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Susana Pinto

À conversa com: Hugo Coelho Fotografia

“Põe quanto és No mínimo que fazes.”

Esta frase faz parte do épico poema de Ricardo Reis. É um belo farol ou lema, ao retomarmos a nossa série de conversas longas com os fornecedores seleccionados Simplesmente Branco. Posso dizer que é uma das minhas rúbricas favoritas, porque é sempre fascinante conhecer o percurso de cada pessoa, as suas escolhas, a visão que tem sobre o seu trabalho e sobre o mundo, e como mostra tudo isso, naquilo que é a sua assinatura.

Hoje conversamos com o Hugo Coelho, fotógrafo de casamentos, que assina como Hugo Coelho Fotografia.

Começo por dizer que gosto muitíssimo do trabalho do Hugo, da forma como conta a história de cada casal, como constrói a narrativa do dia e nos passeia por ele, como se lá tivéssemos estado. Quando vejo as imagens que escolhe captar, para as preparar para a edição de um artigo, a selecção é sempre uma tarefa difícil, que exige tempo e desapego, mas faço-o com um imenso entusiasmo e expectativa, porque o ponto de vista do Hugo Coelho é fortíssimo e todos os elementos são essenciais e têm o seu lugar, não há uma hierarquia, nem uma formatação prévia, mas sim uma magnífica soma das partes. Não há festas feias nem festas bonitas. Há pessoas, uma história, intuição, trabalho e talento.

Tem sido um imenso prazer ver o Hugo Coelho a traçar o seu rumo, em nome próprio. Aguardo os resultados desta época com imensa expectativa – serão as mais bonitas histórias de amor, tenho a certeza!

Vamos a isto?

 

Sessão de namoro em Itália, fotografada por Hugo Coelho Fotografia

 

Fotografia de casamento por Hugo Coelho Fotografia

 

Sessão de namoro, por Hugo Coelho Fotografia

 

Conta-nos um pouco da tua viagem profissional até aqui, à fotografia de casamento.

Estudei fotografia durante 3 anos na ETIC, quando terminei o curso fui estagiar para a Global Imagens, do grupo Diário de Notícias. Na altura não era bem a minha paixão, mas acabei por me deixar levar pelo fotojornalismo e acabou por ser uma boa base para o que faço hoje: documentar histórias bonitas.

 

Há quanto tempo fotografas? E porquê casamentos?

Sempre fotografei e gostei de fotografia de reportagem, trabalhei como fotojornalista e talvez daí tenha vindo a paixão pelos casamentos. Lembro-me que no jornal era raro o serviço que fazia, em que as pessoas quisessem ser fotografadas. Num casamento é diferente, todos estão lá para um propósito e os convidados gostam ser fotografados. Com esta premissa, é mais fácil trabalhar.

Este é o meu quarto ano a fotografar casamentos a tempo inteiro!

 

Nestes tempos globais, em que as imagens circulam a uma velocidade vertiginosa e todos temos acesso a tudo, a qualquer hora, onde vais buscar inspiração?

Quando comecei a fotografar, via muitos blogs, participava em grupos de fotografia e consumia muita fotografia de casamento, mas acabei por me distanciar um pouco e ganhar espaço para não pensar em trabalho ou pontos de comparação (que nos fazem sempre duvidar do nosso trabalho). Penso que isso é o mais importante para mim. Gosto muito de pintura, de ver exposições e cinema (em casa e sem pipocas a estalar nos ouvidos), gosto de andar de mota e encontrar sítios perdidos para fotografar e, claro, a família e os amigos, são a melhor inspiração.

 

Não procuro uma fotografia “sem palavras”, procuro uma história contada em imagens.

 

O teu trabalho tem sempre uma narrativa e um ponto de vista que eu acho muito especial. Como construíste essa tua assinatura?

Acho que não inventei nada, apenas descobri uma fórmula que resulta para mim e que me faz sentir mais realizado e que tem sentido para mim enquanto fotógrafo. Tento dar a perspectiva de um convidado muito próximo do casal, que está em todos os momentos importantes do dia. Não procuro uma fotografia “sem palavras”, procuro uma história contada em imagens que seja coerente e agradável de ver.

 

Quando precisas de fazer reset, para onde olhas, o que fazes?

Boa pergunta, o novo pequenino cá de casa faz as delícias para uma boa pausa no trabalho. Observar uma criança a explorar e sentir coisas pela primeira vez é um bom passa-tempo!

 

De Lisboa para o mundo, ou o mundo em Lisboa: fotografar fora do país é diferente de fotografar cá dentro?

Existem tradições diferentes e isso é um dos pontos fascinantes neste assunto, mas acima de tudo penso que sejam os locais, adoro viajar e conhecer novos sítios! Por vezes estar sempre a ver a mesma coisa por mais bela que seja atrapalha a (minha) criatividade!

 

Fotografia de casamento por Hugo Coelho Fotografia

 

Fotografia de casamento por Hugo Coelho Fotografia

 

Fotografia de casamento por Hugo Coelho Fotografia

 

Qual é o teu processo de trabalho, como acontece a ligação com os teus clientes?

Tento ser o mais sincero naquilo que faço e como consequência,  o tipo de clientes que vêm ter comigo são os que se revêem nas minhas fotografias. Acho que essa é a melhor maneira de criar uma primeira ligação.

 

Casamentos grandes ou pequeninos, nacionais ou estrangeiros, cerimónias emotivas, festas de arromba – qual é o tipo de festa que mais gostas de fotografar?

Prefiro os casamentos mais pequenos, são mais intimistas. Tenho vindo, cada vez mais, a fotografar sozinho e acaba por ser mais difícil fotografar eventos grandes. Cerimónias emotivas são genuínas, a minha fotografia vai muito em busca disso e duma boa festa, claro!

 

Qual é a melhor parte de ser um fotógrafo de casamento? E o mais desafiante e difícil?

A melhor parte, sem dúvida, é conhecer outras pessoas e estar em sítios novos. O mais difícil é perder alguns momentos com aqueles de quem gostamos. Cada vez mais tento fazer um bom equilíbrio entre estes dois planos, pessoal e profissional.

 

Escolhe uma imagem favorita do teu portfolio e conta-nos porquê:

Gosto desta imagem por ser uma das últimas que fiz, pelo casal e aventura que foi fotografar esta sessão no Canadá. Não é perfeita, não tem uma luz bonita mas traduz um pouco o meu estado de espírito: continuar a correr pelos meus objectivos.

 

Fotografia de casamento por Hugo Coelho Fotografia

 

Os contactos detalhados do Hugo Coelho Fotografia estão na sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria, com o seu trabalho mais recente e contactem directamente o Hugo Coelho através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.

Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!

 

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Susana Pinto

À conversa com: Vestidus – vestidos de noiva

E hoje conversamos com a Sara Silva, da Vestidus, a melhor loja de vestidos de noiva multimarca em Lisboa.

Da primeira vez que nos encontrámos, quando fiz uma visita à Vestidus, ainda na morada de Carnide, ficámos toda a manhã a conversar: foi óptimo, foi interessante e criámos uma ligação desde esse primeiro momento.

Sempre que o tempo de ambas nos permite, sentamo-nos para mais umas horas de conversa boa – e falamos muito sobre o mercado, os desafios, ideias que queremos discutir, testar, pôr em prática, o que nos gasta e o que nos entusiasma. Aprendo sempre coisas novas, aproveito para ver a colecção de vestidos de noiva que a Vestidus traz para a estação e namoro os meus favoritos. O tempo parece sempre curto!

No início do ano, decidimos premiar dois conjuntos restritos de fornecedores: os mais antigos, connosco há mais de 5 anos, e aqueles com quem é, genuinamente, um prazer trabalhar, porque são dinâmicos, inquietos, desafiantes. A Vestidus foi uma das nossas três escolhas, sob o mote “it’s a pleasure doing business with you!”. As razões deste prémio são óbvias, e é sempre um prazer conversar com a Sara!

 

Vestidus - vestidos de noiva multimarca em Lisboa

 

Da hotelaria para a moda e mercado de casamento, com um pé em psicologia. Como fizeste este percurso?

Acho que se pode dizer que sou desassossegada. Não sou pessoa de ficar à espera que as coisas aconteçam. Não me sentia realizada em hotelaria. Apesar do contacto diário com pessoas, que é algo que me continua a fascinar, o não poder desenvolver a minha vertente mais criativa e não ter autonomia e poder de decisão na maioria das tarefas que realizava, acabou por ser decisivo na altura de dar o salto e criar a minha própria empresa. Tinha acabado de casar e toda a experiência da escolha do vestido de noiva me fez pensar o que eu poderia fazer de diferente, se fosse eu a acompanhar o processo de escolha do vestido. Do atendimento, até às marcas, aos tamanhos disponíveis, criei toda uma ideia do que eu faria de diferente e lancei-me ao desafio de criar a Vestidus. Um desafio que já dura 9 anos. A Psicologia acaba por ser algo que vejo como complemento da minha vida pessoal e que sem dúvida, é uma mais valia profissionalmente.

 

Passas o teu dia rodeada de vestidos de renda, mikado, tule e brilhantes, como se vivesses dentro de um sonho! Quais são os teus favoritos para este ano?

Curiosamente os mais simples. No meio do brilho e do drama dos folhos e tules, acabo sempre por me apaixonar pelos modelos mais simples. O meu preferido deste ano é todo em renda, a lembrar um bordado inglês, como os vestidinhos que eu tinha em criança. As costas abertas e o bolsos dão-lhe o toque sensual e descontraído, que me encanta nos vestidos de noiva.

 

O vestido de noiva define o tom da festa ou é a festa que define o vestido de noiva?

Acho que a festa define o vestido de noiva, mas como em tudo na vida, há excepções. Tenho noivas que querem um vestido princesa, clássico para um casamento na praia. Tenho outras que querem um modelo mais simples, de inspiração boho para uma grande cerimonia religiosa. Acho que na escolha do vestido de noiva como em tudo no casamento, deve prevalecer o bom senso. É nosso dever, como consultores, aconselhar e informar quais as melhores opções e o que é mais adequado. Mas a decisão final é sempre da noiva.

 

Um modelo de vestido para cada tipo de corpo. Estas regras são absolutas ou há espaço para surpresas?

Não acredito em regras absolutas e redutoras que ditam o que uma noiva deve ou não vestir. É isso que procuro transmitir quando recebo uma noiva no atelier com ideias já feitas e limitadas, sobre o que não pode vestir, porque ouviu falar ou leu numa revista ou blog. O que eu digo sempre? Experimentem! Vejam-se ao espelho! Os cortes são diferentes mesmo em vestidos que parecem semelhantes. Um caso típico é o cai-cai em clientes com peito grande. Não é inédito termos noivas que se sentem melhor em modelos cai-cai direitos (porque a estrutura do vestido dá mais suporte nessa área e não é tão revelador), do que em decotes em V, muitas vezes ditos como o ideal para quem tem peito grande.

 

Vestidus - loja de vestidos de noiva multimarca em Lisboa

 

Vestidus - loja de vestidos de noiva multimarca em Lisboa

 

As tendências da estação são importantes ou os vestidos de noiva são intemporais? Têm influência na decisão de compra?

Sem dúvida que as tendências são marcos que identificam uma época. Quem não se lembra dos vestidos de noiva com manga de balão nos anos 80, cheios de volume e drama. A moda e as tendências influenciam quem se deixa influenciar e essa é a beleza do meu trabalho. Cada noiva deveria ditar as suas próprias regras. Uma noiva mais fashionista poderá sentir-se mais influenciada pelas tendências e escolher um vestido de corte mais moderno, porque essa é a sua personalidade. O vestido de noiva deveria ser um reflexo da personalidade da noiva que o veste. E quando isso acontece vemos um outro brilho na pessoa.

O vestido de noiva deveria ser um reflexo da personalidade da noiva que o veste. E quando isso acontece vemos um outro brilho na pessoa.

Não sinto que haja uma preocupação excessiva para seguir a tendência. As noivas querem acima de tudo que o seu dia seja único, feito à sua imagem. E isso reflete-se na escolha do vestido, seja ele mais arrojado ou clássico.

 

Onde buscas inspiração para o teu trabalho?

As viagens de trabalho para conhecer coleções, desfiles, reuniões com fornecedores são muito importantes. Mas não faço delas a fonte principal de inspiração para o meu trabalho. Todos os dias, as noivas que recebemos são a grande fonte de inspiração. Pode parecer cliché, mas são elas as grandes scouts da Vestidus. Conhecem as marcas, seguem o mercado. As redes sociais estão repletas de informação sobre os vestidos e designers que as noivas seguem. O estar próximo das suas opiniões e escolhas inspira-me a caminhar nesse sentido.

 

E nos momentos de fadiga criativa, como refrescas a mente e o espírito?

Tenho os meus mentores, no Reino Unido e EUA, pessoas que admiro no mercado de casamentos e que vou seguindo os seus posts e videos online. O que mais admiro é a forma descontraída como partilham o que correu bem e não têm medo ou preconceito em dizer o que correu mal. O seu público são outras lojas, outros empresários no mercado de casamento, a chamada “concorrência”, mas a maturidade com que trabalham todos, como partilham experiências para um bem comum, o de serem melhores, inspira-me. É uma realidade que gostaria de ver em Portugal.

 

Na Vestidus, o atendimento ao público é feito por marcação: como crias uma ligação com as tuas clientes?

A ligação faz-se ainda antes da visita. Temos uma presença muito forte nas redes sociais o que exige um esforço adicional da minha parte para manter o contacto, responder a questões, colocar informações que sejam de valor para quem nos segue. Vivemos num mundo tão cheio de estímulos, tudo acontece e estamos no meio de tudo. Para quem está noivo e a preparar um casamento, é fácil sentir a pressão e ficar perdido no meio de toda a informação. Procuro facilitar esse processo a quem nos visita, seja através da marcação ou no acompanhamento em loja. A ligação acaba por acontecer, não só comigo mas com outros elementos da equipa. Estamos quase um ano inteiro a acompanhar as noivas, desde a escolha do vestido na primeira visita, ao nervosismo das provas e ao grande dia da entrega, quando levam o vestido de noiva para casa. Somos cúmplices de uma história de amor. Ficamos felizes por ver as fotos que nos enviam, do dia do casamento, de como o noivo segredou “estás linda!”, de como o dia passou rápido.

 

Vestidus - loja de vestidos de noiva e meninas das alianças multimarca em Lisboa

 

Vestidus - loja de vestidos de noiva  e acessórios multimarca em Lisboa

 

Aconselhas nesta decisão que é tão importante a nível emocional e financeiro. O que mais gostas neste processo? E o que consideras ser mais desafiante e difícil?

O que mais gosto é do processo de escolha do vestido. Quando recebo uma noiva e acabo por perceber de imediato o que ela gosta, o que procura. É muito gratificante quando dás uma sugestão que vai contra tudo o que a noiva pensou e acaba por ficar rendida quando o veste. Não é algo que aconteça todos os dias. Mas é sempre uma situação muito especial. Mais desafiante e dificil é gerir todas as emoções ligadas ao processo. Porque acaba por não ser apenas as emoções da noiva, mas da mãe, da madrinha, da irmã mais velha que gostava de ter casado, daquela amiga que já casou e se considera uma autoridade na escolha do vestido de noiva. É dificil gerir o processo, em especial quando vejo um desrespeito total pela noiva, pelo que ela gosta, pelo que quer usar no casamento. Felizmente não são situações que aconteçam todos os dias, mas não deixa de ser um desafio conseguir gerir toda essa carga negativa para uma ocasião que se deseja que seja leve e feliz.

 

És certamente uma geradora de emoções fortes, já que causas e assistes a este processo que transforma uma mulher comum no seu sonho de noiva. Sentes esse poder?

Sinto, mas procuro passar esse poder para as noivas. As sugestões que dou vão sempre ao encontro do que acho ser melhor para a noiva, seja a nível do corte, orçamento, nunca descurando o seu gosto pessoal. Não gosto de ser demasiado intensa ou protoganizar demasiado a prova. Não sou eu a estrela. A pressão da escolha é já de si dificil com opinião de terceiros, família e amigas bem intencionadas, mas que na maioria das vezes dão opinião com base no seu gosto pessoal, naquilo que escolheriam para si e não para o que é melhor para a sua filha, afilhada ou amiga. Procuro ser moderadora. Acho que o papel de uma consultora, designer, wedding planner ou qualquer outro profissional de casamento deveria passar também por ser o de conselheiro e de moderador, para que as noivas possam fazer uma escolha acertada.

Procuro ser moderadora. Acho que o papel de uma consultora, designer, wedding planner ou qualquer outro profissional de casamento deveria passar também por ser o de conselheiro e de moderador, para que as noivas possam fazer uma escolha acertada.

 

O que vestirias, se te casasses? E quem gostarias de vestir?

Apesar de estar casada, fazer uma cerimónia na praia, num refúgio a dois, continua a ser o palco dos meus sonhos. O vestido seria longo, leve, com um detalhes em renda, num estilo muito boho, descontraído, que me permitisse ser eu, fugir para as ondas, andar pela ilha de Vespa (sim, tem de ser numa ilha!), que me fizesse sentir linda, mas uma beleza natural, suave. O vestido de noiva deve ser uma segunda pele, não uma máscara que colocamos num dia que se quer muito especial. Seria assim o meu vestido.

Quem eu gostaria de vestir? Elie Saab!

 

 

Os contactos detalhados da Vestidus estão na sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria, com a colecção de vestidos de noiva para 2017, e contactem directamente a Sara Silva através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.

Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!

 

 

Susana Pinto

À conversa com: Sílvia Pontes – encadernação personalizada

Hoje conversamos com a doce Sílvia Pontes, que cria, manualmente, os bonitos livros de honra e álbuns fotográficos que vos chegarão às mãos nos próximos meses.

Eu e a Sílvia conhecemo-nos há uns 10 anos (pelo menos!), através de uma cliente comum. Eu fiz-lhe os convites, a Sílvia, o livro de honra. Na altura, para que o trabalho ficasse perfeito e a pedido da nossa noiva, pusemo-nos em contacto. Eu enviei-lhe a ilustração do convite e mais algumas indicações sobre a fonte e as cores usadas, e a Sílvia criou de raiz um livro de honra lindo, incorporando esses elementos no seu trabalho. A cliente ficou deliciada.

Criámos uma ligação imediata: partilhamos uma ética de trabalho e forma de estar, temos cabeças parecidas e um imenso respeito pelo trabalho de cada uma. Ver o caminho feito e os passos certeiros, tanto em termos de gestão de negócio como no design de novos produtos e linhas, tem sido muito entusiasmante, e é um prazer imenso receber a Sílvia no nosso showcase anual: é garantido que trará peças novas incrivelmente bonitas e que fez o seu trabalho de casa de forma muito profissional, com muitos visitantes à espera para conversar, marcar reuniões e ver de perto o seu trabalho único.

O tempo é sempre pouco para pormos a conversa em dia – e nem de propósito, enquanto estão a ler esta entrevista eu estou de visita a Guimarães para beber um café com a Sílvia!

 

Experimentaste várias áreas antes de chegar ao que fazes hoje. De onde vem esta tua paixão pela manufactura e detalhe?

Experienciei muitas coisas, mas nenhuma em contacto directo com esta área. Surgiu do somatório de percurso, venho de uma linhagem de artesãos, do saber fazer e isso dá-nos vantagem.
Passei grande parte da infância com a minha avó, uma excelente costureira. Aprendi a paciência e a perícia. Marcar os tecidos, cortar pelas linhas de contorno, depois cosê-los à mão, leva tempo… Eu ficava com as “xitinhas”, as sobras da obra dos clientes que aproveitava para fazer os vestidos das minhas bonecas.

A primeira aventura séria aconteceu por volta dos 11 anos, quando entrei para o Conservatório de Piano. Trabalhei a sensibilidade, delicadeza e dureza dos dedos e mãos, como assim o próprio piano o exige.

Como gostava muito de desenho livre e era criativa, aos 17, os meus pais incentivaram a inscrever-me na Escola Profissional Academia de Moda – Artes e Técnicas, do Porto. Muita da bagagem que uso hoje é resultado dessa experiência. Ainda não existiam computadores nas escolas, todas as ilustrações, planificações, portefólios eram feitos manualmente, muitas vezes com recortes, colagens e letras de decalque. Não tinha acesso a grandes formatos de materiais para fazer as capas de dossiers, portanto o desafio colocava-me à prova.

Mais tarde fiz formação em desenho técnico e tive oportunidade de viver o dia-a-dia em gabinetes de arquitectura. Desenvolvi o rigor, a perfeição.
Depois de saltear várias experiências, senti que seria mais feliz se fosse dona do meu próprio tempo, juntei todos os ingredientes que tinha até então e segui em frente, sem medo. Tudo que sei e disponibilizo hoje como serviço, aprendi-o com o apoio de livros e muitas horas com as mãos na massa. O álbum de casamento dos meus pais serviu de cobaia e foi desfeito para analisar o processo. Há uns tempos, comprometi-me e ofereci-lhes um novo e a dívida foi saldada!

 

O teu trabalho é, essencialmente manual. Como é que esse compasso lento convive com a velocidade e imediatismo do mundo digital? Um serve o outro ou chocam de frente?

Assim como o próprio trabalho, educar o público nesse sentido levou tempo. Remei contra a maré muitas vezes e ainda não é tudo um mar de rosas, mas felizmente existem seres humanos que se identificam com esta forma de estar e de fazer. São clientes com gostos específicos que valorizam a qualidade, a essência e a forma tradicional como ainda se fazem estas coisas nos dias de hoje. Cada pormenor tem um traço pessoal e isso torna as peças únicas e especiais para quem idealizou cada detalhe por medida. O processo é lento e aprimorado e, para essas pessoas, são objectos como pedras preciosas. Para mim, é um prazer servir esses desejos.
Hoje, em geral sinto que existe  respeito e um grande carinho para comigo. É um público simpático, compreensível e aguarda pacientemente. É bom sentir que temos esta liberdade para dar mais e melhor.

Cada pormenor tem um traço pessoal e isso torna as peças únicas e especiais para quem idealizou cada detalhe por medida. O processo é lento e aprimorado e, para essas pessoas, são objectos como pedras preciosas. Para mim, é um prazer servir esses desejos.

As tendências – como a cor Pantone do ano, por exemplo – têm influência no teu trabalho ou a sua existência é intemporal e exclusiva da tua cabeça?

Às vezes influencia, mas damos a volta da melhor forma que nos é possível. Como se utilizam bastante fitas de cetim, tentamos encontrar a tonalidade mais aproximada para que se inclua um pormenor e é o suficiente. Às vezes imprimimos as guardas dos livros e dos álbuns, e aí utilizamos o pantone desejado. Noutras situações, as cores dos tecidos são intemporais e então é fácil ultrapassar as tendências.

 

Silvia Pontes - encadernação personalizada, livros de honra e álbuns fotográficos

 

Silvia Pontes - encadernação personalizada, livros de honra e álbuns fotográficos

 

Silvia Pontes - encadernação personalizada, livros de honra e álbuns fotográficos

 

Silvia Pontes - encadernação personalizada, livros de honra e álbuns fotográficos

 

Conta-me como é o teu dia de trabalho…

Os bastidores são um autêntico jogo de cintura. Atender os pedidos que vão chegando e conciliar atendimento ao cliente,  criação, produção, timings de entrega, etc., exige uma logística complexa, mas não transparece para fora quanto realmente o é. Dedicação extrema e disciplina a todos os níveis para ter sucesso é o ponto chave, e isso é contínuo. Existem dias previsíveis e outros que nos pregam algumas surpresas e podem ser boas ou menos boas, mas fazem sempre parte do ofício e da evolução. Diariamente tenta-se ao máximo seguir todos os requisitos e garantir que cada encomenda vai ter o tempo dedicado que merece.

 

De tudo o que fazes, de que é que gostas mais? E o que é mais desafiante e difícil?

Adoro quando tenho tempo extra (o que não tem sido fácil!) para pôr ideias em prática e fazer experiências com novos materiais. Adoro um bom desafio e quando há oportunidade de sair do padrão. Claro que nem todos os dias é possível ter bons desafios, porque sigo formatos de modo a simplificar ambas as partes (a maior fatia de encomendas surge à distância) e ter um bom fluxo de funcionamento, mas quando há essa possibilidade, abraço-a com grande prazer. Dá-nos orientação e combustível para continuar.

O mais difícil é conciliar tudo que já aprendemos, com toda a evolução e mudança constante a nível global. Acompanhar a informação, digerir e tentar melhorar a cada dia, se queremos manter-nos dentro da carruagem. Estar em equilíbrio com todas as adversidades que se cruzam connosco e ter a capacidade de nos ajustarmos constantemente.

 

Onde vais buscar inspiração?

A Internet é um universo ilimitado onde nos podemos mover livremente entre ideias, mas acima disso, sigo sempre a minha essência e tento ser fiel ao traço pessoal. Às vezes sai de forma espontânea. À parte da área profissional, sempre que possível, gosto de procurar e de me pôr a par de outras áreas para alargar horizontes e trazer outros ingredientes. Relaxar na natureza é também um fluir de ideias luminosas.

 

Silvia Pontes - encadernação personalizada, livros de honra e álbuns fotográficos

 

Silvia Pontes - encadernação personalizada, livros de honra e álbuns fotográficos

 

Silvia Pontes - encadernação personalizada, livros de honra e álbuns fotográficos

 

E nos momentos de fadiga criativa, como refrescas a mente e o olhar?

Quando acontece, a melhor forma de refrescar é fazer a mala, fechar a porta por uns dias e dar uma volta por lugares desconhecidos. Quanto mais longe melhor!
Em casos extremos, só me curo em contacto profundo com a natureza. Adoro pequenos refúgios onde me permito desligar de todo o ruído mental. É o melhor revigorante e energizante. Quando regresso, venho com ideias a fervilhar e volto a arregaçar mangas e a bulir.

 

Estás instalada num hub criativo e o teu atelier é um espaço maravilhoso, à tua imagem. Essa mudança teve impacto no teu quotidiano de trabalho, nos teus produtos e serviços?

É um espaço magnífico! A luz natural e a paz que se sente é incrível e são factores cruciais para o workflow de qualquer criativo. Há liberdade de movimentos e espaço para crescer. Deu-me impulso, mais visibilidade e transmite uma imagem profissional e mais credibilidade.

 

Os teus álbuns guardam de modo físico as memorias do mais bonito dos dias, atravessarão gerações. Pensas nisso alguma vez?

Muitas vezes.

Há alegria e amor nessas memórias. Tudo passa pelas minhas mãos e é algo que se sente ser especial para aquelas pessoas, mesmo à distância. É o meu contributo para tornar o momento ainda mais feliz e isso dá um grande alento.

Como guardas as tuas fotografias? Confirma-se o ditado, “em casa de ferreiro, espeto de pau”?

Bela pergunta! Acho que conseguem adivinhar a resposta. Não sou diferente do que diz o ditado, e a agravá-lo, aqui em casa há um fotógrafo! Mas estou a tentar fazer progressos. No mês passado assinalei um momento pessoal especial e tenho o projeto em agenda, por isso este não escapa. Vai ficar giro e digno de exibi-lo aqui numa prateleira!

 

Silvia Pontes - encadernação personalizada, livros de honra e álbuns fotográficos

 

O trabalho impecável da Sílvia Pontes – encadernação personalizada pode ser visto com detalhe na galeria da sua ficha de fornecedor. Para além das imagens bonitas, podem contactá-la directamente, através do nosso formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão resposta atenciosa da Sílvia Pontes.

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Susana Pinto

À conversa com: Lapela Photography – fotografia de casamento

Hoje sentamo-nos à conversa com a dupla algarvia de fotógrafos de casamento, Lapela Photography.

Conheci o trabalho do André Martins e Miguel Gonçalves através de uma das nossas queridas noivas de sexta-feira, a Rita Dias. Conversámos na altura sobre a minhas raízes algarvias, sobre o mercado de casamento no Algarve, do qual sei pouco porque não se mostra, não se encontra, e mantivemos um contacto ligeiro. Mais tarde, quando a irmã da Rita se casou, calhou novamente aos Lapela a tarefa de fotografar a bonita festa, e pelo meio, outra doce noiva, a Andreia, também os escolheu para registar seu dia.

Fiquei atenta, fomos trocando uns emails, até que passaram a fazer parte da nossa lista, oficialmente. Nos últimos dois anos, o trabalho que fazem ganhou asas, ganhou ponto de vista e tornou-se genuinamente bonito.

É sempre mágico ver o talento florescer e ganhar músculo em nome próprio. É, mesmo, o que eu mais gosto no meu trabalho!

 

Contem-nos um pouco da vossa viagem profissional até aqui, à fotografia de casamento.

A Lapela nasce da amizade entre dois colegas, amantes da fotografia, que se conheceram no trabalho que nada tinha a ver com esta área. No início nunca pensámos vir a fotografar a este nível sequer,  era somente um hobbie do qual gostávamos e nos divertia imenso.

Um dia, através de um convite de amigos em comum, foi-nos feito o desafio de fotografar o seu casamento. Foi uma proposta que quisemos logo recusar, pois a responsabilidade era imensa e o medo de falhar aterrorizava-nos! Mas na verdade, tudo funcionou. Adorámos cada minuto. Sentimos que era uma oportunidade única para obtermos imagens cheias de emoção e dinâmica, mostrar muito mais do que os objectos estáticos a que estávamos habituados. O feedback que se seguiu motivou-nos, e, a partir desse momento, sentimos que algo maior estava para vir e que era necessário agarrar. Desde então temos vindo a fotografar cada vez mais, fomos encontrando o nosso estilo, a nossa marca, o nosso lugar.

Temos conhecido meio mundo de máquina na mão, satisfeitos, a fazer aquilo que mais gostamos. Dedicamo-nos a captar a essência das pessoas e dos lugares, procuramos encontrar as suas histórias.

 

Há quanto tempo fotografam? E porquê casamentos?

Casamentos, organizados enquanto Lapela Photography oficialmente, há 4 anos.

Fotografamos casamentos por várias razões. Primeiro, porque adoramos conhecer novas pessoas, temos alguma facilidade em nos relacionarmos, interessamo-nos verdadeiramente pelas suas histórias de vida. Por outro lado, o casamento é um momento em que tudo e todos transmitem felicidade, reina a boa disposição e isso contagia-nos também. Finalmente, porque durante aquele dia temos uma panóplia de emoções pelas quais as pessoas passam, desde tensão, choro, riso, momentos mais introspectivos e outros mais desconcertantes… Tudo isto acontece em sítios normalmente lindíssimos e originais, muito interessantes para fotografar e compor bonitos quadros.

 

Nestes tempos globais, em que as imagens circulam a uma velocidade vertiginosa e todos temos acesso a tudo, a qualquer hora, onde vão buscar inspiração?

A nossa inspiração oscila muito. Tem fases boas e outras más. Por vezes sentimos que nos estamos sempre a repetir, sobretudo se fotografamos muitos casamentos seguidos ou em ambientes que se repetem. Quando saímos para cenários novos ou estamos mais tempo sem fotografar, tudo surge naturalmente. Parece que pensamos melhor e experimentamos novas técnicas e composições que provavelmente encontrámos no nosso dia-a-dia, nas interações sociais, ou que recordamos dos média, dos filmes, de videoclips e de outros fotógrafos de referência.

Quando saímos para cenários novos ou estamos mais tempo sem fotografar, tudo surge naturalmente. Parece que pensamos melhor e experimentamos novas técnicas e composições.

 

 

Lapela Photography - fotografia de casamento - Algarve

 

Lapela Photography - fotografia de casamento - Algarve

 

Lapela Photography - fotografia de casamento - Algarve

 

Quando precisam de refrescar e descansar o olhar (e a criatividade!), para onde olham?

Temos de sair, ir conhecer lugares diferentes. Parar por completo as nossas máquinas. Temos também um grupo de críticos mais chegados, que nos conhecem bem: a família e alguns amigos, a quem questionamos o que estão a achar e o que devemos mudar. Tertuliamos horas e horas. Vemos muito fotojornalismo, fotografia de arquitectura, publicidade… e passamos horas a encontrar “aquele que faz diferente” em fotografia de casamento.

 

Estão instalados no Algarve: o vosso trabalho é local ou claramente nacional?

Até ao momento o nosso trabalho tem sido mais local do que nacional. Há um mercado enorme na nossa região, sobretudo porque imensos estrangeiros procuram casar cá e nós temos a sorte de aqui viver.

Contudo já conhecemos bastante bem a nossa terra e sentimos que os sítios escolhidos para casar repetem-se muito e ninguém quer arriscar nada de novo. Por isso, queremos futuramente poder ter mais oportunidades para fotografar em todo o país.

 

Qual é o vosso processo de trabalho, como acontece a ligação com os vossos clientes?

O cliente que vem até nós normalmente contacta-nos via email ou Facebook depois de já ter visto o nosso portfólio. Outros também já nos conhecem de casamentos em que estivemos presentes. Posteriormente, não dispensamos um reunião com casal, aí sentimos o “click” ou não. Hoje em dia, como já temos um largo portfólio exposto, as pessoas que nos escolhem percebem a nossa visão e estão em concordância, gostam do nosso estilo, e por isso dão-nos liberdade para criarmos o que entendermos. Começamos como simpáticos estranhos no início, e acabamos como bons amigos no fim da festa.

 

Lapela Photography - fotografia de casamento - Algarve
Lapela Photography - fotografia de casamento - Algarve

Lapela Photography - fotografia de casamento - Algarve

 

Casamentos grandes ou pequeninos, nacionais ou estrangeiros, cerimónias emotivas, festas de arromba – qual é o tipo de festa que mais gostam de fotografar?

Preferimos casamentos nacionais e emotivos, de preferência mais pequenos e intimistas… sem dúvida!

Preferimos casamentos nacionais e emotivos, de preferência mais pequenos e intimistas… sem dúvida!

 

Como definem a vossa assinatura, o vosso olhar?

A Lapela Photography é simples, natural, e descontraída.

O nosso olhar emotivo e geométrico.

 

Qual é a melhor parte de ser um fotógrafo de casamento? E o mais desafiante e difícil?

O melhor é, sem dúvida, conhecer as histórias de cada casal, poder privar junto destes e suas famílias, viver momentos únicos e felizes. No fundo, vermos e disfrutarmos o lado bom da vida!

O mais difícil e desafiante é, no caos e no stress, conseguir pensar rápidamente e captar e captar a melhor imagem possível, que ao mesmo tempo consiga contar qualquer coisa ou transmitir uma emoção.

 

Escolham uma imagem favorita do vosso portfolio e contem-nos porquê:

Esta imagem é irrepetível. Parece bastante simples, se não conhecermos a história desta noiva.

Este abraço entre pai e filha aconteceu no momento em que a noiva ficou pronta, no quarto do hotel. Imediatamente antes, soube que o pai estava a chegar, e pressenti que iria ser um momento super emotivo. Pedi que ela ficasse sozinha para receber o pai. E assim foi: o pai entra no quarto e comovem-se os dois com uma troca de olhares fixos. Depois surge este abraço, demorado e profundo.

Sim… neste momento ambos pensaram no mesmo: isto podia nunca ter acontecido! A verdade é que, poucos meses antes, a noiva recuperou de uma doença grave que lhe ameaçou a vida, pondo em causa o casamento, tal como o tinha idealizado: num destino diferente, num país lindo, perto do mar, junto dos mais chegados.

Porque é que é uma das nossas favoritas? Porque tem tudo o que queremos mostrar: emoção, empatia, simplicidade, genuinidade, cumplicidade e espontaneidade.

No fundo, sabemos que sempre que o cliente olhar para esta fotografia, a reacção vai directa ao coração. E isso faz-nos felizes por fazermos o que fazemos.

 

Lapela Photography - fotografia de casamento - Algarve

 

Sempre bonito. Conheçam melhor o portfolio dos Lapela Photography, passeado pela sua ficha de fornecedor. Eles estão à vossa espera para conhecer outros recantos bonitos do país!

 

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Susana Pinto

À conversa com: Kabuki Makeup by Rita Amorim, maquilhagem para noivas

Hoje decidimos conversar sobre beleza da noiva, com a maquilhadora Rita Amorim, que assina como Kabuki Makeup by Rita Amorim.

A Rita é nossa fornecedora seleccionada há 4 anos, eu já tive a oportunidade de ser maquilhada por ela e, desde o primeiro momento, tem sido um genuíno prazer trabalharmos juntas. A prova disso, é o facto de a Kabuki Makeup by Rita Amorim ter recebido um dos nossos prémios internos, “It’s a pleasure doing business with you”, que atribuímos anualmente, de forma muito exclusiva (apenas 3 prémios, para uma centena de clientes), celebrando o entusiasmo, empenho e a contribuição para a discussão de assuntos relacionados com o mercado e o negócio de ambas as partes.

 

Vamos a isto?

 

Kabuki Makeup by Rita Amorim - maquilhagem para noiva

 

Como chegaste a este universo da beleza feminina?

O universo da cosmética esteve presente na minha vida, desde muito cedo, sendo um universo muito familiar lá em casa. A minha mãe sempre trabalhou nesta área e o contacto permanente com produtos, amostras, ofertas, formação, dossiers sobre pele, todos os cuidados a ter, como mantê-la saudável e bem tratada, sempre foi um mundo muito aliciante. A curiosidade engraçada no meio disto tudo, é que a minha mãe, mesmo lidando com cosmética durante mais de 30 anos, a maquilhagem nunca foi a sua praia. E até aos dias de hoje me pergunta: “Como é que ficaste tão fascinada com o mundo da maquilhagem?”

Mais tarde, trabalhei directamente com 2 marcas de cosmética, Helena Rubinstein e Biotherm, ambas distribuídas pelo grupo L’Óreal e desde aí o fascínio foi crescendo até aos dias de hoje.

 

Qual é a importância da maquilhagem, num dia tão especial? E nos dias comuns?

A maquilhagem está na moda. E é notório o aumento de interesse, ao longo dos últimos anos. Não me lembro de ser dada tanta importância a este assunto como agora. Basta estarmos atentas e vermos a explosão de marcas, 100% dedicadas a maquilhagem que abrem lojas em Portugal, como nunca antes visto. É sinal que há mercado, há procura, há interesse e há maior preocupação com a imagem. Agora é comum vermos jovens e jovens adultas, maquilhadas. E maquilharem-se passou a fazer parte da sua rotina diária, quer seja apenas para uma ida à escola ou para trabalhar. Usar maquilhagem só para ir a festas é coisa do passado. Agora o acto de maquilhar é tão rotineiro, como o de vestir ou calçar.

Por isto tudo e como imaginam, quando falamos de dias tão importantes, como a cerimónia de um casamento, tanto noiva, como as convidadas prestam uma atenção redobrada e primordial à sua pele e maquilhagem. Contudo, para não correrem qualquer tipo de risco, é essencial que recorram a profissionais na área. Não só porque é um factor de confiança no serviço e na qualidade dos produtos utilizados, como também haverá maior garantia da sua correcta aplicação, e isso irá favorecê-las tornando-as ainda mais bonitas.

Acima de tudo, a minha primeira preocupação é perceber em que estado se encontra a pele da noiva e caso possamos melhorá-la até há data da cerimónia, iniciamos um tratamento aconselhado e dedicado caso a caso.

 

Um rosto é uma tela ou há todo um conjunto de regras firmes sobre este assunto? Depende da ocasião?

Sim, o rosto é uma tela, mas há que ter muita atenção à sua anatomia. Há diferentes tipos de rostos e o seu desenho depende do formato da face e da estrutura maxilo-facial. Em Portugal os tipo de rosto mais comum são o quadrado, redondo e triângulo invertido. E sobre cada tipo de rosto há que aplicar correctamente as tonalidades de base, blush, iluminador, de forma a tirar partido, da melhor forma, das suas características naturais.

 

Kabuki Makeup by Rita Amorim - maquilhagem para noiva

 

Kabuki Makeup by Rita Amorim - maquilhagem para noiva

 

As tendências da estação são importantes, ou não contam para a maquilhagem de noiva?

Sim, as tendências são importantes, mas não são de todo mandatórias. Estou e devo estar atenta às tendências (é imprescindível estar actualizada no mundo da maquilhagem, porque está em constante evolução), mas os factores decisores são o tom dos olhos, do cabelo e da pele, pois o equilíbrio e harmonia dos tons irão beneficiar o resultado final.

Há que ter bom senso, não faz sentido sujeitar  uma noiva à tendência do momento, se isso não a favorece. As ideias servem como ponto de partida para uma boa conversa, cujo objectivo é elevar a beleza natural.

É essencial que haja esta conversa, de forma sensata, saudável e frutuosa.

 

Onde buscas inspiração para o teu trabalho de makeup artist?

Em muitos locais: em revistas da especialidade, com outras makeup artists, em sites das marcas ou blogs, nas lojas de maquilhagem, em conversas inspiradoras, em espaços, em passeios ao ar livre, em acessórios, em decoração, em desenhos… tudo o que sirva para alimentar a minha imaginação e deixar a inspiração mais rica.

 

E nos momentos de fadiga criativa, como refrescas a mente e o espírito?

Saio de casa, junto-me com amigos, apanho ar puro e passeio pela praia, nada como oxigenar o corpo e a mente para tudo fluir com muito mais nitidez e clareza de espirito. A minha pratica de yoga também me ajuda a equilibrar o meu bem-estar.

 

Também dás formação regular, com os teus workshops de auto-maquilhagem. Sentes que fazes diferença no quotidiano de quem te procura?

Sim sem dúvida, os workshops fazem toda a diferença. As principais conclusões a que chego, com todas as participantes que já tive ao longo destes anos, assentam em 3 pontos:

1º o workshop ajuda muito a desmistificar que a maquilhagem não é um bicho de 7 cabeças. Em poucos gestos aprendem quais os pontos essenciais do nosso rosto onde a maquilhagem só as beneficia;

2º com os workshops perdem o receio de se maquilharem de forma errada, sabendo que o seu maior objectivo é aprender os passos certos;

3º depois da participação, o entusiasmo pelo resultado final faz com que as rotinas mudeme a maquilhagem passa a fazer parte do quotidiana. Makeup só em ocasiões especiais já era!

 

Kabuki Makeup by Rita Amorim - maquilhagem para noiva

 

Qual é o teu processo de trabalho, como crias uma ligação com as tuas clientes?

Esse é um ponto que faz parte do meu segredo profissional! Mas adianto que sou muito atenta às preocupações e receios naturais que as noivas ou outras clientes demonstram. Estar por perto é essencial e tento criar uma relação de proximidade, para criar laços que permitam existir confiança mútua.

 

Qual é a melhor parte de ser responsável pela beleza da noiva no seu dia? E o mais desafiante e difícil?

A melhor parte, é poder superar as expectativas. Quando as noivas se olham ao espelho, abrem aquele sorriso satisfeito e trocam um olhar cúmplice a revelar o seu agrado, é muito especial. Só este gesto vale mais que 1000 palavras.

O aspecto mais desafiante, mas nem por isso difícil, é quando alguma noiva, logo no primeiro contacto, tem uma pele complicada a precisar de alguns cuidados. A solução é iniciarmos um tratamento ao longo dos meses que antecedem a data e aguardar o seu feedback e a satisfação ao ver que a pele responde com um aspecto mais saudável e equilibrada. Cuidar da pele é garantia de sucesso para uma maquilhagem magnífica no dia do casamento.

 

Quem gostarias de maquilhar? E por quem gostarias de ser maquilhada?

Gostava de maquilhar a Kelly Bailey e a Cara Delevingne. E gostava de ser maquilhada pela Joana Moreira, e pela Path McGrath.

 

Kabuki Makeup by Rita Amorim - maquilhagem para noiva

 

O trabalho impecável da Kabuki Makeup by Rita Amorim pode ser visto com detalhe na galeria da sua ficha de fornecedor e por lá têm também o contacto directo, num formulário bem bonito. É só prencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão resposta atenciosa da Rita Amorim.

 

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Susana Pinto

À conversa com: ADORO – fotografia de casamento

Hoje sentámo-nos a conversar sobre fotografia de casamento, com a dupla da ADORO: Carla Guedes Pinto e Sofia Dias. Na realidade, conhecemo-nos dos nossos dias de faculdade, quando estudávamos design nas Belas-Artes e no IADE e tínhamos uma amiga em comum. Voltámos a reencontrar-nos mais tarde, já neste universo casamenteiro em que todas escolhemos trabalhar. Lembro-me perfeitamente desse dia – uma simpática visita à segunda edição do You+Us=Fun!, na Casa do Alentejo.

É sempre um prazer conhecer as pessoas quando já admiramos o trabalho, e é essa experiência que partilhamos convosco hoje.

 

ADORO - fotografia de casamento

 

Do design gráfico para a fotografia não é um salto demasiado grande,    mas para o universo dos casamentos já é bastante específico. Como é que foram lá parar?

Sim, de facto o salto é grande, não tanto pela passagem para a fotografia, onde se continua a trabalhar num universo visual, mas mais pela passagem para o universo dos eventos e dos casamentos.

A fotografia sempre nos acompanhou, em caminhos paralelos, mas esteve sempre presente. Uma das minhas grandes amigas de infância era filha de um grande fotojornalista, o Rui Ochôa. Adorava quando ia lá a casa e via os negativos todos espalhados, grandes formatos impressos pelo chão, uma gaveta cheia de objectivas ou as tardes passadas na redacção do Jornal Expresso. Com ele, comprei a minha primeira máquina fotográfica, uma Nikon 801, quando tinha 15 anos, e pouco a pouco comecei a fotografar.

A Sofia começou com o pai, que lhe punha a sua Canon nas mãos e lhe ensinava que o diafragma era mais do que aquele músculo na cavidade torácica. O seu primeiro ordenado, foi para comprar uma máquina fotográfica (analógica). Desde cedo fomos as fotógrafas de serviço entre os nossos amigos e família. Muitos rolos se consumiram…

O salto para os eventos de casamentos, foi apenas o ajuste necessário para tornar esta nossa actividade em algo comercial. Isto quando o suporte digital finalmente atingia uma qualidade profissional.

O design, área em que trabalhámos durante muitos anos (a Sofia em design gráfico e a Carla em design de equipamento) de certa forma preparou-nos a abordar qualquer desafio de uma forma metodológica, e isso aplica-se na perfeição quando temos um casal que quer concretizar o que sonhou para o seu dia de casamento. É um desafio criativo e projectual.

A passagem do nosso trabalho de designers para este universo “casamenteiro” deu-se num momento de crises várias. A crise do próprio negócio de design, das agências e dos orçamentos pagos a 120 dias, e também da crise criativa, um bocado cansadas de clientes cinzentos e institucionais.

Pensámos que, por nossa conta, se calhar faríamos qualquer coisa mais interessante e mais próxima das pessoas reais.

Quando começámos em 2011, o universo estético dos casamentos era ainda pouco fresco, muito clássico e percebemos que podia ser esse o caminho. Oferecer uma alternativa ao existente. Acabou por ser uma época de transição, em que surgiram fornecedores, como nós, que contribuíram para desenhar e consolidar o universo que hoje existe.

 

Começaram com um leque de serviços mais alargado, que agora concentraram em fotografia e organização, a solo ou com tudo incluído. É uma evolução natural ou sentiram, de facto, necessidade de estreitar o foco?

Foi um misto. Uma evolução, após sentirmos o mercado, e uma forma de convergir esforços e investimento, sobretudo de tempo.

Quando decidimos fotografar (casamentos e outras celebrações), sentimos necessidade de garantir a harmonia e fotogenia dos ambientes, incluindo o grafismo e a decoração. Para além de termos esta possibilidade de prestar um serviço completo a quem nos procurava, sabíamos também de antemão, que todo o conceito daquela celebração seria coerente.

Isso para nós era perfeito, era fotogenia garantida!

Mas ao longo dos anos sentimos necessidade de ajustar o negócio à realidade e percebemos que o investimento que justifique a contratação de alguém que pense e concretize o conceito de um evento acontece maioritariamente em casamentos, e quase nada em outras celebrações mais pequenas (festas de aniversários, baptizados etc).

Desta forma passámos a prestar serviço de decoração e grafismo apenas para casamentos.

A organização de um casamento requer dedicação e uma total disponibilidade para aquelas duas pessoas que anseiam pelo seu dia, perfeito, sem falhas. Por isso, actualmente aceitamos apenas algumas organizações e desenvolvimento criativo num reduzido número de casamentos, garantindo a nossa total disponibilidade para o sucesso do projecto.

A fotografia continua a ser a nossa actividade principal, e também a nossa paixão. Na fotografia continuamos a fazê-lo em todas as outras situações de festas e celebrações (festas de aniversário, baptizados, celebrações entre amigos e família), bem como sessões a dois ou de família.

 

Como definem a vossa assinatura, o vosso ponto de vista?

Achamos que se quisermos dizer numa palavra, será “verdadeiro”.

Na fotografia como na organização e desenvolvimento criativo, procuramos um olhar e abordagem reais, sempre em função do par. A estética e fotos do casamento têm que reflectir aquelas duas pessoas, e elas reverem-se nela.

As emoções das pessoas e dos momentos são a nossa energia. Não interferimos, apenas observamos, sentimos e reagimos, fotografando. E a relação de entendimento e confiança entre todos, é meio caminho para tudo fluir e o resultado transparecer a naturalidade que procuramos. Sentimos que nos ajuda o facto de virmos de outra área profissional, sem vícios nem preconceitos. E com o tempo percebemos que não é indiferente o facto de sermos um olhar feminino. Não sendo vantajoso nem desvantajoso, é apenas uma particularidade que transparece no nosso trabalho, sem nunca o termos previsto.

 

ADORO - fotografia de casamento

 

Onde buscam inspiração para o vosso trabalho?

Viemos as duas de uma área muito visual e esteticamente ecléctica, por isso qualquer fonte de informação é válida, e não necessariamente a ver com casamentos. A isto juntamos o que o par nos sugere das suas personalidades, vivências e preferências. Damos por nós a pesquisar universos tão díspares como Botânica ou a Culinária.

O cinema e a fotografia de rua e de moda serão as nossas maiores inspirações e agentes provocadores. O universo visual de cineastas como Wong Kar-Wai, Sophia Coppola, Wes Anderson, Jane Campion, Yasujirô Ozu, Stanley Kubrick ou pérolas como “Eu sou o Amor” (Luca Guadagnino) e “Carol” (Todd Haynes), são exemplos disso.

Na fotografia, o enorme trabalho de nomes como Saul Leiter, Tim Walker e as recentes descobertas dos espólios de Albert Khan e Vivian Maier. E por cá o Pedro Cláudio, fundamental pelo trabalho gráfico na fotografia, ou o olhar fresco e sem gavetas da Vera Marmelo.

Na secção mais “casamenteira” adoramos o trabalho do Pablo Beglez, Kristen Marie Parker, ou do Rodrigo Cardoso, dos Piteira ou do Rui Gaiola.

 

E nos momentos de fadiga criativa, como refrescam a mente e o olhar?

Como o dia-a-dia é tão assoberbado de informação, às vezes apetece apenas desligar para criar espaço mental. Mas quando ainda sobra algum espaço, há todo um mundo para descobrir. Viajar é um óptimo escape, seja cá dentro ou lá fora, e uma forma de nos inspirarmos e refrescar ideias. Por exemplo, nos últimos anos o trabalho levou-nos algumas vezes aos Açores e à Madeira, e foram óptimas descobertas para nós. Claro que aproveitamos sempre que o trabalho nos leva para fora de Lisboa, para sentir um bocadinho do local onde estamos. Isso é uma coisa que adoramos fazer, fotografar para além das pessoas, porque o território envolvente também faz parte das histórias.

É isso que adoramos… contar histórias.

Mas depois há coisas bem mais prosaicas que nos dão imenso prazer e que nos compensam, como meter um disco a tocar e dançar como se ninguém estivesse a ver, ir a um concerto mesmo bom, ou a um espectáculo de dança, ir dar uma volta de bicicleta com amigos. Ai… os amigos… com esta vida tão ao contrário das rotinas tradicionais, às vezes é difícil acertar com os programas dos amigos e família. Quando conseguimos fazer isso, é um luxo, um tempo impagável que se vive com prazer.

 

ADORO - fotografia de casamento

 

Como é o vosso processo de trabalho, como criam uma ligação com os vossos clientes?

A partir da primeira reunião, em que se dão caras aos nomes, percebemos o perfil do par e as suas espectativas. Isso é essencial para gerirmos um processo de organização de casamento e respectivo desenvolvimento criativo. A partir dessa leitura que fazemos e do próprio pedido dos noivos, iniciamos a nossa pesquisa e vamos trocando ideias com eles, sempre suportado visualmente para que ambos tenhamos a certeza do que estamos a falar. Depois do plano aprovado, começamos a produzir e a gerir cada passo até ao dia do casamento.

Na fotografia, depois da reunião (muitas vezes por Skype) fazemos sempre uma sessão fotográfica antes do casamento. Serve para nos conhecermos melhor, quebrar gelo e testarmos a relação fotógrafo/fotografado, para que no dia do casamento não seja demasiado brusco e invasivo.

Em ambos os casos tentamos sempre ler o mais possível de quem está do outro lado, dizemos que somos quase psicólogas tentado ler as entrelinhas para perceber o que é de facto importante para eles. Absorvemos o máximo e impomos o mínimo possível. E valorizamos a transparência, que é meio caminho para a confiança mútua.

Somos “parceiros no crime” do dia dos nossos noivos, e eles são o mais importante. O dia é deles e não nosso.

 

Ter o controle das decisões é importante? Têm uma perspectiva perfeccionista sobre o resultado ou é o prazer de acompanhar o processo?

Há o prazer em ver as ideias tomarem forma, mas evitamos o perfeccionismo nestes processos assentes num casal de noivos (geralmente estreante) e que envolvem várias valências e fornecedores. Focamo-nos em conseguir o melhor equilíbrio entre todos.

E depois sabemos que estamos a lidar com emoções, e não dá para aplicar fórmulas de Excel nelas. As decisões têm de ser tomadas com tempo, sem pressões, e sabemos que estamos a lidar com duas pessoas, muitas vezes com ideias e até algumas expectativas diferentes entre eles. É preciso saber mediar isso.

Somos o elemento de ponderação, e a voz da experiência, mas mesmo assim, no final, o casal tem de estar confortável com todas as decisões tomadas. Esta gestão requer alguma sensibilidade.

  

Qual é a melhor parte de organizar um casamento? E o mais desafiante e difícil?

A melhor parte é no dia ver tudo materializado, e a felicidade estampada no rosto dos noivos, por verem expectativas superadas.

O desafiante é transpor, para soluções criativas, a vontade dos noivos e tudo o que lemos nas entrelinhas. Adoramos quando os noivos sonham com uma coisa e nós conseguimos concretizá-la. Ver essa felicidade do momento concretizado estampado na cara dos noivos é o melhor dos momentos… e claro, de preferência registá-lo numa fotografia nossa.

 

Qual foi o casamento em que mais gostaram de trabalhar? Porquê?

Difícil responder, porque o envolvimento chega a ser emocional. Não conseguimos dizer apenas um.

Profissionalmente falando, houve um casamento que organizámos à distância, os noivos viviam nos Estados Unidos, e que correu irrepreensivelmente bem do princípio ao fim. Deste a sintonia criativa, ao respeito mútuo e confiança no nosso trabalho e às imagens cheias de luz e amor que nos deram para registar.

Mas claro, não há amor como o primeiro… o primeiríssimo casamento, da Inês e do Ricardo. Esses loucos que confiaram numas miúdas que nunca tinha organizado ou sequer fotografado um casamento (profissionalmente), e nos depositaram toda a confiança. Mostrarmos-lhes uma breve apresentação das nossas intenções, que terminava com “Querem casar connosco?” e eles responderam “Sim!”

Como experiência de tipo de registo e exotismo, tivemos um casamento na Madeira que foi um fim-de-semana em festa, com registos magníficos de paisagem e uma festa cheia de amigos que souberam disfrutar verdadeiramente do momento.

Pela intensidade emocional, e beleza há também um outro pequeno casamento, num Fevereiro soalheiro, em Monserrate (Sintra), que contrariou todos os estereótipos. Simplesmente mágico!

Todas a histórias são únicas e irrepetíveis, e isso é muito especial para nós, dá-nos fôlego.

 

Se fosse o vosso casamento, fariam tudo, uma parte ou mesmo nada? Quem fotografava?

Carla: para mim o mais interessante é a partilha emocional, a cumplicidade com quem mais gostas de estar, a tua cara-metade e os teus amigos e família. Mas nunca me imaginei noiva, e ser o centro de um casamento, que acontece assim num estalar de dedos. Acho que prefiro estar deste lado, com a máquina na mão, contagiada pelas emoções de quem celebra esse dia.

Sofia: adoro o formato de um fim-de-semana com amigos e família, os dias de casamento são assustadoramente rápidos. Teria que conhecer pessoalmente os fotógrafos da minha eleição, a empatia é essencial.

 

Escolham uma imagem favorita do vosso portfolio e contem-nos porquê:

Que maldade… Entre muitas, e por diferentes motivos, esta foto passa bem o que nos continua a surpreender. Adoramos os entretantos, que nos brindam com imagens bonitas e irrepetíveis.

 

ADORO - fotografia de casamento

 

Que bela conversa, esta! Tenho a certeza que gostaram de conhecer melhor esta dupla e que o bonito trabalho que fazem ganhou uma nova amplitude. Aproveitem para dar uma vista de olhos na sua novíssima ficha de fornecedor seleccionado, devidamente actualizada e recheada com muitas imagens bonitas.

 

Susana Pinto

À conversa com: Susana Esteves Pinto

Em sintonia com esta grande mudança, decidimos falar um pouco mais de todos nós, quem faz o Simplesmente Branco todos os dias, e quem faz parte dele também. A inaugurar estas conversas mais longas e curiosas, cheguei-me eu à frente, e pedi à maravilhosa Marta Neves, que assina o animadíssimo blog de lifestyle The Coolunista (o melhor título de sempre!), para me entrevistar.

Qual é a ligação, estarão vocês a perguntar? É simples. Podia dizer que é a boa disposição e energia da Marta, podia dizer que é a qualidade da escrita ou o sentido de humor, mas é tudo isso e um pormenor muito especial: a Marta foi uma das nossas queridas noivas e o seu casamento (uma festaça!) passou por aqui.

Conhecemo-nos pessoalmente quando lhe fui entregar em mão uma The Love Tree, conversámos 10 minutos junto à Assembleia da República (empatia imediata!), e fomos mantendo o contacto (a Marta foi uma das duas pessoas que opinou sobre a capa do “Queres casar comigo? – guia pratico para um dia muito feliz”). Quando chegou o momento, a ligação foi imediata.

 

Sem mais demoras, Marta Neves, estrela do You Tube, à conversa comigo:

 

De onde surgiu esta paixão e gosto por este universo casamenteiro? Sempre foste uma apaixonada pelo Amor?

É simples: gosto de coisas bonitas! E nesta coisa dos casamentos, há muito por onde me deliciar.

Mas não é apenas isso. Formei-me em design gráfico, na Faculdade de Belas-Artes, em Lisboa. Tenho uma paixão pela matéria-prima papel, colecciono catálogos, postais, papéis de embrulho de todos os destinos onde já fui, mesmo tão longínquos como o Japão ou Argentina (a querida Sílvia Pontes já herdou alguns deles). Comecei a trabalhar nesta área pelo serviço mais óbvio: convites de casamento. Criei a minha própria marca, a Wise_up Weddings, brinquei com fine papers, acabamentos sofisticados, tipografia bonita e, disto ao resto, foi um pulinho natural. Não sou casada e, lá em casa, isso não nos faz falta para sermos felizes, um par ou uma família, mas aprecio com espanto e maravilhamento quem dá o nó, sobretudo desta forma tradicional e elaborada. Sou uma romântica optimista e fico sempre emocionada com histórias doces, abraços apertados e aquela energia feliz e contagiante que atravessa as imagens dos casamentos que vejo no meu quotidiano. Essa é a minha cereja, o que me prende a este assunto, todos os dias: a celebração do amor, partilhada com os nossos!

 

Entrevista Susana Esteves Pinto Simplesmente Branco

 

Como chegaste ao Simplesmente Branco? De onde é que ele surgiu? Com que objectivo o criaste?

Quando comecei a pensar nisto, a Wise_up Weddings já existia há uns anos, tinha site próprio e alguma presença na imprensa especializada, em papel. Sentia necessidade de avançar para um posicionamento mais digital, mais robusto, dar um salto como marca (estávamos em 2007!) e prestei atenção às plataformas existentes na altura: pareceu-me tudo péssimo e desajustado da realidade. Ao mesmo tempo, já era leitora assídua da épica revista Martha Stewart Weddings, que coleccionei durante anos, e de vários sites e blogs americanos, que estavam a despontar, como o Style me pretty  ou o Once Wed, e pensei: é isto que faz falta, este formato, esta selecção, esta mensagem, esta visão sobre o casamento, com frescura, inovação, criatividade. Mastiguei mentalmente o assunto nos anos seguintes, fui perguntando aqui e ali (não sabia nada sobre sites, portais, quem os fazia, quanto custavam), até que encontrei uns potenciais parceiros de negócio e propus-lhes este desafio: e se fizéssemos um Style me pretty nacional? Já tinha um círculo amigo de parceiros e fornecedores com as mesmas características, necessidades e vontades, procurávamos uma plataforma com a qual nos identificássemos, em termos de ideias e linguagem, um serviço com um preço possível para ambas as partes e um espaço simpático, gentil, honesto e generoso, sério, profissional.

O Simplesmente Branco nasceu como essa casa: um espaço nosso e para fornecedores como nós, pequenos ou grandes, criativos, entusiasmados, fazedores de coisas bem feitas, empenhados em trazer frescura para o mercado, em torná-lo moderno, real e próximo dos noivos. Uma casa onde o talento podia crescer, onde todos os dias podíamos mostrar o melhor que se faz por cá nesta área, descobrir e mostrar produtos, serviços e ideias bonitas e especiais. Onde quem faz se pode mostrar a quem procura, porque também estes noivos precisavam de encontrar, a nível nacional, quem concretizasse os sonhos que tinham, precisavam de saber que por cá, também havia quem fizesse coisas tão bonitas como aquilo que viam todos os dias lá fora, que não era preciso suspirar com tristeza e escolher entre serviços desactualizados, impessoais e sem graça, que todo esse imaginário americano que nos entrava pelo ecrã adentro todos os dias, estava aqui, disponível à distância de um clique, de um telefonema, de um email ou de um café.

Estes primeiros anos foram muito mágicos, com muitos desafios, muitas aventuras amalucadas, que assentavam no puro entusiasmo de fazer! Criámos um mercado, criámos uma linguagem, abrimos caminho para que jovens fornecedores, muito talentosos, pudessem crescer, ter visibilidade, e da mesma forma estendemos a mão a noivos que estavam perdidos, sem descortinarem forma de concretizar a festa que tinham em mente, dizendo: encontrem-se aqui, esta é a vossa casa!

Este reshape profundo que demos ao mercado, é o meu maior motivo de orgulho: há claramente, um antes e um depois do Simplesmente Branco!

 

Passados 7 anos, como foi o caminho até aqui? 

Longo, árduo, frustrante algumas vezes, gratificante, muitas outras. Épico, sem dúvida!

Colocámos muitos desafios a nós próprios, quisemos sempre experimentar, fazer mais, melhor, diferente porque era à nossa medida, porque era a nossa cara, a nossa vontade. Acho que trouxemos liberdade, esse bem tão precioso: liberdade de pensar, liberdade de escolher, liberdade de decidir.

Olho para trás, e o caminho feito é imenso e de valor: 7 anos online significam mais de 5 mil posts escritos (e muitos milhares de imagens editadas), sem interrupção. São 10 showcases, com centenas de visitantes, entre Lisboa e Porto, são 5 revistas digitais editadas, com conteúdos integralmente nossos em mais de 200 páginas (a primeira S Magazine, que lançámos no primeiro aniversário, teve, na altura, mais de 100 mil visualizações), que continuam intemporais, um livro bonito e cheio de bons conselhos, editado a meias com a Maria João Soares, um directório seleccionado com mais de 100 clientes e mails bonitos de leitores que passam por aqui no seu caminho até ao mais bonito dos dias, que não conhecemos e que nos deixam palavras muito doces. Vimos crescer muitos projectos óptimos e ajudámos outros tantos a descolar, fizemos amigos pelo caminho, sempre sem ceder na qualidade ou na frontalidade. Acabámos de estrear um novo Simplesmente Branco, a terceira versão, nestes 7 anos.

Que viagem cheia, não?

 

Entrevista Susana Esteves Pinto Simplesmente Branco

 

THE MILLION DOLLAR QUESTION (tirem os papéis e as canetas, meninas!): Qual é o segredo para um casamento de sonho? 

“Conhecer os meus números”, sem dúvida alguma!

Meninas, sonhar em grande de bolso vazio é a viagem mais frustrante que podem fazer, por isso… não a façam!

Podem achar que é uma resposta cerebral para um assunto emocional, mas é o melhor conselho que vos posso dar.  Comecem por esta base sólida, que é o dinheiro disponível para gastar neste dia, e respeitem-na ferozmente. Terão certamente margem para surpresas agradáveis (como alguns presentes inesperados), evitarão discussões afogueadas ou momentos de aflição e o pós-festa não será feito de angústia e contas por pagar. Sejam realistas no planeamento e, no dia, tudo será leve, bonito, doce: são vocês, as vossas pessoas e todo o amor que vos liga, juntos, focados, em comunhão. Tal como deve ser. Perfeito.

 

 

Ao longo destes 7 anos de experiência, com que perspectiva ficas do mercado de casamentos em Portugal? Principais dificuldades, melhores qualidades, concorrência, os grandes desafios…

Com alguma arrogância bem-disposta, justificada pelo peso destes 7 anos online, diria que o mercado de casamentos em Portugal, graças ao Simplesmente Branco, passou de foleiro a cool, e isso é óptimo!

Numa nota positiva, é um mercado democrático, livre, muito criativo, muito capaz, não ficamos atrás de ninguém, em serviço, ideias e competência, e estamos sintonizados com as tendências. Somos globais!

Mas o grande desafio, claramente, continua a ser a profissionalização. Ninguém (ou quase ninguém) se formou nestes assuntos, somos autodidactas que aprendemos no terreno, sem que isso seja depreciativo, é um saber adquirido pela experiência, tão válido como qualquer outro. No entanto, por ser um mercado tão apetecível, em termos de acesso e rendimento, funciona bastante em roda-livre, sem balizas formais de qualidade, certificação ou profissionalismo e isso nem sempre gera bom resultado.

Falta boa vizinhança e diálogo – é a melhor forma de crescermos todos, e a moda recente de que os clientes estrangeiros é que são bons, que só se comunica em inglês (por muito coxo que seja), tem de desaparecer rapidamente, o cliente nacional é valioso e merece todo o nosso respeito e carinho, são quem sustenta o negócio, o que acontece quando Portugal sair de moda?

O Simplesmente Branco quer um mercado melhor (porque é mais interessante, mais frutuoso, mais desafiante), sempre o dissemos. Gostávamos muito que esse fosse um objectivo comum para todos os players, plataformas, profissionais. Fica o desafio lançado!

 

 

Para todas as noivas em aflição por este país fora, consegues partilhar “7 Dicas-Express” para quem quer arrasar na festa mais importante da sua vida?

 

Com certeza!

1. sintonizar o mindset certo para se levar esta viagem a bom porto: descomplicar!;

2. respeitar os números: saber o dinheiro que se tem e não gastar o que não se tem: é garantia de noites bem dormidas e essencial para a beleza da noiva!;

3. ser-se fiel a si próprio, sem ignorar totalmente a família e amigos que se tem: o compromisso é uma arte e tem consequências bonitas;

4. contratar um wedding planner profissional, seja para todo o processo, a última semana ou apoio no dia: é uma ajuda preciosa e um imenso anti-stress (e gestor de tensões!);

5. dizer que não, de forma firme, sem hostilizar ou magoar: às vezes é preciso e com gentileza e compreensão, é possível;

6. guardar tempo a dois, para aliviar os picos de tensão: parar, respirar fundo e relembrar o que vos trouxe até ali;

7. tomar um pequeno-almoço demorado e delicioso: um bem essencial para começar o mais bonito dos dias!

 

Entrevista Susana Esteves Pinto Simplesmente Branco

 

O que é que a Susana do Simplesmente Branco de hoje diria à Susana de há 7 anos e quais são os planos de futuro para o SB? 

“Abre a pestana, miúda!” – falhou-me algumas vezes…

A maturidade de hoje é equivalente ao entusiasmo de há sete anos – ambos são o alimento e uma resulta da outra. Tudo aconteceu de forma orgânica e muito natural (e com muito trabalho, claro, alguma sorte também), mas sem espaço para grandes dúvidas existenciais. O plano sempre foi e é, fazer bem feito, e esse foi o norte.  Não gosto demasiado de rotinas, e menos ainda de zonas de conforto, aprecio uma certa inquietação, procuro desafios de modo natural, orgânico, e foi dessa forma singela e intuitiva que cheguei aqui: fiz o que quis, como quis, quando quis – como o Frank Sinatra canta -, e isso é um luxo!

Quanto a planos, no imediato, é desfrutar desta nova casa e das mudanças, tão desejadas, que introduzimos nos conteúdos, no nosso trabalho quotidiano e na forma como chegamos às pessoas.

Para um futuro mais pensado, temos um plano muito específico e outro, ligeiramente vago, mas muito desejável. Mas são top secret, os dois, porque estão ainda em forma de semente e são projectos muito ambiciosos. Se e quando despontarem, terás o exclusivo da novidade, querida Marta!

 

Fotografias felizes da dupla Look Imaginary.

 

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