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Susana Pinto

À conversa com: Renato Ribeiro Photography – fotografia de casamento

Hoje conversamos com o Renato Ribeiro, que fotografa casamentos.
O seu percurso até aqui foi feito de muitos interesses, mas claramente a escolha da fotografia como assunto principal na sua vida profissional é certeira e muito intuitiva. O que vê, quando olha, e o que guarda desse exercício é uma colecção de imagens maravilhosa e relevante.

Fiquem a conhecer melhor o Renato Ribeiro, garanto que vão gostar muito do seu trabalho.

Para mim, fotografar casamentos é muito mais que fazer um mero registo de momentos. Apaixonam-me os pequenos detalhes, a interação de olhares e os gestos mais ternos que acontecem em qualquer história de amor. A minha fotografia é íntima e pessoal e dedico-me intensamente na procura da singularidade que cada ser humano me mostra e me dá o prazer de contar. Fascina-me explorar as conexões que temos uns com os outros durante as nossas vidas.

Conte-nos um pouco da sua viagem profissional até aqui, à fotografia de casamento.
De facto a vida dá muitas voltas e, neste particular, eu sou um exemplo típico disso.
Desde de miúdo estive sempre muito ligado às artes. Fiz dança e teatro, experimentei a música, tentei a pintura… era quase óbvio que o meu caminho passaria por alguma educação superior relacionada com tudo isso. Mas não!
As relativas boas notas, o falar pelos cotovelos, a minha interação com os outros e mais algumas características da minha personalidade, levaram a que tudo e todos me convencessem e me direcionassem para o curso de Direito. Assim foi, concluí o curso de Direito, fiz o estágio e o curso da Ordem dos Advogados e trabalhei como Advogado e Jurista (ainda faço algumas coisas pontuais quando me pedem muito).
Apesar disso, sou apologista que devemos fazer o que verdadeiramente nos faz feliz e nos toca fundo no coração e, obviamente, as artes nunca me abandonaram. Era impossível!
A fotografia foi sempre acompanhando o meu percurso ainda que de forma amadora. Comecei por fazer fotografia documental de viagem que culminou com algumas exposições, fiz também retrato e alguns trabalhos na área da moda.
Em 2012 surgiu o convite de bons amigos, grandes profissionais da fotografia de casamento em Portugal, para os começar a acompanhar como segundo fotógrafo. Estou-lhes muito grato por essa oportunidade. Aprendi, absorvi e cresci muito no terreno com todos eles. A partir daí as coisas começaram a fluir naturalmente, fui entrando neste mundo da fotografia de casamento devagarinho e com os pés bem assentes na terra. Pelo meio fiz bastante formação, e dediquei horas e horas a aprender. Arrisquei fotografar o meu primeiro casamento sozinho em 2014 e nunca mais parei.

Há quanto tempo fotografa? E porquê casamentos?
Fotografo desde que me conheço! Mas mais a sério desde 2012.
Para mim, fotografar casamentos é muito mais que fazer um mero registo de momentos. Apaixonam-me os pequenos detalhes, a interação de olhares e os gestos mais ternos que acontecem em qualquer história de amor. A minha fotografia é íntima e pessoal e dedico-me intensamente na procura da singularidade que cada ser humano me mostra e me dá o prazer de contar. Fascina-me explorar as conexões que temos uns com os outros durante as nossas vidas.
Os casamentos são a escolha óbvia para qualquer fotógrafo que, como eu, procura fotografar sentimentos e emoções mais que caras e expressões.
Fotografar casais e casamentos é um vício difícil de explicar.

Nestes tempos globais, em que as imagens circulam a uma velocidade vertiginosa e todos temos acesso a tudo, a qualquer hora, onde vai buscar inspiração?
Sou um apaixonado pela vida e pelas pessoas. Muita da minha inspiração vem do que vou vivendo e sentindo nas minhas relações interpessoais. Também faço muitas vezes o exercício de ficar apenas a observar as pessoas passar e tentar imaginar as suas vidas, aventuras e desventuras.
Além disso, com certeza, os livros, as viagens, a música e os filmes são outra grande fonte de inspiração.
Obviamente também sigo e admiro vários fotógrafos nacionais e internacionais. No entanto, apesar de ser fã dos seus trabalhos, tento sempre apreciar sem me deixar influenciar muito para tentar salvaguardar a minha própria identidade.

Renato Ribeiro Photography-fotografia de casamento

Renato Ribeiro Photography-fotografia de casamento

Renato Ribeiro Photography-fotografia de casamento

Como construiu a sua assinatura, como a define?
É muito complicado responder a isto. Sinceramente acho que quem deve definir a minha fotografia são aqueles que, de alguma forma, a apreciam e se interessam por ela.
Apesar disso, posso dizer que a minha fotografia é íntima e pessoal. Gosto que ela tenha uma simplicidade poética e uma leveza natural.
Opto por uma abordagem simples e acredito que as melhores imagens são as que contam momentos genuínos. Ao contrário de caras e expressões interessa-me captar a magia dos sentimentos e das emoções.
Ao longo do tempo tenho tentado construir uma assinatura própria e julgo que esse caminho continua a ser trilhado mas, eventualmente, nunca estará totalmente acabado. O meu trabalho é bastante cinematográfico e emocional. Dou preferência a um estilo de narrativa visualmente atraente, criativa e artística.
Nesta fase da minha vida trabalho as cores e a luz de uma forma… daqui a uma semana, um mês ou um ano poderei estar a trabalhar de uma forma completamente diferente. Tudo depende do que vou absorvendo pelo caminho. A visão das coisas muda consoante o coração sente.

Quando precisa de fazer reset, para onde olha, o que faz?
Desligo completamente. Sou relativamente bom nisso!
Aproveito para estar muito com as minhas duas filhas (são de facto o mais importante que temos na vida), com a minha mulher, os meus pais e o meu irmão. Fazemos questão de almoçar juntos todos os domingos, por exemplo.
Além disso, tenho a sorte de ter dois/três amigos que conheço desde o jardim-de-infância e com quem mantenho uma relação de irmãos. Juntos desligamos completamente de tudo o que é acessório e só importam “as nossas cenas”.
Sempre que é possível também aproveito para viajar com a minha mulher que tem sido uma companheira de grandes aventuras. Desde percorrer a Indochina de mochila às costas durante um mês, às festas numa das maiores favelas do Rio de Janeiro, ao Japão de lés-a-lés no comboio bala, enfim…

Do Norte para o mundo, ou Portugal de lés-a-lés: fotografar casamentos estrangeiros é diferente de fotografar casamentos nacionais?
As duas coisas. Estou sediado no Porto mas fotografo histórias de amor um pouco por todo o País e estou sempre disponível para viajar e faze-lo em qualquer lugar do mundo.
Nos últimos dois anos tive o privilégio de fotografar alguns casamentos estrangeiros e, de facto, existem algumas, pequenas, diferenças. Não só culturais, mas principalmente ao nível de toda a organização e logística. Desde logo porque, normalmente, os casais estrangeiros fazem festas mais curtas. Ao contrário das usuais 10 a 12 horas de um casamento português, num casamento de estrangeiros bastam umas 7 ou 8 horas para acontecer tudo.
De resto, fotografar amor é sempre um prazer, seja em que língua for.

Renato Ribeiro Photography-fotografia de casamento

Renato Ribeiro Photography-fotografia de casamento

Renato Ribeiro Photography-fotografia de casamento

Qual é o seu processo de trabalho, como acontece a ligação com os seus clientes?
Vejo o meu trabalho como uma colaboração com os “meus” noivos, que rapidamente se tornam amigos. Não sou jornalista e, por isso, não capto apenas o óbvio que está ali mas sobretudo o que sinto sobre aquilo que vejo. Nunca peço nada que não seja totalmente honesto. Apenas estou interessado em sorrisos reais, abraços verdadeiros e, principalmente, em sentimentos puros.
A minha interação com todos os casais é sempre feita de uma forma bastante natural e descontraída, que interfere o mínimo possível com um dia que é deles. Procuro misturar-me entre os convidados e passar o máximo despercebido. Gosto de fotografar de forma espontânea e verdadeira todas as emoções que se vão vivendo.
Felizmente criei sempre laços muito fortes com todos os casais que fotografei até hoje. Mantenho contacto assíduo com muitos deles e tenho a sorte de recomendarem o meu trabalho a amigos e conhecidos.

Casamentos grandes ou pequeninos, nacionais ou estrangeiros, cerimónias emotivas, festas de arromba – qual é o tipo de festa que mais gosta de fotografar?
Sinceramente não faço esse tipo de distinções. Importa-me mais que os noivos se identifiquem e entendam a minha fotografia. Quando a nossa ligação é verdadeira tudo é muito fácil e pouco importa o tipo de celebração ou festa.
Apesar disso, e considerando o meu tipo de fotografia, obviamente é sempre importante uma cerimónia emotiva. Se isso for complementado com uma festa de arromba (mesmo que pequenina), melhor ainda. Já tive oportunidade de fotografar muitos casamentos diferentes e todos eles têm a sua magia.
O meu trabalho é bastante pessoal e, por isso, antes de tudo, gosto de tomar um café com os casais que me procuram para tentar entender o que idealizam para o seu dia e saber mais sobre a sua história. Saber quem são, de onde veem e para onde querem ir… livros, filmes, viagens, tudo o que os arrebata é importante e ajuda-me a contar o amor deles da forma mais personalizada possível.

Qual é a melhor parte de ser um fotógrafo de casamento? E o mais desafiante e difícil?
A melhor parte é mesmo ter o privilégio de conhecer tantas pessoas bonitas com histórias de amor fantásticas e registar tudo isso. Saber que a minha arte vai ficar para sempre ligada à história de vida de dois seres humanos e aos mais puros sentimentos que podemos nutrir uns pelos outros enquanto cá andamos, é avassalador e muito gratificante. Quando penso que um dia os seus filhos e netos vão ver as minhas fotos e que isso lhe vai encher o coração, arrepio-me.
O mais desafiante é manter a calma e a concentração necessárias para dar o meu melhor e cumprir com todas as expectativas que se criam. Fotografar um dos momentos mais importantes das vidas das pessoas é uma grande responsabilidade.
O mais difícil talvez seja tolerar algumas faltas de respeito pelo nosso trabalho. Felizmente são raras mas podem acontecer. Sei quem sou e de onde venho… considero-me uma pessoa super simples, acessível e compreensiva mas não tenho paciência para faltas de educação e de humildade. Dinheiro nenhum justifica o esquecimento de alguns valores que considero essenciais.

Renato Ribeiro Photography-fotografia de casamento

Renato Ribeiro Photography-fotografia de casamento

Renato Ribeiro Photography-fotografia de casamento

Escolha uma imagem favorita do seu portfolio e conte-nos porquê…
Esta é talvez a pior coisa que podem pedir a um fotógrafo! (risos)
Escolher uma imagem entre centenas de “favoritas” é muito ingrato. Da mesma forma que é impossível escolher entre dois filhos, acontece quase o mesmo com as nossas fotos favoritas.
Obviamente que estética ou tecnicamente gosto mais de umas que de outras… mas as tais “favoritas”, mesmo que não sejam das mais bonitas do meu portfolio, têm todas algo para contar. Todas têm algum significado num momento exato da minha caminhada, pelas mais variadas razões. A mais bonita ou a melhor é muito relativo… desconfio sempre dessas distinções.
De qualquer forma escolhi esta foto porque foi uma das primeiras fotos que chamou mais a atenção das pessoas para o meu trabalho e me deu o tal “empurrãozinho” inicial mas também porque mostra duas coisas muito importantes para mim… o amor e a “minha” cidade do Porto.

Contactem o Renato Ribeiro através da sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria, feita de belas imagens, e contactem o Renato directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.

Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!

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