À conversa com: Wedwings – wedding planner
Hoje conversamos com a Rita Soares-Alves, wedding planner que assina como Wedwings.
Falamos sobre o seu percurso e sobre a importância e valências de um wedding planner, no grande esquema que compõe o mais bonito dos dias.
Juntem-se a nós e fiquem a conhecer o trabalho bonito da Rita Soares-Alves!
Tenho como premissa que o casamento é um acto privado entre os noivos, mas a festa de casamento é um dia de partilha, entre familiares e amigos próximos e mais queridos que, em conjunto, celebram o nascimento de uma nova família.
Conte-nos um como começou esta aventura de ser wedding planner:
Já lá vão bastantes anos… o gosto pela área começou nos meus “early 20s” – sim, faço parte de uma geração que casava logo após o final da faculdade, bastante antes dos 30 anos – com a tradicional ajuda e disponibilidade de casais amigos, na organização dos seus casamentos. Fui durante anos a amiga que os acompanhava às feiras de casamentos, às provas dos vestidos, tinha as ideias para os temas das mesas, muito em voga nessa altura, fazia noitada na véspera do casamento para apoiar nos momentos de maior ansiedade… A vocação confirmou-se quando os amigos começaram a oferecer-me revistas e livros da especialidade trazidos de viagens internacionais!
O meu percurso profissional passou, durante alguns anos, pela área de eventos, embora corporativos, mas os casamentos sempre foram o meu “crush”: desde há muito que tenho cadernos com ideias, livros sobre wedding planning, recortes de revistas e jornais, já para não falar de diversas edições de revistas nacionais e internacionais, das quais sou incapaz de me desfazer. Em 2012, comecei a organizar o casamento da minha irmã, que residia fora do país, e decidi que esse seria o meu grande teste. Estava na hora de dar vida a este projecto e de lançar o que viria a ser a Wedwings,o que aconteceu em finais de 2014.
Organizar um casamento é coordenar tarefas e um orçamento, mas também gerir emoções e expectativas. Um destes lados pesa mais ou no meio está a virtude?
É um pouco de tudo! Trabalhamos ao lado dos noivos cerca de um ano, tornamo-nos muito próximos e acabamos por assumir os papéis que são mais convenientes a cada casal.
Considero-me uma pessoa bastante analítica, sou uma “Excel-addicted”, tenho templates e processos desenhados para quase todas as minhas atividades, mas o grande desafio é, sem dúvida, a gestão de emoções e de expectativas!
A maioria dos noivos nunca passou por este processo, é um ano muito intenso e de grande pressão; e claro que há sempre situações em que, naturalmente, somos os conselheiros, os apaziguadores, os gestores de emoções e, em muitos casos, acabamos por mediar tensões entre os casais ou com as suas famílias.
Tem uma perspectiva perfeccionista sobre o resultado ou é o prazer de acompanhar o processo que é o factor dominante?
Estou permanentemente a visualizar o resultado, ou seja, a visualizar o dia do casamento em si. E isso atira-me um pouco para tendência para o perfeccionismo do resultado.
Mas o que é o perfeito hoje, não tem de ser o perfeito de amanhã; e o processo é essencial para fazer essa evolução, sempre com o foco no que é o perfeito para aqueles noivos.
Ainda há alguma resistência à figura do wedding planner, que é vista mais como um custo adicional do que um genuíno valor acrescentado. Quais são as claras vantagens em contratá-la?
Para os noivos que optam por ter um Destination Wedding, que é a minha especialidade, a contratação de um wedding planner é, na maioria dos casos, natural e não há grandes questões sobre o valor acrescentado dessa contratação: a distância e diferença horária, o pouco conhecimento da realidade local, a complexidade de um casamento desta natureza criam uma óbvia necessidade nesses casais.
Já a realidade nacional é diferente, os casamentos são, culturalmente, organizados pelas famílias. Também, conceptualmente, os orçamentos são mais reduzidos que os de casamentos internacionais e muito absorvidos por itens dependentes pela quantidade de convidados.
Pessoalmente, considero que é uma questão de definição de prioridades e de que tipo de casamento que estamos a falar: se se tratar de um casamento pequeno, simples, em que os noivos não pretendem disponibilizar um orçamento avultado, a contratação de um wedding planner pode não fazer sentido e não passar de um custo adicional; mas estivermos a falar de um casamento detalhado, com uma dinâmica mais complexa, uma decoração mais elaborada ou com actividades diversificadas, com um orçamento generoso, claramente que fará todo o sentido em contratar um wedding planner! Eu chamo a isso uma “wise decision”, contratar alguém que gira, de forma profissional, as suas expectativas, dê vida às suas ideias e que invista adequadamente o seu orçamento!
Como é o seu processo de trabalho, como cria uma ligação com os seus clientes?
Lido diariamente com emoções, sonhos (muitas vezes, de uma vida), relações familiares. Gosto muito de conhecer a história dos meus noivos – como se conheceram, como foi o pedido de casamento, o que gostam de fazer, qual o seu clube de futebol favorito -, das suas famílias – se existem tradições familiares, como se relacionam …-. Faço girar todo o processo em torno dessas histórias.
No dia, uso as toalhas bordadas pela avó ou pela tia mais querida na mesa da cerimónia, “obrigo” o pai da noiva a escrever um discurso ou um postal para oferecer à filha no dia do casamento, contrato, de surpresa, o grupo coral de cante alentejano da terra do noivo ou recebo os noivos, que são de origem irlandesa, com um Bag Pipe Player.
Tenho como premissa que o casamento é um acto privado entre os noivos, mas a festa de casamento é um dia de partilha, entre familiares e amigos próximos e mais queridos que, em conjunto, celebram o nascimento de uma nova família.
As tendências da estação… são um assunto de trabalho ou apenas fait divers?
Definitivamente, são um assunto de trabalho. São guias das nossas noivas (normalmente, é assunto mais feminino) e há uma enorme expectativa que o seu casamento reflicta a tendência do momento. Compete-nos a nós fazer uma primeira análise dessas tendências, perceber se e como se adequam àquele casamento específico, e equilibrar e incorporar da melhor forma cada tendência.
Onde busca inspiração para cada nova temporada de trabalho?
Antes de mais, na época anterior: fazer o balanço do que resultou, do que pode ser melhorado: é talvez uma das maiores inspirações para o nosso trabalho. Enquanto profissionais, crescemos com a nossa experiência e com as diferentes realidades que vivemos e esta é um enorme valor acrescentado para os casamentos seguintes. Fomento também, bastante, o networking com outros profissionais da área, quer em Portugal quer internacionalmente, o que me permite absorver novas e diferentes abordagens e conceitos.
Dedico particular atenção às tendências do momento, não só as específicas de casamentos, mas também em áreas como a moda, o design, a arquitectura, o cinema, entre outros.
E nos momentos de fadiga criativa, como refresca a mente e o olhar?
Acima de tudo, a minha fadiga criativa é gerada pelo foco e concentração apenas no trabalho.
Quando chego a esse ponto, o melhor mesmo é ligar o “Out-of-the -office”, desligar o computador e dar espaço à vida pessoal. No meu caso, o meu Algarve, o cheiro a mar e a citrinos. Passear a minha querida Biki, a minha cadela Labrador. Por o cinema em dia. Aproveitar os finais de tarde num qualquer rooftop de Lisboa.
Qual é a melhor parte de organizar um casamento? E o mais desafiante e difícil?
Sabem aquele momento em que já têm o espaço e catering contrato, o DJ escolhido e o fotógrafo reservado? É a partir daqui que, para mim, começa a melhor parte! Juntar as peças do puzzle e começar a escrever a história desta festa, pensar nos detalhes e dar corpo às ideias. E, claro, o dia em si! Ver acontecer, viver o resultado e as emoções que geram.
O mais difícil, definitivamente, é gerir os constrangimentos, sejam eles financeiros ou de outra natureza. São sempre quebras no entusiasmo, geram frustrações e o processo de adaptação à realidade requer um cuidado especial.
Mas é aqui que tento fazer a diferença: seja através de soluções alternativas, dando-lhes tempo para reflectir, avaliando, em conjunto, o impacto da situação…
Qual foi o casamento em que mais gostou de trabalhar? Porquê?
Foi um casamento de clientes americanos que se realizou no Palácio Marquês da Fronteira.
Mais do que pela a parte cénica e criativa – sim, foi um dos casamentos mais bonitos que organizei –, pelo processo e pela relação com os clientes.
Estávamos com oito horas de diferença horária, foi tudo tratado por email ou por Facetime – foi assim que fecharam a escolha do espaço – e nem o noivo nem nenhum convidado tinham estado alguma vez em Portugal, até dois dias antes do casamento. E nada disto foi um problema.
O objectivo deste casal era ter um dia bonito, com muita inspiração portuguesa, uma festa de arromba e três dias fora de série com a família e os amigos. E foi isso que aconteceu e que foi inesquecível para todos os que vieram do outro lado do mundo!
O segredo: confiaram e mantiveram o foco no essencial- o resultado e ser feliz!
Escolha uma imagem favorita do seu portfolio e conte-nos porquê:
Para além de considerar que visualmente é uma grande fotografia, esta imagem reflecte muito do ADN da Wedwings: representa um destination wedding, muito autêntico, com um cunho muito português e que contou com alguns dos meus parceiros mais queridos; representa também a cumplicidade familiar e a sua força num dia tão importante com o do casamento. Estão aqui muitos dos valores da Wedwings e é uma fotografia que me acompanhará sempre.
Contactem a Wedwings, através da sua ficha de fornecedor. Espreitem as galerias e entrem em contacto com a Rita Soares-Alves, directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem e, na volta do correio, terão uma resposta simpática.
Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!
Comentar
Para saber como tratamos e protegemos os seus dados, leia a nossa política de privacidade