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Susana Pinto

Estacionário de casamento, o que é? A Pajarita explica-nos tudo!

Hoje vamos falar de estacionário de casamento com a Alexandra Barbosa, de A Pajarita.

 

A Alexandra iniciou, há cerca de um mês, a série “Preparar o caminho, descomplicando-o”, um conjunto de artigos semanais onde se fala de estacionário de casamento e outros detalhes bonitos e relevantes. Eu juntei-me à conversa e vamos pegando em temas, assuntos e serviços que esmiuçamos com mais detalhe, seja a diferença entre vários tipos de convite, a definição de estacionário, o processo criativo, a construção de um missal, etc, etc..

 

Partilho agora convosco, na íntegra, esta série útil, esclarecedora e muito bem ilustrada, que começa por explicar em detalhe o que é o estacionário de casamento.

 

Convites de casamento em papel artesanal e aguarela, desenhados por A Pajarita Livro de votos em papel artesanal e aguarela, desenhado por A Pajarita

Para quem não é designer gráfico, a palavra estacionário é pouco habitual e nada romântica. No entanto, significa apenas o conjunto de peças que compõem a vossa comunicação no casamento, estando presente desde o primeiro momento da organização até ao fim da celebração.

 

O estacionário de casamento é o conjunto de elementos em papel que contém a vossa identidade gráfica, pode começar num “reserve esta data”, passa pelo convite que anuncia o tão desejado dia e termina nos cartões de agradecimento que gentilmente enviamos a cada convidado.

Pelo meio, pode incluir ainda todo um conjunto de elementos (o mapa, o missal, o programa, o plano de sala, a ementa, os marcadores de mesa, os marcadores de lugar, etiquetas para as ofertas aos convidados, etc., etc.). Pode ser composto por um maior ou menor número de elementos, dependendo do vosso orçamento disponível e do estilo de festa que estão a planear.

 

Vamos fazer um pequeno resumo, para cada etapa: anúncio do casamento, cerimónia, festa e pós-festa.

 

// o anúncio do casamento:

 

  • reserve esta data ou Save the date, antecede o convite, e é uma forma de informar os convidados que algo especial vai acontecer, para que possam reservar, desde logo, a vossa data na agenda. Pode ser particularmente importante quando escolhem uma data muito concorrida, como um feriado relevante, muito festivo ou que calhe num fim-de-semana prolongado. Embora o uso do Save the date não esteja enraizado na nossa cultura, cada vez há mais noivos a considerarem esta peça;
  • o convite é a primeira impressão do dia que estão a planear e marcará a vossa imagem gráfica. Informa todos os convidados que irão formalizar o vosso amor e que querem com eles partilhar esse momento. O convite deve ser desenhado à vossa imagem, reflectindo a vossa identidade enquanto casal. O primeiro passo é decidir que tipo de convite  melhor vos representa e se enquadra no orçamento disponível.

 

Já falámos sobre os diferentes tipos de convites disponíveis. Recomendamos que confiem no profissional que contratam e conversem sobre o que têm em mente. O vosso objectivo é o mesmo do profissional em quem confiaram: ouvir um sorridente “que bonito, é mesmo a vossa cara!”.

 

Este convite pode vir acompanhado do cartão de detalhes e/ou de um mapa:

  • cartão de detalhes é um cartão que contém informações adicionais como moradas e contactos, ou outras que possam ser relevantes;
  • o mapa ilustra o percurso entre o local da cerimónia e o local da recepção, ou, caso tudo ocorra no mesmo espaço, as direcções de vários pontos-chave até ao local do evento.

 

Estas peças obedecem à mesma linguagem, mas não serão duplicados do grafismo do convite. A harmonia da identidade é o fio condutor que ligará todos os elementos, criando o conjunto.

 

// a cerimónia:

 

  • mensagem de boas-vindas ou sinalética que indica onde se vai realizar a cerimónia;
  • missal ou guia da cerimónia, é um livrinho com as leituras, músicas e programa da cerimónia, para que os convidados possam acompanhar tudo com mais detalhe;
  • cones, saquinhos ou cestos para o arroz ou para as pétalas ou folhas, opções mais amigas do ambiente.

 

// a festa:

 

Todas as festas são diferentes, tal como os noivos, e todas elas pedem, igualmente, soluções diferentes.
Imaginemos, por exemplo, um almoço tardio numa bonita e acolhedora sala. Estas são as peças de estacionário que sugerimos:

 

  • mensagem de boas-vindas, que pode ser a mesma que usaram à porta da igreja, ou feita de propósito para o novo espaço;
  • seating plan, plano de sala ou placard de distribuição das mesas, é o plano da sala, onde estão listadas as mesas (identificadas com um número, nome ou imagem), e todos convidados (identificados pelo seu nome próprio ou nome e apelido). Esta peça, que pode ter muitos formatos, indica quem se senta em que mesa;
  • marcador de mesa é a peça que identifica a mesa, ajudando o convidado a localizer o seu lugar;
  • marcador de lugar identifica o lugar específico reservado para cada convidado, podendo incluir uma mensagem de agradecimento pela sua presença e/ou uma pequena oferta;
  • ementa apresenta a refeição que o casal escolheu para partilhar com os seus convidados. Pode ser colocada de forma individual ou um ou dois exemplares por mesa;
  • sinalética, é toda a informação que ajuda a identificar uma zona, percurso ou plano do dia;
  • livro de honra, livro de mensagens ou de fotografias, são álbuns destinados à criação e registo de memórias escritas e visuais;
  • mensagens incentivadoras, são pequenas mensagens que servem para estimular os convidados a realizar uma determinada acção, como tirar uma Polaroid para o livro de fotografias ou escrever uma mensagem no livro de honra;
  • etiquetas para lembranças, que podem conter só o vosso nome e a data do casamento, ou incluir uma mensagem de agradecimento aos convidados, no caso de não ser possível enviar um cartão de agradecimento no regresso da lua-de-mel.

 

Numa época onde temos tudo à nossa disposição, esta oferta pode ser solidária, um pequeno e gentil gesto em nome de cada convidado. Será certamente muito apreciado pelos convidados!

 

// no pós-festa:

 

  • cartão de agradecimento, um bonito gesto de reconhecimento do contributo indispensável dos vossos convidados para que o vosso dia fosse tão bonito e memorável;
  • álbum fotográfico, a primeira página deste livro de memórias pode ser fiel a toda a vossa linha gráfica,  planeada com tanto cuidado. Esta imagem é criada digitalmente e enviada para os profissionais que produzirem o album fotográfico.

 

Estacionário em papel artesanal e aguarela, desenhado por A Pajarita Estacionário em papel artesanal e aguarela, desenhado por A Pajarita

Aposto que a palavra estacionário acabou de ficar muito mais bonita! Para criarem algumas destas peças aqui descritas ou até outras distintas, falem com o vosso profissional escolhido. O seu design gráfico pode ser diferenciador, original e ir além das formalidades mais comuns. Cada peça pode ser significativa e admirada por cada convidado e, no seu conjunto, contam a vossa bonita história!

 

Fechamos com as palavras sábias da Maria João Soares, da Design Events, que organiza e decora casamentos bonitos e tem uma larga experiência nestes assuntos de casar:

“A papelaria…

Podem dizer que agora é tudo digital, mas não me queiram convencer! Nada mesmo, porque um bonito convite é como receber uma pequena jóia em papel. Feita especialmente para vocês, um reflexo da vossa personalidade e como vão querer viver o vosso dia. Não comprem cópias manhosas, gastem bem o vosso dinheiro e dêem-se o direito de ter o melhor. Escolham um profissional, não um amador. O resultado estará à vista, na palma das mãos e no sorriso dos vossos convidados!”

 

Este post foi originalmente publicado em A Pajarita.

Susana Pinto

Um vestido de noiva que é um macacão de renda giro: Alex + Ian

Vão reparar na primeira imagem do casamento de hoje: um par de mules dourados, em tecido plissado – pois que são da minha nova marca favorita, que desvendámos no trio de domingo da semana passada!

 

Para hoje escolhemos  o mais bonito dos dias de Alex + Ian. São australianos e tinham imaginado um casamento de inspiração italiana – estão a ver as paisagens e motivos da Costa Amalfitana? Pois era isso mesmo.

Com o evoluir da organização do dia, foram simplificando, mantendo sempre uma pitada de inspiração italiana e muita animação – tal como eles são!

A cerimónia foi num bonito jardim, à sombra de uma magnólia centenária e imensa, aninhados nas suas raízes grossas. Sendo uma celebração bem romântica, a escolha do vestido de noiva da Alex foi um Georgia Young Couture (a mesma marca de que falámos também na semana passada – estaremos a lançar tendências?), com saia de tule e o véu da mãe (usado em 1983!). É muito delicado e moderno, e a escolha dos bouquets de noiva e das madrinhas com todas estas cores vibrantes é maravilhosa, sobretudo a contrastar com todos os vestidos brancos: rosas cor de coral, hortências azuis, rosas de jardim em rosa clarinho, ramos de tangerinas bébés cor de laranja e dálias cor de vinho, são quase as quatro estações num ramo de flores!

 

Passada a cerimónia e os abraços apertados, dez minutos de passeio até ao espaço da recepção, com direito a mudança de figurino: de um romântico vestido de noiva, que na realidade é um body de renda com uma saia de tule, Alex passou para um macacão de renda super moderno inspirado nos anos 70, e umas sandálias de tiras cor-de-rosa. Ready to party, claramente!

Ainda houve tempo para tirar umas belas fotografias num parque de diversões e daqui os noivos e o seu grupo seguiram para o jantar. Para assinalar a costela (e inspiração) italiana, foram usados ramos de alecrim dos canteiros da mãe de Alex e ramos de oliveira da casa de amigos na decoração das mesas. O estacionário e sinalética incluíam também algumas divertidas frases italianas.

 

Há por aqui toda uma energia luminosa e vibrante, tudo encaixa e é reflexo destes noivos sorridentes e tão felizes!

 

Sapatos de noiva dourados Noiva de fato de macaco de renda Noiva de fato de macaco de renda com saia de tule por cima Noiva de fato de macaco de renda com saia de tule por cima Boquet de noiva colorido Bouquet de noiva colorido Casamento romântico ao ar livre Vestido de noiva de renda

Bouquet de noiva colorido Casamento romântico ao ar livre Noiva com vestido de tule Noiva com macacão de renda Macacão de noiva de renda Macacão de noiva de renda Macacão de noiva de renda Macacão de noiva de renda Macacão de noiva de renda Bouquet de noiva colorido

Macacão de renda para noiva

“The ceremony was a dream,” shares Alex.”We still remember every part of it. Our celebrant, Niki, who is a friend of ours, wrote the most beautiful ceremony that talked to our relationship perfectly. We remember looking out at all of our family and friends and felt so incredibly happy, lucky and grateful to have them in our lives.”

 

Os dias bonitos são assim: luminosos e palpitantes, como um coração ardente. Ah, e Itália é sempre a melhor das inspirações!

 

Fotografia de Jess Nicholls, via Nouba. Bom fim-de-semana!

Susana Pinto

Um casamento DIY e um vestido de noiva fantástico!

Já vos disse que a melhor inspiração para casar, a mais moderna e urbana, vem da Austrália?

Pois o casamento que tenho para vos mostrar hoje, da Savannah + Dominic, reflecte essa modernidade cosmopolita, inclui um vestido de noiva daqueles, e é todo DIY.
Prontos para isto?

 

Os noivos tinham intenção de ter uma festa com decoração floral exuberante e tudo o que possamos sonhar, mas ao porem de pé o orçamento constataram – como qualquer um de nós, que aquela lista de desejos somava um número altíssimo. Passado esse choque inicial, re-organizaram as ideias e sguiram para um plano mais modesto, intimista e com muito DIY.

Escolheram um vibe chique e clássico, porque nem toda a decoração de casamento com uma forte componente manual feita pelos próprios tem que ser rústica ou simplista. E optaram por um dia de Outono, com uma chuvinha indecisa que proporcionou um ambiente mais intimista e misterioso, como se estivéssemos em Sintra!

As flores fantásticas foram feitas pela noiva, numa paleta clássica e intemporal de brancos e verdes – uma aposta segura que nunca falha! Há por aqui pés de orquídea, folhas de magnólia, com o seu verde brilhante e verso cor de caramelo, e muitas rosas. E o que dizer do vestidaço de noiva? Super moderno, estrturado e cheio de leveza, com as suas camadas de tule ondulante? Não deixem de espreitar as colecções de Georgia Young, para ver o resto da colecção!

E o que dizer da escolha do cabelo solto com ondas muito largas a combinar com o baton vermelho? Perfect match!

 

Para se aconchegarem após a cerimónia, os noivos, amigos e família refugiaram-se num espaço com muitas memórias – foi aqui que Dom e os seus irmãos foram baptizados, tal como a filha do casal, e é a escola onde os seus pais continuam a leccionar – que bonito, não?

Foi servida uma daquelas refeições suculentas e com sabor a casa, ainda que refinadas para a ocasião – as minhas favoritas – e o bolo dos noivos, continuando a linha DIY, foi feito pela madrinha de Savannah. Reparem bem na pinta que tem!

 

Casamento no Outono Casamento no Outono

Casamento no Outono Casamento no Outono Casamento no Outono Casamento no Outono Casamento no Outono

Nem todos os casamentos precisam de sol e de Verão – essa felicidade e leveza vive no coração de todos, quando nos juntamos para uma ocasião tão especial e cheia de significado. O amor existe e vibra de forma palpável, independetemente do cenário que o acolhe!

 

Fotografia de Damien Milan Photography, via Nouba.

Susana Pinto

Cores de inverno e um dia luminoso: Marie-Claire + Shane

Hoje damos um pulinho até à Irlanda, para o mais bonito dos dias de Marie-Claire + Shane, irlandeses a morar em Nova York, mas que escolheram regressar a casa para casar. Se alguém ainda duvidasse que somos parecidos…

 

O casamento aconteceu no countryside irlandês, numa daquelas casas bonitas com um jardim glorioso repleto de tons verdes, cinzas e azuis.

Amigos desde a adolescência e vizinhos de aldeia, Marie-Claire + Shane adoram o ar livre e tinham em mente um dia muito relaxado, reunindo a família e amigos, para uma cerimónia civil, na companhia de uma bela refeição e cocktails. E sendo um affair campestre, nem por isso deixaram a elegância de lado!

O vestido da noiva – lindo e absolutamente confortável, é Laure Sagazan. Os sapatinhos de veludo, giros, só diferem na cor destes que já mostrámos por aqui.

Mas a pièce de résistance é a maravilhosa bandolete de penas azul céu, com o birdcage veil no mesmo tom – oh pá, que pinta tem isto tudo!

 

Tudo aqui tem charme e encanto: esta foi uma cerimónia desconectada, sem telefones ou distracções, para que todos pudessem estar focados e presentes no momento, nas emoções (as suas e as dos noivos), nas palavras. Uma centena de pessoas ligadas numa corrente contínua que parte, termina e se reinicia nos noivos. Já nem sabemos o quanto isto é mágico e poderoso, certo?

 

“We created our vows to represent what was important to us as a couple going into our marriage. We made a series of promises to each other that we wanted to reflect on our future life together. We felt all of these readings represented how we felt about marriage and the commitment we were making to each other. They were all very ‘real’ and maybe not the most romantic but we felt they were beautiful and apt.

The ceremony was the part of the day that stands out. It is not the part we thought we would enjoy the most but it is certainly the part that stays in our minds. It was a special moment to talk about how you feel about each other surrounded by our family and friends. There are not many moments in life where you stop and take notice of these things.

We wrote short notes to every guest and had them inside envelopes at people’s seats as place names. We knew the day would be busy and we wanted everyone to feel seen and appreciated after them making the effort to be there so we thought this would be a nice, personal touch. We got a lot of compliments about it and have seen it done at many of our friends’ weddings since.”

 

Esta paleta de cores frias é simplesmente maravilhosa, muito serena e natural, como um dia de bruma que se levanta e deixa aparecer o sol coado. Adoro!

Gosto muito de casamentos assim, ausentes de pompa e circunstância, focados no que nos une e na alegria que é partilhar o coração!

 

Boa Páscoa!

 

Fotografia de Chris Copeland Photography, via Love my Dress.

Susana Pinto

A primavera dentro de portas: Jenn + James

Hoje trago-vos o casamento primaveril de Jenn + James, em Melbourne.

Este é, definitivamente, o meu género de mais bonito dos dias!

 

Uma cerimónia informal mas especial, com uma decoração floral que nos enche os olhos, que cores e que flores, seguida pelo core do dia: uma refeição maravilhosa, suculenta, generosa, intencional, partilhada com todas as suas pessoas do coração.

 

O dia começou com uma cerimónia do chá, honrando as origens da noiva, seguiu para a cerimónia civil, com a sala cheia a aguardar a entrada dos noivos, juntos, e daqui, para o jantar num belíssimo restaurante italiano, onde os aguardava uma refeição memorável e fechou com uma after party de arromba.

 

Há por aqui muitas coisas bonitas: um fantástico e muito certo vestido de noiva (que é na realidade um conjunto de três peças, um top de seda, uma saia com cauda e uma blusa de organza) para um casamento na cidade, que sendo singelo, guarda uma surpresa (ora reparem nas costas… ufa!), uma paleta de cores deliciosa transposta para o altar civil, bouquet de noiva e o bolo dos noivos, cada um mais bonito que o anterior.

 

O pedido foi feito numa viagem à Toscana, daí a inspiração italiana para o fantástico jantar, e a organização aconteceu num intervalo temporal de quatro meses. Esta visão frugal nos artifícios, concentrando o dia na cerimónia e jantar, escolhendo de forma muito focada os elementos que fazem a diferença é muito certeira. As flores são incríveis, e ocupam o seu espaço: mudam o cenário e dão-lhe contexto e aconchego, e ligam, de forma transversal, os vários elementos e partes do dia.

E o jantar, porque somos tão felizes à mesa, partilhado e em modo self-service, reflecte mesmo isso, o prazer da partilha – do tempo, da atenção, da comida, da mesa, da conversa.

 

Eu gosto muito de casamentos assim.

 

Estas flores… ai!

 

Fotografia de Kyra Boyer , via Nouba.

Bom fim-de-semana!

Susana Pinto

Duas senhoras e um dia cheio de graça: Anna + Lucy

Anna é cantora, toca guitarra e escreve canções, e Lucy é designer floral. Este é um daqueles casamentos para lá de bonitos e especiais, onde tudo o que é “exterior” é inesperado, ligeiramente diferente e curioso, mas tudo o que é “interior”, as emoções, as lágrimas, os sorrisos e os abraços, são os de sempre porque são a expressão do amor.

 

O mais bonito dos dias de Anna + Lucy aconteceu em três espaços diferentes, no coração de Bristol, onde se conheceram: no registo, no restaurante francês no coração da cidade, onde celebraram com a família, e num segundo restaurante onde juntaram os amigos para um barbecue, corte do bolo e uma bela festa.

 

Estas meninas queriam um casamento à sua imagem: descontraído, nada tradicional e um belo dia partilhado com todas as suas pessoas – não somos todos assim?

Tendo comprado uma casa no início do ano, o budget para o casamento encolheu e a opção de estruturar o dia desta forma acomodou esse formato: família próxima para a cerimónia e almoço sofisticado e tranquilo, num grupo pequeno, e festa animada ao jantar com os amigos. E a graça toda foi esta: os amigos apareceram para um abraço apertado e para atirar flores à saída da cerimónia, foram à sua vida e voltaram a encontrar-se para jantar, com a mesma energia feliz e contagiante, leve. Que bonito que isso é…!

 

E os detalhes, tanto que há aqui que é distinto e especial: em vez de alianças, Anna e Lucy mantiveram os seus aneis de noivado, escolhidos de forma muito pessoal: um anel vintage, da década de 70 com uma safira negra, porque Lucy adora coisas vintage e com uma vida, e uma aliança contemporânea comprada por uma galeria que suporta uma associação de beneficiência, porque Anna adora coisa modernas e actuais. As flores foram todas criadas por Lucy, que é designer floral e escolheu tudo o que adora, e os “vestidos de noiva” não podiam ser menos vestidos de noiva e no entanto, tão especiais na mesma intenção.

Lucy vestiu de preto, sem ter pensado no assunto de forma intencional, apenas foi “o” vestido, e acompanhou-o de um  birdcage veil bordado à mão com contas pretas e uns sapatos de leopardo! Anna escolheu um vestido dourado mate, com uma estola de pelo e uns sapatos à la Valentino. Quão giras e elegantes estão estas duas?

 

     

 

“Don’t feel pressure to do the ‘norm’; We had just family at our registry office – friends came to meet us when we came out of the registry office, they then left us while we had our family lunch at the Glass Boat and then welcomed us at Racks for speeches, cake cutting, eating and heaps of dancing.

We also didn’t have an official first dance, wedding ring bands, own vows, wore black and gold, did our own music, had a small wedding cake, and walked in together.

 

For both of us, our favourite part of the day would be when we saw each other for the first time on the day itself. Anna and her Mum walked over to the hotel that I was staying in – everyone else had headed to the registry office while my mum and I finished getting ready. Anna waited at the bottom of the stairs and I came down to meet her. It was such a special moment when we saw each other in our outfits for the first time.”

 

Toda uma graça, este dia, que fechou com bolo dos noivos e brownies! Anna + Lucy parecem saídas de outros tempos, algures no fim da década de 50, início dos anos sessenta. E no entanto, são duas miúdas despachadas, criativas, românticas, com um abosluto bom gosto e famílias e amigos bonitos.

Este é um dia perfeito, à sua imagem. E visto daqui, não podia estar mais de acordo: vivam as noivas!

 

Fotografia de Ollie Hinds, via Love my Dress.

 

Susana Pinto

Um vestido de noiva azul cobalto e um casamento diferente: Paula + Niall

Um casamento diferente, um casamento alternativo.

Enquanto há quem apregoe que os casamentos clássicos (tradicionais) são chatos e aborrecidos e que uma “cena alternativa” é que é, a minha visão sobre estes dois pólos opostos é muito distinta. O mercado está maduro e pronto para oferecer tudo, a todos. E não é necessário que uns sejam exclusivos ou contra os outros. Todos podemos co-habitar nos nossos gostos, visões e necessidades, e naquilo que queremos para o mais bonito dos dias.

 

Se sou católica e valorizo a cerimónia religiosa, isso não faz de mim chata ou antiquada. Se valorizo a informalidade e quero uma cerimónia simbólica com cocktail no jardim, isso não faz de mim insensível ao verdadeiro significado da união matrimonial.

São apenas visões distintas sobre a fórmula como esse compromisso para a vida se materializa, não são juízos de valor sobre os outros e, acima de tudo, são o reflexo daquilo que é cada casal: tão simples e tão bonito quanto isso. A existência dessa liberdade de escolha, que permite construir uma visão singular e a disponibilidade do mercado para acomodar todas e cada uma dessas visões, faz de nós (noivos e profissionais) um colectivo fantástico, generoso e muito entusiasmante.

 

O bonito casamento que vos trago hoje é um exemplo perfeito desta conversa. Paula + Niall, irlandeses, celebraram a sua união de uma forma bastante distinta e totalmente alinhada com a sua essência (e curiosamente, tal como eu faria, se me casasse!).

Sendo fotógrafa de casamento, a visão da noiva era claríssima sobre o que queriam e o que não queriam, e todo o processo, desde a ausência de pedido à lua-de-mel dupla, foi, a cada passo, o espelho do casal e da sua forma de estar e viver a vida, como uma longa sequência de passos sólidos no caminho a dois, sem interrupções.

É bonito isso, não é? Nem tudo tem que ser fogo de artifício, nem tudo tem que ser surpreendente e over the top, pode “apenas” ser a vida, em versões melhoradas e mais coloridas do seu próprio quotidiano.

 

Quando vi a primeira imagem deste casamento, fiquei dois minutos a olhar para a imagem do vestido azul cobalto: que peça incrívelmente bonita, eu que adoro tudo o que seja vagamente japonês. Não sendo um tradicional vestido de noiva, é um vestido com a dignidade e intenção equivalentes, sumptuoso, rico e poderoso: não são todas estas as sensações que procuramos sentir quando vestimos o nosso vestido de noiva?

 

Depois, esmiucei a história: um casamento a duas partes.

Primeiro no registo civil, apenas os dois, com passagem por um hotel especial na memória de ambos, com bouquet de noiva espectacular, playlist dedicada e um casaco fenomenal. Uns dias depois, uma festaça com a família e amigos, onde tudo foi escolhido a rigor para criar o ambiente desejado e uma festa acolhedora e intimista: cenário espectacular, comida deliciosa, bar pensado a rigor.

 

“It had been a few years since the last friend’s wedding we’d attended, and we were jokingly wondering which friend was likely to be next,” Niall remembers. “I said, ‘Well, it should really be us that gets married next’. That planted the seed! Paula did some research, and we chatted here and there about how we would do it. Eventually, we had a rough idea how we would go about it, and realised that we had already begun planning a wedding. I’d say we fell in love with the idea by happy accident!

 

We wanted to get married in an intimate way with just the two of us, so getting ready together in Dublin and Derry was a must. We couldn’t imagine doing it any other way. We both tend to shun the limelight, so keeping the ceremony and wedding personal and intimate between us was top of the agenda.

For us, it wasn’t about all the bells and whistles or a traditional ceremony, we wanted to make sure we weren’t rushed or stressed and could appreciate the occasion. There can be a lot to fit into wedding day but we really aimed to manage it in a way that allowed us to enjoy the time together and make sure family and friends did too.”

 

Diferente ou igual, clássico ou alternativo, de branco ou de azul: a relevância destas escolhas é zero, quando falamos de celebrar o amor com as nossas pessoas. Independentemente da sua cor, dimensão ou forma, que sejam as certas, porque são as nossas.

E este casamento é uma tara!

 

Fotografia de Honey and the Moon Photography, via One Fine Day.

 

Bom fim-de-semana!