À conversa com: Golden Days Wedding Photography, fotografia de casamento
Esta semana conversamos com o Rui Gaiola, que assina como Golden Days Wedding Photography, sobre fotografia de casamento.
O trabalho do Rui Gaiola tem sempre uma luz em tons de caramelo que dá um calor adicional às imagens bonitas que capta. Para mim, têm a nostalgia das fotografias de verão dos anos 70, a década em que eu fui criança, captada nos rolos Kodak, e este registo que se afasta largamente da estética fine art, tem uma naturalidade e intimidade que são fascinantes.
O Rui conta-nos o que andou a fazer até lançar a Golden Days Wedding Photography e como construíu esta assinatura tão especial. É só ler o que se segue!
Conta-nos um pouco da tua viagem profissional até aqui, à fotografia de casamento.
Desde cedo que estive ligado às artes e foi por esse caminho que segui na minha formação académica. Fiz a minha formação toda em design gráfico e seis meses depois de começar a trabalhar num atelier de design, percebi que não era aquilo que queria fazer para o resto da vida. Passar o dia em frente a um computador, sem horários e com uma pressão constante para criar, não era de todo o que ambicionava profissionalmente. Ainda passei pela parte das artes gráficas e impressão, que é uma área que eu adoro, mas também durou pouco tempo. À procura de uma área que me preenchesse, cheguei à fotografia. Comecei na fotografia muito generalista, mas em pouco tempo já estava com o bichinho de fotografar casamentos e aqui estou eu.
Há quanto tempo fotografas? E porquê casamentos?
Esta resposta vem na continuação do meu percurso até chegar aos casamentos. Foi na fotografia de casamento que encontrei o maior equilíbrio entre o que gosto de fazer, o que sei fazer e o que me reliza pessoal e profissionalmente. Foi um percurso longo, com muitas tentativas e erros, até chegar aqui. Depois, tão ou mais importante, é o que conseguimos construir com os nossos clientes, desde a ligação pessoal que criamos, o trabalho que conseguimos fazer e entregar, até ao feedback incrível que por vezes recebemos. Tudo isto é muito raro e difícil de reunir numa só profissão. Comecei o meu percurso na fotografia “generalista” em 2010 e comecei a fotografar casamentos mais a sério com a Golden Days Wedding Photography em 2014.
Nestes tempos globais, em que as imagens circulam a uma velocidade vertiginosa e todos temos acesso a tudo, a qualquer hora, onde vais buscar inspiração?
É verdade que a velocidade e a quantidade de informação a que temos acesso em qualquer lado é assustadora, por isso é tão importante, pelo menos para mim, conseguir afastar-me dela para ser selectivo no que consumo. Não é fácil, mas funciona. A inspiração vem das viagens que faço, dos fotógrafos (de casamentos e não só) que sigo, dos amigos que me rodeiam e com quem partilho ideias e conhecimentos, e, claro, de toda a cultura visual que consumo, revistas, livros e cinema.
Como construíste a tua assinatura, como a defines?
Somos todos “reféns” da nossa educação, das nossas vivências e da nossa cultura geral e visual. A minha forma de fotografar e o meu estilo resultam da mistura de tudo isso. Não sou estratega nem calculista ao ponto de me posicionar ou conduzir o que faço para uma linguagem ou um estilo especifico. Basicamente, ela acontece naturalmente e só a consigo identificar quando páro, me afasto e olho para trás, e é aí que consigo perceber que há ali uma linguagem e um fio condutor no meu trabalho, mas é um processo natural. Definir o que fazemos é sempre difícil e delicado, mas em poucas palavras, apontaria para um estilo fotográfico descontraído, natural e focado em emoções e momentos.
Quando precisas de fazer reset, para onde olhas, o que fazes?
Viajo. É sem dúvida o melhor reset que posso fazer. Natureza, florestas e montanhas, com neve de preferência, companhia, uma máquina fotográfica e um carro – é esta a minha receita. Consigo desligar de tudo, emails, edição, reuniões e até da rotina quotidiana que tenho.
De Lisboa para o mundo, ou Portugal de lés a lés: fotografar estrangeiros é diferente de fotografar casamentos nacionais?
É sem dúvida diferente, não quer isto dizer que seja melhor ou pior.
Portugal é um pais com muita história, com muitas tradições e protocolos e nem toda a gente tem coragem de romper, e isto não deixa de ser uma limitação para casamentos mais simples e alternativos. Quem decide sair do seu país para vir casar a Portugal, vem com o espírito aberto para criar um casamento à sua imagem, com muita liberdade e sem limitações, e eu acho que esta é a grande diferença. Eu acredito que o mesmo acontecerá com um casal Português que decida casar noutro país, vai ter de certeza um casamento totalmente diferente do que se casasse em Portugal. Da parte criativa é sempre desafiante fotografar casamentos diferentes do nosso “clássico“ tradicional português, mas isto tanto se aplica a casamentos de estrangeiros como de portugueses.
Qual é o teu processo de trabalho, como acontece a ligação com os teus clientes?
Eu acredito que a ligação com os meus clientes acontece quando eles se cruzam com o meu trabalho, quer seja no site, ou nas redes sociais. Apesar de não ter um estilo de fotografia fracturante, acredito que é diferente o suficiente para que os clientes se identifiquem e tenham interesse em me contactar ou percebam que não é nada daquilo que procuram.
O processo de trabalho é o normal nesta área, primeiro contacto, emails, reuniões, sessão, casamento e entrega. O que eu tento, é que, tanto para mim como para os noivos, este processo seja o mais prático e simples possível. Ao mesmo tempo, gosto de ser muito transparente logo na fase de contacto inicial, para que eles percebam o meu método de trabalho. Gosto também que eles me conheçam e de os conhecer melhor, pois faz toda a diferença no dia do casamento.
Casamentos grandes ou pequeninos, nacionais ou estrangeiros, cerimónias emotivas, festas de arromba – qual é o tipo de festa que mais gostas de fotografar?
Casamentos pequenos sem dúvida, nacionais ou estrangeiros é-me indiferente, desde que eu me identifique com o casamento e o casal se identifique com a minha fotografia, perfeito.
Quanto às cerimónias, eu adoro fotografar e presenciar cerimónias em que sinta que era mesmo aquilo que os noivos queriam, que sinta que eles estão a viver o momento de coração cheio, e isso geralmente sente-se, isto não implica que seja obrigatoriamente uma cerimónia emotiva. A festa é um momento de descompressão para toda a gente mesmo para quem trabalha, e uma festa animada e divertida é contagiante mesmo para quem capta o momento e é garantido que dá boas imagens com bons momentos. No entanto, há uma coisa curiosa, durante o dia sinto que consigo sempre dar mais de mim e da minha visão, e captar o dia de uma forma especial, enquanto que na festa apenas consigo dar o que a festa me der a mim, não consigo inventar muito, por isso quanto melhor for a festa a nível de DJ, música, luzes e participação dos convidados, (muitos ou poucos), melhor será o resultado.
Qual é a melhor parte de ser um fotógrafo de casamento? E o mais desafiante e difícil?
Para mim há duas coisas no que se refere “a melhor parte de ser fotógrafo de casamentos”: o estilo de vida que conseguimos ter – somos gestores do nosso trabalho e do nosso tempo, e isso para mim tem muito, muito valor; o facto de conseguirmos construir algo único, inicialmente com duas pessoas (o casal), mas também com a família e amigos num dia tão especial e irrepetível. Ter a oportunidade de registar momentos e sentimentos que além de não se repetirem, ficam para o resto da vida, é incrível.
O mais desafiante e difícil é aquilo que não se vê, mas que é igualmente importante – o trabalho de backoffice. Temos de responder a emails, reunir, acompanhar e aconselhar os casais, comunicar nas redes sociais, gerir o site (actualizar, publicar ou até programar), ser contabilistas e tesoureiros, e, por fim a parte mais visível, fotografar e editar o nosso trabalho. Temos que saber um pouco de tudo e, como é óbvio, é difícil ser minimamente bom ou competente em todas estas áreas. Esta parte invisível é, sem duvida, desafiante e exigente.
Escolhe uma imagem favorita do teu portfolio e conta-nos porquê:
Tenho sempre dificuldade em escolher imagens favoritas, porque acho sempre que é difícil conseguir ter o que é importante para mim na fotografia de casamento, numa imagem só. Mas acabei por escolher esta que por acaso é bastante recente e que reúne muitos dos elementos com que me identifico e me enche a alma.
Os contactos detalhados do Rui Gaiola – Golden Days Wedding Photography, estão na sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria e contactem-no directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.
Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!