Glamping Wedding de Nina & Paul: amor, conexão, riso e serenidade em comunhão com a natureza
Há histórias de amor que nos emocionam. Há também as que nos divertem, pelas estórias que comportam em si. Outras ainda que, simplesmente, nos encantam e nos deixam envolvidos numa espécie de nuvem de bem estar, com uma nova fé no mundo e nas pessoas, muito pela visão de quem as protagoniza. Pois bem, a história de amor da Nina e do Paul que vos trago hoje conjuga isto tudo! Já vos conto – e vão perceber o porquê dos meus comentários – mas antes deixo-vos um pequeno enquadramento. Quando o Hugo Coelho Fotografia partilhou comigo a ideia de publicarmos um glamping wedding, fiquei prontamente entusiasmada. Afinal, pareceu-me ser um conceito de casamento diferente. Super fresh! E não me enganei. Porque se é verdade que já estamos (cada vez mais) familiarizados com o conceito de glamping, se calhar não será o mesmo se aplicarmos aos casamentos.
Assim, quando recebi o material para publicar, apaixonei-me pelas fotos (como não?), bem como pela imediata perceção do estilo que me tinha sido proposto, à mistura com a noção de família, de entrega, de partilha, de originalidade, de felicidade, essência e amor que aquelas imagens instantaneamente me transmitiram. Contudo – e é aqui que quero chegar – confesso que depois de ler o testemunho dos noivos, rendi-me completamente à história e às pessoas por detrás das mesmas.
Convido-vos, por isso, a lê-la, envoltos, claro, no poder da imagem desta fabulosa reportagem de casamento, que revela um grande sentido estético e natural, e nos presenteia um estilo espontâneo que permite abraçar, através de uma das mais bonitas das artes, todas as emoções deste dia único.
O que é um glamping wedding?
Antes de partilharmos o história & grande dia da Nina e do Paul, deixo só mais uma nota: para quem não sabe, o glampling é uma “modalidade turística” que coloca dentro do mesmo saco a comodidade e aventura. Aliás, é só conjugarmos as duas palavras inglesas que compõem o termo – glamour + camping – para o perceberemos. É, por isso, ideal para quem procura uma experiência diferente e aventureira – uma lua-de-mel, por exemplo -, permitindo o usufruto do luxo com a “porta” aberta para a Natureza mais pura. No fundo, não é nada mais do que camping de luxo, como direito a cama king size, lareira e comida pronta na mesa.
No que diz respeito ao conceito aplicado ao casamento, a melhor descrição será, talvez, um evento elegante, cuidado ao detalhe, num estilo genuinamente rústico, sendo a fusão perfeita entre o “desaparecer” no meio da natureza, longe do mundo civilizado, e desfrutar do “luxo”. O melhor dos dois mundos, portanto.
Foi assim que aconteceu…
Vamos então à história da Nina e Paul, que se conheceram através de amigos comuns. Aliás, tudo começou, na realidade, com um “arranjinho”. “Eles organizaram um sushi date de grupo, com claríssima intenções de nos juntar”, conta Nina, explicando que “quando chegou a altura de nos sentarmos no restaurante, eles ‘mexeram-se’ de forma a garantir que eu e o Paul nos sentávamos em frente um do outro. Aquele encontro de grupo correu bem e o mesmo aconteceu com os seguintes (claramente hahah)”, rematou.
Apesar disso, logo no segundo encontro, os dois depararam-se com os “desencontros” da vida. Com efeito, Nina disse ao Paul que não iria renovar o contrato de professora para o ano seguinte e que queria vender a casa e mudar-se para Portugal durante alguns anos, enquanto Paul comunicou que iria viver dois anos para Bruxelas. O futuro da relação parecia, assim, posto em causa, mas ambos encararam o momento com naturalidade e – se é que se pode dizer – deram um “salto de fé”. “Ambos rimos e logicamente dissemos “wow ok”, isso dá-nos 11 meses para nos divertirmos, sem compromisso e, pelo menos, termos companhia antes de partirmos ou… veremos se será algo mais”, conta Nina. E foi, de facto, algo mais.
Quero acreditar que a falta de pressão sobre a nossa relação a ajudou a florescer lenta, saudável e maravilhosamente. Construímos juntos os alicerces mais fortes. Não podia imaginar viver esta vida maravilhosa sem ele ao meu lado.
She said yes
O pedido de casamento que desaguou no maravilhoso glamping wedding que hoje aqui partilhamos foi delicioso. Eis o relato do Paul:
“Eu fiz o pedido de casamento em Capadócia, Turquia. Foi durante umas férias em Istambul, numa viagem de fim-de-semana que eu planeei para irmos até aos balões de ar quente da Capadócia. Acordámos às 4 da manhã, para sairmos às 5 da manhã. Estávamos a planear tirar muitas fotografias (estamos a falar de balões de ar quente na Turquia…), por isso vestimo-nos um pouco melhor do que um passeio mais rotineiro exigiria. Enquanto esperávamos pelo nosso transporte, começou a nevar… e nevava, nevava…. Chega o nosso autocarro cheio de turistas e avançamos até à última paragem, onde recolhemos mais um casal. Assim que arrancamos, o motorista recebe uma chamada. Quando desliga, abre imediatamente a porta do autocarro e diz ‘Saiam’. Ficámos todos um pouco confusos. ‘Saiam, não há balões, demasiada neve”. A Nina ficou desapontada, porque demorámos horas a chegar a Capadócia e tínhamos acordado às 4 da manhã para nada. E, claro, eu estava claramente a enlouquecer por dentro. Anel no bolso, plano destruído. A minha mente ficou acelerada e só pensava ‘o que é vou eu fazer’?. O autocarro vai, então, até ao nosso hotel da caverna (oh sim, o nosso quarto de hotel era numa caverna) e, estando ainda a nevar, a única coisa que me vem à cabeça foi sugerir irmos dar uma volta…às 5:30 da manhã. A Nina, confusa, concorda. Enquanto caminhávamos pela cidade, continuava a nevar. Não havia ninguém na rua. Apenas uma cidade vazia e adormecida, iluminada pelas luzes de um restaurante chinês. Não querendo fazer o pedido de casamento sob o brilho dessas luzes, desisti do passeio e voltámos a pé para o hotel. À medida sol que nos aproximávamos, o sol começou a nascer. ‘É agora’, pensei. ‘Viemos até aqui, eu ia pedi-la em casamento. Com ou sem neve. Com ou sem balão. Enquanto atravessámos o pátio, viro-me, ajoelho-me e peço a Nina em casamento. Ela disse que sim! Ela ficou realmente surpreendida com tudo isto e NÃO fazia ideia do que estava para acontecer.
Foi perfeito, apesar de tudo o que tinha planeado se ter desmoronado tão rapidamente. Mas não mudava nada. Acabámos por casar em cima de um tapete feito à mão na mesma vila onde ficámos noivos! Agora está em nossa casa e sempre que o vemos lembramo-nos dos votos que fizemos um ao outro em cima dele!
A organização do casamento
Nina organizou o casamento sozinha. “Eu planeei tudo sozinha, em 9 meses, porque queríamos casar na Europa, antes de nos mudarmos de volta para os EUA”, conta, revelando alguma descontração em relação ao resultado final: “muitas das coisas apenas esperávamos que funcionassem (e felizmente funcionaram)”, acrescentando, no entanto, o que que ambos não prescindiam neste glamping wedding: “As duas coisas que sabíamos que queríamos era ter um evento de vários dias, que fosse o mais ambientalmente consciente possível”.
Teve, no entanto, uma ajuda preciosa quando chegou a altura do casamento. “A nossa dama de honor, o padrinho, o meu irmão e os respetivos cônjuges chegaram alguns dias mais cedo e ajudaram-nos a preparar as coisas para o nosso evento de 4 dias”
Estávamos todos stressados e a correr por aí a preparar as coisas. Estamos realmente gratos por toda a sua ajuda!
Na altura, os dois viviam em Bruxelas e toda a família de Paul estava em Nova Jersey, onde também estava metade da família de Nina, sendo que outra metade estava em Portugal. Por seu turno, tinham amigos espalhados pelo mundo, desde Minneapolis a Budapeste, até Nova Iorque e Florida. Por isso sabiam que teriam de escolher um local de casamento que fosse realmente ‘o certo’, independentemente do país onde o encontrassem. “Queríamos um evento com menos 50 pessoas, que permitisse que, no final, todos se sentissem como se se conhecessem há anos e se pudessem tornar, realmente, uma grande família”, acrescentou Nina, que percorreu a Internet para encontrar o spot perfeito para o seu glamping wedding. Foi quando se deparou com um sítio de glamping no Norte do nosso Portugal, país que o casal visitava frequentemente e “onde o nosso amor cresceu, ao longo dos anos”, revelou Nina.
Sabia que as pessoas não se lembrariam de todos os pequenos detalhes, mas sim do que sentiriam enquanto lá estivessem, o que acabou por ser amor, conexão, riso, e serenidade.
A escolha mais difícil. E a mais fácil
Perguntámos à Nina qual foi a escolha mais fácil e a mais difícil de fazer na organização deste glamping wedding. A resposta:
“A escolha mais fácil foi o nosso fotógrafo Hugo Coelho. Encontrei-o no Instagram e apaixonei-me pelo seu estilo de fotografia story telling. Sempre detestámos fotografias de casamento posadas. Mostrei ao Paul e ficámos ambos admirados com o seu trabalho. Sabíamos que o queríamos para o registo do nosso casamento. Contactámo-lo e ele conseguiu colocar-nos na sua agenda! Honestamente, escolhemos a data do nosso casamento com base na sua disponibilidade. Dado que se tratava de um casamento de vários dias, não importava o dia da semana, por isso acabámos por nos casar a uma sexta-feira”.
“A escolha mais difícil foi encontrar uma florista em quem pudéssemos confiar plenamente e que valorizasse as minhas convicções. Eu só queria usar flores que crescessem a 20 km do nosso local de casamento e que estivessem em flor natural durante esse tempo. Também queria que depois do casamento todas as flores fossem doadas a uma casa de idosos e/ou secas para fazer outras coisas no futuro. Queria ter a certeza de que fazíamos escolhas sustentáveis, com o menor impacto ambiental. O que era tão stressante nisto era que não tínhamos um esquema de cores, nenhuma ideia de como seria, e nenhuma forma de ajudar a minha dama de honor a escolher o seu vestido. Depositamos toda a nossa confiança em Isabel Castro Freitas, e estamos tão felizes por o termos feito! Ela percebeu a minha visão, tinha os mesmos valores que eu e pôs todo o seu coração no nosso casamento. E isso, definitivamente, viu-se no resultado!”
O grande dia
Quando perguntámos à Nina como foi o grande dia, não hesitou em confessar que este glamping wedding foi “stressante… e maravilhoso!”.
“Toda a nossa família e amigos juntaram-se para nos ajudar, a montar cadeiras e fazer toda a coordenação com os fornecedores. Claro que o Paul e eu estivemos em cima da hora a criar os votos de casamento perfeitos e a organizar a distribuição dos convidados, por isso também ‘trabalhámos’ durante o dia do nosso casamento! Eu sei que somos loucos, mas não queríamos repensar ou complicar demasiado as coisas, como por vezes tendemos a fazer. Tivemos até a família a procurar plantas locais para ‘manchar’ (queimar) para nos abençoar a todos durante a cerimónia. Foi verdadeiramente especial!
O meu irmão casou-nos e esqueceu-se das alianças, o que nos fez rir e fazer uma pausa de toda a choradeira. Tivemos um jantar à luz de velas em longas mesas de piquenique, comemos o melhor bolo que alguma vez comi e, depois, dançámos no pátio. Que belo dia! Tivemos tanta sorte em ter tantas fotografias para nos lembrarmos do dia.., porque passou a voar! (e tenho a certeza de que a bebida também não ajudou [risos]).
Queremos saber…
Onde foram buscar a inspiração?
Pinterest, Instagram
Qual o tema deste vosso glamping wedding?
Acho que foi boémio/natureza. Eu queira que fosse ‘sem esforço’ e com ‘terra’.
Se pudessem, mudavam alguma coisa?
Se eu pudesse mudar alguma coisa, poderia ter sido estarmos um pouco mais preparados. Estávamos tão stressados com o nosso ‘retiro’ de 4 dias de casamento, certificando-nos de que todos se divertiam, que se davam todos bem e desfrutavam verdadeiramente das suas férias, que deixámos demasiadas coisas para o último minuto. Acabou por ser perfeito, mas talvez tivesse aliviado algum stress. Também ficámos na mesma tenda com a dama de honor & marido, o padrinho & esposa durante alguns dias antes do casamento. Em teoria soou bem, mas o padrinho ressona como um urso, por isso todos os outros não dormiram bem durante os 5 dias antes do casamento. É uma loucura o que a privação do sono pode fazer a um casal stressado! Felizmente, a make up tapou as olheiras e 2 dias após o casamento, quando votámos a Bruxelas, o Paul e eu dormimos melhor do que alguma vez dormimos!
Onde passaram a lua-de-mel?
Não tivemos uma lua-de-mel formal. Nós viajámos muito nos três anos que vivemos em Bruxelas. Aliás, para nos despedirmos tínhamos reservado uma viagem a Marrocos, Rússia, Paris, Londres, e Amesterdão, mas depois aconteceu a COVID e foi sendo tudo cancelado. Desde então, tivemos um bebé e mudámo-nos para Chicago, mas esperamos que dentro de um ano possamos finalmente fazer uma escapadela romântica.
Algumas palavras sobre o fotógrafo
“Não podíamos ter sonhado com um fotógrafo melhor para captar o nosso dia especial. Cada fotografia fala verdadeiramente por 1000 palavras. As suas fotografias captam um momento, uma história, uma emoção. Sempre que partilhamos as nossas fotografias com pessoas, elas dizem que se sentem como se estivessem lá! Era exatamente isso que queríamos do nosso fotógrafo e ele cumpriu. Ele foi também muito agradável e fez-nos sentir como se fossemos amigos que se conhecem há anos! Se alguma vez voltarmos a estar em Lisboa, tenho a certeza de que iremos beber um café. Não conheço muitas pessoas que diriam isso sobre o seu fotógrafo de casamento!”
Fornecedores contratados para o glamping wedding
Local do casamento:Casa Fontelheira | Fotografia:Hugo Coelho | Bolo de casamento: T Bakes | Arte Floral: Isabel Castro Freitas | Vestido de noiva: Willow by Watters | Fato do Noivo: Café Costume (Bruxelas) | Alianças: Local Ecletic | Joias noiva: delezhen | Fato do cão: Recneps Design | Hair & makeup: Alexandra Castro