À conversa com: João Terra – fotografia de casamento
Hoje a conversa é com João Terra, que faz fotografia de casamento.
Falamos sobre a magia de fotografar casamentos, o que os torna tão relevantes e singulares como tema e o impacto que este registo tem sobre os noivos, família e amigos.
Costumo dizer que “o meu dever foi cumprido” quando os noivos se vêem e revêem na fotografia que produzo. Quando os noivos estão a ver uma imagem e se recordam, automaticamente, da emoção que foi aquele momento, do que efectivamente aconteceu ali, e do porquê de estarem assim naquela fotografia, é algo mágico, não acham? Eu acho que é.
Conte-nos um pouco da sua viagem profissional até aqui, à fotografia de casamento.
Posso dizer que já dei algumas voltas em relação ao que queria fazer como profissional. No secundário preparei-me para a área da engenharia informática. Quando chegou a altura da universidade, vi que não queria seguir aquilo e decidi embarcar no mundo da contabilidade e das finanças. Só depois, no final da faculdade, veio a fotografia. Em suma, acabo por ser mais um que está neste mundo com um background completamente diferente da área audiovisual.
O bichinho da fotografia esteve sempre presente, mas posso dizer que se intensificou quando, ainda no mundo universitário, conheci um grupo de fotógrafos amadores em Aveiro, a cidade onde estava a estudar. Agora até é interessante ver o crescimento profissional de algumas dessas pessoas, assim como a amizade que se cultivou desde então. Daí a começar a fotografar casamentos foi um pulinho, como se costuma dizer. Passados dois anos estava a fotografar como segundo fotógrafo e, pouco depois, iniciei-me a solo.
Há quanto tempo fotografa? E porquê casamentos?
Após um ano e meio a fazer trabalhos como segundo fotógrafo, comecei em 2015 a fotografar casamentos, em nome próprio. A fotografia de casamento tem algo de mágico e é extremamente gratificante, penso que muito se deve às sensações e às histórias por detrás de cada dia. O dia em si costuma ser uma loucura de emoções e sentimentos e eu adoro estar lá e presenciar isso. Depois o impacto que cada fotografia tem nos casais, nos familiares e amigos, é outra coisa fantástica. Tento sempre que a minha fotografia demonstre, de forma genuína e fiel, o dia como ele foi e as pessoas como elas são. Costumo dizer que “o meu dever foi cumprido” quando os noivos se vêem e revêem na fotografia que produzo. Quando os noivos estão a ver uma fotografia e se recordam, automaticamente, da emoção que foi aquele momento, do que efectivamente aconteceu ali, e do porquê de estarem assim naquela fotografia, é algo mágico, não acham? Eu acho que é.
Faço fotografia, essencialmente de casamento, porque é algo que realmente me apraz fazer. Já Confúcio dizia, Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida.
Nestes tempos globais, em que as imagens circulam a uma velocidade vertiginosa e todos temos acesso a tudo, a qualquer hora, onde vai buscar inspiração?
Estaria a mentir se dissesse que não acompanho trabalhos de outros profissionais. Acompanho alguns que são uma verdadeira fonte de inspiração para mim. Muitos deles nacionais. Há quem esteja a fazer um trabalho simplesmente fantástico.
Um bom filme e uma boa série também são boas fontes de inspiração. Para além disto, o simples dia-a-dia, as situações do quotidiano, as pessoas e locais que vamos conhecendo também trazem o seu contributo. Explorar e conhecer ajudam-me sempre a melhorar o meu trabalho.
Como construiu a sua assinatura, como a define?
Penso que isso será sempre algo que irei construíndo ao longo do tempo. Gosto da ideia de abordar o dia como uma reportagem jornalística. Como disse há pouco, tento sempre que a minha fotografia demonstre, de forma genuína e fiel, o dia como ele aconteceu e as pessoas como elas são. Procuro que as fotografias se tornem intemporais e que o casal, mesmo que as veja passado um ano, vinte ou quarenta, seja sempre “transportado” para aquele dia e viva aquelas emoções.
Quando precisa de fazer reset, para onde olha, o que faz?
Fazendo o que gosto não tenho propriamente motivos para fazer um reset. Mas posso dizer que, quando o preciso fazer, para mim é muito simples. A minha família. Não há nada que me faça melhor do que estar simplesmente a desfrutar da companhia da minha família. Se for possível, a explorar locais novos ou simplesmente a passear.
Do Norte para o mundo, ou Portugal de lés-a-lés: fotografar casamentos estrangeiros é diferente de fotografar casamentos nacionais?
É diferente, mas igualmente gratificante. Podemos presenciar uma cultura, uma religião, um local e pessoas diferentes, mas no final, o dia é definido pelo mesmo, a união de duas pessoas que têm um sentimento muito forte entre elas. E isso é o mote para tudo o resto.
Qual é o seu processo de trabalho, como acontece a ligação com os seus clientes?
Penso que, hoje em dia, o primeiro contacto será transversal a qualquer profissional, e seja via email. Após o primeiro contacto, gosto de poder reunir presencialmente para permitir que nos conheçamos melhor e, a partir daí, ir construindo uma relação de confiança. Acho, por isso, importante irmos sempre mantendo o contacto. Não digo que seja esta a forma correta para todos, mas é a mais correta, para mim.
Casamentos grandes ou pequeninos, nacionais ou estrangeiros, cerimónias emotivas, festas de arromba – qual é o tipo de festa que mais gosta de fotografar?
Sou adepto de casamentos pequenos. No entanto, mais que uma questão do número de convidados, o que mais gosto de fotografar são dias emotivos e divertidos.
Qual é a melhor parte de ser um fotógrafo de casamento? E o mais desafiante e difícil?
Poder ter o voto de confiança dos noivos na minha capacidade de passar para a fotografia um dos melhores dias da vida deles e, com isso, conhecer novos locais e pessoas. Encaro isso como um privilégio muito grande.
Há várias coisas desafiantes neste mundo da fotografia de casamento. Posso enumerar duas, a criatividade com o puxar os meus limites e tentar sempre melhorar e o acompanhar os avanços tecnológicos que estão sempre a aparecer relacionados com as ferramentas de trabalho.
Escolha uma imagem favorita do seu portfolio e conte-nos porquê.
Escolhi uma das fotografias que fiz este ano que mostrou muito a emoção e a força dos sentimentos que adoro captar. Sempre que olho para esta fotografia sinto bem o que foi aquele momento. O pai da noiva tentou sempre guardar a emoção que estava a sentir, mas quando chegou a altura de passar a mão da filha ao noivo, agarrou-se a ela com uma força e deixou que todo aquele sentimento viesse ao de cima. Foi ali um minuto ou dois em que parece que só existiam eles os dois, o amor de pai e filha que sentem um pelo outro. Deu mesmo para arrepiar um bocadinho.
Contactem o João Terra através da sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria, feita de belas imagens, e contactem o João directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.
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