Tradição com muita classe!
Hoje temos um real wedding ligeiramente diferente, mas muito bonito. Diferente porque é de 2007 (pois é, mas os detalhes com classe são intemporais, como vão ver…!), um tempo ainda tão recente, mas em que o boom da internet, com sites maravilhosos, blogs repletos de eye candy e real weddings estavam a milhas de distância…
Apresento-vos a Maria Jorge e o Carlos, com lenços dos namorados por todo o lado, brincos de rainha, um belo vestido e véu a condizer!
Como foi o teu pedido de casamento?
O pedido de casamento foi feito à moda antiga na presença da minha mãe, em Novembro de 2006. Sem qualquer cenário idílico, muito simples, despretensioso, mas com muito sentimento.
Como te organizaste? Por onde começaste? Com que antecedência?
Bem… no início senti-me um pouco baralhada com tantas ideias a fervilhar… Mas a verdade é que a partir do momento em que ficámos noivos, começámos logo a pensar na festa… e na lista dos convidados. As nossas famílias são relativamente pequenas, mas os amigos são imensos! Só para terem uma ideia, a 1ª lista tinha cerca de 500 convidados, o que era totalmente incomportável.
O local da celebração e o espaço da festa eram o que nos preocupava mais e foi por aí que começámos. Como somos de lugares diferentes e porque eu não fazia questão de seguir a tradição de casar onde nasci, decidimos casar na cidade onde vivemos agora, em Viseu. A Sé Catedral foi a 1ª escolha. Os dois celebrantes seriam um padre amigo do noivo e o pároco, amigo da noiva, que imprimiram à cerimónia um cunho muito pessoal e intimista, mesmo com cerca de 350 convidados.
Quanto ao espaço da festa, foi um périplo por muitas quintas na zona de Viseu. Certo é que, por variados motivos, estas não reuniam as condições que pretendíamos. Já “desesperada”, o noivo sugeriu a visita a uma quinta perto de Lamego, já no coração do Douro, a cerca de 60 kms de Viseu que conhecia do casamento de um amigo e que já nessa altura teria pensado que seria um bom local para a festa do seu casamento. O Hotel de Charme Casa dos Viscondes da Várzea, foi amor à primeira vista!! Adorei! A casa, toda a envolvência do espaço e claro o tipo de serviço para casamentos. Mesmo com a minha mãe a não concordar com a ideia de fazer os convidados andar mais 60 kms (fora os 60 kms das casas dos noivos até Viseu), a verdade é que quando viu o espaço, também ela ficou totalmente apaixonada. O acompanhamento musical tanto da cerimónia como da festa foi também das primeiras coisas a serem tratadas.
O que te inspirou ao longo deste processo?
Foi muito difícil encontrar um tema/fio condutor para o nosso casamento. Mas quando surgiu a ideia dos Lenços dos Namorados de Vila Verde, artesanato tipicamente português, fomos percebendo que podia resultar bem. Inspirei-me nos lenços da Aliança Artesanal que tinha mandado personalizar com os nossos nomes e no livro Os Lenços dos Namorados dessa mesma cooperativa de artesanato que tem como maior objectivo preservar e divulgar esta tradição.
Onde procuraste os teus fornecedores?
Acabámos por recorrer a pessoas conhecidas, na maioria dos casos, e que estavam perto de nós para que as deslocações fossem mais fáceis. Para nos ajudar na concepção de todo o material gráfico desde o convite, ao missal, às ementas, aos marcadores de mesa, aos cones das pétalas, foi preciosa a colaboração e paciência da Suzanna Matos e do Carlos Silva da Esferagráfica, para a elaboração da peça do cabelo a minha amiga Zita Neves da Zgarp – Design exclusivo de jóias, a Sãozita, a minha cabeleireira desde criança e a florista de sempre que criou 2 ramos de noiva que só no dia escolhi.
Que ambiente quiseste criar? Como o fizeste?
Ao longo do processo de preparação da festa fui percebendo que sou uma romântica e que gosto de ambientes românticos. Quisemos criar um ambiente simples, mas sofisticado e tentámos fugir do que era normal na época. A escolha do espaço da festa acabou por ajudar muito pois bastou uma pequena conversa sobre o tipo de decoração que queríamos, em tons de branco e verde, para perceberem o ambiente que queríamos recriar. As peónias, as frésias, as heras, os fetos, as pratas e casquinhas, os candelabros, os cristais, os pratos altos, os espelhos, as gaiolas, entre muitos outros adereços compuseram de forma muito elegante e harmoniosa o ambiente que queríamos recriar. O efeito final foi muito do nosso agrado onde conseguimos um ambiente familiar , mas chic e onde tudo “tinha ar” de “homemade”.
Tiveste ajuda?
A maior ajuda veio da minha mãe que me acompanhou desde a escolha do vestido, primeiro em Espanha e depois já em Portugal na Rosa Clará, à escolha definitiva do espaço e catering até à escolha das flores. A minha amiga do coração, a Isabel, foi-me acompanhando nalgumas escolhas também.
A irmã do noivo e a minha afilhada, assim como outras amigas ajudaram a fazer os cones com pétalas e arroz.
O que era o mais importante para ti?
Fazer a festa mais bonita, simples mas com muitos pormenores românticos e onde todos se sentissem bem.
E secundário?
É difícil definir o que foi considerado secundário. Talvez as lembranças que acabámos por não dar porque a verdade é que não encontrámos nada, nem nenhuma ideia original de que gostássemos (faltou-nos alguns sites que existem agora…!). Assinalámos o momento apenas com charutos para fumar na hora e as crianças tiveram direito a pinturas faciais, palhaços e brincadeiras.
Onde gastaste mais dinheiro?
Definitivamente no local e no vestido. Mas valeu a pena! Os dois!
Onde gastaste menos?
No penteado que foi oferecido pela minha cabeleireira que me acompanha desde a infância.
O que foi mais fácil para ti?
A escolha da mantilha, porque era com uma que eu sempre pensei me casar, comprada muito antes do vestido e que usei quase até ao fim da festa e os brincos de oiro à moda da rainha de ourivesaria tradicional portuguesa, que já tinha e que queria usar no dia do meu casamento.
O fato do noivo (foi surpresa) também foi fácil pois não foi comprado com a noiva!
O que foi mais difícil para ti?
Psicologicamente falando, foi não ter o meu querido pai nesse dia de festa.
Fisicamente falando, foi suportar durante todo o dia o peso e o volume do vestido.
O que te deu mais prazer criar?
O que me deu mais prazer foi interligar uma tradição profundamente portuguesa e artesanal como os lenços dos namorados de Vila Verde, como tema do casamento, com os brincos de ouro de ourivesaria tradicional portuguesa e com o espaço da festa com cariz rural mas muito, muito glamoroso!
O casamento que planeaste, é a vossa cara, ou foste fazendo cedências pelo caminho?
Foi a nossa cara, sendo que as cedências (poucas) foram sendo feitas principalmente por mim. Mas a escolha do fotógrafo foi a minha maior cedência. Acabámos por recorrer a uma pessoa conhecido do noivo e que não era de todo a minha escolha inicial.
Um pormenor especial?
Foram tantos, mas o bolo…que me lembrei à última da hora e numa época em que ainda não se ouvia falar, em Portugal, em cake design…e que mesmo sendo feito por quem não tinha experiência nessa área penso que ficou muito bem.
Outro pormenor especial foi a peça que idealizei com uma amiga designer de jóias e que consistia em três brincos à rainha virados ao contrário e que tinha como finalidade prender a mantilha ao cabelo. A ideia dos cones foi pura inspiração…que agora se vê tanto. E também a incerteza do tempo com um sol radioso à saída da Sé e uma trovoada e chuva torrencial na chegada à quinta!!
Algumas words of wisdom para as próximas noivas?
Com tanta informação que se encontra agora disponível penso que o mais difícil é conseguir “arrumar” as ideias. É importante perceber aquilo que queremos e sobretudo aquilo que não queremos para não haver surpresas desagradáveis e para não ir cedendo a algumas opiniões. A partir daí torna-se muito mais fácil fazer opções e escolhas.
Nunca desesperar e manter sempre a calma é outro conselho que dou!
Por último, tentar aproveitar ao máximo o dia, viver todos os pormenores e usufruir de tudo o que planearam em conjunto!
Local de celebração: Sé Catedral de Viseu
Local, decoração e bolo de noivos: Hotel de Charme Casa dos Viscondes da Várzea, Lamego
Vestido e mantilha da noiva: Rosa Clará
Sapatos da noiva: Rosebud
Fato do noivo: Dielmar
Sapatos do noivo: Sebago
Material gráfico: Esferagráfica
Pregadeira: Zgarp – Design exclusivo de jóias
Brincos: da noiva
3 anos depois, as imagens seriam provavelmente diferentes (o que mercado de fotografia de casamentos evoluiu…!), o bolo seria diferente, mas a emoção, os detalhes (repararam na beleza da almofadinha das alianças…?), até o vestido (perfeito!), são totalmente intemporais… Tenho a certeza de que a Maria Jorge se vai emocionar hoje!
Resta-me contar como é que conheci a Maria Jorge e o porquê de um post com um casamento de 2007 (!!!)… Foi a propósito deste post, em que a noiva americana levava uns brincos portugueses, arrecadas, escrevi eu, brincos de rainha, corrigiu-me e bem, a Maria Jorge.
Daqui para o fantástico travessão, peça única e desenhada de propósito, foi um pulinho, e como a conversa é como as cerejas, continuámos!
As escolhas da Maria Jorge são muito bonitas, românticas (eu, fã de vestidos curtos, adorei o dela!) e é bem giro perceber, até pelas respostas, como as coisas, escolhas, fornecedores mudaram tão rapidamente, ao mesmo tempo que certos detalhes são clássicos a toda a prova…!
Bom fim de semana!
Comentar
Para saber como tratamos e protegemos os seus dados, leia a nossa política de privacidade
Ah!Que bonito ver o casamento dos meus amigos nestas andanças! 🙂 Eu estive lá e posso confirmar o bom gosto de todos os detalhes! Parabéns. Beijinhos. Mónica Sobral
Realmente…hoje estou nas nuvens! Passados 3 anos, revivo com muita emoção, carinho e alegria o dia mais feliz da minha vida! Isto em 2007…porque em 2008 tivemos outra GRANDE alegria com o nascimento da Maria Francisca! É para ela que já ando a pensar na sua 2th birthday party agora com muita inspiração de alguns post do Simplesmente Branco!
Bem não há palavras…está tudo dito ;)) posso apenas acrescentar que a minha cunhada foi a noiva mais bonita que vi até hoje… como sempre cheia de Bom Gosto… Beijinhos para ti Jó.