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Susana Pinto

À conversa com: Feel Creations – fotografia e video de casamento

Hoje conversamos com o trio Feel Creations, que faz fotografia e video de casamento a partir do Porto, para todo o país.

Falamos com a Marta e o Bruno sobre o seu percurso até aqui, de onde vem este ponto de vista e toda esta qualidade atenta, doce e meiga que o seu trabalho transmite.

Vibramos com todo o tipo de casamentos! Se são emotivos, a Marta quase chora, se são festas de arromba, só falta mesmo sermos os “reis da pista”, se são grandes temos mais gente para registar e para trocar dois dedos de conversa, se são pequeninos recebem-nos como se fôssemos familiares. Por isso, não temos qualquer tipo de preferência. Acreditamos que quem faz a festa são as pessoas e, além disso, são essas mesmas pessoas que nos fazerem querer continuar a fotografar e filmar casamentos.

Contem-nos um pouco da vossa viagem profissional até aqui, à fotografia e vídeo de casamento.

Esta viagem tem sido bastante gratificante.

Estudámos juntos na faculdade. A Marta e o Bruno, ao longo da vida académica, já tinham uma pseudo-empresa a partir da qual faziam alguns trabalhos na área do design e, de vez em quando, de vídeo. Após a licenciatura quisemos tornar a situação mais real e séria. O nosso objectivo sempre foi trabalhar na área da fotografia e do vídeo. Tentámos direccionar todo o projecto para essa vertente e, após algum tempo e insistência, conseguimos. E conseguimos até hoje! Cada vez melhores, mais ambiciosos e sempre com fome de aprender mais e melhor.

 

 

Há quanto tempo captam imagens? E porquê casamentos?

Em Março a Feel Creations faz cinco anos de existência. Não foi um percurso muito fácil, mas cá estamos com toda a força e vontade.
Entrámos no mundo dos casamentos muito por culpa de um casal amigo. Na recta final do nosso estágio de faculdade, estes nossos amigos iam casar e queriam que fossemos nós a fotografar e a filmar no casamento deles. Inicialmente recusámos, pois não era esse o percurso que queríamos fazer e, além disso, não percebíamos rigorosamente nada de casamentos.

Insistiram bastante até que acabámos por aceitar o desafio. E ainda bem que o fizemos, pois adorámos a experiência! Compreendemos que o registo de um casamento não teria de ser feito obrigatoriamente de uma forma tradicional. Podíamos criar a nosso própria visão dos acontecimentos e não fazer acontecer, parecendo artificial. Afinal, podíamos ser criativos!

A partir desse momento arriscámos tudo. Começámos a repensar e a direccionar o nosso projecto para a área dos casamentos onde poderíamos ser livres na criação e aplicar a nossa própria visão. E aqui estamos! Prontos para novos desafios e ansiosos por cada casamento!

 

Nestes tempos globais, em que as imagens circulam a uma velocidade vertiginosa e todos temos acesso a tudo, a qualquer hora, onde vão buscar inspiração?

Com o acesso bastante facilitado a diferentes tipos de conteúdos, sejam eles ao nível da imagem e do áudio, acaba por ser algo muito importante para nós na hora de ir buscar inspiração.

Acabamos sempre por encontrá-la naqueles dias que ficamos por casa a devorar filmes e muitas séries, e, sem dúvida nenhuma, na música, nas viagens que fazemos e, claro, no trabalho de outros fotógrafos e videógrafos que admiramos!

 

 

Como construíram a vossa assinatura, como a definem?

Sempre defendemos que temos de captar o que vemos e não o que os outros gostariam de ver.

Fazemos questão de ser discretos e deixar os momentos acontecerem, sem ter qualquer tipo de intervenção, pois achamos que o que é realmente bonito são aqueles sorrisos espontâneos ou aquele abraço sentido depois da cerimónia. E isso, como é óbvio, não se pede.

Tudo isto aliado à nossa forma de ser e fazer, com um olhar sempre atento aos pormenores e gestos e aos nossos gostos, acabam por dar o nosso estilo e estética da Feel Creations.

 

Quando precisam de fazer reset, para onde olham, o que fazem?

Viajar é o melhor “botão” para fazer alguns resets. Sair por uns tempos da nossa zona de conforto, conhecer novas culturas e ter experiências completamente diferentes das a que estamos habituados a ter. Pensamos que é a melhor forma de renovar energias e inspiração. Claro que nem sempre dá para o fazer, mas aí tentamos fazer de uma outra forma. Viajar dentro do nosso país, que tem paisagens absolutamente incríveis.

Por vezes, temos de perceber que trabalhar nesta área não é equiparável a um outro trabalho. Não podemos ficar presos à frente de um computador todos os dias, pois não é essa a nossa fonte de inspiração. Temos de ser criativos e, para isso, temos de cultivar métodos para o fazer/ser. E isso faz toda a diferença no resultado de cada trabalho.

 

Do Porto para o mundo, ou Portugal de lés-a-lés: fotografar e filmar casamentos estrangeiros é diferente de fotografar e filmar casamentos nacionais?

Todas as pessoas são diferentes e cada casamento tem uma história diferente para contar. Tudo depende das personalidades, da entrega dos noivos e do que sonham para o seu grande dia.

Acreditamos que os portugueses gostam de aproveitar tudo até à última. Estes são definitivamente mais longos e muito mais dinâmicos. Um casamento estrangeiro tem tendência a ser mais curto e mais intimista. Felizmente já tivemos a oportunidade de fotografar/filmar alguns e temos essa ideia. Contudo, nada muda na hora de contar a história de um casamento. Sendo o nosso registo documental, o processo acaba por ser idêntico, quer seja um casamento português
ou estrangeiro.

 

 

Qual é o vosso processo de trabalho, como acontece a ligação aos vossos clientes?

Em todos os casos tentamos ter sempre uma ligação muito próxima ao nosso cliente. A nossa abordagem é sempre o mais descontraída possível para quebrar de imediato alguma barreira que possa existir. Achamos que é essencial aproximarmo-nos deles através da sua história e, dessa forma, conhecê-los o melhor possível. Afinal de contas, iremos estar presentes num dos dias mais importantes das suas vidas.

 

Casamentos grandes ou pequeninos, nacionais ou estrangeiros, cerimónias emotivas, festas de arromba – qual é o tipo de festa que mais gostam de registar?

Vibramos com todo o tipo de casamentos! Se são emotivos, a Marta quase chora. Se são festas de arromba, só falta mesmo sermos os “reis da pista”. Se são grandes temos mais gente para registar e para trocar dois dedos de conversa. Se são pequeninos recebem-nos como se fôssemos familiares. Por isso, não temos qualquer tipo de preferência. Acreditamos que quem faz a festa são as pessoas e, além disso, são essas mesmas pessoas que nos fazerem querer continuar a
fotografar e filmar casamentos.

 

Qual é a melhor parte de ser um fotógrafo e videógrafo de casamento? E o mais desafiante e difícil?

A melhor parte é ter a sorte de poder registar e assistir a um momento tão importante da vida de um casal. É do coração. Ficamos sempre muito felizes por ver a felicidade e a emoção dos noivos e das suas famílias.

Fazer o que gostamos e sermos felizes em cada casamento é o que é mais gratificante.

O mais desafiante é conseguir fazer sempre algo diferente e melhor.

O mais difícil é conseguir gerir o cansaço que se vai sentindo ao longo do dia de um casamento.

 

 

Contactem a Feel Creations através da sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria, feita de belas imagens e vídeos, e entrem em contacto directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática deste trio criativo.

 

Aproveitem para espreitar os seus últimos casamentos que publicámos por aqui. O meu favorito é o mais bonito dos dias da Sara + Nuno, que casaram em casa, no coração do Porto: uma doçura só!

 

Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!

 

Susana Pinto

À conversa com Sukses Design – convites de casamento

Hoje conversamos com a Joana Bastos, da Sukses Design – convites de casamento.

 

A Joana desenha os mais bonitos convites de casamento em papel artesanal, sempre acompanhados de uns envelopes de cores densas e ricas e acabamentos sofisticados: lacres, flores desidratadas, fitas de seda.

 

Para mim, foi amor à primeira vista, assim fulminante e fatal: um envelope cor de coral, com uma fitinha e um marcador de mesa, com flores em aguarela e um número caligrafado. Seguiu-se outro envelope, azul petróleo, quase verde esmeralda, e mais um, amarelo cor de leite creme.

Depois de nos apaixonarmos, não como voltar atrás e por isso passo a palavra à Joana Bastos, para falar do seu bonito trabalho.

 

Convites de casamento em papel artesanal, por Sukses Design

Convites de casamento artesanais - Sukses Design Fitas de seda tingidas à mão para bouquet de noiva

Conte-nos um pouco da sua viagem profissional até ao universo dos casamentos. Como é que veio cá parar, foi um caminho natural ou uma situação específica que o apontou?

Formei-me em design gráfico na António Arroio e consequentemente frequentei a Faculdade de Belas-Artes, em Escultura.  A veia artística sempre esteve presente desde pequena, as histórias contadas pela minha mãe das experiências artísticas/plásticas, pode imaginar… uma “dor de cabeça”! Apesar de não ter trabalhado a tempo inteiro na minha área de formação, fui sempre realizando alguns trabalhos enquanto freelancer em Design.

Encaro que o caminho até ao universo dos casamentos, para além de ter sido através de uma partilha de ideias com alguém que procurava inspiração para o seu casamento, se tornou bastante intuitivo e natural a partir do momento em que comecei a desenvolver as linhas gráficas e escolher os materiais para a Sukses Design.

 

Há quanto tempo trabalha nesta área? E porquê este universo dos casamentos?

Desde Novembro de 2019.

Para além de descobrir um lado romântico “adormecido” , acredito que através da delicadeza, da elegância dos convites e estacionário que realizo, irei, de certa forma, deixar um rasto bonito na memória de quem os recebe, e isso é muito gratificante.

 

Como construiu a sua assinatura, como a define?

A Sukses Design surgiu através da minha essência, procurei aquilo que revela o que mais prezo e tenho gosto em ver. Os materiais, as texturas, as sensações, o artesanal e a natureza. A partir daí, é deixar fluir!

 

Convites de casamento artesanais - Sukses Design Convites de casamento artesanais - Sukses Design

Convites de casamento em papel artesanal, por Sukses Design

Esse estilo faz parte do ADN da marca ou é um conceito que escolheu para explorar e trabalhar este ano? Porquê?

Este estilo handmade/natural é a base do ADN da marca, pelos materiais utilizados. Assim sendo, todos os materiais criados (convites e estacionário) têm este conceito, realçando o lado mais sublime de cada peça.

 

As tendências da estação… são um assunto de trabalho ou apenas fait divers?

Sem dúvida que é necessário estar atenta às  tendências, mas não deixo que determine a minha linha de trabalho. Procuro sempre enquadrar e personalizar consoante o gosto pessoal dos noivos.

 

Ter o controle das decisões é importante? Tem uma perspectiva perfeccionista e específica sobre o resultado e a forma como quer que o seu trabalho seja consumido ou é o prazer de discutir ideias, de criar, que lhe interessa mais na relação com cada projecto, cada cliente?

Ter o controlo das decisões é importante , sou perfeccionista no que me dedico e sem dúvida que o resultado será sempre com base nestas duas características. Sou dada a desafios, com isso gosto de debater ideias e encontrar o que melhor define cada projecto em si.

 

Existem fórmulas vencedoras que aplica, ou cada convite ou produto é pensado totalmente de raiz?

Os projectos criados em portefólio são meramente sugestões para divulgação da Sukses que podem ser adaptadas, ou não, a cada casal. O melhor é sempre criar de raiz com a identidade e a essência de cada pessoa, que acaba por revelar-se em grandes experiências a nível profissional.

 

Convites de casamento artesanais - Sukses Design Convites de casamento artesanais - Sukses Design Convites de casamento em papel artesanal de Sukses Design

Qual é a importância do convite (e restante estacionário) na grande ordem das coisas?

A meu ver, o convite é a base inicial de algo muito especial do que está por vir, ao ser a primeira impressão do grande dia, aquela que muitos guardam como recordação na sua “caixinha especial”. No entanto, são pequenos grandes pormenores que tornam o dia ainda mais bonito, pela delicadeza nos detalhes e do encaixe perfeito na decoração do casamento.

 

Onde busca inspiração para cada nova temporada de trabalho?

A tudo o que nos rodeia, seja ela (inspiração) na natureza ou quotidiano, em familia ou amigos, criações de colegas ou publicações em específico.

 

Quando precisas de fazer reset, para onde olha, o que faz?

Foco-me nas coisas simples, esse é o meu reset! Natureza, em específico o mar. Sorrir, rir, sentir e viver para mim e com os meus.

 

Qual é o seu processo de trabalho, como acontece a ligação aos seus clientes?

O contacto inicial tem sido via e-mail, por vezes acaba por ser um acompanhamento mais à distância, é essencial estabelecer laços de proximidade e acompanhar todos os passos necessários para a realização dos projectos.

É-me importante estabelecer o contacto pessoal com os noivos, de forma a que os mesmos consigam conhecer os materiais, as texturas, as sensações e a essência por de trás disto tudo.

 

Convites de casamento em papel artesanal, por Sukses DesignConvites de casamento artesanais - Sukses Design Convites de casamento artesanais - Sukses Design

Casamentos grandes ou pequeninos, nacionais ou estrangeiros, cerimónias emotivas, festas de arromba – qual é o tipo de formato que mais lhe interessa?

O mais importante é que se identifiquem com o meu trabalho, acredito que este adequa a qualquer dos formatos.

 

Qual é a melhor parte de criar convites de casamento, ser o primeiro capítulo visível da história que leva ao grande dia? E o mais desafiante e difícil?

O melhor é fazer parte do ínicio de uma história bonita e partilhá-lo com os restantes, receber o feedback após a preparação e entrega dos convites. Saber que fiz parte de muitas das linhas que estão por escrever!

O mais desafiante, é sem dúvida, corresponder às expectativas dos desafios que colocam, tendo em conta estarmos rodeados de tanta referência e inspiração.

 

Escolha o convite que mais gosta do teu portefólio, e conte-nos porquê:

É-me difícil escolher um preferido, tendo em conta que cada convite é especial à sua maneira.

Este, no entanto, foi o convite escolhido para iniciar a história da Sukses Design, por isso existe um carinho especial e um brilhozinho no olhar.

 

 

Os contactos detalhados do Sukses Design estão na sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria, feita de belas imagens, e contactem a Joana Bastos directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.

 

Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!

Susana Pinto

À conversa com: Monte do Ramalho – espaço para casamentos no Alentejo

Sentamo-nos à conversa com a Manuela Estevinha, do Monte do Ramalho, um espaço para casamentos no coração dourado e manso do Alentejo.

Há qualquer coisa de muito mágico nesta paisagem sossegada, no calor que sobe do chão e no céu estrelado que não tem fim. O Monte do Ramalho mantém essa pureza natural, sem deixar de estar totalmente preparado para receber uma bela festa – a vossa!

Deixem-se encantar!

Ter o controle das decisões não é importante, isto é, deixamos praticamente tudo na mão de quem nos procura, sejam noivos, wedding planners, empresas de decoração, cedemos o espaço aos nossos noivos e apresentamo-lo como sendo a sua casa. Aqui podem idealizar o dia da forma que sonharam, não impomos formatos nem fornecedores. O que mais nos interessa é acompanhar o processo, orientando, discutindo ideias e criando juntamente com quem nos procura.

 

Contem-nos um bocadinho do vosso percurso, como vieram parar ao universo dos casamentos?

Éramos apenas uma quinta de turismo rural, quando em 2013 fomos descobertos por um casal, ela de Lisboa e ele de Itália. Adoraram o espaço e principalmente o facto de nunca termos tido nenhum casamento, foram os nossos primeiros noivos. O evento aconteceu em Junho de 2014, totalmente ao ar livre, com a nossa iluminação de arraial e mesas corridas, tudo no exterior. Não tínhamos espaço para plano B e felizmente o bom tempo ajudou. Ainda no mesmo ano, recebemos outro casamento no início de Setembro, e para que se pudesse realizar, fizemos obras numa das nossas salas, porque a existência de um plano B era condição para que o nosso espaço fosse escolhido. Foi também nesta data que o colocámos em prática, choveu torrencialmente no dia do casamento. Em 2015 voltámos a fazer obras no espaço para podermos receber os casamentos com melhores condições, e desde aí até agora, temos vimos em crescendo.

 

Casamento no Alentejo, no Monte do Ramalho, com fotografia de Madalena Tavares Casamento no Alentejo, no Monte do Ramalho, com fotografia de Madalena Tavares

A imagem de marca do Monte do Ramalho é, na minha opinião, um estilo rústico, descontraído e romântico. Concordam com esta definição?

Totalmente. E pudemos ainda acrescentar: puro e genuíno.

 

Esta assinatura faz parte do ADN do espaço, ou é algo que escolheram como tendência e tema para este ano? Porquê?

Faz parte do ADN do espaço, não fizemos nenhuma alteração ao que já existia. É a simplicidade que o torna diferente dos demais. A nossa praia é um olival a perder de vista, devemos ser dos poucos que nos podemos orgulhar disso!

 

As tendências da estação… são um assunto de trabalho ou apenas fait-divers?

São apenas fait-divers, acompanhamos as tendências mas deixamos este assunto nas mãos dos demais.

 

Casamento no Alentejo, no Monte do Ramalho, com fotografia de Madalena Tavares

Ter o controle das decisões é importante? Têm uma perspectiva perfeccionista e específica sobre o resultado e a forma como querem que o vosso espaço e trabalho sejam mostrados e vividos, ou é o prazer discutir ideias, de criar e acompanhar o processo, que vos interessa mais na relação com cada projecto, cada cliente?

Ter o controle das decisões não é importante, isto é, deixamos praticamente tudo na mão de quem nos procura, sejam noivos, wedding planners, empresas de decoração, cedemos o espaço aos nossos noivos e apresentamo-lo como sendo a sua casa. Aqui podem idealizar o dia da forma que sonharam, não impomos formatos nem fornecedores. O que mais nos interessa é acompanhar o processo, orientando, discutindo ideias e criando juntamente com quem nos procura.

 

Onde buscam inspiração para cada nova temporada de trabalho?

Não buscamos. Procuramos manter o espaço tal e qual como é. As tendências vêm com os nossos noivos e fornecedores por eles escolhidos.

 

E nos momentos de fadiga criativa, como refrescam a mente e o olhar?

Não temos fadiga criativa, temos apenas fadiga mental! Refrescamos a mente e o olhar em cada novo casamento que acolhemos no nosso espaço.

 

Casamento no Alentejo, no Monte do Ramalho, com fotografia de Madalena Tavares

Casamento no Alentejo, no Monte do Ramalho, com fotografia de Madalena Tavares

Como é o vosso processo de trabalho, como criam uma ligação aos vossos clientes?

Para além da importância que tem o nosso espaço e da preocupação que temos em mante-lo o mais natural possível, acompanhamos e ajudamos os nossos noivos a concretizarem o seu dia especial, deixando-os sonhar.

 

Qual foi o casamento em que mais gostaram de trabalhar? Porquê?

Todos são diferentes, relembramos um em que o plano B foi accionado duas horas antes do início da cerimónia. Também, de certa forma, os casamentos religiosos, porque são realizados ao ar livre e têm todo um ambiente especial.

 

Escolham uma imagem favorita do seu portefólio e contem-nos porquê:

A escolha foi difícil, no entanto escolhemos uma imagem das mesas colocadas para o jantar no exterior debaixo das nossas amoreiras. A imagem lembra as maravilhosas noites de verão que temos no Alentejo, sob um céu estrelado.

 

 

Este sítio deixa-me sempre a suspirar…! Espreitem os casamentos bonitos que aconteceram no Monte do Ramalho, e se ficarem a suspirar como eu, não deixem de fazer uma visita!

 

Os contactos detalhados do Monte do Ramalho estão na sua ficha de fornecedor. Visitem a galeria, feita de imagens maravilhosas, e contactem a Manuela Estevinha directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.

 

Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!

Susana Pinto

À conversa com: A Pajarita, convites de casamento

Hoje sentamo-nos a conversar com a Alexandra Barbosa, que assina como A Pajarita, convites de casamento.

E que bonito e incrivelmente delicado é o trabalho da Alexandra! Já o vi ao vivo várias vezes e já visitei a Alexandra no seu belíssimo estúdio na Póvoa do Varzim: conversamos sempre sobre o seu trabalho de gravura e o nosso fascínio pelos papéis artesanais.

É sempre um prazer perceber as técnicas, processos e acabamentos destas peças tão singulares e femininas, de uma beleza discreta e intrigante.

Venham conhecer A Pajarita!

Acredito que cada casal é uma fórmula. Se pensarmos nas pessoas, não há duas iguais. Quando conheço um casal, conheço duas pessoas diferentes e é a soma deles que eu tenho de calcular para lhes puder apresentar uma fórmula que respeite quem são juntos. É nessa comunhão que nasce a fórmula que retrata o casal. Se não há duas pessoas iguais, não há duas somas iguais, logo não há duas fórmulas iguais.

Conte-nos um pouco da sua viagem profissional, das artes plásticas para o universo dos casamentos. Foi um caminho natural ou uma situação específica que o apontou?

Sou artista plástica e especializei-me em gravura e produção artística.

Terminada a licenciatura, parti para Espanha onde estudei e trabalhei, e acabei por ficar por lá cinco anos. A minha vida profissional era partilhada pela docência e pelo desenvolvimento da minha investigação e trabalho artístico (e por consequência concursos, bienais e exposições).

Regresso a Portugal e começo a dar aulas e a criar peças personalizados num atelier: foi aí que conheci uma noiva, que acabei por ajudar, ao criar detalhes que ela idealizava e não tinha conseguido encontrar.

Esta experiência despertou algo em mim. A alegria dela foi contagiante, e desafio tinha sido estimulante. Como gosto de desafios e de fazer coisas sempre diferentes (a monotonia desconcerta-me!), a ideia foi amadurecendo e ganhando forma e, assim, “nasceu” A PAJARITA.

 

Há quanto tempo trabalha nesta área? E porquê este universo dos casamentos?

Desde Dezembro de 2014.

O universo dos casamentos, tal como eu o encaro, é estimulante, cheio de desafio e aventuras. Não é estático nem monótono. É algo contagiante e que me faz levantar de manhã cheia de energia e de vontade de trabalhar.

 

EStaionário de casamento A Pajarita Convites de casamento em papel artesanal e aguarela, desenhados por A Pajarita Livro de votos em papel artesanal e aguarela, desenhado por A Pajarita

Como define o seu trabalho e como construiu essa assinatura?

É um trabalho feito de raiz, a medida de cada casal e tem como base a partilha. Tudo é pensado e desenhado com base no que os noivos partilham comigo: os seus gostos, expectativas, histórias, interesses, viagens…

 

Esse estilo faz parte do ADN da marca ou é um conceito que escolheu para explorar e trabalhar este ano? Porquê?

É, sem dúvida, o ADN. O fascinante é começar do zero. O caminho estimulante do processo ao produto final. Se deixar de existir, A PAJARITA não tem fundamento, não tem razão para existir.

 

As tendências da estação… são um assunto de trabalho ou apenas fait divers?

É sempre importante conhecer e debater as tendências, mas não serão um caminho a seguir se não se enquadram com a personalidade dos noivos dessa estação.

 

Boas-vindas ao Outono, por A Pajarita (26) Boas-vindas ao Outono, por A Pajarita (17) Boas-vindas ao Outono, por A Pajarita (22)

Ter o controle das decisões é importante? Tem uma perspectiva perfeccionista e específica sobre o resultado e a forma como quer que o seu trabalho seja consumido ou é o prazer de discutir ideias, de criar, que lhe interessa mais na relação com cada projecto, cada cliente?

Tenho de controlar a qualidade da execução, sou perfecionista, cada detalhe conta. Os materias são fundamentais e gosto de ter o controlo dos materiais usados e a sua qualidade. O processo criativo em si é muito orgânico, e parte sempre das conversas que tenho com cada casal. É delas que vou extrair os pormenores, as subtilezas em que me vou basear para criar os protótipos que lhes irei apresentar posteriormente.

 

Existem fórmulas vencedoras que aplica, ou cada convite, produto ou serviço é pensado totalmente de raiz?

Fórmulas vencedoras? Eu acredito que cada casal é uma fórmula. Se pensarmos nas pessoas, não há duas iguais. Quando conheço um casal, conheço duas pessoas diferentes e é a soma deles que eu tenho de calcular para lhes puder apresentar uma fórmula que respeite quem são juntos. É nessa comunhão que nasce a fórmula que retrata o casal. Se não há duas pessoas iguais, não há duas somas iguais, logo não há duas fórmulas iguais.

 

Onde busca inspiração para cada nova temporada de trabalho?

Para além de me inspirar na singularidade e personalidade de cada casal, busco-a nas exposições, nos filmes, na moda…

 

Convites de casamento artesanais, feitos por A Pajarita

Quando precisa de fazer reset, para onde olha, o que faz?

Faço coisas simples, mergulhos nos livros, foco-me na minha família, perco-me nas risadas do Vasquinho e na tranquilidade do bebé Gustavo (os meus sobrinhos e afilhados), vou ouvir o mar, desenho casas (que é uma forma simplista de descrever o meu trabalho artístico).

 

Qual é a importância do convite de casamento (e respectivo conjunto de estacionário), na grande lista de itens e tarefas?

Normalmente é encarada como uma tarefa secundária, e, a meu ver, erradamente. É a primeira impressão do dia que estamos a preparar. O convite é a imagem do nosso dia, logo, a nossa. Daí trabalhamos para que o feedback do convidado seja sempre: “o convite é mesmo a tua/vossa cara”.

 

Qual é o seu processo de trabalho, como acontece a ligação ao cliente?

Primeiro é necessário perceber se sou o fornecedor ideal. Se for, preciso de conversar com eles, perceber quem são, o que perspetivam. Seja pessoalmente, por videoconferência ou por email, quanto mais informações me derem, mais matéria prima tenho. Mostro exemplos, acabamentos, papéis para ir percebendo as preferências. As conversas costumam ser amenas e muito interessantes. Posteriormente, apresento-lhes um protótipo. Ele sofre o processo necessário de forma a responder às expectativas, e só depois passa para a produção.

 

Estacionário em papel artesanal e aguarela, desenhado por A Pajarita

Estacionário em papel artesanal e aguarela, desenhado por A Pajarita

Livros de votos desenhado por A Pajarita

Qual é a melhor parte de criar convites de casamento, ser o primeiro capítulo visível da história que leva ao grande dia? E o mais desafiante e difícil?

O melhor é não termos limites nem condicionantes estabelecidos pelo trabalho já desenvolvido e conhecermos pessoas novas. O que se torna desafiante, é o facto de se começar do zero, encontrar a imagem do casal sem usar recursos evidentes. O difícil, que é diferente de desafiante, a meu ver, é não ficar empolgado com os projetos e dizer aos noivos que a A PAJARITA não é o seu fornecedor ideal (acontece quando procuram convites padronizados).

 

Escolha o convite de que mais gosta no vosso portefólio, e conte-nos porquê:

É difícil escolher, mas os que mais me empolgam são os convites com intervenção manual, sem dúvida! O facto de cada um ser inevitavelmente diferente do outro, esse cunho pessoal e irrepetível desperta aquele brilhinho no meu olhar.

 

Marcador de mesa de casamento desenhado por A Pajarita Estacionário de casamento desenhado por A Pajarita Estacionário de casamento desenhado por A Pajarita

Os contactos detalhados de A Pajarita, estão na sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria, feita de imagens bonitas, e contactem a Alexandra directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.

O trabalho da Alexandra Barbosa não se fica pelos convites: das suas mãos sai tudo o que é papel e também belas flores: bouquet de noiva, flor de lapela, pulseira para as madrinhas e outras delicadas maravilhas. Sigam tudo aqui!

 

Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!

Susana Pinto

À conversa com: Quinta da Quintã – espaço para casamentos

Hoje conversamos com a Joana Coelho, da Quinta da Quintã – espaço para casamentos.

E que bela conversa esta, como vão descobrir.

 

Conheci a Joana quando visitei uma das edições do seu Wedding Weekend, há uns anos largos. Fiquei impressionada com tudo o que vi – o investimento real, palpável, da apresentação da Quinta da Quintã aos seus potenciais clientes (flores frescas e bonitas, estacionário variado e completo, cocktail gostoso e acabado de confeccionar, bolos dos noivos para ver e para provar), o gosto nos detalhes, a qualidade e atenção do e no serviço.

 

Mantive o contacto e o namoro, e fiquei muito feliz quando decidiram juntar-se ao Simplesmente Branco e a nossa relação já vai longa. Porque prestam um serviço de excelência e têm um trabalho óptimo, e porque olhamos para muitas coisas (as fundamentais), da mesma forma.

No último ano temos conversado bastante sobre isto de trabalhar no mercado de casamentos, sobretudo nos dias de hoje, e vamos partilhando as nossas reflexões. Ler, com detalhe, sobre o caminho que percorreram, as escolhas que fazem e o que os move e entusiasma, é abrir a porta de uma casa de sonhos, a Quinta da Quintã, e uma bela lição de profissionalismo.

 

Sabermos ler bem o nosso cliente, estabelecermos com ele esta relação de grande empatia e confiança, e, até, sabermos antecipar as limitações com que nos vamos deparar no futuro para conseguirmos concretizar esta ou aquela visão que ele nos traga, são valências essenciais no nosso trabalho. Conseguirmos manter-nos à tona, com a frescura e o tempo que a relação com cada cliente exige, em tempos em que os eventos se sucedem rapidamente, são desafios diários que procuramos vencer com uma organização e uma cadência de comunicação eficientes.

 

Vem de uma área criativa e está à frente deste projecto ambicioso e de imensa qualidade que é a Quinta da Quintã. O que a trouxe até aqui?

A Quinta da Quintã é uma quinta que está na minha família há muitos anos. A quinta original foi totalmente restaurada e ampliada para acolher a realização de eventos, projecto encabeçado pela minha mãe durante os primeiros anos. A dada altura eu e o João, que vimos ambos de áreas criativas, fomos desafiados pelos meus pais a integrar a equipa, a trazermos eventualmente uma abordagem refrescante a um projecto grande, num mercado imenso e cada vez mais exigente. Na altura tínhamos um atelier de design e outros projectos paralelos, também relacionados com as nossas áreas de estudo – eu tenho formação em design nas Belas Artes e o João em marketing e publicidade – e admito que foi uma decisão difícil, a de darmos este mergulho numa área que nos era um pouco estranha, o mercado dos eventos, e mais propriamente dos casamentos (na verdade, apesar de estarmos juntos há muitos anos, nem sequer éramos casados na altura). Mas o convite soou-nos a desafio, a mergulharmos juntos numa aventura nova – quase sempre trabalhámos juntos, curiosamente -, numa plataforma onde poderíamos aprender coisas, aplicar conhecimentos, dar asas à criatividade e trabalhar com amor, o Amor. Aqui podemos ser tantas coisas, podemos desenhar, esculpir, ilustrar, criar, conhecer pessoas, inspirar, concretizar visões e sonhos, sempre no plano do Amor. E assim foi: viemos já há uma boa dúzia de anos e foi-nos impossível não ficar.

 

Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography

Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography

Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography

A imagem de marca da Quinta da Quintã é, na minha opinião, um estilo moderno, elegante, muito romântico e versátil. Concorda com esta definição?

É muito interessante ouvir esta definição, vinda de alguém que respeitamos muito. A questão da definição de um estilo e de uma visão que oriente o nosso percurso é uma discussão muito interessante e que sempre me preocupou, quer no meu trabalho enquanto designer, quer no meu trabalho de organização e styling de eventos. Eu e o João conversamos bastante sobre esta dualidade que sentimos na decisão de manter um estilo definido ou de ir ao encontro das pretensões do cliente neste trabalho que, além de ter uma forte componente criativa, serve o propósito de uma outra pessoa que não o próprio criativo. É um facto que trabalhamos e criamos para alguém. Mas também é facto que em primeira instância trabalhamos para nós, construímos o nosso percurso, e temos de ser fiéis ao nosso estilo, à nossa verdade.

 

Só assim conseguimos distinguir-nos como “marca”, afirmarmos a nossa identidade num mercado tão saturado e nos oferecermos como uma alternativa para quem procura algo especial.

Dito isto, creio que os conceitos de elegância, romantismo e versatilidade definem muito bem o que procuramos oferecer em todos os eventos que criamos. São conceitos base, e de natureza abrangente, sobre os quais assentamos e concretizamos a visão de quem nos procura, obtendo neste diálogo resultados muitas vezes surpreendentes.

 

Esta assinatura faz parte do ADN do espaço, ou é algo que escolheram como tendência e tema para este ano? Porquê?

Creio que já faz parte da natureza do espaço, que se impõe muitas vezes como a base de construção do próprio evento, mas sem esquecer que o espaço também tem, ele próprio, vindo a evoluir, resultado da nossa leitura das tendências e da nossa própria evolução. Conhecemos intrinsecamente o que temos e sabemos o que não temos ou o que não queremos ter – não temos um celeiro em Inglaterra, nem uma esplanada na praia, pelo que não temos o objectivo irreal de oferecer todas as propostas, mesmo que estas surjam como tendências. Queremos que o nosso espaço surja como uma bela tela sobre a qual o cliente consiga projectar a sua visão e que, a par do espaço, o cliente encontre em nós os parceiros ideais e a inspiração para levá-lo ainda mais além.

 

As tendências da estação… são um assunto de trabalho ou apenas fait-divers?

As tendências são, sem dúvida, um assunto de trabalho. Cada vez mais, e ainda bem, eu diria. A área dos casamentos tem vindo a evoluir vertiginosamente ao longo dos últimos anos e muito por responsabilidade da democratização e crescente acesso à informação e às ditas tendências. Hoje estamos a um “clique” do que se faz hoje do outro lado do mundo. Estamos dentro das salas mais requintadas, assistimos aos eventos mais intimistas, aos mais glamourosos, e aos mais radicais. Isto ensina-nos coisas, faz-nos pensar nelas, abrir o nosso leque de possibilidades e, em última instância, refinar a nossa própria visão. Dá-nos muito mais trabalho, mas é um trabalho mais interessante, mais desafiante. Abre-nos mesmo a possibilidade de sermos, nós próprios, definidores das tendências. Nós e o que projectamos do nosso trabalho, fruto da relação e do diálogo com os noivos. Naqueles momentos mágicos em que se alinham perfeitamente os gostos e as vontades, a nossa verdade, a visão e a capacidade de execução, alguma liberdade e em que todos os elementos se conjugam num resultado capaz até de nos surpreender, a nós, os intervenientes desta criação, surge algo incrível e digno de ser considerado como definidor de tendência, e está ao nosso alcance ocupar esse espaço.

 

Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography

Ter o controle das decisões é importante? Tem uma perspectiva perfeccionista e específica sobre o resultado e a forma como quer que o seu espaço e trabalho sejam mostrados e vividos, ou é o prazer discutir ideias, de criar e acompanhar o processo, que lhe interessa mais na relação com cada projecto, cada cliente?

Tenho alguma dificuldade em dar uma resposta simples a esta pergunta. Se por um lado, a Quinta da Quintã sempre se posicionou no mercado como um espaço em que o convite feito aos noivos é o de personalizarem – definirem como querem que seja a relação e o percurso connosco, escolherem as equipas com que querem trabalhar, terem um voto sobre a maioria dos aspectos do nosso trabalho, desenharem connosco o seu dia à sua imagem – e que surge ele próprio como o resultado de um diálogo constante entre mim e o João, e entre nós e os outros, tenho uma tendência perfeccionista e de controlo e sinto, admito, dificuldade em assumir as cedências a que esta flexibilidade que oferecemos nos obriga por vezes. É certo que nem sempre nos identificamos com esta ou aquela escolha dos noivos, mas acredito que nos cabe a nós dirigir esta relação de forma a encontrar o equilíbrio entre os dois universos, sempre que eles se desencontram. É aqui que reside o maior desafio do nosso trabalho e é neste equilíbrio que nos conseguimos afirmar como uma alternativa distintiva, na qual a relação com o cliente é primordial.

 

Não posso, porém, deixar de admitir que uma das nossas vontades neste momento é dirigir o projecto Quinta da Quintã para uma posição em que alcancemos o melhor dos dois mundos: chegar cada vez mais aos clientes com que mais nos identificamos, aqueles que partilham a nossa visão, o gosto e o estilo que temos traçados para o futuro da Quinta da Quintã e com eles viver esta experiência de discutir, crescer e aprender ainda mais sobre o que queremos para este projecto. Fazer cada vez menos cedências, estreitar cada vez mais as escolhas, obter resultados cada vez mais diferenciadores e uma identidade cada vez mais coesa.

 

Onde busca inspiração para cada nova temporada de trabalho?

Sempre fui uma pessoa muito distraída dos detalhes do que me rodeia mas ao longo do tempo fui-me forçando a prestar-lhes mais atenção. Pode parecer uma afirmação idílica ou cliché, mas a natureza é uma grande fonte de inspiração, se soubermos como olhar. Os quadros naturais oferecem-nos imagens incríveis, ao nível da combinação de cores e da composição, por exemplo. Muito do que se faz e do que está na moda não são mais do que reinterpretações interessantes do que nos rodeia, aplicadas a diferentes contextos e em diferentes locais. Além disso devoro imagens, novas propostas, o que se faz bem, lá fora e cá dentro, – o Simplesmente Branco é um excelente exemplo disso – quer no âmbito dos casamentos, quer noutras áreas artísticas. Inspiro-me no trabalho dos meus amigos, no design, na moda, na arquitectura, na modelação de espaços. Inspiro-me nos clássicos, que correm sempre bem e que perduram no tempo. Inspiro-me nas minhas conversas com o João. E por último, e não menos importante, inspiro-me nos meus noivos, no que me trazem de novo, nas suas ideias mais pessoais. Gosto de percorrer lojas, de procurar novidades e de encontrar soluções para materializar essas ideias.

 

E nos momentos de fadiga criativa, como refresca a mente e o olhar?

Não é fácil desligar-me do trabalho, já que quase tudo à minha volta parece estar ligado a este mundo dos casamentos. Trabalho com o meu marido, o João, com a Tânia – minha cunhada e melhor amiga -, com a minha irmã Diana. A minha outra irmã, Ana, e o meu cunhado Zé, têm um projeto de vídeo também ligado à mesma área. O espaço tem ligações inegáveis à família. A própria equipa QQ já vem, quase na íntegra, dos primeiros tempos do projecto, pelo que é quase uma segunda família. Mantenho relações de amizade com muitos dos meus clientes. Mas é muito importante para mim conseguir por vezes desligar esta ficha. Viver a minha filha. Viver o meu marido. Viver os meus amigos. Conviver, sair, conhecer sítios novos, ter experiências diferentes, envolver-me em projectos noutras áreas, com outras pessoas, continuar o trabalho como designer gráfica, desenhar.

 

No fundo parar, fazer coisas que nada (e tudo) tenham a ver com este universo, ajuda-me a voltar mais leve, com uma ideia mais clara do que pretendo fazer aqui, e a regressar sempre a esse caminho das intenções, do qual às vezes nos desviamos por força da intensidade do trabalho. Mesmo no que respeita à Quinta enquanto espaço físico, optamos por parar todos os anos durante uns meses de forma conseguirmos um distanciamento que nos permita lançar um olhar crítico e limpo sobre o espaço e a imagem. Paramos, pensamos e agimos em conformidade com o que pretendemos obter no espaço, isto sob a forma de pequenas (ou grandes) remodelações e alterações. Este sistema permite-nos assegurar uma evolução constante e refrescar a nossa própria experiência, que é por vezes demasiado intensa.

 

Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography 

Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography

Como é o seu processo de trabalho, como cria uma ligação aos seus clientes?

Quem conhece a forma de trabalharmos, sabe que uma das componentes mais importantes e substanciais da nossa afirmação como equipa, é a relação que desenvolvemos com os noivos. Isto vale desde a primeira abordagem, feita pelo João, que recebe tão bem todos os clientes e potenciais clientes, e que acaba por ser o nosso rosto, a primeira impressão que a Quinta da Quintã deixa em quem nos procura; passa pelo acompanhamento dos noivos, organização e styling do evento, a meu cargo e da Tânia Almeida, pelos elementos que integram as nossas equipas de apoio comercial, manutenção, decoração e cozinha – tão importante -, e culmina na relação que os nossos colaboradores de sala estabelecem com noivos e convidados no dia do evento. Somos um espaço absolutamente aberto a todas as pessoas e procuramos desenvolver uma relação próxima com quem nos procura para realizar um dia tão importante na sua vida, e que acaba por acontecer de forma muito natural. Compreendo quem opte por manter a ligação com o cliente numa esfera mais profissional, mas nós não somos assim. Nós queremos sentir-nos próximos. Esta é uma área de actividade muito intensa e exigente, quer física, quer emocionalmente, em que o nível de drama é sempre muito elevado.

 

Em boa verdade, estamos sempre a trabalhar para o dia mais importante da vida de alguém e essa carga é incontornável. Um relacionamento de proximidade atenua esta dimensão, anula eventuais barreiras e traz uma excelente energia ao trabalho. Sabermos ler bem o nosso cliente, estabelecermos com ele esta relação de grande empatia e confiança, e, até, sabermos antecipar as limitações com que nos vamos deparar no futuro para conseguirmos concretizar esta ou aquela visão que ele nos traga, são valências essenciais no nosso trabalho. Conseguirmos manter-nos à tona, com a frescura e o tempo que a relação com cada cliente exige, em tempos em que os eventos se sucedem rapidamente, são desafios diários que procuramos vencer com uma organização e uma cadência de comunicação eficientes. No final de contas, podemos orgulhar-nos de dizer que já fizemos muitos e bons amigos junto dos nossos noivos, e creio que esta afirmação será mútua.

 

Qual é a melhor parte de decorar um casamento? E o mais desafiante e difícil?

Para mim é o processo de pegar num fio que nos é dado pelos clientes e desenrolá-lo com mestria até onde conseguirmos, com vista a um resultado surpreendente. É juntarmos um conjunto de ideias e elementos e construirmos algo coeso, bonito, uma imagem, um ambiente, a base para uma festa de sonho. É a reacção dos noivos quando chegam e vêem o nosso trabalho. É o telefonema que recebemos no dia seguinte. É a nostalgia boa que fica. E é percebermos que o nosso trabalho toca a vida de muitas pessoas de uma forma boa, bela. Que ajudamos a criar dias únicos, irrepetíveis, marcados por muita cumplicidade e amor. O mais difícil é contornar as limitações que o mundo real impõe, conseguir o equilíbrio entre o que é instagrammable e o casamento real, com um serviço real e muito sério, com convidados reais e um mundo de detalhes e esforços que têm de fluir e funcionar.

 

Qual foi o casamento em que mais gostou de trabalhar? Porquê?

Acho que é impossível destacar um só casamento. Ao longo destes anos houve muitos e maravilhosos eventos que me marcaram pelas mais variadas razões. Ou pelos noivos que conhecemos por aqui – temo-nos cruzado com pessoas verdadeiramente surpreendentes ao longo do nosso percurso na QQ – ou pelos que já conhecíamos – tivemos o privilégio de participar no casamento de grandes amigos e de alguns familiares queridos – ou por ter sido um evento difícil, com um nível de exigência mais desgastante, e que correu tão bem, ou por ter sido um projecto desafiante, em que conseguimos fazer algo realmente diferente, genuíno, marcante na nossa história.

  Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography Casamento na Quinta da Quintã, com fotografia de Pedro Lopes Photography

Escolha uma imagem favorita do seu portfolio e conte-nos porquê:

A ter de escolher uma imagem, escolho esta fotografia do João Almeida, porque é bonita e homenageia de forma singela alguém muito especial, de quem nos lembramos sempre. Este foi um dia feliz.

 

Quinta da Quintã - espaço para casamentos

Os contactos detalhados da Quinta da Quintã estão na sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria, feita de belas imagens, e contactem o João Carvalho de Almeida directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.

 

Espreitem também o  mais bonito dos dias da Bruna + Diogo, que publicámos recentemente: que festaça nos belos jardins!

 

 

Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!

 

Susana Pinto

À conversa com: Quinta do Hespanhol – espaço para casamentos

Hoje a conversa é com a equipa da Quinta do Hespanhol, um espaço para casamentos nos arredores de Lisboa, em Torres Vedras.

Fiquem a conhecer em detalhe este espaço mágico e muito romântico, onde uma equipa muito empenhada e atenta vos conduz até ao mais bonito dos dias.

Todos os anos conhecemos casais que nos inspiram e que nos marcam. O melhor que posso dizer é que todos eles depositam totalmente a sua confiança em nós, dando-nos liberdade criativa, desafiando-nos a criar coisas novas e, simplesmente, relaxam e aproveitam todas as partes boas deste processo!

Contem-nos um bocadinho do vosso percurso, como vieram parar ao universo dos casamentos?

Começámos a fazer eventos há mais de trinta anos, inicialmente mais corporativos do que sociais, mas com o tempo focámo-nos mais nos casamentos. É difícil atribuir uma só razão, mas ainda bem que assim foi, os casamentos são muito mais pessoais e desafiantes que qualquer outra festa, não só devido às expectativas criadas após anos a sonhar com este dia como o facto de ser um momento único na vida do casal, um dia que querem partilhar com a pessoas de quem mais gostam, sem terem de se preocupar com mais nada, a não ser desfrutar.

 

ESpaço para casamentos com cerimónia civil ao ar livre: Quinta do Hespanhol  ESpaço para casamentos com cerimónia ao ar livre: Quinta do Hespanhol Espaço para casamentos com cerimónia ao ar livre

A imagem de marca da Quinta do Hespanhol é, na minha opinião, um estilo rústico, campestre e muito romântico. Concordam com esta definição?

Descreve muito bem o estilo da Quinta. O campestre devido, claro, ao estar longe da cidade, e a toda a envolvência verde. O rústico devido à essência da Quinta, nós podemos tentar modernizar a decoração mas isso não faz sentido porque não faz parte da sua identidade. E o romântico pela sua história, aliás, por todas as histórias, as da nossa família e as de todos os casais que por cá passaram. A Quinta acaba por ser o “palco” de um dos dias mais especiais da vida dos nossos noivos, não só acredito que marque muitos deles, como também muitos marcaram a Quinta, é isso sem dúvida que influencia a essência de um espaço.

 

Esta assinatura faz parte do ADN do espaço, ou é algo que escolheram como tendência e tema para este ano? Porquê?

Sem dúvida que não foi escolhido, acredito que com os anos e as histórias que passaram na Quinta, ela foi ganhando carácter, isto não é algo que seja possível criar da noite para o dia, não é algo que seja possível escolher.

Se impusermos um estilo a um sítio, nunca vai haver ligação, é algo que precisa de ser trabalhado e que tem que fazer sentido.

Há uns tempos  a mãe de uma noiva disse-nos algo que nos marcou: “visitámos muitos espaços, muitos com opções dentro do mesmo estilo e até com objectos de decoração iguais, mas pareciam só “postos lá” de propósito, aqui eles pertencem…”.
A lição é esta: não vale a pena forçar estilos para vender casamentos, devemos ser fiéis a nós mesmos e à identidade e natureza do espaço.

 

espaço para casamentos com cerimónia ao ar livre: Quinta do Hespanhol Espaços para casamento: Quinta do Hespanhol Espaços para casar: Quinta do Hespanhol

As tendências da estação… são um assunto de trabalho ou apenas fait-divers?

Depende, há algumas tendências que são pesquisadas e trabalhadas de modo a convergirem com o nosso estilo, e há outras que simplesmente acontecem…! A maioria dos nossos casais interessa-se muito por decoração, e, felizmente têm muito bom gosto e vão ao encontro do nosso estilo.

Quando um casal nos apresenta ideias novas e estilos diferentes, depois das trabalharmos e pormos em prática, muitas vezes acabam no inspiration board do próximo ano!

 

Ter o controle das decisões é importante? Têm uma perspectiva perfeccionista e específica sobre o resultado e a forma como querem que o vosso espaço e trabalho sejam mostrados e vividos, ou é o prazer discutir ideias, de criar e acompanhar o processo, que vos interessa mais na relação com cada projecto, cada cliente?

O controlo das decisões não é, de todo, um objectivo nosso. Cada casal é diferente, pelo que cada casamento também o deve ser. Com o volume de marcações que temos, há certos aspectos que são difíceis de alterar, mas fazemos de tudo para que noivos sintam que estão a receber os seus convidados em casa e que tudo seja um reflexo da sua personalidade e gostos pessoais!

Recebemos casais que chegam com ideias muito determinadas, com fotografias de outros casamentos para que façamos igual, mas faz parte do nosso processo conhecê-los e, com um bocadinho de liberdade criativa, tornar a festa no “seu” casamento.

Somos perfeccionistas e se houver margem, tempo e meios para melhorar, porque não?

 

Espaços para casamento: Quinta do Hespanhol

Onde buscam inspiração para cada nova temporada de trabalho?

Passamos longas e apreciadas horas no Pinterest e recolhemos ideias que depois trabalhamos até fazerem parte do nosso estilo. Outra grande fonte de inspiração são os nossos casais criativos e dispostos a arriscar.

 

E nos momentos de fadiga criativa, como refrescam a mente e o olhar?

Temos boards de inspiração para cada estilo, e quando estamos menos inspiradas, conversamos entre nós, discutir o processo é a melhor maneira de arranjar novas ideias, e tendo em conta a carga criativa dentro da nossa equipa, é uma óptima solução!

 

Espaço para casamentos com salão rústico: Quinta do Hespanhol

Como é o vosso processo de trabalho, como criam uma ligação aos vossos clientes?

O nosso processo não tem sido tão pessoal como gostaríamos, e para a nova estação queremos organizar as visitas de uma forma mais apelativa: uma primeira visita para conhecer o espaço e os serviços, que é mais impessoal e na companhia de outros clientes, que servirá de filtro para a segunda visita, igualmente colectiva e provavelmente acompanhada pelos pais, e que inclui prova de degustação.

A terceira visita será para a mostra da decoração e aqui a atenção é já mais dedicada, conseguimos conhecer melhor os casais e conversar demoradamente de forma a conhecê-los e perceber o seu estilo, o que os inspira e quais as expectativas que têm para o grande dia.

Recomendamos uma quarta visita cerca de três meses antes do evento e uma reunião para percebermos o progresso da organização do casamento. A quinta visita ocorre um mês antes, para fecharmos todos os pormenores da organização do dia. A sexta visita deverá ser na semana anterior, para depositar todo o estacionário e elementos soltos (seating plan, menus, sinalética, lembranças, peças especiais, etc.).

Fechamos o ciclo com a sétima visita, a melhor de todas: o grande dia!

Este é o cenário ideal, mas é claro que nem todos os casais têm esta disponibilidade, por isso, fazendo as visitas indispensáveis, e reuniões via Skype com os nossos casais que vivem fora do país, organizamos tudo!

 

Bolo dos noivos de verão - na QUinta do Hespanhol Espaço para casamentos nos arredores de Lisboa - Quinta do Hespanhol

Qual é a melhor parte de organizar e decorar um casamento? E o mais desafiante e difícil?

A melhor parte é, sem dúvida, quando passamos do papel para realidade, a montagem e depois o resultado final quando corre como idealizámos, é algo extremamente gratificante. O grande desafio é a falta de orçamento para decoração, por parte de alguns dos nossos casais que têm ideias com as quais nos identificamos e que queremos mesmo por em prática- é uma ginástica difícil.

 

Qual foi o casamento em que mais gostaram de trabalhar? Porquê?

Isso é tão difícil de escolher! Todos os anos conhecemos casais que nos inspiram e que nos marcam. O melhor que posso dizer é que todos eles depositam totalmente a sua confiança em nós, dando-nos liberdade criativa, desafiando-nos a criar coisas novas, e simplesmente relaxam e aproveitam todas as partes boas deste processo!

 

Escolham uma imagem favorita do seu portefólio e contem-nos porquê:

Mais uma pergunta difícil… Há certas imagens que ficam guardadas na memória, muitas vezes porque foi uma estreia (de um novo estilo, de uma nova área, etc..), porque são zonas familiares (como as do viveiro), porque é a nossa equipa, ou pelas emoções que transparecem. No dia, com a correria das montagens, apenas a Sílvia (a nossa coordenadora do dia) acompanha os noivos. Quando recebemos as reportagens fotográficas, mesmo com as belas imagens das decorações, as que nos marca mais  são as que captam o “carrocel” de emoções que os noivos atravessaram nesse dia.

 

Quinta do Hespanhol - espaco para casamentos

 

Contactem a Quinta do Hespanhol através da sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria, feita de belas imagens, e contactem o Miguel Fernandes Thomaz directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.

E não deixem de espreitar o casamento bonito da Filipa + Francisco.

 

Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!

 

Susana Pinto

À conversa com: Jukebox – DJ e música para casamentos

Esta semana conversamos com o João Marques, da Jukebox, um serviço de DJ’s e música para casamentos e eventos corporativos.

Conheço o João há quase uma década e sempre tivemos grandes (e muito boas) conversas profissionais, sobre o mercado, sobre ética, sobre negócio. Está na nossa lista seleccionada de fornecedores desde o primeiro momento e as pistas de dança da Jukebox são lendárias no mercado de casamentos.

Vamos a isto?

A Música para mim é um conceito superior que vai para além do conjunto de interpretes, temas e dos títulos que mais aprecio isoladamente. É uma paixão que mantém o mesmo encanto de sempre e está longe de ser uma obrigação profissional.

Das leis – estudaste Direito, na Católica – para as pistas de dança: como é que isso aconteceu?

Costumo dizer que não fui eu que escolhi a minha profissão, foi Ela que me escolheu. E assim passei a ser um profissional da Música. Agora que olho para trás parece tudo muito simples. Embora a Música tenha sido uma constante na minha vida desde cedo, sempre me foi incutida a ideia de que não teria uma vida economicamente sustentável se não enveredasse por uma carreira de cariz mais tradicional. O interesse pelo Direito foi por mim sempre assumido como meramente instrumental, inicialmente ditado por influência da família e alimentado pelo entusiasmo com que assistia à defesa fervorosa de direitos humanos por algumas das personagens emblemáticas da ficção americana no cinema e na tv.

 

Como todos os DJs da minha geração, fui um autodidacta, e por isso essa aventura começou muito cedo na minha adolescência, como um hobby que derivou da evolução natural da consolidação do meu interesse pela Música. Os meus amigos aprendiam a tocar instrumentos e nos métodos de criação musical, eu focava-me na Música enquanto resultado final.  Quando iniciei o meu percurso académico na faculdade de Direito da Universidade Católica, o meu desenvolvimento como DJ já estava numa fase avançada, e como tal, a par dos estudos, mantinha-me semi-profissionalmente ocupado com a Música através de residências insignificantes em estabelecimentos nocturnos locais.

 

As festas académicas enervavam-me particularmente pela (falta de) qualidade musical que se traduzia num desinteresse geral pela música, o que por sua vez só acentuava o fraco investimento que se fazia no entretenimento musical das festas. A muito custo lá consegui um dia negociar uma breve participação inusitada, a ter lugar num intervalo da actuação de uma banda de uns amigos numa festa de recepção ao caloiro. A minha presença não estava sequer prevista pela organização e tinha sido justificada como sendo necessária como exercício de suporte de som como técnico de som de uma das bandas do lineup. Correu tão bem que a actuação da banda já não deu continuidade para uma segunda parte e foi uma questão de tempo até as primeiras oportunidades no âmbito das festas académicas começarem a aparecer, evoluindo para participações em galas académicas.

 

As galas tinham um estatuto diferente porque ao contrário de uma festa típica realizada no pólo universitário, tinham lugar em discotecas mediáticas da noite de Lisboa (Kapital, Buddha Bar, Plateau, Docks, BBC, Bugix, entre outras) que acabavam por dar uma maior projecção e permitiam um contacto com um contexto profissional a um “universitário” que também era DJ mas que na realidade era um desconhecido para o circuito da noite e do clubbing. Tive a felicidade de, por causa dos compromissos académicos, me ver forçado a escolher muito bem os desafios profissionais no âmbito da Música que me eram colocados pelos contactos que fui fazendo nestas casas, e por isso consegui conciliar os dois universos de forma equilibrada. Esta realidade forçou-me a ser exigente comigo próprio e com quem me propunha determinados projectos, e naturalmente a profissionalização foi-se desenvolvendo sem que me apercebesse. No fim do percurso académico, ao fazer as primeiras entrevistas e ao avaliar as primeiras propostas de emprego, fui confrontado com a exigência das obrigações que o Mundo Jurídico me impunha. Para mim tornou-se claro que para fazer parte dele, teria de afastar por completo a possibilidade de continuar a ter um papel activo na Música, que à data se manifestava com todo um Universo de oportunidades tão mais promissoras e mais gratificantes.

 

Nunca cheguei a exercer o Direito, não porque não me relacionasse com essa realidade, mas porque tive de assumir que ao fazê-lo teria de sacrificar tudo o que a Música me tinha permitido obter. No momento em que percebi este facto, decidi, sem qualquer hesitação, que passaria a fazer da minha actividade musical a minha única actividade profissional, potenciando as oportunidades que se acumulavam.

 

A evolução natural foi no sentido de colaborar com comissões de finalistas e a ser escolhido como o DJ responsável pelos bailes de finalistas da faculdade. Primeiro nos dos meus colegas , depois – por referência – nos colegas de outros cursos dentro da mesma faculdade, e posteriormente mesmo noutras instituições. Este facto foi determinante na minha capacidade criativa, mas principalmente na alavancagem  de uma carreira profissional num segmento de eventos diferente, porque o público presente nestas festas é composto tanto pelos alunos finalistas, como também pelos seus professores (que representam faixas etárias muito diversas), alguns dos quais em idades de casar, o que fez com que passassem a delegar em mim a confiança para participar como DJ nas suas festas de casamento.

 

Jukebox - DJ para casamentoJukebox | Animação para Casmaento (1)

Jukebox | Animação para Casmaento (3)

És um dos nossos clientes mais antigos – és fornecedor seleccionado do Simplesmente Branco desde 2011 –, fazemos parte da mesma geração que olhou para o mercado de casamento nessa época e quis oferecer um serviço diferente e modernizado, ter uma voz activa e provocar a mudança. O que achas do panorama actual?

O panorama actual nunca foi tão positivo.  Assistimos todos os anos ao aparecimento de gerações de profissionais com formação, talento, empenho e iniciativa que me fazem crer que nunca o sector teve tanta qualidade distribuída por tantos profissionais como agora. A nossa geração teve o mérito de se profissionalizar e de o saber fazer de uma forma estruturada, algo que as gerações anteriores não o faziam, porque se podiam dar ao luxo de não o fazer. Para as gerações de profissionais que compõem actualmente o sector, e para aquelas que estão agora a dar os primeiros passos, ou mesmo aquelas que estão a poucos passos de o integrar, é um requisito incontornável. A feroz competitividade entre os profissionais e a rigorosa exigência do mercado (que se considera já numa escala global), obriga necessariamente os players a uma consistência na qualidade dos seus serviços, e a um esforço contínuo para se superarem a si próprios e aos seus pares. Desse trabalho constante resulta uma criação de valor, da qual todos beneficiamos, directa e indirectamente, mas principalmente o mercado e o público desse mercado, fazendo do panorama profissional actual um universo de qualidade sem precedentes.

 

O que ouves quando não estás a trabalhar? Separas lazer e profissão?

É extremamente difícil para mim encarar a Música fazendo uma separação nesses termos. Foi desde sempre o meu hobby e divertimento principal, que eu simplesmente converti na minha actividade profissional.  O que fez com que se acentuasse como uma constante da minha vida, como a actividade que mais me ocupa diariamente. É preciso entender que está sempre impregnada na realidade do meu quotidiano, seja no âmbito profissional ou pessoal. Chego à conclusão que da mesma forma que a maioria das pessoas escolhem activamente ouvir Música para se distraírem, eu escolho ouvir silêncio (e só mesmo quando tem de ser), porque na maior parte do tempo a Música está (e sempre esteve) presente nas diferentes dimensões da minha vida.  Respeito-A como principal matéria prima da minha actividade criativa, e respeito a criação musical num sentido lato.

 

Naturalmente tenho as minhas preferências mas a forma como absorvo e vivo a Música ou a dimensão em que a experiencio, seja em trabalho ou lazer, acaba por ser indissociável da minha natureza, porque tanto a valorizo ao ponto de me divertir quando estou a misturá-la como DJ ou na prospecção de música nova, como quando estou a reorganizar a minha colecção analógica ou digital, a criar uma lista no Spotify, na preparação da próxima festa, ou quando revisito um disco, mesmo não havendo uma relação peculiar com os conteúdos musicais desses momentos.

 

Em última análise, a Música para mim é um conceito superior que vai para além do conjunto de interpretes, temas e dos títulos que mais aprecio isoladamente. É uma paixão que mantém o mesmo encanto de sempre e está longe de ser uma obrigação profissional. Não posso dizer o mesmo dos assuntos inerentes à minha participação na gestão de um projecto empresarial, que é actualmente uma outra realidade da minha actividade profissional relacionada com a Música e que me ocupa muito mais tempo do que eu gostaria: competências como a representação institucional, a negociação de contratos, o planeamento estratégico, a gestão de recursos humanos ou a gestão financeira, correspondem ao que eu considero obrigações profissionais chatas e desgastantes, e que por isso tento equilibrar com o impacto da Música no seu exercício, para que possam ser mais suportáveis.

 

Jukebox | Animação para Casmaento (7) Jukebox - DJ para casamento Jukebox | Animação para Casmaento (8)

Gostas dançar ou preferes ouvir? Como te manténs actualizado?

Procuro um equilíbrio entre as duas acções. Depende do mood, do contexto, do local e principalmente da companhia. Ouvir quando estou sozinho. Dançar quando estou acompanhado.

 

Para me manter actualizado procuro manter o meu espírito aberto e receptivo a todas as influências. Tento absorver estas influências através de pesquisas no meio digital, visto que a internet é uma fonte inesgotável, e quando a pesquisa tem um propósito mais imediato, acaba por ser o recurso mais prático e mais acessível. Mas para resultados de pesquisa mais sólidos, o processo de actualização vai para além de uma mera pesquisa digital, ou a audição diária dos hits semanais no itunes, Spotify ou youtube.  A descoberta de “discos” em colecções analógicas ou digitais de colegas, outros DJs, e consumidores (ou distribuidores) de Música revela uma partilha que torna mais natural e consolidadado o processo de actualização de um profissional, cuja actividade está intrinsecamente relacionada com a cultura musical. A forma mais natural de me manter permanente actualizado, é fazer o possível (e o impossível) para estar sempre em contacto com a música, seja num processo activo de consumo, seja de alguma forma atento a aspectos que possam estar directa ou indirectamente relacionados.

 

Trabalhas com clientes corporativos e com clientes particulares: no dance floor somos todos iguais ou o vibe da festa é muito diferente?

A Música ao serviço do entretenimento pode adoptar diferentes papéis, servindo diferentes propósitos.  Pode ser um meio para atingir um fim, ou um fim em si mesmo, pode enaltecer ou escamotear aspectos de um espectáculo, ou o pode ser o espectáculo em si mesmo. Pode ser um bem principal, ou acessório, substancial ou formal.

 

Ao servir um propósito de diversão, é possível constatar vezes sem conta, que Ela desperta no público um espírito e uma energia que se autonomiza e extravasa o conceito individual de cada destinatário. É em Si mesma uma causa e consequência que serve de condutor a emoções e memórias que são partilhadas conjuntamente por quem a vive, independentemente da nacionalidade, raça, credo, estatuto social, ou poder económico.  E seguindo essa linha de pensamento acredito que a Música tem a capacidade de humanizar as pessoas, na medida em que as faz perderem-se, na sua essência mais orgânica e primária: o objectivo pleno do ser humano é a conquista felicidade, e o entretenimento é uma das formas superficiais que encontramos de satisfazer essa procura, mesmo que efemeramente.

 

O alcance da Música é tão abrangente, que oferece possibilidades infinitas de abordagens criativas ou conceptuais que fazem deste um Universo sofisticado e complexo, contudo, no que diz respeito à experiência de pista, o ser humano é mais básico e primário: o que as pessoas procuram verdadeiramente é dançar, divertir-se e alhear-se dos problemas mundanos por uns instantes.

 

O que faz uma grande noite (ou pista de dança)?

Um público divertido. Quando se junta o Divertimento à Música, o resultado é garantido. Não é preciso muito para chegar a uma fórmula de sucesso: do lado do curador Musical (seja DJ, Banda ou outro tipo) existir uma sequência musical adequada, e uma boa energia na abordagem ao público; do lado do público, uma pré-disposição para o entretenimento, alinhada com um mínimo de respeito criativo por quem dita as regras do jogo (o entertainer).

 

Jukebox - DJ para casamento Jukebox - DJ para casamento Jukebox - DJ para casamento

Qual é o processo de trabalho da Jukebox, como acontece a ligação com os vossos clientes?

A Jukebox é composta por um colectivo criativo, do qual fazem parte DJs, Músicos e Técnicos de Audiovisual, com o objectivo comum de estabelecer relações, processos e metodologias que nos permitam superar as expectativas do cliente, tendo em conta a especificidade, personalidade e orientações para cada projecto.

 

Uma vez que a Jukebox tem um núcleo diversificado de profissionais, e por acreditarmos que, para garantirmos os parâmetros de qualidade a que nos propomos, não só é importante realçar os elementos diferenciadores do perfil criativo de cada um, como também assegurar bases comuns a todos os membros desse colectivo, investimos muito no processo de preparação e acompanhamento da nossa participação no evento. Assim, no sentido de garantir que as expectativas de todas as partes envolvidas estão alinhadas e que há uma compatibilidade evidente entre o perfil criativo do DJ Jukebox e as linhas estabelecidas pelos anfitriões para cada projecto, há todo um processo de preparação que passa necessariamente por estabelecer um canal de comunicação directo, transparente e personalizado com todos os nossos clientes.

 

Com base nesse princípio, desenvolvemos um processo próprio de distribuição da nossa equipa, com especial enfoque nas características de cada um dos nossos DJs. Por ser extremamente personalizado, este processo atravessa várias fases de contacto directo (reuniões de apresentação, sessões de esclarecimento, visitas técnicas e reuniões criativas), iniciativas de showcase, e até testes psicotécnico-criativos, o que pressupõe naturalmente uma relação de colaboração muito próxima com os nossos clientes, e muito trabalho, que não se circunscreve apenas ao dia do evento .

 

Isto não significa que a nossa mensagem chegue a todos da mesma forma, no entanto, apesar de trabalhoso, o processo é claro e relativamente simples. Acima de tudo tem o mérito de ser extremamente eficaz porque nos ajuda logo a ter noção se o cliente tem potencial para corresponder às nossas expectativas ou vice-versa.

 

Como crias a playlist para o teu cliente? É tudo trabalho prévio ou há espaço de improviso, um factor pesa mais do que outro?

É um processo criativo que se traduz num compromisso equilibrado entre a espontaneidade da leitura de pista, o improviso técnico-criativo do manuseamento da música em tempo-real, e um trabalho prévio que se inicia no primeiro contacto com o cliente.

 

De facto, há aspectos que pertencem por completo ao âmbito do improviso e da espontaneidade, e é por isso que a sua gestão pode ditar a eficácia da forma como a festa é conduzida. Ter sentido de oportunidade, compreender o enquadramento, sentir o espírito da festa, ler o flow musical, decifrar a linguagem corporal das pessoas, saber controlar os ímpetos de energia e o esfriamento dos ânimos,  segurar a dinâmica da pista com consistência, são talentos objectivos, que resultam de um livre-arbítrio criativo que um DJ reconhece a si próprio, muitas vezes pautado apenas por mera intuição, ou claro, pela sua própria experiência.

 

No domínio do trabalho prévio, há uma dimensão constante desse trabalho prévio, que se prende com a aproximação que é comum a todos os projectos: a formação contínua, os métodos usados para desenvolver o know-how de DJ, seja na cultura-musical, no treino de técnicas novas, na procura incessante por elementos inspiradores, no afinamento da sensibilidade às reacções do público, na busca pelos futuros êxitos, na redescoberta de tesouros musicais perdidos, ou na reciclagem de potenciais inalcançados… Há toda uma série de rotinas que estão impregnadas em pequenos actos quotididanos da vida de um DJ, e servem este propósito de preparação permanente.

 

Por outro lado, há uma dimensão variável, desse trabalho de preparação que tem mais que ver com a informação que os anfitriões nos providenciam. Essa informação não se esgota na indicação de linhas orientativas, listas de músicas de inspiração, na proibição de temas, e depende muito mais do quanto o cliente se quer dar a conhecer a si próprio e ao seu público-convidado. Há todo um exercício de introspecção musical que pretendemos desencadear no cliente, e o nosso trabalho de preparação reflecte isso mesmo.  Cada acção, omissão ou restrição servem de fundamento à construção personalizada desse trabalho prévio que só é possível se houver uma comunicação transparente e um acompanhamento eficaz ao longo de um período de tempo que decorre ao longo de meses.

 

Jukebox | Animação para Casmaento (9) DJ a pôr música em casamento e convidados a dançar

Se te casasses, com que música abrias a pista?

Presumindo que a minha cara-metade estivesse de acordo, provavelmente seria uma Música calma, algo romântica. Decididamente, um tema com estatuto de clássico, que considerasse bonito mas dissociado de algum significado paralelo, para que assim se tornasse especial a partir desse momento, ganhando um novo simbolismo.

 

Qual é a música a que regressas sempre?

Esta é uma pergunta para a qual dificilmente teria uma resposta simples. Sendo a Música o meu santuário, está repleta de títulos e intérpretes aos quais regressaria sempre sem hesitação, dependendo obviamente do estado de espírito, alguns dos quais faço questão de ter com quem partilhar, outros nem tanto.

 

 

Contactem a Jukebox através da sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria, feita de belas imagens, e contactem o João Marques directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.

Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!