À conversa com: DJ Rui Almeida – DJ para casamentos
Hoje conversamos com o DJ Rui Almeida, DJ de casamentos, com base em Guimarães.
O Rui conta-nos como foi o seu percurso profissional, que começou na rádio, passou pelos espaços nocturnos e cresce, saudávelmente, pelos casamentos animados que vai criando.
Nesta conversa há espaço para percebermos em detalhe o que faz uma boa pista de dança, e a importância que um verdadeiro profissional tem, como condutor da noite e da animação: a percepção e capacidade de leitura de pista, o conhecimento profundo sobre o o cliente e os seus convidados, e o equilíbrio saudável e frutuoso entre o improviso e o trabalho de casa.
Juntem-se a nós!
A audiência é a minha prioridade e coloco a música que eles mais gostam. Existem mil e uma maneiras de o fazer e ao longo de uma festa com muitas horas, há sempre tempo para construir um alinhamento musical completo e distinto, que agrade até aqueles que têm um gosto musical mais eclético. Ao mesmo tempo, tento enriquecer o alinhamento musical, para que os meus clientes tenham um serviço com valor acrescentado.
Conte-nos um bocadinho do seu percurso, até às pistas de dança: como é que isso aconteceu?
O meu percurso começou na rádio, onde durante quatro anos tive um programa de música de dança em que semanalmente revelava algumas das novidades da “House Music”, género musical que continua a ser um dos meus preferidos. Isto aconteceu entre 1994 e 1998, quando a internet não estava democratizada como está hoje e por isso o acesso à musica nova não acontecia à velocidade atual.
O programa era emitido em direto e todo misturado em suporte de vinil. Durante este período também coloquei música em algumas festa de “House Music” que se faziam com alguma frequência, e em alguns bares e discotecas.
Em 1998 surgiu o primeiro convite para assumir uma residência noturna, acabei por deixar a rádio e até 2004 fui DJ residente de alguns espaços nocturnos. Esta experiência noturna foi extremamente importante, porque cresci enquanto Disc-Jockey, a minha cultura musical aumentou consideravelmente, outros géneros musicais começaram a fazer parte dos meus repertórios e aprendi a interpretar uma pista de dança e a saber geri-la durante umas horas.
Animação noturna e casamentos – sendo a música um assunto transversal, esta é uma ligação natural e inevitável?
É uma ligação natural, mas não inevitável. Nem todos os Disc-Jockeys “noturnos” acabam por fazer animação de casamentos, porque não têm perfil para fazer este trabalho ou porque simplesmente não gostam de o fazer.
Também não é uma ligação natural, porque existem muitos “animadores de casamentos”, cujo percurso começou precisamente na animação de casamentos. Obviamente não estão tão bem preparados para fazer este trabalho. Por muitos anos de experiência que consigam acumular, terão muita mais dificuldade em enfrentar uma pista de dança difícil. Sim, porque este é um trabalho muito exigente. De uma forma geral, os clientes têm a expectativa de ter uma festa longa, até de manhã se possível. Ora, para conseguir fazer uma festa com muitas horas de dança, tendo em conta que temos habitualmente cerca de uma centena de convidados, é preciso conhecimento e larga experiência..
Nenhuma festa é igual à anterior, temos um número limitado de convidados para dançar, com diferentes idades e muitas vezes com diferentes gostos musicais e é preciso agradar a todos.
Por isso é importante que os noivos tenham plena noção de quem estão a contratar e se essa pessoa será capaz de assumir a responsabilidade de colocar música num dos dias mais importantes das suas vidas.
O que ouve quando não está a trabalhar? Separa lazer e profissão?
Ouço um pouco de tudo, embora a música Soul, Jazz, Funky e alguma Música Electrónica sejam as que reúnem as minhas preferências.
Contudo trabalho é trabalho, e quando assim é, a audiência é a minha prioridade e coloco a música que eles mais gostam.
Existem mil e uma maneiras de o fazer e ao longo de uma festa com muitas horas, há sempre tempo para construir um alinhamento musical completo e distinto, que agrade até aqueles que têm um gosto musical mais eclético. Não gosto de ir pelo caminho vulgar de desbobinar somente música comercial. Coloco-a, é claro, nos momentos necessários, mas tento ao mesmo tempo enriquecer o alinhamento musical, para que os meus clientes tenham um serviço com valor acrescentado.
Gosta dançar ou prefere ouvir?
Estou mais habituado a ouvir do que a dançar, o que acaba por ser normal, uma vez que numa festa estou quase sempre do lado de dentro da cabine de DJ. Contudo, mesmo do lado de dentro não estou parado, acabo sempre por dançar, porque também me divirto com o que estou a fazer e no fundo faz parte da performance um DJ transmitir boa disposição para a pista de dança.
Como se mantém actualizado?
De muitas formas, através da rádio, da internet, com algumas saídas noturnas e através da partilha com outros amigos DJ.
Trabalha com clientes corporativos e com clientes particulares: no dance floor somos todos iguais ou o vibe da festa é muito diferente?
Normalmente uma festa de casamento tem uma vibe bem diferente da de um evento corporativo.
É uma festa de família e amigos em que se comemora um dia muito especial, por isso é normal que tenham uma atmosfera mais solta do que a de um evento corporativo. Mas, é claro que tenho muitos eventos corporativos que são uma grande festa, super animada.
O que faz uma grande noite (ou pista de dança)?
Um público divertido, noivos presentes na pista, uma boa sintonia entre o público e o DJ, e temos festa até de manhã.
Como cria uma playlist para os seus noivos? É tudo trabalho prévio ou há espaço de improviso? Um pesa mais do que outro?
Tento conhecer ao máximo o gosto musical dos noivos e o que eles pretendem para a festa do seu casamento, que muitas vezes é uma coisa bem diferente dos seus gostos musicais.
Gosto também de perceber previamente como é composto o grupo de convidados e também o que estes apreciam.
O trabalho, obviamente só faz sentido em direto, a sentir constantemente a reacção da audiência, contudo, se for bem preparado é geralmente mais bem sucedido.
Sou também um pouco selectivo na gestão da minha agenda para assim ter tempo para preparar o trabalho.
Existe por isso trabalho prévio e espaço para improviso, porque o trabalho do DJ também é isso.
Gosto de agir por antecipação e não por reacção. Não espero que saiam pessoas da pista para mudar de género musical, mudo atenpadamente para as agradar constantemente, para as surpreender pela positiva e para lhes dar constantemente motivo para estarem presentes na pista de dança.
Como os noivos e os seus convidados não são todos iguais, não faria sentido ter uma playlist igual para todas as festas. Isso não resultaria. Existe, sim, uma identidade musical no meu trabalho e um fio condutor que tem como objectivo guiar a festa pela noite dentro, durante algumas horas, e onde deve haver espaço para um repertório musical variado que agrade a todos os presentes.
Como tenho uma cultura musical abrangente, consigo fazê-lo com alguma facilidade. Este alinhamento musical tem também, obviamente, de ser um reflexo do gosto musical dos noivos ou do que estes pretendem que seja.
Um trabalho personalizado é a chave para o sucesso e é isso que gosto de proporcionar aos meus clientes.
Se se casasse, com que música abria a pista?
Já me casei e como sou adepto de clássicos em momentos que queremos eternizar, foi com o Wonderful Tonight, num dueto do Ivan Lins com o Michael Bublé, que abrimos o baile.
Para fechar, qual é a música a que regressa sempre?
Confesso que não tenho uma música à qual regresso sempre, da mesma forma que não tenho uma música preferida. Ambas as coisas seriam muito redutoras e não fariam sentido entre tantas músicas que aprecio e que merecem lugar de destaque.
Contactem o Rui Almeida, através da sua ficha de fornecedor. Espreitem as galerias e entrem em contacto directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática do Rui Almeida.
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