Dicas para casar: vantagens de casar fora de época
Hoje falamos sobre as vantagens de casar fora de época.
Com todo o contexto que estamos a atravessar, a grande pergunta do ano tem sido “…e adiar para quando?”
Porque 2021 já estava ocupado em grande parte, sobram poucas datas “interessantes” para quem se viu confrontado com este tsunami de imprevistos, e a gestão desse adiamento tem sido um assunto difícil e sensível para a relação noivos/fornecedores. Mas hoje vamos olhar para isto de outra forma: o que é uma data “interessante”?
A resposta automática será, quase de certeza, o verão. Porque está calor e adoramos o ar livre, porque estamos mais relaxados, porque é um período de férias, praia e reencontros, porque os dias são maiores e a luz é bem bonita, e mais uma série de razões, mais ou menos de peso. A época, como a conhecemos, começará em fim de Abril e terminará a meio de Outubro.
Então e o resto do ano, não conta? Bom, claro que conta, e há, de facto, muito charme a descobrir nestes meses mais frios, dias mais curtos e cinzentos. Tudo depende da vossa perspectiva, da forma como querem celebrar este dia e da vossa disponibilidade para abrir horizontes e deixar cair a norma, o que sempre se fez, o cliché.
Se o verão foi rei até agora, está na altura de baralhar e voltar a dar, e é sobre casar fora de época que falamos nas nossas dicas para casar de hoje.
Casar fora de época equivale a marcar a mais bonita data nos restantes meses, do fim de Outubro ao início de Abril, ou num dia de semana.
Existem neste calendário secundário alguns factores muito interessantes a considerar: o preço dos serviços, que pode ser mais competitivos, porque havendo menos procura é natural que o preço seja mais simpático, mais disponibilidade de agenda por parte dos fornecedores e, não menos importante, mais frescura de ideias, porque os profissionais estarão menos cansados e sobrecarregados de trabalho.
Quando dizemos que os valores podem ser mais competitivos, isso não significa, literalmente, um preço mais baixo – até porque as condições e necessidades são exactamente as mesmas, para pôr um casamento a mexer, seja de verão ou de inverno. No entanto, a oferta de valor será, certamente diferenciada: estudem o assunto, façam perguntas, discutam e negoceiem a oferta e condições, de forma a que ambas as partes encontram uma proposta valiosa para todos. Se tudo converge, é sinal para avançar.
Se a comida não tem época, no que ao preço diz respeito (uma ementa custa o mesmo no verão e no inverno, o que muda são os ingredientes e pratos), o mesmo pode não se aplicar ao espaço, desocupado durante os restantes meses (atenção ao calendário corporativo, que é muito activo na altura do Natal, com festas e jantares de empresa). Essa perspectiva poderá levar a uma proposta bem simpática e à oportunidade de ter um serviço mais cuidado e dedicado: um empregado só para os vinhos, um bar mais elaborado.
Bom senso e empatia serão os vossos maiores predicados para uma boa negociação!
Não conseguem deixar de pensar que uma festa ao ar livre teria outra graça? Isso não é uma extravagância, é possível durante muitos meses, com os devidos ajustes, talvez apenas muito improvável entre Novembro e Fevereiro, mas já vimos acontecer.
Ainda assim, valerá a pena arriscar um dilúvio a céu aberto? A solução mais sensata será escolher um espaço fechado com um pequeno jardim ou janelas generosas com uma vista bonita (e com estas características, há tanto por onde escolher…!). Uma festa bem iluminada com a chuva a bater lá fora ou uma paisagem dramática cheia de uma bruma enevoada é todo um charme! E já que estamos a falar de ambientes, falemos da decoração também. Se sugerimos que casar fora de época pode ser mais simpático em quase tudo, a decoração não fica de fora. Iluminação bem pensada, louça e atoalhados requintados, mobiliário de muita qualidade, muito aconchego, conforto e cores ricas são os pontos mais importantes para surpreender os vossos convidados com uma noite passada em pura sofisticação. Agora, atenção: as flores vão custar o mesmo que no verão (e talvez um pouco mais, se excluírem as espécies da época), e as horas de concepção do projecto e de montagem terão também o mesmo valor.
Uma nota importante: terão menos horas para registar imagens com luz natural e certamente terão de tirar partido dos interiores. A decoração será fundamental para criar cenários bonitos e muito fotogénicos – os vossos fotógrafos e videógrafos irão apreciar esta atenção ao detalhe.
Se casarem na cidade, tirem partido da imensa oferta de espaços bonitos, jardins frondosos, arquitectura esplendorosa e bulício próprio como fundo sonoro. Escolham um hotel chique e moderno para a recepção e desloquem-se a pé – parem no carrinho das castanhas, apanhem um táxi para a festa, se for caso disso, passem pelo quiosque e bebam uma ginginha – desfrutem do passeio e aproveitem esses óptimos momentos para belas imagens.
Agora, se o vosso cenário de eleição é mais bucólico – e se o vosso orçamento lá chegar – escolham um espaço com charme (com capela própria, por exemplo) e apostem num jantar maravilhoso. No dia seguinte, despeçam-se em grande com um brunch suculento, animado e caloroso: é uma ideia verdadeiramente feliz! Podem transpôr este cenário para uma propriedade de família, caso exista.
Para armar o baile, não descurem um bom DJ e preparem espreguiçadeiras com mantinhas e xailes sempre à mão. Façam uma generosa fogueira exterior e montem uma mesa de bebidas quentes ou uma aguardente poderosa da região. Luzinhas e velas por todo o lado e garantimos que os vossos convidados não terão vontade de regressar a casa e que esta noite espectacular ficará na memória de todos, por muito tempo. Para quem parte apenas no dia seguinte, preparem um pequeno-almoço tardio com sabor a campo: mesa corrida, café forte, pão local acabado de cozer, bolinho caseiro, algo salgado e ovos frescos. Distribuam beijinhos e digam adeus.
Seja qual for a escolha, não descurem estes dois detalhes: o aquecimento, portátil ou da casa, terá que existir; e um bengaleiro será indispensável, terão convidados bem vestidos, mas igualmente bem encasacados.
Com os dias mais cinzentos e menos luminosos, é boa ideia tirar partido de cores mais ousadas e interessantes. Ignorem as paletas clarinhas do verão e comecem a pensar em cores intensas, rubis, esmeraldas, turquesas, dourados e acobreados, para aquecer o ambiente. Isto vale para tudo, para o que irão vestir, para as flores, para a decoração, para os acessórios e adereços.
Quanto a flores… esqueçam as peónias, este é o tempo das anémonas, dos ranúnculos, dos jacintos, dálias e crisântemos, das heras e folhas de magnólia; troquem o cetim por fitas de gorgorão ou veludo e de repente terão nas mãos uma fantástica e sofisticada labareda de cor, ousada e para lá de elegante. A palavra de ordem é sofisticação e dress code incluído num convite bonito só vai gerar sorrisos e interesse! Aproveitem para usar as jóias da família, demasiado pesadas para o verão, apropriadíssimas para uma festa dentro de portas. E os rapazes não ficam atrás, que tudo isto pede um charme irrepreensível. Que tal um smoking de colarinho aberto ou um fato escuro? Não esquecer o lencinho no bolso, discreto, em vez da habitual boutonnière.
Por hoje, é tudo. Avaliem bem as potencialidades do calendário inteiro, usufruam da qualidade e disponibilidade da oferta de fornecedores e serviços e tirem partido das características mais especiais da primavera, do outono ou até mesmo do inverno – afinal, uma sala acolhedora com lareira e uma tempestade lá fora pode ser tão agradável! Casar fora de época deixa de ser um tabu!
Acima de tudo, não é o cenário que faz a festa, são as pessoas que temos connosco na partilha do amor que nos une!
Via Nouba, com fotografia de Lauren Campbell, vestido James Coviello, coroa Viktoria Novak e flores de Fleur and Threads.
Sobram dúvidas? Falem connosco! E não deixem de acompanhar todas as dicas para casar que vamos publicando, sempre à segunda-feira, que vos ajudarão a trilhar este caminho até ao mais bonito dos dias, de forma sabedora e tranquila!