À conversa com: Caramelo, convites de casamento e caligrafia
Hoje conversamos com a Liliana Moreira, da Caramelo, convites de casamento e caligrafia.
Na Caramelo, que começou como um doce serviço de presentes personalizados e evoluiu para os serviços de casamento, desenha-se à mão. Retratos, histórias, mapas, ilustrações, letras. Num momento em que os algoritimos e as automatizações tomam conta do mundo, aqui regressa-se às origens, ao vagar, ao primor, porque o mais bonito dos dias é isso mesmo: o mais bonito dos dias.
Desenhar, caligrafar, contar histórias. É o que sabemos fazer melhor, e isso é intemporal, não é?
Contem-nos um pouco da vossa viagem profissional até ao universo dos casamentos. Foi um caminho natural ou uma situação específica que o apontou?
Nada foi como nos livros, na verdade. Não demos os primeiros passos de mão dada com os casamentos. A Caramelo nasceu como uma empresa de presentes personalizáveis através da ilustração, texto e música, mas muitas dessas ofertas eram destinadas a noivos, ao futuro marido, ao padrinho ou à mãe incansável. E, assim, a relação com este evento tão emocional foi-se estreitando, até conseguirmos oferecer um serviço completo: desenhamos o convite e o restante material gráfico, decoramos e cenografamos o espaço, juntamos flores e outros detalhes. Hoje estamos tão ligados a este universo amoroso, que quase nos esquecemos como nasceu a Caramelo.
Há quanto tempo trabalham nesta área? E porquê este universo dos casamentos?
Estamos há cerca de 5 anos na área dos casamentos. Não acreditamos em contos de fadas, mas acreditamos no amor. E se sabemos desenhar tão bem -sem modéstias-, porque não ajudarmos a dar cor a essas histórias de amor num dia que se quer inesquecível, intenso, perfeito? Trabalhar em casamentos não era um objectivo, mas foi uma consequência inevitável.
Como definem o vosso trabalho e como construiuram essa assinatura?
O nosso trabalho é feito à medida. Tudo é desenhado por nós, sobretudo à mão-livre e com recurso à caligrafia. Essa é a nossa assinatura, é isso que nos distingue. Fazemos o desenho do percurso que os convidados percorrem num mapa cuidado, pintamos os convites a aguarela, caligrafamos os envelopes, os menus, os nomes dos convidados… tudo feito à mão e à medida dos sonhos de cada um.
Esse estilo faz parte do ADN da marca ou é um conceito que escolheram para explorar e trabalhar este ano? Porquê?
Isto é o que nos define, independentemente de modas, de tendências. Desenhar, caligrafar, contar histórias. É o que sabemos fazer melhor, e isso é intemporal, não é?
As tendências da estação… são um assunto de trabalho ou apenas fait divers? Só são assunto quando os noivos apontam para esse caminho.
Não que não seja importante perceber para onde as tendências caminham, com que linhas se costuram. Mas um Valentino ou um Chanel vivem para lá do tempo. É assim também que vemos os casamentos. Queremos essa frescura do belo, sempre, independentemente de ser o que agora se faz ou não.
Ter o controle das decisões é importante? Têm uma perspectiva perfeccionista e específica sobre o resultado e a forma como querem que o vosso trabalho seja consumido ou é o prazer de discutir ideias, de criar, que vos interessa mais na relação com cada projecto, cada cliente?
Somos perfeccionistas, sim. Mas estamos perfeitamente conscientes que há muitas cedências que têm de ser feitas ao longo do caminho, pelos mais diversos motivos. Ao mesmo tempo, são esses contornos que nos tiram da zona de conforto, que nos levam mais longe, a procurar novas soluções, novas perspectivas.
Existem fórmulas vencedoras que aplicam, ou cada convite, produto ou serviço é pensado totalmente de raiz?
Tudo é pensado e desenhado do zero. Procuramos inspiração (geralmente fora do circuito dos casamentos), percebemos o que pretendem os noivos e quem são, e avançamos. Temos sempre folhas em branco!
Onde buscam inspiração para cada nova temporada de trabalho?
Lá está: num livro, num filme, numa fotografia, numa viagem. Muito mais do que em sítios específicos sobre casamentos e outros eventos. Vamos também muito ao encontro da história do casal, das suas famílias, de um lugar que seja importante, uma carta, um objecto querido…
Quando precisam de fazer reset, para onde olha, o que faz?
Para todo o lado, menos para o computador. Olha-se, sobretudo, para o silêncio. Fala-se demasiado, hoje em dia. Às vezes diz-se muito pouco. Por isso gostamos de fugir para um canto e ficar só a observar, a descansar. Fechar os olhos também costuma resultar.
Qual é a importância do convite de casamento (e respectivo conjunto de estacionário), na grande lista de itens e tarefas?
É o que define o ambiente do casamento. É o que diz aos convidados: atenção que será um evento requintado ou descontraído, urbano ou campestre. O convite é a montra. Ou deveria ser. É a primeira parte de uma história que será contada em alguns capítulos.
O vosso trabalho não se resume a convites de casamento. Qual é a amplitude do vosso portefólio?
Fazemos a decoração floral, cuidamos dos presentes mais importantes e das lembranças, desenhamos o espaço do casamento coordenando diversos factores, criamos o material gráfico para a decoração, assistimos os noivos na procura de fornecedores adequados. E, sobretudo, fazemos o possível para que possam aproveitar a aventura dos preparativos. Só a viverão uma vez, assim como o dia.
Qual é o vosso processo de trabalho, como acontece a ligação ao cliente?
Pedimos sempre que nos contem uma história. Gostamos de histórias, por isso não é difícil ficar a ouvir. Há quem nos procure já com ideias muito precisas, há outros casais que não sabem para onde querem ir. Nós ajudamos, orientamos, mas, sobretudo, ouvimos.
Qual é a melhor parte de criar convites de casamento, ser o primeiro capítulo visível da história que leva ao grande dia? E o mais desafiante e difícil?
Gostamos tanto de encarar uma folha em branco, de mostrar os esboços, como de chegar ao resultado. Criar um convite que seja “o” convite, é demorado, exige dedicação, concentração e respiração. Às vezes mais do que um par de mãos, também. Mas depois de se encontrar o caminho, o resto do percurso é mais ligeiro.
Escolham o convite de que mais gosta no vosso portefólio, e contem-nos porquê:
Aqui tenho de olhar para dentro de casa. O meu convite de casamento continua a ser um dos eleitos, sobretudo por ser praticamente todo caligrafado, o que lhe confere esse registo intemporal e único que antes falava, e por ter um conjunto de peças que se coordenam na perfeição, completando-se, como nós casal. Por último, e não menos importante, o texto, que reflecte exactamente o que somos: descontraídos e românticos. Podem ter passado já quase 6 anos, mas este convite continua a apaixonar os casais que nos procuram. E isso diz tudo.
Os contactos detalhados da Caramelo estão na sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria, feita de imagens bonitas, e contactem a Liliana Moreira directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.
Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!