Andreia + Luís, “less is more” e o caminho para a felicidade
Hoje trazemos a festa da Andreia + Luís, a sul, no coração do Algarve, em 2015.
Troquei vários e-mails com a Andreia e perceber o quanto fomos relevantes para este dia feliz, deixou-nos de coração quente e com a certeza de que é isto que queremos continuar a fazer, e bem, por muito tempo…
Fiquem com as palavras bonitas da Andreia, e percorram o caminho para um dia muito doce e cheio de amor! E há detalhes bem bonitos por aqui, uns sapatos Melissa de arrasar, um look vintage com um birdcage veil e uma bela oferta aos convidados, da Operação Nariz Vermelho, nossos parceiros. As imagens são dos Lapela Photography, que por esta altura estavam a chegar ao mercado, e muito bem!
Como foi o teu pedido de casamento?
Foi inesperado, mas não foi uma surpresa. Já falávamos no assunto há algum tempo, era um momento que queríamos viver, que fazia muito sentido.
Foi no dia do meu aniversário. E como vem sendo costume nos nossos aniversários, tirámos o dia para estar juntos. Almoçámos num dos restaurantes da cidade, que há já algum tempo queríamos conhecer. Mais tarde aceitei o convite do Luís para um passeio a pé pela “Vila Adentro” (a zona histórica da cidade) um local que gostamos muito. No regresso, o Luís sugeriu que passássemos pela Sé. Aceitei sem desconfiar de nada, recentemente tínhamos comemorado num restaurante ali perto, o nosso aniversário de namoro. Ele subiu a escadaria dizendo, “será que a igreja está aberta?” – eu fiquei cá em baixo. Estava fechada. “Não vais subir?” – pergunta-me. Na altura não disse nada e subi, mais para lhe fazer a vontade, mas sem entender de que valia subir, se não iríamos poder entrar e visitar a Igreja? Subi.
O Luís virou-se para contemplar a vista (segui-lhe o movimento para fazer o mesmo). Segundos depois ouço: “Imaginas-te a descer esta escadaria comigo?” – Ainda com os olhos naquele por-do-sol de inverno delicioso, fiz uma piada relacionada com o ato de “agredirem” os noivos com arroz à saída da igreja, longe do que me estava prestes a acontecer, olhei para ele a rir de mim mesma, quando reparo que ele retirava algo do bolso. Uma caixinha abriu-se. Algo cintilante, simples e lindo estava lá dentro a olhar para mim, e foi quando ouvi: “aceitas casar comigo?” – sob os olhares atentos de um casal turista que se passeava por ali Foi quando disse: “claro que sim!” e abraçamo-nos. E assim se escreveu um dos momentos mais bonitos da minha história.
Como te organizaste? Por onde começaste, com que antecedência?
A verdade, é que “comecei”, sem saber, um ano antes. Foi inclusivé nessa altura que “vos conheci”, ao Simplesmente Branco. Uma grande e querida amiga ia casar. Conversávamos com alguma frequência sobre o tema, trocávamos opiniões. A certa altura dei por mim a fazer pesquisa sobre tudo o que envolvia casamento, a enviar imagens para ela. Criei até um álbum no Pinterest, onde selecionava e recolhia tudo o que me parecia ser útil, funcional e original para o tema. Fui delineando, inconscientemente, o que queria e não queria num casamento.
Apercebi-me, conscientemente, disto quando de facto iniciei o planeamento do nosso dia, nove meses antes. Usei o trabalho de casa que havia feito, as coisas que o Simplesmente Branco me foi ensinando ao longo do caminho, e comecei a desenhar o nosso grande dia. Sou vossa fã desde essa altura, seguia com alguma regularidade o blog, não por estar nessa fase da minha vida, mas porque como criativa interessava-me saber o que se fazia por cá e não só.
Começámos por definir entre nós o que seria o nosso casamento de sonho, e a partir daí fomos adaptando o sonho à realidade que podíamos fazer acontecer. Sempre com os pés assentes no chão, e muitas ideias a fervilhar! A primeira escolha que definimos foi a fotografia. O casamento da minha amiga contou com o trabalho dos lapela Fotografia e ficámos rendidos. O espaço e catering foram os seguintes e por aí em diante.
Que ambiente quiseste criar? Como o fizeste?
A cerimónia, decidimos cedo, que seria religiosa. Esta parte, estava definida e foi tratar do que seria necessário. A celebração em família e com amigos era algo que imaginávamos ao ar livre, simples, romântica e campestre. “Less is more”, é uma das heranças que trago da faculdade para a vida. Aos poucos percebemos que devido ao clima e à altura do ano em que seria, existia uma forte probabilidade de imprevistos que decidimos evitar. Adaptámos o conceito, para uma vertente indoor, procurando um espaço que não fosse a tradicional tenda. Essa era a única coisa que eu tinha bem definida como algo que não queria, e da qual não iria abdicar.
O resto, estava preparada para fazer cedências pelo caminho, se necessário. Descoberto o sítio que materializava o que procurávamos, o catering surgiu como que por “magia”. Sugestão da proprietária, tivemos referências positivas acerca da empresa. Ficámos muito satisfeitos com a escolha que fizemos por todos os motivos. Toda a envolvente da decoração, os pormenores, o conceito em si foi pensado por mim. Realizado com a grande ajuda do meu irmão e do Luís. O fio condutor foi sem dúvida “menos é mais”, como que uma tentativa de elogio à simplicidade.
A opção “feito por ti” surgiu porquê?
Quando se tem formação na área criativa, assumimos ideias muito próprias e o gosto em “pôr a mão na massa” torna difícil delegar. Mesmo assim temos que o fazer, não há como não. Os pormenores fazem parte da vida de um designer, como um pincel faz parte da de um pintor. Claro que contei com ajuda de fornecedores, família e amigos, que me permitiram colocar as ideias em prática em diversos aspectos. Não teria sido capaz de fazer as coisas de modo diferente, de delegar o processo criativo a terceiros. Os convites, as ofertas, os pormenores, estavam todos a desenhar-se na minha cabeça. Não seria o nosso casamento se assim não fosse. Deu imenso trabalho, levou tempo, mas faria tudo novamente. Foi delicioso contemplar o resultado. Tornou o nosso dia ainda mais único, mais nosso. O Luís foi o conselheiro, deixando o processo a meu cargo, e ajudando nas decisões e na mão-de-obra.
Claro que não posso deixar de mencionar o factor económico. Esse tem a sua influência no “feito por si”, é verdade. Conseguimos gastar menos na grande maioria das opções tomadas. Mas mesmo que não tivesse que olhar a custos, teria teria optado pelo DIY, e pela ajuda da família e amigos.
Tiveste ajuda?
Sim, além dos amigos e familia, o meu irmão foi sem dúvida uma grande ajuda. A parte gráfica foi toda desenvolvida com o seu apoio. O cake topper com os noivos, entre outros pormenores e objetos que foram pensados, foram produzidos por ele (em impressão 3D) e ficaram maravilhosos! Além de terem agora um significado especial, sendo ele não apenas o meu irmão, mas também um dos meus padrinhos. Toda a edição do vídeo ficou também a seu cargo. Contratámos uma equipa para a recolha de imagens ao longo do dia (o irmão da noiva nunca poderia trabalhar no casamento da sua irmã!). O trabalho de edição de video surgiu como um hobbie, e tem vindo a ganhar terreno com alguns trabalhos que tem feito. Poder contar com ele nesta parte tão importante deste dia, tendo total confiança no seu trabalho foi espetacular.
O que era o mais importante para ti?
Viver um dia feliz, e partilhá-lo com as pessoas das nossas vidas. Torná-lo único e inesquecível, para todos, deixando o gostinho de “queremos mais!”. Ao fim ao cabo, o que queríamos mesmo era partilhar a nossa felicidade. Só assim fazia sentido.
Para mim e para o Luís foi sem dúvida uma missão cumprida!
E secundário?
Por mais estranho que possa parecer, os contratempos e imprevistos. Tive poucos, é verdade, mas com a sua cota de importância. Neste campo, o Simplesmente Branco teve uma importância crucial. Gostaria de manifestar aqui, a minha gratidão por isso. Ao longo do ano que vos acompanhei, sem pensar sequer que em breve seria eu a estar naquele lugar, adorava ler os vossos artigos, nos quais as noivas eram entrevistadas (como este de hoje!).
Neles encontrei um lugar comum. Todas as noivas mencionavam, umas mais que outras este assunto: imprevistos/cedências. Nesses posts fui compreendendo que eles fazem parte, existem, como na vida também nos deparamos com eles. Não existe na verdade a perfeição. Podemos ficar mais próximos dela, mas a perfeição é difícil e pouco divertida. Tomar esta consciência, ouvir as dicas e conselhos de cada uma ajudou-me imenso. Diria mais: preparou-me. O secundário para mim foi mesmo isso. Porque percebi, aprendi com vocês, que eles fazem parte; mas acima de tudo compreendi que não definem o dia do vosso casamento. Esse quem define são vocês. O amor pela pessoa com quem decidiram partilhar a vossa vida e o amor por todos aqueles que escolheram para testemunharem essa partilha são a prioridade, nada mais.
Onde gastaste mais dinheiro?
No catering, sem dúvida.
Onde gastaste menos?
Na almofada das alianças.
O que foi mais fácil?
Escolher os fotógrafos. Foram a nossa primeira escolha, não procurámos sequer outras opções. Conhecemos o trabalho deles no casamento da minha querida amiga e soubemos que era daquela forma autêntica e descomprometida que gostaríamos de ver registado o nosso dia. E assim foi.
O que foi mais difícil?
Definir e fazer as mesas dos convidados e os últimos preparativos nos últimos dias.
Esperar pela primeira prova do meu vestido também me custou imenso, estava em pulgas para ver ao vivo o que tinha idealizado.
O que te deu mais prazer criar?
Sem dúvida, o vestido de noiva.
Inicialmente pensei em experimentar alguns modelos, e fi-lo de facto. Mas quantos mais vestia, mais sentia que nenhum correspondia ao que eu imaginara. Não me sentia eu em nenhum deles.
Nas pesquisas que fizera no ano anterior, encontrei alguns modelos que se aproximavam do que eu queria. Em conversa com uma grande amiga de infância, ela indicou-me uma constureira que era conhecida pela sua arte na confeção de vestidos de noiva. Fiz o meu esquisso, visitei a retrosaria da cidade. Já com os tecidos em mente, fui falar com a Dª Isabel. Uma pessoa espetacular, uma artista, ela e toda a sua equipa. A Dª Isabel, tornou o meu desenho realidade, e foi sem dúvida a peça que mais gozo me deu. O resultado superou todas as minhas expetativas. Assim que o vesti pela primeira vez, arrepiei-me dos pés à cabeça. Perfeito.
O casamento que planeaste, é a vossa cara, ou foste fazendo cedências pelo caminho?
Sim, fizemos cedências. Começámos por elas, aliás. Na vida acabamos sempre por ter que nos adaptar às circunstâncias, à medida que vamos percorrendo um caminho. O nosso casamento não foi diferente, e foi também a nossa cara, mesmo cedendo e adaptando o que foi preciso ceder e adaptar para que o dia fosse o nosso dia, tal como nos revíamos nele.
Um pormenor especial?
Os dois lenços que mandei bordar com uma mensagem para cada um dos meus pais, ofereci-os antes de irmos para a igreja. Foram dos momentos muito bonitos e cheios de sentimento, que dificilmente esquecerei.
Agora que já aconteceu, mudavas alguma coisa?
Adorei o nosso dia, e tudo o que vivi. No entanto, devo dizer que mudaria sim. Acredito que podemos sempre fazer melhor. Num pormenor específico confiei sem questionar, talvez porque me senti um pouco desconfortável em fazê-lo, não querendo parecer demasiado meticulosa ou exigente.
Por vezes, alguns fornecedores tendem a relativizar pormenores. Para nós (pessoas que vão casar) certos aspectos são importantes demais para deixarmos que os relativizem, correndo o risco de as coisas não sairem exactamente como queríamos. Hoje, não voltaria a confiar sem questionar, sob pena de acharem que estaria a ser exigente ou picuinhas. Seria mais exigente de forma a garantir que iria ter o serviço que estava a requisitar e que ficaria satisfeita com o resultado.
Algumas words of advice para as próximas noivas?
Não sucumbam às cedencias e possíveis imprevistos, eles fazem parte. Na maioria das vezes, só nós reparamos neles. Não sintam que estão a impôr-se, pedindo provas, maquetes, o que for necessário para garantir que as coisas serão como pretendem. Não confiem somente em imagens ou em palavras. O que para um fornecedor poderá ser normal ou até banal, para uma noiva é especial e único – merece toda a importância que lhe queiramos dar.
Muito importante: disfutem! A determinada altura, haja o que houver, o dia chegou! Relaxem, durmam bem e respirem cada instante do vosso dia que – é unânime – passa num piscar de olhos, e deixa uma vontade imensa de ser revivido e relembrado! Não tenham medo de investir na fotografia e no video, são eles que detêm o poder de eternizar cada instante. Último de todos: sejam felizes!
Os fornecedores envolvidos:
convites e materiais gráficos: feitos pela noiva e pelo seu irmão;
espaço: La Reserve;
catering: Bem Manjar;
bolo dos noivos: Pura Gula;
fato do noivo e acessórios: Zara Men
vestido de noiva e sapatos: desenhado pela noiva e confeccionado por Isabel Pacheco; sapatos Melissa; birdcage veil, Isabel Pacheco; brincos MO;
maquilhagem: M.A.C.;
cabelos: Vitor Picardo;
flores: Flores de Lotus;
ofertas aos convidados: feitos pela noiva e pelo seu irmão e narizes de palhaço, da Operação Nariz Vermelho;
fotografia: Lapela Photography;
vídeo: Me&You Productions (irmão da noiva);
luzes, som e Dj: DJ Chamonix.