Dicas para casar: como poupar no casamento, versão smart saver
Nas dicas para casar de hoje vamos falar um pouco sobre como ser um smart saver, que é bem mais interessante (e inteligente) do que pensar no conceito de casamento low cost.
As possibilidades de poupança existem e são vastas. É mais uma questão de mindset e horizonte, do que de cortar onde não queríamos.
Com certeza que já encontraram muitos artigos publicados sobre o tema casamento low-cost. É, seguramente, uma expressão apetecível, um chamador de leitores, e tem feito correr muita tinta (ou muitos caracteres) sem que isso se traduza em informação verdadeiramente válida para vocês, que estão em processo de organização do vosso casamento.
Já falámos sobre isto por aqui algumas vezes,a propósito de um artigo da revista Sábado, que sugeria que os valores praticados no mercado de casamento eram absurdos e que contratar um fotógrafo amador no Facebook, comprar um vestido numa loja chinesa, e rissóis, croquetes e sumos no hipermercado, seriam o caminho certo para domar o orçamento.
Pois não é – isso é uma visão miserabilista de um dia memorável. Todos, noivos, família, amigos, profissionais, merecem melhor, e é possível, com um orçamento curto, fazer melhor.
Ora, para casar são precisos, exactamente, entre 120 e 360 euros, conforme as opções legais escolhidas.
O resto? O resto é uma festa, apenas isso, e é essa perspectiva sob a qual deve ser olhada e debatida. Queremos uma festa enorme ou intimista, serviço de cocktail, almoço, jantar e ceia, ou apenas uma refeição e um singelo mas bem servido cocktail? Num espaço exclusivo ou num restaurante que nos diz muito? Muitas flores ou uma decoração mais discreta? Há mesmo muitas alternativas por onde poderemos expandir as ideias e descobrir a solução perfeita para o orçamento que temos.
Mais do que poupar, gostamos da expressão smart saver e é sobre esse assunto que nos debruçamos hoje. Ser um smart saver implica que se compreenda as diferenças entre poupança, que diz respeito a um custo (baixar um orçamento, por exemplo) e ganho, que diz respeito a valor (ter mais qualidade ou serviço, pelo mesmo preço).
Este é o conceito que pusemos em prática numa lista de sugestões, algumas nossas e outras sugeridas por profissionais do sector. Temos a certeza que vos irão ajudar a por as ideias em ordem, a ver as possibilidades e a ajustar o vosso sonho ao orçamento real, sem nunca comprometer a qualidade. Parece-vos tarefa impossível? Mas não é – tomem nota:
Contactem o fornecedor com antecedência e proponham uma forma de pagamento mais apelativa: ficarão numa posição interessante para negociar e fará de vocês clientes mais apetecíveis;
Optem por uma festa pequena (exactamente à medida das vossas possibilidades) e com muito charme e qualidade. Para quem ficou de fora, e com muita pena, preparem mais tarde um mimo extra: um jantar num restaurante simpático e acolhedor (novamente, dentro do vosso orçamento), uma espécie de segunda festa mais descontraída, mas igualmente feliz e comemorativa;
Encurtem o tempo da festa e logo, o consumo: apenas um delicioso jantar, com um leve cocktail de boas vindas, bolo dos noivos servido como sobremesa e uma ceia simpática se os vossos convidados forem mexidos e noctívagos;
Façam uma gestão criteriosa do menu e do bar, uma fatia generosa do vosso orçamento está aqui e qualquer poupança é multiplicada por muitas unidades. Construam um menu sensato, gostoso e equilibrado. Dispensem as variedades infinitas de doces, salgados, mariscos e aperitivos, e optem por produtos locais, de muita qualidade e apenas duas ou três variedades. Será suficiente, não se preocupem! Se têm contactos privilegiados numa garrafeira ou produtor local, façam as contas às quantidades e levem o vosso próprio vinho: informem-se sobre a taxa de rolha (custo de abrir, preparar e servir). No bar, a mesma sugestão, pouca variedade e muita qualidade;
Façam uma gestão criteriosa dos materiais gráficos: tirem partido da matéria prima (um belo fine paper) e usem apenas uma cor, o resultado é luxuoso! Simplifiquem nas ementas (1 ou 2 por mesa, ou nenhuma, trocada por um belo quadro caligrafado), nos marcadores (um cartãozinho com um número) e noutros extras, mas não dispensem uns bonitos cartões de agradecimento;
Tirem partido de um espaço familiar ou de amigos que não se importem de o disponibilizar, esta é outra fatia gorda do orçamento. Garantam que o deixam impecável e gastem o que for necessário para que isso aconteça. Associações, jardins de museus e casas regionais serão também alternativas em conta;
Trabalhem com fornecedores locais, sempre que possível, a poupança estará nas deslocações e estadias, mas também no conhecimento e agilidade que têm na comunidade ou junto dos restantes fornecedores;
Façam algumas compras nos saldos, porque há oportunidades relevantes. Falamos da lingerie, da gravata, dos sapatos, acessórios e outras peças que não dependem de tendências ou colecções;
Explorem outras opções: os vestidos de noiva não passam de moda assim tão depressa e as colecções anteriores podem ter preços competitivos e modelos igualmente maravilhosos. Considerem também pronto a vestir de qualidade e materiais nobres: invistam nos acessórios certos e todo o modelo ganha vida e estatuto.
Falando ainda dos sapatos (de ambos): façam compras com vida longa. Isto aplica-se igualmente ao fato do noivo. Um belo fato escuro, bem cortado, uma camisa branca elegante, uma gravata de seda, são clássicos intemporais – peças que poderão ser vestidas muitas vezes, em ocasiões relevantes, nos próximos cinco anos;
Peçam emprestado (ou aluguem) pormenores secundários: um saiote, um véu;
Sempre que possível, optem pelo que já existe e completem com alguns detalhes personalizados, que acrescentem valor: é relevante na conta final. Quando não há, aluguem, não comprem, e esta regra vale para tudo (das mesas aos talheres, às jarrinhas, molduras e sofás!);
E uma nota que excede o dia do casamento: poupem sabiamente na lua-de-mel! Muitas vezes, assoberbados com todas as decisões que têm que tomar para o grande dia, os casais escolhem o destino de viagem quase de véspera. Se decidirem isso logo no início do processo e fizerem as vossas reservas atempadamente, isso é dinheiro em caixa!
Por falar em lua-de-mel, lembram-se das vantagens de casar fora de época? Pois aqui está mais uma: viagens mais em conta, que podem permitir encurtar o custo ou alongar a distância ou a duração (ou seja, poupar ou ganhar).
O meu melhor conselho é o mais simples de todos: saber é poder. A informação é o bem mais valioso, certifiquem-se de que estão bem informados, façam o vosso trabalho de casa com critério e discernimento. Perguntem, respondam. Parem para reflectir, não se deixem engolir pelo furacão das opiniões, pressões e aparências. Virem as costas ao absurdo, abracem o bom senso. E esqueçam essa ideia de um casamento low cost e todas as sugestões que lhe vêm associadas!
É muito mais simples do que parece. Simples é, de facto, a palavra de ordem em todo o processo. Precisamos muito de lembrar-nos disso.
Um casamento low cost, não acrescenta valor nem é memorável, é só triste e desengonçado.
As fotografias que ilustram este artigo são de um dos casamentos mais fofos que publicámos por aqui. A Sara + Nuno, casaram em casa, numa festa intimista, com as suas pessoas bem por perto. Tudo o que é importante está aqui e tudo o que é secundário, ficou de fora – o melhor dos exemplos do que é ser smart saver!
As imagens são da Feel Creations. Passem pela sua ficha de fornecedor, deliciem-se com o portefólio e entrem em contacto com Bruno Silva.
Sobram dúvidas? Falem connosco! E não deixem de acompanhar todas as dicas para casar que vamos publicando, sempre à segunda-feira, que vos ajudarão a trilhar este caminho até ao mais bonito dos dias, de forma sabedora e tranquila!
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