponto B (um dia mágico), de modo feliz e eficaz.

Seja qual for o ambiente e o tipo de espaço escolhido, contratar um bom profissional é fundamental: a decoração está presente em todos os detalhes e cenários, confere ambiente e deixa toda a gente feliz (incluindo fotógrafo!).

Falámos com a Filipa Soeiro, a directora criativa & magical maker da Momentos com Design, que nos traz bons conselhos para vos ajudar a escolher o decorador do vosso casamento – e imagens bonitas para ilustrar este artigo!

Recomendamos a todos os noivos que definam em primeiro lugar o budget disponível. Depois, que pensem num ambiente em que se sintam bem, em que se sintam felizes e com o qual se identifiquem. E também no que querem transmitir ou partilhar no dia do casamento.

Avaliar o portefólio e experiência do fornecedor são fundamentais, assim como o feedback de outros clientes. Seleccionem três fornecedores para contactar, cujo portefólio vos tenha agradado, e preparem um simpático email. Se possível, mencionem já o espaço escolhido, incluindo o endereço do site, para que o fornecedor se possa situar. Não receberão orçamentos na volta do correio – este é um assunto que requer e merece uma conversa prévia – mas sim um pedido de marcação de reunião.

Façam o vosso trabalho de casa – os boards do Pinterest, as anotações e a folha de orçamento – e reúnam, com tempo e disponibilidade. Conversem sobre a festa que esperam ter, o tipo de convidados (e as suas necessidades), o que é fundamental, o que é acessório e ideias que gostariam de pôr em prática, e deixem que o fornecedor inicie o seu processo criativo.

 

 

 

 

«Temos um questionário feito no Google Forms com algumas perguntas», conta-nos a Filipa, «como data e local do evento, número de convidados, qual o tema ou inspiração para o casamento, que espaços pretendem decorar (zona da cerimónia, mesas de refeição, zona exterior, etc), uma lista de peças gráficas e decorativas que podem escolher ter, uma lista de serviços com quem temos parceria. Pedimos se nos podem enviar alguma imagem/inspiração do ambiente que sonham/imaginam para o dia deles. Recentemente, uns noivos para quem vamos fazer o casamento este ano comentaram que este questionário era uma grande ajuda pois ajudava-os também a eles a guiarem-se por tudo o que poderia fazer sentido terem no casamento.»

Quer tenham uma visão bem definida ou uma ideia vaga, confiem no profissional, não o considerem um mero executante, mas um criativo capaz, cujo objectivo é prestar-vos o melhor serviço possível. Se sentirem que há imposição de gostos ou modelos (novamente, a importância da empatia!), desistam e passem ao próximo contacto.

Procurem conhecer um pouco o trabalho de cada fornecedor e sentir o que transmite. Nós gostamos depois de marcar um encontro no nosso ambiente, para nos conhecerem e ao nosso estilo. Criar uma empatia, um momento. – Momentos com Design

É provável que não obtenham uma proposta completa e detalhada no fim deste primeiro encontro. Criar um projecto de decoração de raiz e orçamentá-lo é um processo criativo e aritmético, é necessário tempo para pensar, pesquisar e orçamentar, e esse investimento por parte do fornecedor espera um compromisso da parte do cliente, por isso, o mais natural é uma proposta simplificada e uma baliza de valores.

Se estiver dentro do que têm em mente (ideias e custos), é sinal para avançar. Contactem os outros fornecedores não seleccionados e informem-nos da vossa decisão, libertando-lhes a data, previamente acautelada com o primeiro contacto.

«O ideal é visitar o espaço com os noivos enquanto estamos a desenvolver as ideias», salienta a Filipa. Façam uma visita conjunta ao espaço (as deslocações do fornecedor deverão estar por vossa conta), aproveitem a oportunidade para apresentar ambas as partes envolvidas, avaliem as várias intervenções necessárias e estejam disponíveis para algumas sugestões.

Daqui sairão os dados que faltavam para um projecto e orçamento detalhados e é altura de assinar o contrato. Contem com uma adjudicação ou sinal (pelo menos 20%), que dá início ao processo de trabalho, e com possíveis alterações de última hora, desde que aconteçam com o vosso acordo.

 

 

 

 

Deverá ser também incluída uma lista de todo o material fornecido (do qual passam vocês a ser os responsáveis), que deverão partilhar com os profissionais do catering e do espaço, para que tudo retorne a quem de direito, e um valor de caução, para as peças que se extraviarem, que forem levadas por convidados mais entusiasmados ou simplesmente que se estraguem.

Atempadamente, peçam uma prova da mesa completa, se possível no local – é uma boa oportunidade de analisar a qualidade dos têxteis, o estado das cadeiras, a categoria da loiça.

Para o restante ambiente, confiem no portefólio que viram, nas conversas que tiveram e na empatia criada, são garantia suficiente de um bom trabalho!

Terminamos com esta ressalva: um decorador não é um wedding planner. Não esperem dele competências organizacionais, de gestão de equipas, de resolução de problemas maiores ou fora do restrito âmbito da decoração. Se concluírem que vos faz falta esse apoio profissional, contratem-no. Há quem disponha de ambos os serviços e essa especificação deverá estar devidamente mencionada e contratualizada e terá o seu custo adicional.

No próprio dia, desfrutem. Haverá sempre alguma coisa que não ficou exactamente como se pensou, mas também algumas surpresas boas, cortesia de um bom profissional com brio no que faz, atento ao detalhe e especialista em criar cenários especiais para dias especiais!