Telma + Nuno, epicamente singelo!
Quando somos noivos e a nossa visão do mais bonito dos dias é muito atípica e diferente da norma, desafiando convenções e expectativas, o caminho pode ser mais difícil e com algumas angústias. Por aqui, nestes dez longos anos, sempre incluímos nas nossas palavras sábias e bons conselhos a defesa desse ideal próprio, e a forma de lá chegar, de mãos dadas com todos: gerindo as diferenças, aprendendo a sinalizar o essencial e o acessório e a gerir as cedências, equilibrando o que é importante e fundamental para uns e o que é importante e fundamental para outros.
Olhando para trás, acho que esse é um dos nossos maiores legados e trabalho mais bonito: dotar as noivas de uma confiança interior e segura, possuidoras de conhecimento articulado e tranquilo que as guia até ao mais bonito dos dias, de forma clara e luminosa.
O casamento que vos trazemos é um exemplo disso mesmo!
Fiquem com o mais bonito dos dias de Telma + Nuno, que publicámos em 2016.
E viva o verão!
Fechamos a semana e o mês com as magníficas fotografias da dupla Menino conhece Menina, no casamento da Telma + Nuno, num formato muito especial e pouco habitual: uma pequena maravilha!
Vamos a isto?
Como foi o teu pedido de casamento?
Quem fez o pedido de casamento foi o Nuno. Estávamos de férias no verão, e o pedido foi sobre uma prancha de surf no meio do mar da praia da Arrifana e com o pôr-do-sol a fazer de testemunha. Lindo e de pôr a perna a tremer, sobretudo vindo de um homem que nunca quis casar!
Como te organizaste? Por onde começaste, com que antecedência?
Quando o pedido foi feito, na verdade não tivemos pressa em casar de imediato. Mas também não queríamos que nos tomasse muito tempo. Até começarmos a planear o que fosse, passou um ano desde o pedido.
Começámos a planear o casamento com um ano de antecedência, acreditando que nos iriamos casar em Maio de 2015, mas quando começámos a tratar do espaço e do catering, havia sempre algum aspecto que não se adequava as nossas necessidades, e acabávamos sempre por voltar à estaca zero. O tempo passava e com isto decidimos antecipar o casamento para Dezembro, após o Natal, porque a minha mãe, não vivendo em Portugal, viria no Natal e aproveitávamos a estadia dela.
Com isto estou a dizer que planeámos tudo em 2 meses e a primeira coisa a ser decidida foram os fotógrafos (porque esses, de alguma forma, já estavam escolhidos há muito tempo), sendo de seguida escolhido o local e comida.
Que ambiente quiseste criar? Como o fizeste?
Para nós, o casamento significou sempre o momento de partilha com amigos e família. Até porque nós já vivíamos juntos e todos já nos consideram “casados”. Este dia foi a continuidade da nossa vida a dois, mas com mais uns pózinhos mágicos.
Queríamos uma pequena festa, descontraída e informal, num ambiente elegante e recheado de pequenos detalhes que para nós faziam sentido.
Casámos pelo civil apenas, no restaurante que escolhemos. Tem uma sala linda, carregada de espelhos antigos e cadeiras todas diferentes entre si… e para nós fez sentido que ali fosse. E era bem no centro do Porto. Por onde estudámos, namorámos e passeámos tantas vezes numa de apenas usufruir da cidade. Foi tão natural, escolher um restaurante e não uma quinta. Embora, acreditem, não tivesse sido planeado.
A opção “feito por ti” surgiu porquê?
O feito por mim faz parte da minha vida (mais do que da do Nuno)… sempre gostei de fazer coisas com as mãos e de ter controlo total sobre o que se faz. E mais do que isso, o “feito por nós” é bem mais do que poupar dinheiro, para nós, pensar em cada um à medida que fazíamos as coisas foi importante, alias, o início do nosso casamento fez-se nestes preparativos.
Tiveste ajuda?
Na verdade não, fizemos e decidimos tudo sozinhos – mas também sempre quisemos dessa forma.
O que era o mais importante para ti?
O mais importante foi sempre “criarmos” um dia para nós. À nossa semelhança e com o qual nos identificássemos. Um evento honesto, lindo e despretensioso. E com isto rodeados de todos o que fazem sentido na nossa vida: amigos e família.
E secundário?
Nunca quisemos luxos, extravagâncias e exageros. E com isto cingimo-nos ao básico. Porque para sermos felizes não é preciso muito e o nosso casamento foi assim!
Onde gastaste mais dinheiro?
Num casamento ou numa festa, acredito que onde se gasta mais dinheiro é na comida e no espaço e connosco confirmou-se isso. Em proporção devo dizer que o bolo foi uma “boa fatia” do orçamento.
Onde gastaste menos?
Para o que me apercebo no que é habitual, onde provavelmente gastámos menos, foi na roupa de ambos. Queríamos estar “lindos” mas com roupa normal e que pudesse ser usada depois. No meu caso apenas o que não posso usar no dia-a-dia é a saia.
O que foi mais fácil?
A escolha dos fotógrafos e a nossa roupa. Sabíamos muito bem o que queríamos!
O que foi mais difícil?
Difícil, na verdade, foi começar. Tínhamos em vista fazer um casamento mais “tradicional” no início – pois na verdade acaba por ser mais fácil… o civil, a quinta, sobretudo quando é muita gente… mas as coisas acabaram por não seguir esse rumo e ainda bem.
O que te deu mais prazer criar?
Devo confessar que tudo nos deu prazer. Foi um dia simples, mas carregado de muito amor. E o amor estava em tudo. Nos amigos que vieram de fora, nas flores que tinham de ser aquelas e que foram especialmente encomendadas para este dia, nas toalhas, velas e jarras compradas especialmente para nós… uma imensidão de detalhes, convertida em amor.
O casamento que planeaste, é a vossa cara, ou foste fazendo cedências pelo caminho?
As cedências fazem parte da vida, acredito que fizemos, sim, mas nada de muito significativo. Pois resultou e sem dúvida foi a nossa cara!
Um pormenor especial?
Houve tantos… mas menciono alguns:
Na ausência do meu pai, quis que a minha companhia de entrada fosse a minha afilhada e entrámos a dançar até chegar ao Nuno. Hoje ele diz que este momento de eu dançar, para a frente e para trás, o deixou mais nervoso do que todo planeamento. Pela ausência física de algumas pessoas queridas, tínhamos misturado na decoração peças pertencentes a estas pessoas. Ainda que estas estivessem no coração, para nós foi importante criar esta ligação visual também.
E por último, todas as decorações de flores, inclusive o meu bouquet, tinham uma flor que mandámos vir da Holanda, ramos de oliveira que vieram da quinta dos pais no Nuno (seria a agregação à minha nova família), eucalipto redondo que veio de casa do meu melhor amigo (seria a amizade indispensável na nossa vida), e tinha pedacinhos de uma árvore de casa dos meus pais (que seriam as minhas origens)… tudo isto nos representava no passado, presente e futuro.
Agora que já aconteceu, mudavas alguma coisa?
Não seria uma mudança, mas face ao número de convidados, precisávamos de mais uns metros quadrados extra. Teria sido mais simpático. De resto não mudávamos nada.
Algumas words of advice para as próximas noivas?
O lado racional num casamento é importante, e aqui sugiro que o orçamento seja estipulado logo no início, pois não vai ser um entrave, vai ser antes uma ajuda. E depois aproveitar cada momento, cada escolha, cada conquista… e sempre a dois. Assim se constroem memórias.
Os fornecedores seleccionados:
convites e materiais gráficos: desenhado pela noiva, feitos pelos dois;
local e catering: Restaurante 3C;
bolo: T Bakes;
fato do noivo e acessórios: calças, casaco e cachecol, Decenio; camisa Vicri; sapatos Camper;
vestido de noiva e sapatos: saia em seda selvagem desenhada pela noiva; sapatos Haiti; top e bolero de malha Stefanel; casaco de pele Massimo Dutti;
brincos e colar da noiva: TelmaDA;
cabelos: Michele Cabeleireiros;
flores: Melinha Florista;
Ofertas aos convidados: uma andorinha pintada à mão pela noiva e uma fotografia dos dois;
fotografia: Menino conhece Menina.