À conversa com: Miguel RIbeiro Fernandes – fotógrafo de casamento
Ainda a meio das mudanças do novíssimo The Destination, sentámo-nos à conversa com o Miguel Ribeiro Fernandes, fotógrafo de casamento seleccionado no directório exigente do Simplesmente Branco.
Falámos sobre o seu caminho pela fotografia, sobre as influências e o que lhe interessa e o que lhe custa, numa conversa com detalhes e revelações interessantes: do preconceito com a fotografia de casamento até à satisfação que esta profissão lhe dá nos dias de hoje.
Quando percebemos como alguém vê o seu trabalho, como o verbaliza, ganhamos nós um novo ponto de vista mais interessado e sabedor sobre o resultado. Isso é incrivelmente valioso e sempre interessante, não acham?
Há realmente uma diferença, até no género de casamentos. Nós continuamos a ser mais tradicionais, nas roupas, cerimónias e na organização. Mas gosto de Portugal e dos portugueses, é tão bom correr o país de norte a sul, conhecer gente nova, criar novos laços. Acho que o nível de intimidade que crio com os noivos portugueses acaba por ser sempre superior, eu dou valor a isso.
Conta-nos um pouco da tua viagem profissional até aqui, à fotografia de casamento.
Comecei a fotografar para jornais e revistas, como fotojornalistas. A seguir, fui fazendo algumas reportagens em nome próprio, depois para empresas e apenas em 2013 comecei a fotografar casamentos. Fui convidado por um amigo para o ajudar em alguns casamentos, só aí venci o estigma do fotógrafo de casamento.
Há quanto tempo fotografas? E porquê casamentos?
Fotografo desde que me lembro. O presente mais precioso que o meu pai me ofereceu foi uma máquina fotográfica. Cresci a ver as suas imagens da guerra colonial, onde foi fotógrafo, e as férias eram passadas a fotografar. Quando acabei o secundário, tinha de dar um rumo à minha vida, queria fazer uma pausa nos estudos, mas o meu pai convenceu-me a ir estudar fotografia, para o Ar.Co e Cenjor. Assim foi em 1998, sendo que em 1999 já estava a estagiar na Agência Lusa, seguindo depois uma carreira de fotojornalista. Tinha realmente um preconceito em relação à fotografia de casamentos, que eram só aquelas fotos muito básicas dos convidados. Mas felizmente estava enganado.
Quando em 2013 o Pedro Vilela me convida a ser o seu segundo fotógrafo, apercebo-me da liberdade criativa da fotografia de casamentos. E que as pessoas valorizam o nosso trabalho de uma forma rara. Achei fantástico!
Nestes tempos globais, em que as imagens circulam a uma velocidade vertiginosa e todos temos acesso a tudo, a qualquer hora, onde vais buscar inspiração?
À música, cinema (menos do que gostava, o tempo não estica), alguma pintura (muito menos ainda do que gostava) e ainda à fotografia. Na minha educação fotográfica, estudei história de arte e fotográfica, ao longo dos anos fui continuando a seguir outros fotógrafos, através de reportagens e livros, mais recentemente conheci um mundo novo da fotografia de casamento. Aí, confesso que tento perceber mais a que clichés devo fugir, embora também acabe por os fazer, claro…
Como construíste a tua assinatura, como a defines?
Como estava a dizer, tento fugir a clichés, sou um fotógrafo documental, que olha para todos os sujeitos da mesma forma, tendo em conta as suas circunstâncias e contexto. Gosto de fotografar emoções, gosto de me focar nos momentos e detalhes que constroem uma narrativa. Para mim não há um casamento igual.
Quando precisas de fazer reset, para onde olhas, o que fazes?
Estou a precisar de um agora! Olho para a minha família, para os meus animais, para mim. Acredito que só estamos bem com os outros se estivermos bem connosco. É importante saber parar, fazer um balanço do que está bem e o que precisamos de mudar.
De Lisboa para o mundo, ou Portugal de lés a lés: fotografar estrangeiros é diferente de fotografar casamentos nacionais?
Ambos, decididamente ambos. Há realmente uma diferença, até no género de casamentos. Nós continuamos a ser mais tradicionais, nas roupas, cerimónias e na organização. Mas gosto de Portugal e dos portugueses, é tão bom correr o país de norte a sul, conhecer gente nova, criar novos laços. Acho que o nível de intimidade que crio com os noivos portugueses acaba por ser sempre superior, eu dou valor a isso.
Qual é o teu processo de trabalho, como acontece a ligação com os teus clientes?
Normalmente temos uma reunião após o primeiro contato, mesmo que por vídeo, é importante existir empatia. Depois seguimos, ou não, para uma sessão pré-casamento, que ajuda a criar a tal intimidade, a olharem para mim como mais um na festa. Gosto de passar o mais despercebido possível no dia. E muitas vezes ficam laços de amizade sincera, que perduram.
Casamentos grandes ou pequeninos, nacionais ou estrangeiros, cerimónias emotivas, festas de arromba – qual é o tipo de festa que mais gostas de fotografar?
Festas intimistas, que não têm de ser pequenas, nacionais ou estrangeiras e muito emotivas! Gosto de festas relaxadas onde posso andar totalmente focado no meu trabalho, com pessoas que confiam em mim.
Qual é a melhor parte de ser um fotógrafo de casamento? E o mais desafiante e difícil?
A liberdade criativa que referi anteriormente, estou ali com a minha visão a dar tudo por tudo, sabendo que o resultado é o que vai criar memória para aquela nova família. Isso é fantástico. O mais desafiante talvez seja não cair no cliché, na receita para cada situação, no fazer algo que faz sentido fotograficamente, sem pensar no que se espera ou que sabemos resultar facilmente. Difícil, o número de horas. A minha média deve ser, no mínimo, 14 horas de trabalho no dia do casamento. É demasiado.
Escolhe uma imagem favorita do teu portfolio e conta-nos porquê:
Uma das minhas imagens preferidas de 2017, a Eliana no momento de colocação do véu. Para mim trata-se de uma fotografia com sentimento, onde a luz, o enquadramento e os sujeitos tornam a emoção quase palpável. É isso que eu gosto.
Os contactos detalhados do Miguel Ribeiro Fernandes estão na sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria, vejam as imagens bonitas e contactem-no directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.
Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!
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